Palmeiras joga melhor e ganha; Figueirense reclama o pênalti inquestionável
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De Vitor Birner
Figueirense 1×2 Palmeiras
Zé Roberto foi poupado e Jean, por isso, deslocado para o meio de campo, onde jogaram Tchê Tchê e Moisés.
Fabiano e Egídio atuaram nas laterais. O trio de volantes com qualidade no apoio tinha que criar as oportunidades facilitando as triangulações com quem jogou pelos lados, e fazer a cobertura de ambos, em especial o canhoto, que é mais forte no apoio que nos desarmes.
Roger Guedes na direita, Dudu do outro lado, e o centroavante Gabriel Jesus jogaram adiantados, e quando necessário os primeiros recompuseram alternadamente o sistema de marcação.
O Alviverde mandou no jogo e parou no 4-1-4-1 padrão ferrolho do oponente.
Marquinhos Santos foi inteligente na estratégia. Com atletas menos técnicos, fez igual ao Flamengo e Cruzeiro, que fecharam as lacunas e investiram em lances de velocidade pelos lados para tentar o resultado positivo.
O quarteto no meio teve Éverton Santos na direita e Dodò no canto oposto, ambos com características para esses lances que exigem rapidez. obrigados a fazerem a parede em frente aos laterais Ayrton e Marcos Pedroso.
Jackson Caucaia e Ferrugem aturaram por dentro nessa linha, e Josa, atrás, todos volantes, completaram o setor.
O placar zerado
O jogo aconteceu no campo de frente do Alviverde enquanto ninguém mexeu no resultado. A agremiação candidata a conquistar o torneio teve dificuldades para ultrapassar o bloqueio do oponente.
Conseguiu uma grande oportunidade e quase no final do 1°t. O sistema de marcação se equivocou, e permitiu ao Fabiano chegar à linha de fundo com muita facilidade. O lateral cruzou para Gabriel Jesus tentar o carrinho.
O centroavante, segundos atrasado, conseguiu desviar a bola, e Ayrton quase embaixo da trave impediu o gol.
O líder insistiu nos lances com a bola no gramado.
Os cruzamentos, nos quais é muito forte, foram quase esquecidos. Leandro Pereira, Alecsandro e Lucas Barrios que poderiam otimizar as jogadas por cima ficaram como opções para o treinador.
O Palmeiras anulou o sistema de criação do Figueirense. O único momento em que a zebra empolgou o torcedor foi com Ayrton, na cobrança de falta que desviou em Mina posicionado na barreira, e Jaíson, quase pego no contrapé, conseguiu intervir.
Rotina que oferece tédio ao futebol
O tema cumprimento das regras sobrepõe, rodada após rodada, as avaliações dos desempenhos individuais e coletivos dos jogadores. Na Bundesliga e Premier League há equívocos em menor quantidade e as reclamações são por isso mais brandas.
Poderia citar outras na comparação. Bastam essas para os torcedores saberem que é quase impossível o árbitro acertar sempre, mas é possível elevar o padrão nos gramados.
A tendência é o aumento de reclamações. Nada funcional será feito pelos cartolas para minimizarem os equívocos, o impacto dos resultados aumentará nas últimas rodadas do torneio, tal qual o inconformismo de quem avaliar que foi prejudicado nos jogos.
Inversões do que houve em campo
Dudu pediu o pênalti de Jackson Caucaia quando o placar continuava zerado. O lance foi interpretativo.
O jogador que pretendia fazer o gol tomou à frente, o volante tentou impedir, ambos seguraram nos braço um do outro e caíram no gramado.
Se houvesse homogeneidade nos critérios teríamos a referência que facilita discernir, mas houve alguns similares marcados, outros avaliados como normais e ninguém sabe qual deve ser priorizado. A única convicção é que seria equivocado interpretar como falta do jogador do Alviverde.
O Palmeiras iniciou na frente com o pênalti que Jean chutou no meio do gol.
Lance normal, apesar de Bruno Alves, com o braço, acertar o Gabriel Jesus.
O Figueirense teve que alterar a proposta e sair de trás após o gol. Marquinhos Santos trocou o volante Jackson Caucaia pelo atacante Lins para otimizar os lances pelos lados e os cruzamentos. Sabia que ofereceria as brechas para o contra-ataque no qual o Palmeiras é especialista.
Cuca reforçou a marcação no meio de campo e tentou aumentar a capacidade de o time manter a bola na frente, ao mandar o Allione para o gramado na vaga de Roger Guedes. Imediatamente depois, o 'hermano' e Lins tiveram a disputa em frente ao Fabiano, o que mostrou a leitura acertada dos treinadores.
Em seguida, a brecha gerada pelo avanço do Figueirense redundou em gol do Alviverde.
Lance iniciado em cobrança de lateral para Gabriel Jesus, o centroavante carregou a bola, tentou a assistência e Jean, no rebote, finalizou com precisão e comemorou.
O tal do balde de água fria poderia garantir o encerramento, mas houve os equívocos da arbitragem e do goleiro do Palestra.
Egídio fez o pênalti tolo, o único inquestionável no jogo, em Rafael Silva que entrou na vaga de Éverton Santos e, apesar do ângulo favorável para o auxiliar, nada foi marcado.
O Figueirense diminuiu porque Jaílson perdeu o tempo de bola, após o cruzamento em cobrança de escanteio.
Rafael Silva na pequena área cabeceou e foi pegar a bola para reiniciar a partida e tentar igualar.
Cuca quis fortalecer o sistema de marcação com o volante Thiago Santos na vaga de Dudu. Jogo ficou muito ríspido porque o Figueirense foi para o 'abafa' e o Alviverde disputou todos lances com muita raça para manter o resultado.
O concorrente tropeçou
Palmeiras encerrou a rodada com a garantia que, após a seguinte, manterá a liderança. O tropeço do Flamengo aumentou ainda mais a possibilidade da agremiação do Allianz Parque comemorar a conquista do torneio de pontos corridos.
Ficha do jogo
Figueirense – Fernández; Ayrton, Werley, Bruno Alves e Marquinhos Pedroso; Josa; Everton Santos (Rafael Silva), Ferrugem, Jackson Caucaia (Lins) e Dodô (Bady); Rafael Moura
Técnico: Marquinhos Santos
Palmeiras – Jailson; Fabiano, Mina, Vitor Hugo e Egídio; Jean, Tchê Tchê (Fabrício) e Moisés; Dudu (Thiago Santos), Róger Guedes (Allione) e Gabriel Jesus
Técnico: Cuca
Árbitro: Igor Junio Benevenuto (MG) – Assistentes: Guilherme Dias Camilo e Celso Luiz da Silva