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Conselheiros expõem desconfiança contra Aidar em moção; veja documento
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birner

De Vitor Birner

Abílio Diniz foi convidado por Carlos Augusto de Barros e Silva, presidente do Conselho Deliberativo, para falar na Reunião do Conselho Deliberativo, segunda-feira, no Morumbi.

O empresário fez um discurso entusiasmado em defesa da do São Paulo. Falou sobre a necessidade de o clube resgatar suas tradições, ter transparência e controle de governança.

Se disse entristecido, pois quer cooperar e o presidente Carlos Miguel Aidar, que foi à reunião, não aceita.

Quando terminou a fala, o conselheiro Rodrigo Gaspar propôs a criação de uma comissão de auditoria e a contratação de uma empresa, que Abílio Diniz custeará, se for uma das quatro maiores do mercado, para auditar as contas do clube.

Ambas foram aprovadas por unanimidade (no conselho do São Paulo o sistema é o 'senta e levanta' para indicar a posição de cada integrante), inclusive com os votos de Carlos Miguel Aidar e de seus apoiadores.

Abílio Diniz se retirou depois, pois tinha que viajar para lidar com seus negócios particulares, e a reunião continuou.

Comissão

A comissão interna de auditoria será formada por 7 membros do conselho.

Marcos Francisco de Almeida, Mario Quesada e Onofre Bocuzzio, indicados pela situação, Rodrigo Gaspar, José Inocêncio e Joáo Veiga, indicados pela oposição, e Carlos Augusto de Barros Silva por ser presidente do Conselho Deliberativo.

Moção

Pouco antes do término da reunião, a oposição apresentou uma moção de desconfiança sobre a gestão de Aidar.

Ela tinha assinaturas de 62 conselheiros, entre eles alguns importantes como Marco Aurélio Cunha, Roberto Natel, Ricardo Natel, Laerte Natel, Juvenal Juvêncio, Kalef João Francisco, José Francisco Manssur, Itagyba Francez, Danilo Decoussau e Tércio Molica, que pertencem a grupos políticos distintos do clube.

Eles querem uma série de esclarecimentos, tal qual o documento enviado pelo Tercio Molica, por email, a outros conselheiros, mostra.

No trecho do email, que reproduzo a seguir, o conselheiro cita as competências do Conselho Deliberativo:

l) cassar-lhes o mandato ou discutir e votar moção de desconfiança ao Presidente da Diretoria ou Presidente do próprio Conselho;”
 
portanto o documento esta conforme nossa Lei maior e como poderão ver, pleno de justificativas que embasam e fundamentam a proposta.
 
Precisamos resgatar o passado de glórias e tradições do SPFC e a consciência e a obrigações, direitos e principalmente deveres do Conselho Deliberativo.

Negativa

Durante a reunião do conselho, assim que soube da moção, Carlos Miguel Aidar, mesmo sem ter se inscrito para falar tal qual o protocolo do órgão exige, pediu a palavra.

Carlos Augusto de Barros e Silva concedeu, e o presidente do clube quis que fosse votada imediatamente.

Carlos Augusto de Barros e Silva não aceitou que fosse apreciada, naquele momento, por achar que todos os conselheiros devem recebê-la para ler, com atenção, e refletir sobre os argumentos no texto.

Pretende colocá-la na pauta da próxima reunião que, em tese, será em dois meses.

Cresceu

Desde a segunda-feira, mais 10 conselheiros assinaram a moção de desconfiança contra a gestão de Carlos Miguel Aidar.

Truco

Há a possibilidade, pelo estatuto, de 50 conselheiros se unirem, a pedido de Aidar, para requerer a convocação de nova reunião, antes, especificamente para o conselho deliberar sobre matéria específica.

A ideia de Carlos Miguel Aidar é diminuir a possibilidade de acontecer o estrago,  porque será necessário que 75% do total de conselheiros eleitos e vitalícios compareçam à reunião e votem favoravelmente à moção.

Quem quer aprová-la, necessita mais tempo para articular o que deveria ser apenas uma escolha de cunho ideológico e ético, de acordo com as convicções de cada indivíduo.

Na última reunião do conselho, não havia, ao todo, 180 conselheiros.

Mesmo assim, Carlos Miguel Aidar tenta acelerar a votação da moção.


Palmeiras sofreu, São Paulo oscilou e Fluminense foi gigante
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De Vitor Birner

No Maracanã

O São Paulo, maior favorito da noite na Copa do Brasil, jogou mal antes do intervalo. Os erros de passe e de marcação na saída de jogo foram as maiores dificuldades.

Jorginho, ciente que o placar no Morumbi não serviria para manter o time de Juan Carlos Osorio atrás, investiu no contra-ataque ao escalar os rápidos Emanuel Biancucchi, Herrera e Riascos.

O colombiano, em jogada que fazia parte dos planos do treinador, foi acionado na lacuna deixada por Lyanco, aproveitou a confusão no sistema de marcação para chutar em frente ao Rogério Ceni, o goleiro deu rebote e o cruz-maltino comemorou.

Depois do intervalo, com Bruno e Ganso nos lugares de Lyanco e Wilder, o São Paulo melhorou muito a qualidade de passe no meio de campo, entrou na área vascaína tabelando, empatou com Centurion após a assistência de Pato, e eliminou a possibilidade de a zebra se impor.

Se tomasse o 2×0, talvez a parte psicológica ficasse muito favorável à agremiação de Jorginho.

A ficha do jogo:

Vasco – Jordi; Jean Patrick, Jomar, Anderson Salles e Christiano; Guiñazu, Serginho e Lucas; Emanuel Biancucchi (Romarinho); Herrera (Rafael Silva) e Riascos (Renato Kayser)
Técnico: Jorginho

São Paulo – Rogério Ceni; Lyanco (Bruno), Rodrigo Caio, Lucão e Reinaldo; Thiago Mendes, Wesley, Carlinhos (Hudson);    Wilder (Ganso), Centurión e Alexandre Pato
Técnico: Juan Carlos Osorio

Árbitro: Marielson Alves Silva (BA) – Assistentes: Elicarlos Franco de Oliveira e Marcos Welb Rocha de Amorim

Na Allianz Arena 

O Alviverde confirmou a classificação com muita dificuldade.

Os treinadores sabiam quais seriam as propostas coletivas que teriam de enfrentar, pois ambos os times são dependentes de contra-ataques, jogadas pelos lados e cruzamentos.

Mesmo assim, não conseguiram neutralizar, tal qual pretendiam, essas virtudes.

O Palmeiras fez 1×0 como zagueiro Vitor Hugo, de cabeça, após cobrança de escanteio, e ampliou no pênalti, mal marcado por Wilton Pereira Sampaio, chutado com precisão por Zé Roberto.

O Internacional tinha levado azar, antes do segundo gol, quando Nilton, depois do escanteio, cabeceou na trave.

A impressão de quase todos foi que o resultado tornaria o jogo cômodo para os palmeirenses.

Mas houve algo atípico.

Anderson, normalmente pouco competitivo , tomou a bola no meio de campo (os palmeirense reclamam que cometeu a infração porque levantou muito o pé), tentou dar o passe, ela sobrou para ele finalizar e fazer seu primeiro gol desde quando chegou ao Beira-Rio.

O ambiente, em campo, foi alterado por isso.

O internacional, melhor após o intervalo, ganhou mais moral, e o Palmeiras, mal na troca de passes, ficou apreensivo.

Alex bateu a falta na área, Dourado, impedido por centímetros, em lance muito difícil para o auxiliar, desviou e Lizandro Lópes, na pequena área, aos 28, igualou.

No minuto seguinte, Andrei Girotto, que havia entrado no lugar de Amaral apenas porque o titular tomou o amarelo,  de cabeça, novamente em cruzamento, fez o gol que garantiu a classificação no jogo cheio de erros dos times, da arbitragem e lotado de emoções.

Eis as escalações:

Palmeiras – Fernando Prass; Lucas, Jackson, Vitor Hugo e Zé Roberto; Amaral (Andrei Girotto) e Arouca; Dudu, Robinho (Rafael Marques) e Gabriel Jesus (Allione); Barrios
Técnico: Marcelo Oliveira

Internacional – Alisson; William, Paulão, Réver e Ernando (Rafael Moura); Rodrigo Dourado (Taiberson) e Nilton; Valdívia, Anderson (Alisson Farias) e Alex; Lisandro López
Técnico: Argel Fucks

Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO) – Assistentes: Fabricio Vilarinho da Silva (Fifa-GO) e Cristhian Passos Sorence (GO)

Normal a classificação do Fluminense

Tal qual citei antes do jogo de ida, o favoritismo do Grêmio era pequeno.

O empate por 0x0 o tornou ainda menor.

Depois da rescisão de Ronaldinho, o Fluminense foi muito obediente na parte tática.

O maior mérito foi a melhora do sistema de marcação.

O Grêmio ficou dependendo de chutes de média distância e dos cruzamentos.

Além disso, o volume de jogo ofensivo do time de Eduardo Baptista cresceu.

O gol de Fred, no cabeceio preciso, típico de quem é um dos maiores especialistas nas finalizações em clubes nacionais, após o cruzamento de Marcos Junior transformou a agremiação das Laranjeiras, aos 39 minutos, na maior candidata para chegar à semifinal.

O lance começou numa retomada de bola do Fluminense, no meio de campo, o que mostra como o sistema defensivo foi relevante para a classificação.

Após o intervalo, os gremistas, mais na raça que na técnica ou com organização tática capaz de desmontar o sistema defensivo, cresceram, mas continuaram com as mesmas dificuldades na criação de grandes oportunidades.

Igualaram aos 29, após um dos vários lançamentos, por cima, na área, que sobrou para Bobô acertar a bela finalização.

Depois Fernandinho, noutro cruzamento, de cabeça, teve a única oportunidade de conseguir a virada.

Não consigo acompanhar tantos jogos, juntos, com a atenção que aprecio.

A minha impressão foi que os cariocas fizeram a melhor apresentação entre todas as agremiações na quarta-feira de Copa do Brasil.

Eis as formações:

Grêmio – Marcelo Grohe; Galhardo, Rafael Thyere, Erazo e Marcelo Oliveira; Walace (Bobô), Edinho, Giuliano e Douglas (Fernandinho); Luan e Pedro Rocha (Maxi Rodríguez)
Técnico: Roger Machado

Fluminense – Diego Cavalieri; Jean (Higor Leite), Gum, Marlon e Léo; Pierre e Cícero; Marcos Júnior (Osvaldo), Gérson (Douglas) e Gustavo Scarpa; Fred
Técnico: Eduardo Baptista

Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG) – Assistentes: Guilherme Dias Camilo (Fifa-MG) e Márcio Eustáquio Santiago


São Paulo deveria aumentar o poder e o salário de Juan Carlos Osorio
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De Vitor Birner

A direção do São Paulo continua no seu mundo de incompetência, onde os melhores funcionários são criticados ou demitidos, e nesse último caso substituídos por quem exerce o dever em nível mais baixo.

Gustavo Vieira de Oliveira, idealizador das contratações de Juan Carlos Osorio, Michel Bastos, Thiago Mendes e troca de Alexandre Pato por Jadson, quando o meia não queria mais ficar no Morumbi após desavenças com importantes personagens no CT da Barra Funda, recebeu o bilhete azul e Jose Eduardo Chimello, que pouco faz e não brecou, por exemplo, a contratação polêmica de Iago Maidana, o substituiu.

Nos bastidores da CBF, dizem que a tendência é que o clube será impedido de contratar durante uma 'janela' por causa do erro. Como a influência política, aqui, pesa mais que a legislação em alguns momentos, talvez, nos bastidores, seja possível reverter o cenário.

Era mais fácil não ter conduzido a negociação de maneira supostamente irregular.

Antes, com o advogado Carlos Ambiel, o São Paulo conseguiu, na Justiça, a proeza de superar obstáculos políticos no entrevero com Oscar e colocar R$ 19 milhões no caixa. Hoje, quem cuida de transferência sob o ponto de vista legal, comete falha simples de trazer em condição supostamente irregular.

O tal do conselheiro

Ataíde Gil Guerrero falou com a Radio Jovem Pan e cobrou Juan Carlos Osorio garanta a permanência. Reclamou que tem sido cobrado pela direção, além de fazer explanações técnicas sobre os atletas negociados e determinar quais eram titulares, mesmo após o treinador fazer rodízio e valorizar o elenco do clube.

O homem forte do futebol poderia revelar quem mandou a tal da mensagem por whatsapp, aquela que gerou sua entrevista coletiva após a reunião na qual o treinador quase foi embora.

Talvez um dia confirme que a mensagem de whatsapp após a derrota para o Flamengo, mandando o técnico parar de inventar (sobre escalações e tática), foi enviada por alguém com enorme poder no clube.

Dentro do CT da Barra Funda e do Morumbi, inclusive na diretoria, citam um nome.

Como não consigo confirmar, ele continuará apenas entre as paredes da instituição.

Muito pouco para tanto

É preciso ter o número do treinador, que não é figura carimbada no São Paulo e por isso pouco conhece os integrantes do conselho, para contactá-lo.

Se fosse um conselheiro que não possui alto cargo na gestão o autor daquilo que irritou o técnico e o fez pensar, de novo, na possibilidade de ir embora, provavelmente alguma medida teria sido tomada.

Logo após o whatsapp, Ataíde Gil Guerrero deu entrevistas sobre o tema, declarou apoio ao funcionário e, ao ser questionado a respeito de quem foi, disse que o treinador não quis contar, mas confirmou que era conselheiro.

Juan Carlos Osorio, além de não ter a menor preocupação com um conselheiro estranho e de pouco prestígio, nem sabe direito quem são os 240 integrantes do órgão que tem por obrigação fiscalizar a gestão.

O vice de futebol 'fala grosso', mas, dessa vez, decidiu guardar para si quem enviou a bobagem futebolística pela ferramenta internética.

Treinador escolhido por Ataíde e Gustavo

O cartola queria a chegada do colombiano e ela foi aceita apenas porque topou demitir Gustavo Vieira de Oliveira.

O próprio Ataíde Gil Guerrero, naquela entrevista para prestar apoio ao treinador, afirmou:

''Após a derrota para o Flamengo, ele recebeu uma mensagem por whatsapp de um conselheiro que o deixou bastante chateado. Mas tudo foi resolvido. Estamos satisfeitos com ele. O Osorio, desde quando buscávamos o técnico estrangeiro, era uma das opções. Fazer a imprensa e os meus pares aceitar não foi fácil'',

Para marcar território em frente da mídia, até o chefe decidiu decidiu peitar.

''Quem manda no futebol sou eu. O presidente tem todo o direito de me substituir. Enquanto eu estiver aqui, eu mando e não aceito ingerência de diretor ou qualquer conselheiro''

Blablablá ruim para o São Paulo

Ataíde Gil Guerrero cobra caráter de Juan Carlos Osório.

Depois do desmanche assim que o treinador chegou, que foi uma quebra de confiança por não ter sido comentado durante as tratativas para trazê-lo, da tal mensagem e doutros episódios internos, é lógico que o colombiano deve pensar na própria carreira.

Se coloque no lugar dele.

Desconfiar que as promessas feitas por seus patrões sejam cumpridas é sinal de mínima inteligência.

Não sou juiz do mundo e tampouco me encarrego da prepotente autoridade de julgar o caráter alheio, pois defeitos todos têm e e nem conheço os personagens citados, mas, profissionalmente, se há alguém em dívida, e muito, é a direção com o treinador.

Oportunidade de se redimir e privilegiar o time

Em vez de cobrar algo de Juan Carlos Osorio, além das questões táticas, técnicas e de administração do elenco nas quais ele tem dado uma goleada de competência se comparadas com o que os cartolas realizam no Morumbi, melhor seria fazer algo para reconstruir a confiança quebrada pela cartolagem.

Não adianta apenas prometer algo quando o técnico pode ter a oportunidade de realizar o sonho pessoal de dirigir seleção capaz de chegar ao Mundial.

No lugar de Ataíde Gil Guerrero, ofereceria, ainda hoje, aumento salarial ao Juan Carlos Osorio, a prorrogação do contrato por, no mínimo, mais 3 anos, e enorme aumento de poderes sobre todo futebol da instituição.

Além de exercer a função atual, o colombiano teria maior ingerência sobre as categorias de base, com direito de escolher métodos de treinamentos e técnicos para Cotia.

Os atletas subiriam ao profissional com menor dificuldade na execução de fundamentos básicos do esporte, em especial o passe, jogariam com facilidade em mais de uma posição, e teriam maior leitura das necessidades do time em campo.

O clube estabeleceria uma filosofia de futebol ofensivo, que prioriza o toque de bola, a marcação adiantada, e a imposição pela qualidade individual em prol do coletivo.

Teria cara e personalidade próprias, determinaria seu estilo, construiria pilares para formação de uma identidade futebolística que a maioria da torcida gosta.

Tom e semblante

Postei, no início de julho, sobre a frustração do treinador.

O desmanche não anunciado e os atrasos salariais de jogadores dificultavam muito a imposição do que pretendia e lhe arrancaram o sonho de ser campeão brasileiro.

Outros episódios posteriores tornaram maior a insatisfação.

É só olhar uma entrevista dele pela televisão no primeiro mês de clube, e compará-la com as últimas para notar que a decepção se transformou em raiva.

O impacto entre aceitar a oferta por crer que o São Paulo é o clube mais organizado do continente (já foi e se fizer tudo direito pode ficar entre os melhores geridos) e o que passou desde quando pisou lá, o fizeram desabafar sobre os problemas internos.

Silêncio e apoio

Muitos atletas do elenco, em especial os mais experientes, têm o mesmo sentimento em relação aos gestores, pois houve atrasos salarias após promessas de pagamento, meses atrás, e conhecem o noticiário com as trapalhadas da administração de Carlos Miguel Aidar.

Se alguém tem alguma dúvida a respeito de qual lado os atletas preferem, basta olhar como o desempenho da maioria melhorou sob as orientações do colombiano, e os que pioraram um pouco mostram raça e comprometimento para oferecerem o melhor que podem ao São Paulo.


São Paulo foi muito melhor que o Palmeiras
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De Vitor Birner

São Paulo 1×1 Palmeiras

O time do Morumbi foi muito superior.

Antes e depois de conseguir o gol, não permitiu que Rogério Ceni fizesse uma intervenção digna de ser destacada.

Quando quis atacar, finalizou diversas vezes; e na hora de se fechar, os atletas de linha quase neutralizaram completamente o sistema ofensivo de melhor desempenho no torneio.

No último lance do clássico, seu atleta mais experiente inventou, falhou na reposição e Robinho o encobriu, tal qual fizera noutro clássico.

Dono de história rica e que não será apagada,  mas instável embaixo das traves e ineficaz ao liderar os elencos nos últimos anos, na hora de explicar o que houve, falou, na saída de campo, um minuto após falhar e tirar seu time do grupo de classificados à Libertadores, além de derrubar o brilhante planejamento de Juan Carlos Osorio, que o time se propõe a sair jogando, quis chutar para a lateral e a bola tocou no marcador (Alecsandro), e que isso foi azar e acontece.

Naquele momento, último lance do jogo,  sabia que um simples chute para longe garantiria os importantes pontos.

Os são-paulinos que o colocam acima da camisa não devem reclamar de nada.

A idolatria desmedida (aquela que torna o personagem mais importante que o clube) contribuiu para o Alviverde sair do gramado feliz.

Foi o tal empate com sabor distinto para ambas as agremiações.

O de derrota ficou para o São Paulo.

Ousado

O time do Morumbi marcou na frente, trocou passes no campo de ataque e teve a iniciativa de tentar o gol.

O treinador posicionou Pato e Michel Bastos, pelos lados, e Rogerio, como centroavante, entre eles; Ganso, na meia, e Carlinhos e Thiago Mendes, os volantes, ambos com qualidade no trato da bola.

Esses foram os pilares do sistema ofensivo.

O lateral Bruno apoiou, quando possível, e Matheus Reis pouco fez porque o Palmeiras tem nos cruzamentos e jogada aérea sua principal virtude.

Conservador

Rafael Marques e Gabriel Jesus, abertos, e Robinho, centralizado, no trio de criação do 4-2-3-1.

Lucas Barrios adiantado, Andrei Girotto e Thiago Santos como volantes.

O time quis investir nos lances de ataque pelos lados, por isso, nas raras vezes que o Alviverde foi à frente, Lucas e Egídio, os laterais, avançaram.

A proposta de Marcelo Oliveira foi a de que tem colocado em prática.

Pede ao time para marcar atrás, aguardar  oportunidade no contra-ataque e investir nos cruzamentos.

Andamento

Nos 25 minutos iniciais, o São Paulo finalizou 7 vezes,  exigiu difíceis intervenções de Fernando Prass (o melhor do Alviverde no jogo) e transformou seu goleiro em torcedor, pois ele não precisou fazer nada em campo.

Com meia hora de jogo, o Alviverde finalmente criou algo interessante. No seu lance mais forte, pelo lado, conseguiu o cruzamento e Robinho cabeceou no travessão.

Erros

Fernando Prass talvez tenha tocado com a mão na bola ao sair da área.

É muito difícil saber se houve a infração e exigir que Marcelo Carvalho Van Gasse tenha convicção que aconteceu, ou não, a falta, é errado com ele.

Houve duas outras falhas, ao levantar o instrumento para marcar impedimento de Rogério quando nem chegou a participar do lance como as regras vigentes determinam, por isso Anderson Daronco desconsiderou, e o de Alexandre Pato, que sairia na cara do gol ou colocaria alguém lá, ambas mais simples de serem, e ele se equivocou.

O Palmeiras tem motivo para reclamar. .

Mateus Reis fez a falta em Gabriel Jesus, recebeu o merecido amarelo, mas Rafael Marques ficou em frente ao Rogério Ceni e a jogada foi interrompida por Anderson Daronco.

Invenção para quem não enxerga o futebol

A maior dificuldade de Carlinhos é marcar atletas velozes no mano a mano.

Ele é melhor com a bola.

Por isso rende mais como meia ou volante.

Passou pelas duas funções, no clássico, e terminou na lateral.

Jogando no meio de campo, fez o gol, de direita, tal qual Juan Carlos Osorio havia planejado.

Sempre que alguém critica o treinador, citando a posição original, e não explica as características (virtudes e feitos) futebolísticas do jogador, emite sons que não têm conteúdo.

Provavelmente, quem chama o treinador de Prof Pardal é incapaz de elucidar tecnicamente essa observação.

Mexidas

Depois do gol, o São Paulo recuou um pouco e o Palmeiras foi para cima.

Marcelo Oliveira tinha soltado mais o time depois do intervalo, quando Andrei Girotto, mal em campo, saiu para João Pedro entrar na lateral-direita e Lucas passar a exercer a função de volante, pois era fundamental melhorar a qualidade da saída de bola.

O aumento da frequência palmeirense na meia apenas criou maiores lacunas para o time de Osorio investir no contra-ataque.

Michel Bastos havia se machucado e Wilder o substituiu.

Lucas Barrios, isolado e por isso sumido, deu lugar ao Alecsandro que, por conta da necessidade coletiva, saiu muito da área para tentar as tabelas.

Em seguida, Marcelo Oliveira colocou Kelvin no lugar de Lucas, alterando o esquema tático para o 4-1-4-1 com flutuação ao 4-1-3-2, tal qual optou quando o time perdia para o Internacional na Copa do Brasil.

Rafael Marques passou a atuar centralizado, onde podia criar lances e entrar na área, como 'segundo centroavante, pois o reserva e Gabriel Jesus atuaram pelos lados, e Robinho continuou na meia.

Osorio mandou Lyanco entrar, pois precisava fortalecer o meio de campo, em especial em frente aos laterais, e Pato, discreto, ir descansar.

Mateus Reis, pendurado com o amarelo, deu lugar ao Wesley e Carlinhos foi à lateral.

O sistema de marcação quase conseguiu anular a criação palmeirense.

Nem pelas houve teve lacunas para fazer os cruzamentos.

Apenas uma vez, Kelvin, dentro da área, achou a brecha para chutar e o fez muito longe das traves.

Empate

O gol aconteceu quando o Palmeiras competia por inércia.

Não esboçava capacidade de se impor.

Era mais fácil tomar outro no contra-ataque do que fazer o dele.

Mas terminou de um jeito que satisfez a maioria de seus torcedores.

Conseguiu o empate depois de ter jogado mal, na falha de Rogério Ceni, e dentro do Morumbi.

Vale ressaltar a qualidade na finalização de Robinho.

Foi mal no jogo e terminou como herói do empate.

Anjos de patas

Os jogadores do São Paulo entraram em campo com cachorros, antes do clássico, pois o clube quer incentivar a adoção desses nossos irmãos da natureza que conseguem perdoar incondicionalmente e amam o tutor apenas porque foram acolhidos, não por questões financeiras, raciais, estéticas ou quaisquer outras.

Tem sido raro a direção do clube merecer elogios e, neste caso, faz jus a muitos.

Ficha do jogo

São Paulo – Rogério Ceni; Bruno, Rodrigo Caio, Lucão e Matheus Reis (Wesley); Carlinhos, Thiago Mendes e Paulo Henrique Ganso; Michel Bastos (Wilder), Rogério e Alexandre Pato (Lyanco)
Técnico: Juan Carlos Osorio

Palmeiras – Fernando Prass; Lucas (Kelvin), Jackson, Vitor Hugo e Egídio; Thiago Santos e Andrei Girotto (João Pedro); Rafael Marques, Robinho e Gabriel Jesus; Lucas Barrios (Alecsandro)
Técnico: Marcelo Oliveira

Árbitro: Anderson Daronco (Fifa-RS) – Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho (Fifa-SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (Fifa-SP)


São Paulo conseguiu o resultado que precisava contra o esforçado Vasco
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De Vitor Birner

São Paulo 3×0 Vasco

O time de Juan Carlos Osorio deu enorme passo para chegar à semifinal.

Alexandre Pato de novo foi fundamental para o resultado positivo.

Além dele, Michel Bastos, Thiago Mendes e Breno aturam de maneira elogiável.

O Vasco saiu de trás apenas depois de tomar o gol.

Jorginho foi tentando, com alterações táticas e de atletas, otimizar o sistema ofensivo, principalmente após o intervalo.

Não tem no elenco atletas tecnicamente capazes de melhorarem muito aquilo o desempenho coletivo.

Isso, mais a margem de gols na derrota e o fato de a prioridade ser a fuga do rebaixamento, tornam muito complicada a missão vascaína. ,

A agremiação do Morumbi terá o contra-ataque e o colombiano com jogadores rápidos para tais lances.

Terá que tomar 5 gols caso consiga a obviedade de fazer o seu ao menos mais uma vez.

Será um feito vascaíno, e uma afinada ainda maior são-paulina se o favoritismo não for confirmado.

Propostas

Juan Carlos Osorio posicionou o 4-2-3-1. Queria o apoio de ambos os laterais, por isso optou por Carlinhos ao invés de Mateus Reis.

Michel Bastos e Alexandre Pato, pelos lados, e Ganso, entre eles, formaram o trio de criação. O planejamento respeitou as características dos atletas na parte ofensiva.

Michel Bastos e Alexandre Pato carregam a bola na diagonal e abrem o corredor para os laterais. Ganso, o meia, tinha que tabelar com eles ou entrar na área para finalizar porque a dupla de zaga vascaína ficou atenta ao Luis Fabiano.

Como quase sempre, pediu marcação na saída de bola.

Jorginho adotou esquema tático igual, mas com características muito distintas.

O sistema de criação do Vasco teve Andrezinho e Bruno Gallo pelos lados, e Nenê, entre eles, no trio, mas a ideia não era trocar passes na meia.

Os jogadores tinham que ficar da linha do meio de campo para trás, congestionar o campo de defesa e fazer o lançamento longo para Herrera, o centroavante,e, em tese, ao Nenê.

Sabia que o São Paulo teria a iniciativa, marcaria, se possível, com os 10 atletas adiantados, abriria lacunas entre seus zagueiros e Rogério Ceni, e elas ofereciam a possibilidade de o cruz-maltino contra-atacar.

Andamento

O 4-2-3-1 do Vasco, na prática, foi o 4-5-1.

Andrezinho e Bruno Gallo ficaram em frente aos laterais. Nenê 'quase' se transformou em volante.

O time de Juan Carlos Osorio teve dificuldade para superar o bloqueio.

Bruno e Carlinhos, no apoio, foram menos contundentes e eficazes que o treinador queria.

Os jogadores do trio de criação não inverteram as funções.

De qualquer maneira, a equipe do Morumbi mandou no jogo e precisou, como era previsto, ficar atentas aos raros lançamentos longos para Herrera, .

Pato alterou tudo

Aos 25, Alexandre Pato, pela primeira vez, se mexeu para receber a bola no centro.

Os vascaínos aparentemente não entenderam e ele, de longe, acertou o chute forte.

O gol transformou o jogo.

O time de Jorginho optou por sair de trás.

Poderia ter sido mais

O São Paulo passou a ter brechas para o contra-ataque.

Michel Bastos, apesar da atuação convincente, perdeu a oportunidade de ampliar.

O pior, na frente, foi Luis Fabiano, constantemente impedido e afobado na hora de chutar.

No rebote de uma das finalizações dele, Alexandre Pato, 10 minutos após fazer o gol, comemorou de novo.

Mexeram

Reinaldo no lugar de Carlinhos para reforçar a marcação na lateral e permitir que Alexandre Pato não precisasse recuar tanto, pois era óbvio que o Vasco iria para cima e as lacunas para o contra-ataque são-paulino ficariam maiores.

Julio dos Santos na vaga de Rafael Vaz, pois era fundamental otimizar a capacidade de criação para os vascaínos fazerem o gol.

Os treinadores mexeram nos times e a partida, após o intervalo, foi outra.

Principalmente porque Jorginho adiantou todo sistema defensivo para tentar retomar a bola na frente.

A mexida tática dele, ao posicionar o 4-1-4-1 ofensivo em vez do 4-2-3-1 defensivo, aumentou o pobre repertório criativo e abriu enormes brechas para lidar com os contra-ataques.

Pouco depois, Wesley entrou no lugar de Bruno, que não deu conta dos desarmes na lateral, Thiago Mendes – um dos melhores em campo – foi deslocado para ao lado direito da defesa e o reserva fez a função que cabia ao volante titular.

Jorginho, em seguida, mandou Thalles ao gramado e tirou Bruno Gallo.

Alguém faria o gol

A posse de bola ofensiva do Vasco cresceu.

Mas Serginho, Rodrigo e Luan encararam Alexandre Pato, Luis Fabiano e mais alguém (dependendo do lance), em diversos momentos.

O jogo ficou aberto e propício para uma das agremiações conseguir o gol.

Luis Fabiano, após driblar Serginho e ficar em frente ao goleiro uruguaio, tocou no canto direito, mas não na direção certa.

O time de Jorginho insistiu nos cruzamentos por baixo e por cima.

Chutou sempre que houve a menor lacuna para tal.

Fez o possível para cavar o pênalti em qualquer contato na área.

Faltou qualidade na execução dos lances.

Riascos no lugar do Herrera foi a última tentativa do técnico.

Alexandre Pato pediu para sair e Wilder entrou na direita, por isso Michel Bastos foi para o outro lado.

O colombiano, aos 30, driblou o marcador e cruzou para Luis Fabiano, de 'peixinho', fazer o dele.

Impacto quase nulo 

O centroavante, no choque normal logo depois, saiu do gramado machucado, e obrigou seu time a atuar com um a menos, pois Juan Carlos Osorio não podia mais mexer.

Nem assim o Vasco melhorou no jogo.

Julio dos Santos, de cabeça, perdeu a principal oportunidade de conseguir o importante gol, que diminuiria a complicada missão de chegar à semifinal do torneio.

Ficha do jogo

São Paulo – Rogério Ceni; Bruno (Wesley), Rodrigo Caio, Lucão e Carlinhos (Reinaldo); Breno e Thiago Mendes; Michel Bastos, Ganso e Alexandre Pato (Wilder); Luis Fabiano
Técnico: Juan Carlos Osorio

Vasco – Martín Silva; Mádson, Rodrigo, Luan e Júlio César; Serginho e Rafael Vaz (Julio dos Santos) ; Andrezinho, Nenê e Bruno Gallo (Thalles); Herrera (Riascos)
Técnico Jorginho

Árbitro: Wilton Pereira Sampaio – Assistentes: Bruno Pires e Cristhian Passos Sorence


Pitacos e palpites sobre os jogos da Copa do Brasil
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birner

De Vitor Birner

Internacional x Palmeiras

O time de Argel é muito conservador na parte tática. Desde a chegada do treinador, a única vez investiu em marcação na saída de bola e chegada na frente com vários atletas foi quando ganhou do Corinthians.

No 1×0 diante do Palmeiras, mesmo depois de ficar com um jogador a mais, continuou com o sistema defensivo inteiro da linha que divide o gramado para trás. Não sei se isso tem a ver com preferência do treinador ou incapacidade da equipe por conta de desgaste físico ou falta de entrosamento.

O Palmeiras tem dificuldade de fazer a transição ao ataque, trocando passes, desde a perda de Gabriel. Depende muito de lançamentos longos e a sua jogada aérea, no ataque, é forte.

Por isso força os lances pelos lados.

Terá Dudu e Gabriel Jesus, se Marcelo Oliveira quiser, o que aumenta a velocidade e a capacidade de criação.

A tendência é de um jogo truncado, fechado, como o último entre as agremiações.

A lógica, que nem sempre acompanha o futebol, diz que não há favorito. A única zebra possível será uma goleada, tanto faz para quem.

Palpite: Empate

Comentarei, ao vivo, no Placar do Uol Esporte.

Figueirense x Santos

Não creio que o Figueirense irá para cima. O contra-ataque do Santos é muito forte.

O time de Hudson Coutinho tem atuado com o trio de volantes e Rafael Bastos na meia. Isso exige o apoio dos laterais e pode abrir lacunas quando avançarem.

Não duvido que o treinador tire um dos atacante para fortalecer o meio de campo, ou que exija o constante recuou de um deles para acompanhar os avanços do lateral ou volante santista.

Pelos lados, a equipe de Dorival Jr é forte e rápida.

Por isso, creio na postura cautelosa de quem, em tese, deveria tomar a iniciativa ofensiva por atuar diante de seus torcedores.

A lógica, que nem sempre acompanha o futebol, diz que o time da Vila Belmiro é favorito.

Palpite: Santos

São Paulo x Vasco

O time de Juan Carlos Osorio ainda carece de maior regularidade e estabilidade coletiva. Quando consegue fazer o que o treinador quer, é competitivo e elogiável. A questão é saber como atuará nessa noite.

Os vascaínos não têm qualidade técnica para igualar tal desempenho, mas nos 5 últimos jogos seus resultados são superiores aos do time do Morumbi.

A agremiação de Jorginho mostra futebol, hoje,  melhor que sua posição na tabela do torneio de pontos corridos.

O jogo provavelmente terá o São Paulo com mais posse de bola e presença no campo de ataque.

Resta saber se irá aproveitar isso e transformar no resultado que o torcedor sonha, ou se os cruz-maltinos irão explorar as brechas que ficam atrás, além de eventuais erros de marcação nos cruzamentos, para conseguirem ganhar.

Não creio que será uma daquelas partidas chatas, onde o marasmo prevalece e a lentidão irrita.

A lógica, que nem sempre acompanha o futebol, diz que Pato, Michel Bastos e cia têm pequeno favoritismo.

Palpite: São Paulo

O clássico nacional terá post aqui no blog.

Fluminense x Grêmio

O time das Laranjeiras é uma incógnita. Dono do pior desempenho, entre todos da primeira divisão no país, desde o início do returno, possui elenco melhor que seu futebol atual.

Não é brilhante, mas pode render mais.. Passa a impressão que há problemas entre os atletas, ou entre eles e a direção, ou ambos.

O Grêmio, taticamente, é consistente. Oscila pouco nisso e, sob a direção de Roger Machado, não sabe o que é apatia. Com Maicon e Douglas, ganha qualidade de passe no meio de campo.

Creio que Eduardo Baptista dirá para sua equipe ir para cima.

Para obter sucesso, não poderá perder a posse de bola na região central do gramado, além de ficar atento aos contra-ataques, pois Giuliano, Luan e Fernandinho estão à disposição para o jogo.

A lógica diz que os gremistas têm pequeno favoritismo.

Palpite: Empate


Rivellino recusaria convocação para seleção; o craque concorda com Rafinha
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De Vitor Birner

Os bate-papos com Rivellino, inclusive longe dos microfones, me mostraram o enorme, indescritível com palavras, orgulho do craque por ter atuado na seleção brasileira.

Lembro aos incrédulos ou críticos, que jogar pela equipe nacional não era trampolim para trocar de clube ou ganhar mais dinheiro.

Satisfação pessoal, realização de sonho de pertencer aos minúsculo grupo dos melhores atletas de futebol do mundo motivavam, e muito, a quase absoluta maioria dos jogadores.

No Cartão Verde, ontem, Rivellino disse que entende a recusa de Rafinha à convocação de Dunga para as primeiras rodadas da Eliminatória, e afirmou que, hoje, faria o mesmo.

Há motivos distintos e, por linhas tortas, convergentes, para a conclusão igual.

Razão

O funcionário do Bayern de Munique tomou a decisão por ser a terceira opção, abaixo de Daniel Alves e Danilo, e preferir disputar vaga na seleção do país onde mora.

Foi totalmente racional.

Emoção

Já o ex-jogador de Corinthians e Fluminense, considerado por Maradona o maior gênio da história, parece achar que o time foi descaracterizado, não tem necessariamente os mais habilidosos, e a obrigação de chamar atletas em ''acordo mútuo'' com empresários ou agentes, para amistosos, e substituí-los caso necessário com base no valor de marketing, deteriorou aquilo que faz a camisa ser sagrada.

A afirmação foi carregada de impulsividade e indignação.

Ele falou que os atletas deveriam cobrar para participar dessas partidas, após Jamil Chede revelar o contrato da CBF com a ISE.

Gestão

A Confederação Brasileira de Futebol, desde o mandato de Ricardo Teixeira, administra a seleção como se fosse um produto que não precisa manter a qualidade.

Marca amistosos a rodo,  alguns inexplicáveis tecnicamente, canibaliza os elencos de quem não se opõe, prejudica as agremiações que ainda cativam os corações dos torcedores, e muitos desses apaixonados pelo esporte não conseguem mais se identificar com ela.

Além disso, os cartolas se transformaram em focos da desconfiança da população.

Desamor 

Por isso, Rafinha, que se transferiu faz 10 anos à terra germânica, quando tinha 20, não sente reverência igual a de Rivellino, e consegue ser frio ao escolher.

O tricampeão do mundo, ao contrário, entende profundamente a importância histórica do selecionado e não engole o que houve com ela.

Um nunca a amou.

O outro se sente traído.


Creio em David Braz; súmula supostamente errada é outra porrada no futebol
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birner

De Vitor Birner

Não lembro de qualquer árbitro, após marcar o pênalti em lance que interpretou como '' oportunidade clara e manisfesta de gol'', tal qual os comentaristas do tema citam, deixar de excluir o autor da infração porque não o identificou.

Se for equívoco de memória meu, peço perdão ao responsável pela imposição das regras durante o clássico em Itaquera.

Ele explicou, na súmula, que mostrou cartão ao David Braz por reclamação, e que não fez o mesmo com Zeca por não saber que foi ele quem derrubou Vagner Love dentro da área.    .

Acompanhei, no Seleção Sportv, a leitura labial dos personagens na nova e chata discussão que sobrepôs questões táticas e técnicas do esporte.

Além disso, li, aqui no UOL Esporte, e escutei, em alguns programas de televisão, as afirmações feitas pelos dois.

Minha impressão

As do santista parecem muito mais condizentes com o que houve.

Disse que ouviu do árbitro, dentro do gramado, falou que o expulsou por ter cometido o pênalti.

Lembro que Flávio Rodrigues Guerra, em entrevista, afirmou que não conseguiu enxergar a infração.

Era uma jogada simples, desde que a posição dele permitisse observá-la.

Como a função é realmente difícil de ser executado, há mais gente para ajudá-lo.

Protagonista esquecido

O auxiliar, preciso, comunicou que Vágner Love foi chutado em frente ao goleiro Vanderlei e, após a marcação do pênalti, caminhou à linha de fundo, onde deve ficar quando a penalidade for cobrada.

Flávio Rodrigues Guerra foi na direção dele, trocaram rapidamente poucas palavras, e correu para mostrar o cartão ao zagueiro.

Questão de física

Há muito barulho durante o jogo, em especial no estádio pleno, quando a torcida comemora a marcação do pênalti.

Na beira do terrão, onde sou técnico do time de várzea, em local com dimensões menores que as de gramados de tamanho oficial e com uma dezena, não milhares, de pessoas assistindo, é impossível escutar todos os diálogos durante os jogos.

Isso mostra que é praticamente impossível o auxiliar, à distância, ter ouvido o xingamento.

Ou o auxiliar fez a leitura labial do xingamento, ou se equivocou ao relatar quem cometeu o pênalti.

Creio na segunda hipótese

Súmula

Consta o seguinte no documento:

''Expulso com cartão vermelho direto por, após a marcação de um pênalti contra sua equipe, vir em minha direção gesticulando de forma acintosa e ofensiva proferindo as seguintes palavras: 'você está louco', 'contra o Corinthians é assim mesmo', 'vai se f…, não foi pênalti', 'você vai ver, vocês vão ser punidos''.

O cartão foi mostrado depois de um diálogo entre quem não chuta a bola.

O de maior autoridade não tomou a decisão após o zagueiro ir em direção a ele gesticulando ou falando algo.

E agora…

O torcedor, de hoje em diante, desconfiará dos relatos nas súmulas.

Isso é péssimo para o esporte tão carente de credibilidade, onde erro de interpretação de lance é motivo de xingamento pessoal e gera suspeita de 'fabricação' de resultado.

A confiança do público na isenção de atletas e dirigentes, e consequentemente na de federações, árbitros e auditores dos tribunais de justiça do esporte, é crucial para o futebol ser melhor.

Quase ninguém torce para algo que acredita ser combinado.

A igualdade de regras e critérios torna a disputa legítima.


Corinthians ganhou o clássico no meio de campo
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birner

De Vitor Birner

O pênalti de Zeca em Vagner Love foi um dos mais inquestionáveis no torneio que o Corinthians lidera.

Houve dois equívocos; o pequeno, do lateral, ao permitir que o centroavante se antecipasse para finalizar, e o grande, na exclusão de David Braz, que não participou do lance.

O chute preciso de Jadson no canto oposto ao que Vanderlei, o melhor do Santos no clássico, pulou, coroou a convincente atuação do time.

O outro gol do meia, logo em seguida, premiou a apresentação do melhor atleta do time no jogo e no torneio.

Impressionou a intensidade imposta pelo Alvinegro sob o forte sol e ar seco em Itaquera.

Melhor

O meio de campo é o setor mais forte de ambas as agremiações.

O santista não conseguiu manter a bola e apenas uma vez, pouco antes do intervalo,  'puxou' o contra-ataque.

O corintiano fez tudo isso.

Criou oportunidades pelos lados, levou a bola na área em condição de finalizar, e, assim que o Peixe foi obrigado a ir à frente e abrir lacunas para tentar empatar, garantiu, com transição veloz da defesa ao ataque e a participação de Lucca, que substituíra o discreto Malcom, os importantes pontos na disputa pelo título.

Até nas jogadas ensaiadas, como a do passe Jadson para Renato Augusto acertar a trave, o time do Tite foi melhor.

Pior

Ricardo Oliveira levou  amarelo na cotovelada em Ralf, mas merecia o cartão doutra cor.

Não sei se foi intencional, mas, especificamente naquela disputa, não havia necessidade de o centroavante abrir o braço daquele jeito.

Lucas Lima, a referência da equipe, atuou mal. Marquinhos Gabriel e o Gabigol foram outros que não mantiveram o elogiável padrão de futebol da maioria das últimas rodadas.

Além de Jadson, Renato Augusto, Elias e Ralf se destacaram, o que explica a força do meio de campo.

Metas

Tite poderá dar descanso ao elenco e prepará-lo da maneira ideal durante a semana, enquanto Dorival Jr terá o compromisso, quarta-feira, contra o Figueirense, pela Copa do Brasil, que tende a aumentar o desgaste físico.

É importante administrar isso para não acontecer a queda de rendimento no momento mais importante das competições onde o Santos pode conseguir ao menos a vaga na Libertadores.

Ficha do jogo

Corinthians – Cássio; Fagner, Felipe, Gil e Yago; Ralf; Jadson, Elias (Cristian), Renato Augusto e Malcom (Lucca); Vagner Love (Danilo)
Técnico: Tite

Santos – Vanderlei; Victor Ferraz, Gustavo Henrique, David Braz e Zeca; Thiago Maia, Renato, Lucas Lima e Marquinhos Gabriel (Leandro) e Gabriel (Neto Berola); Ricardo Oliveira (Paulo Ricardo)
Técnico: Dorival Júnior

Árbitro: Flávio Rodrigues Guerra – Auxiliares: Rodrigo Pablo Zanardo e Alex Ang Ribeiro


Dunga foi observar jogador do Palmeiras
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birner

De Vitor Birner

O treinador  e Gilmar Rinaldi compareceram ao Fluminense 1×4 Palmeiras no Maracanã.

Não sei o motivo de as risadas, no lance do pênalti desperdiçado por Fred, gerarem críticas.

Duvido que tenham desdenhado da atuação de algum atleta.

Eles não precisam ficar carrancudos enquanto conversam.

Essa radical tentativa de padronização de quase tudo no futebol, menos daquilo que deveria ser prioridade como os critérios adotados na imposição de regras durante os 90 minutos, não se cansa de pedir mais e mais formalidade.

Um dia alguém criará robôs que façam de maneira milimétrica toda essa chatice.

A dupla foi ao estádio para olhar o desempenho de Gabriel Jesus.

Não imaginava chamar ninguém, com base no que houve ontem em campo, para as partidas contra Chile e Venezuela.

A avaliação tem a ver com a seleção olímpica.

Quem conhece a maneira de o técnico raciocinar, sabe que a conquista inédita do ouro é uma de suas prioridades.