Blog do Birner

Creio em David Braz; súmula supostamente errada é outra porrada no futebol

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De Vitor Birner

Não lembro de qualquer árbitro, após marcar o pênalti em lance que interpretou como '' oportunidade clara e manisfesta de gol'', tal qual os comentaristas do tema citam, deixar de excluir o autor da infração porque não o identificou.

Se for equívoco de memória meu, peço perdão ao responsável pela imposição das regras durante o clássico em Itaquera.

Ele explicou, na súmula, que mostrou cartão ao David Braz por reclamação, e que não fez o mesmo com Zeca por não saber que foi ele quem derrubou Vagner Love dentro da área.    .

Acompanhei, no Seleção Sportv, a leitura labial dos personagens na nova e chata discussão que sobrepôs questões táticas e técnicas do esporte.

Além disso, li, aqui no UOL Esporte, e escutei, em alguns programas de televisão, as afirmações feitas pelos dois.

Minha impressão

As do santista parecem muito mais condizentes com o que houve.

Disse que ouviu do árbitro, dentro do gramado, falou que o expulsou por ter cometido o pênalti.

Lembro que Flávio Rodrigues Guerra, em entrevista, afirmou que não conseguiu enxergar a infração.

Era uma jogada simples, desde que a posição dele permitisse observá-la.

Como a função é realmente difícil de ser executado, há mais gente para ajudá-lo.

Protagonista esquecido

O auxiliar, preciso, comunicou que Vágner Love foi chutado em frente ao goleiro Vanderlei e, após a marcação do pênalti, caminhou à linha de fundo, onde deve ficar quando a penalidade for cobrada.

Flávio Rodrigues Guerra foi na direção dele, trocaram rapidamente poucas palavras, e correu para mostrar o cartão ao zagueiro.

Questão de física

Há muito barulho durante o jogo, em especial no estádio pleno, quando a torcida comemora a marcação do pênalti.

Na beira do terrão, onde sou técnico do time de várzea, em local com dimensões menores que as de gramados de tamanho oficial e com uma dezena, não milhares, de pessoas assistindo, é impossível escutar todos os diálogos durante os jogos.

Isso mostra que é praticamente impossível o auxiliar, à distância, ter ouvido o xingamento.

Ou o auxiliar fez a leitura labial do xingamento, ou se equivocou ao relatar quem cometeu o pênalti.

Creio na segunda hipótese

Súmula

Consta o seguinte no documento:

''Expulso com cartão vermelho direto por, após a marcação de um pênalti contra sua equipe, vir em minha direção gesticulando de forma acintosa e ofensiva proferindo as seguintes palavras: 'você está louco', 'contra o Corinthians é assim mesmo', 'vai se f…, não foi pênalti', 'você vai ver, vocês vão ser punidos''.

O cartão foi mostrado depois de um diálogo entre quem não chuta a bola.

O de maior autoridade não tomou a decisão após o zagueiro ir em direção a ele gesticulando ou falando algo.

E agora…

O torcedor, de hoje em diante, desconfiará dos relatos nas súmulas.

Isso é péssimo para o esporte tão carente de credibilidade, onde erro de interpretação de lance é motivo de xingamento pessoal e gera suspeita de 'fabricação' de resultado.

A confiança do público na isenção de atletas e dirigentes, e consequentemente na de federações, árbitros e auditores dos tribunais de justiça do esporte, é crucial para o futebol ser melhor.

Quase ninguém torce para algo que acredita ser combinado.

A igualdade de regras e critérios torna a disputa legítima.