Blog do Birner

Ganhar do Trujillanos por respeito próprio e para tentar se classificar

birner

De Vitor Birner

Não basta vencer

O São Paulo tem que acuar o Trujillanos, criar oportunidades, entrar muito na área para finalizar e cumprir o beabá de quem possui uma das camisas mais pesadas e respeitadas da história da Libertadores.   

Se for capaz disso hoje e de superar o River Plate semana que vem no Morumbi, ganhará moral com o torcedor, confiança e a oportunidade de se classificar em La Paz.

Precisa ganhar por mais de um gol de vantagem dos venezuelanos para melhorar o saldo e chegar aos 5 pontos. River Plate com 5 ponto e 4 de saldo, e The Strongest com 7 e 2 de saldo, jogam amanhã em Bueno Aires.

Se os 'hermanos' confirmarem o favoritismo – lembro que não têm mostrado futebol de qualidade nem no torneio nacional – no mínimo irão diminuir o saldo dos bolivianos.

Na rodada seguinte, o The Strongest irá à Venezuela. Ganhou por 2×1 no Hernando Siles. Não haverá nada atípico se perder pontos.

Duas atuações com resultados positivos talvez garantam à agremiação de Edgardo Bauza a oportunidade, na última rodada, de seguir no torneio com o empate na altitude.

Esforço coletivo, não apenas individual

Não acho que o elenco do São Paulo tem feito corpo mole.

O jogadores, nas últimas rodadas, se dedicaram e nem assim conseguiram ganhar de times pequenos.

Falta correrem uns pelos outros de maneira coordenada, além de mais acertos técnicos.

Não confunda raça com união dentro do gramado. O ideal é caminharem no mesmo rumo, mas na prática nem sempre funciona assim.

A declaração de Ganso sobre o pênalti de Maicon mostra isso. Se houvesse o espírito coletivo pleno, ela não teria acontecido.

Predileto do Bauza

Se confirmadas as mexidas que li, não tentei checar para saber, o treinador insistirá na escalação de Hudson, que é dos entraves para o time jogar melhor.

Como o time força os lances muito pelos lados, os oponentes bloqueiam aquelas regiões do gramado e em muitos momentos são forçados a atuarem com os jogadores mais espalhados, tal qual o treinador quer.

Isso cria algumas brechas na meia. O volante tem que se apresentar ali ou na área para criar oportunidades e finalizar em gol.  São fundamentais para o esquema tático funcionar.

Hudson não mostra competência necessária nas partes ofensiva e defensiva, além de não ter a velocidade para recompor o sistema de marcação. É comum chegar atrasado nesses lances.

Thiago Mendes tem mais qualidade e principalmente força física para cumprir melhor tais funções. Não deveria ir à reserva para João Schmidt atuar. Se a ideia é iniciar com o atleta revelado nas categorias de base do clube, que tem mais competência no passe, o preferido do treinador é quem deveria sair do time.

Oportunidade que o futebol oferece

O Trujillanos, se mantiver o padrão de jogo no empate em que Ganso desperdiçou pênalti, formará o 4-4-2; e quando for necessário recuará o atacante para formar o quinteto no meio de campo.

Investirá, para tentar gols, em contra-ataques e cruzamentos porque é tecnicamente limitado.

O time do Morumbi não pode perder a oportunidade de ganhar com sobra, quebrar o marasmo de empates e vitórias pobres e magras, adquirir mais paz consigo e se concentrar na preparação para o jogo contra o River Plate .

Se tropeçar, a saraivada de críticas será tão grande quanto merecida. Não ganhar, em São Paulo, dos venezuelanos e do The Strongest numa fase de grupos será o feito patético para quem disputou o mata-mata nas 12 últimas participações em Libertadores.