Argel mexe na tática e zagueiros inspirados decidem contra o Corinthians
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De Vitor Birner
Internacional 2×1 Corinthians
A jogada aérea mais forte e o lance individual do Paulão foram muito importantes para o time de Argel ganhar.
Mandou na partida em alguns momentos, principalmente no começo, até Tite conseguir orientar os atletas como deveriam lidar com a alteração da proposta coletiva implementada pelo ex-treinador do Figueirense.
A lógica do esporte não quis entrar em campo.
O Alvinegro fez gol quando o Internacional era melhor.
E tomou o empate depois que passou a ficar mais com a bola no ataque.
Houve zagueiro artilheiro e outro dando assistência após driblar de maneira que raramente os atacantes fazem.
Contar com isso, na maioria das rodadas, não é algo que tende a funcionar.
Mas a marcação adiantada aumentou a intensidade do futebol da agremiação que almeja 'apenas' a classificação para a Libertadores.
Outro time
Tite tem o hábito de assistir aos jogos dos times que enfrenta, para instruir seus atletas. Se fez isso antes de ir ao Beira-Rio, as observações iniciais foram de pouca valia.
Argel alterou muito a proposta que vinha colocando em prática. Ao invés de congestionar o campo de defesa com todo mundo, ou deixar no máximo um atleta à frente do ferrolho, pediu marcação na saída de bola.
Por isso havia maior quantidade de jogadores adiantados e chegou com mais gente na frente na hora de tentar o gol.
Não ficou dependendo apenas do lance de falta, cruzamento, chute de média distância ou do contra-ataque.
Com Valdívia pelos lados, Vitinho de centroavante se mexendo pelo campo, Alex perto deles, o apoio dos laterais e de ao menos um dos volantes do trio formado Wellington, Nilton e Dourado, tornou a partida intensa e a comandou durante cerca de 25 minutos.
O futebol
Malcom, aos 18, fez 1×0 quando apenas o Internacional havia finalizado.
O contra-ataque, jogada mais forte da equipe, e a sorte criaram a contradição entre o resultado e o desempenho das agremiações até então.
O chute fácil para o goleiro Alisson pegar, se é que não iria para fora, foi desviado por Paulão e impediu a defesa simples.
O quarteto no meio de campo formado por Jadson e o autor do gol pelos lados, além de Elias e Renato Augusto entre ambos, apenas se limitou a cooperar com Ralf, o 'um' atrás deles e à frente dos zagueiros no pretenso 4-1-4-1.
Mexeu
A necessidade de ganhar levou Argel a tirar Wellington, volante que mais apareceu na criação e participou constantemente da marcação adiantada, e pôr Lisandro López.
Formou o 4-2-3-1 com variação para o 4-3-3, de acordo com o que a partida 'permitiu'.
Recuou Alex para a meia, manteve Valdívia e Vitinho, abertos, no ataque e colocou o argentino na área. Depois pediu ao hermano para alternar com o ex-botafoguense as funções de atacante pelos lados e de centroavante.
Alex apareceu às vezes no centro do taque para tentar confundir a competente marcação do Corinthians naquela região do gramado. .
Depois de o Alvinegro melhorar
Tite pediu para o Corinthians adiantar a marcação, pois o time não conseguia o contra-ataque e ficava apenas atrás.
Assim conseguiu dificultar a transição de bola e equilibrou o jogo. Havia mais brechas no meio de campo do Internacional depois da saída de Wellington.
Mas o futebol queria mesmo contrariar.
A bola sobrou para Rever, após cobrança de escanteio, com o pé, igualar.
Em suma, ambos os times tomaram gol e não fizeram nenhum quando mandavam no jogo.
Critério igual
Logo no primeiro minuto, Valdívia finalizou quase na pequena área. Cassio tentou, em vão, impedir Ernando de cruzar e por isso nem conseguiu retornar para ao menos ficar embaixo das traves.
A bola bateu no braço de Uendel, que não quis tocar na bola, assim, para evitar o gol.
Eis a questão.
Isso não é pênalti no futebol tradicional. Mas, no padrão atual, um monte de infrações similares são marcadas.
Por isso, reitero pela enésima vez, que as recomendações da Fifa e da comissão dirigida por Sergio Correa são ruins para o esporte, pois quase tudo pode e quase nada é certo ou errado na.interpretação de tais lances.
A regra diz que não pode tocar de maneira deliberada com a mão ou o braço.
Não cita local do gramado.
Avaliar a intensão do atleta no lance gera menos polêmicas que definir com base em algo que ninguém até hoje elucidou de maneira simples de ser compreendida na prática.
Como houve uma jogada similar no ataque do Alvinegro e Jailson Macedo Freitas considerou normal, nenhuma das agremiações pode reclamar que foi prejudicada.
Individualidade
Os times continuaram tentando o gol e alternaram pequenos momentos de superioridade depois do intervalo.
Mas tinham dificuldade de criar a grande oportunidade.
Argel colocou o Rafael Moura, aos 25, no lugar de Vitinho, pois queria fortalecer a jogada aérea.
Tite, quase em seguida, optou Romero e a saída de Malcom.
Nenhum dos treinadores pensou que o zagueiro Paulão daria o drible da vaca em Edilson ( entrou logo aos 14 minutos da partida porque Uendel se machucou) e cruzaria na medida para Valdívia, na área, chutar forte e comemorar junto com a torcida.
Depois o Internacional recuou, o Corinthians foi para cima e por não conseguir entrar tabelando no sistema de marcação, investiu nos cruzamentos.
Silva e Cristian entraram respectivamente nos lugares de Valdívia e Ralf.
Até o final, o Alvinegro ficou levantando bolas na área e perdendo as divididas, por cima, para os atletas do Internacional.
Complemento
Chamo a atenção para a superioridade do time de Argel na jogada aérea.
O gol de empate foi assim, teve outro anulado porque houve o impedimento de Réver, e ganhou, atrás, quase todos os cruzamentos que o Alvinegro fez.
Ficha do jogo
Internacional – Alisson; William, Réver, Paulão e Ernando; Rodrigo Dourado, Nilton, Wellington (Lisandro); Alex; Valdívia (Silva) e Vitinho (Rafael Moura)
Técnico: Argel
Corinthians – Cássio; Fagner, Felipe, Gil e Uendel (Edilson); Ralf (Cristian); Jadson Elias, Renato Augusto e Malcom (Romero); Vagner Love
Técnico: Tite
Árbitro: Jailson Macedo Freitas (BA) – Assistentes: Fabiano da Silva Ramires (ES) e Marcos Welb Rocha de Amorim (BA)