Quem não tem Prass, toma; três pontos na conta do goleiro
birner
De Vitor Birner
Palmeiras 2×0 Rosario Central
O goleiro, como acontece em muitos jogos difíceis, foi de longe o melhor em campo.
O Palmeiras merece elogios pelo que mostrou no 1° tempo. Não foi brilhante, mas manteve a concentração como não havia conseguido na temporada .
Isso bastou para oscilar os momentos de equilíbrio com os de alguma superioridade.
Com 'huevos'
O gol não foi fruto de melhora no passe ou do setor de criação.
Houve equívoco do lateral-direito Salazar, que tentou sair jogando, mérito de Gabrel Jesus por impedir, e do Cristaldo por ganhar duas divididas antes de finalizar.
Foi na raça, garra, ou com 'huevos', tal qual define a expressão comum para o artilheiro e seus compatriotas da agremiação oponente.
Parou de jogar
O Central, com importantes desfalques, perdeu, como era possível imaginar quando foi divulgada a escalação, qualidade na criação e finalização, além de força no sistema de marcação.
''Chacho' Coudet adiantou a o time e iniciou o segundo tempo com o atacante Herrera no lugar do zagueiro Burgos, suplente que não mostrou a firmeza de Donatti (normalmente forma a dupla com Pinola e o treinador preferiu poupar para o torneio nacional).
Abriu mão de Aguirre no meio de campo ao recuar o atleta à lateral, pois deslocou Álvarez para o lado de Pinola, e ganhou maior presença de área.
Mesmo assim, o Central tomou conta do meio campo, do jogo, e teve muitas oportunidades.
Fernando Prass, o gigante
O goleiro fez duas grandes intervenções; uma no chute de Cervi e outra em frente ao Da Costa.
Em seguida houve o toque da bola na mão de Gabriel Jesus, que não teve intenção, e os rosarinos pediram o pênalti, antes de Robinho se equivocar no carrinho dentro da área. Tudo isso em 14 minutos.
Marco Rubén, ídolo, artilheiro e competente, cobrou e o goleiro pegou.
A partida seguiu na mesma toada até o final.
O Palmeiras, com Cristaldo na frente e outros 9 jogadores atrás da linha que divide o gramado, não conseguiu fechar as lacunas no sistema de marcação, e apesar ter grande possibilidade de ampliar no contra-ataque, errou toques de bola simples.
Quando Lo Celso, habilidoso meia, entrou e Da Campo saiu, o time teve mais facilidade para criar oportunidades.
Parou na grande atuação do goleiro e nos próprios equívocos nas finalizações.
Trocas não tiveram efeito que ambos queriam
O Alviverde tinha opções: ou tentava reter mais a bola trocando passes no meio de campo, ou adiantava a marcação, ou acertava o contra-ataque para ao menos incomodar o o Rosario Central.
Não fez nada disso e o treinador mexeu.
Com Arouca no lugar de Thiago Santos, tentou melhorar o passe; com Rafael Marques, descansado, no de Cristaldo, quis o atacante para 'chamar faltas' e parar o jogo; e com Allione na vaga de Robinho, pensou em aumentar o auxílio ao Lucas, pois desse lado, após a entrada de Lo Celso, o Central chegou muito na área, e quis melhorar a transição à frente.
As alterações não elevaram o padrão do desempenho.
'Chacho' Coudet, como faz quando resta pouco tempo o time precisa de gols, optou pelo atacante Protti em e a saída do volante Colman, e formou 4-1-3-2.
Nos acréscimos, após o espetáculo oferecido por Fernando Prass, finalmente o Palmeiras aproveitou as avenidas que o sistema de marcação do Central ofereceu e Allione comemorou.
Futebol é assim
Apesar de o futebol ser esporte coletivo, é possível afirmar que se não fosse Fernando Prass o resultado seria outro.
Os três pontos ficam na conta do goleiro.
O Central teve quantidade de oportunidades, no segundo tempo, para empatar e até ganhar.
Isso não significa que o Palmeiras não mereceu o resultado.
Quando não há interferência de quem entra em campo para ficar perto dos lances e não tocar na bola, o placar se torna inquestionável.
Mas, obviamente, o desempenho palmeirense é digno de elogios menores que o importante resultado na Libertadores.
Ficha do jogo
Palmeiras – Fernando Prass; Lucas, Thiago Martins, Vitor Hugo e Zé Roberto; Thiago Santos (Arouca), Jean e Robinho (Allione); Dudu, Gabriel Jesus e Cristaldo (Rafael Marques)
Técnico: Marcelo Oliveira
Rosario Central – Sosa; Salazar, Burgos (Herrera), Pínola e Pablo Álvarez; Musto, Colman (Protti), Da Campo (Lo Celso), Cervi e Aguirre; Marco Rubén
Técnico: Eduardo'Chacho'Coudet
Árbitro: Enrique Cáceres (PAR) – Assistentes: Carlos Cáceres e Milciades Saldívar