Conselheiros expõem desconfiança contra Aidar em moção; veja documento
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De Vitor Birner
Abílio Diniz foi convidado por Carlos Augusto de Barros e Silva, presidente do Conselho Deliberativo, para falar na Reunião do Conselho Deliberativo, segunda-feira, no Morumbi.
O empresário fez um discurso entusiasmado em defesa da do São Paulo. Falou sobre a necessidade de o clube resgatar suas tradições, ter transparência e controle de governança.
Se disse entristecido, pois quer cooperar e o presidente Carlos Miguel Aidar, que foi à reunião, não aceita.
Quando terminou a fala, o conselheiro Rodrigo Gaspar propôs a criação de uma comissão de auditoria e a contratação de uma empresa, que Abílio Diniz custeará, se for uma das quatro maiores do mercado, para auditar as contas do clube.
Ambas foram aprovadas por unanimidade (no conselho do São Paulo o sistema é o 'senta e levanta' para indicar a posição de cada integrante), inclusive com os votos de Carlos Miguel Aidar e de seus apoiadores.
Comissão
A comissão interna de auditoria será formada por 7 membros do conselho.
Marcos Francisco de Almeida, Mario Quesada e Onofre Bocuzzio, indicados pela situação, Rodrigo Gaspar, José Inocêncio e Joáo Veiga, indicados pela oposição, e Carlos Augusto de Barros Silva por ser presidente do Conselho Deliberativo.
Moção
Pouco antes do término da reunião, a oposição apresentou uma moção de desconfiança sobre a gestão de Aidar.
Ela tinha assinaturas de 62 conselheiros, entre eles alguns importantes como Marco Aurélio Cunha, Roberto Natel, Ricardo Natel, Laerte Natel, Juvenal Juvêncio, Kalef João Francisco, José Francisco Manssur, Itagyba Francez, Danilo Decoussau e Tércio Molica, que pertencem a grupos políticos distintos do clube.
Eles querem uma série de esclarecimentos, tal qual o documento enviado pelo Tercio Molica, por email, a outros conselheiros, mostra.
No trecho do email, que reproduzo a seguir, o conselheiro cita as competências do Conselho Deliberativo:
Negativa
Durante a reunião do conselho, assim que soube da moção, Carlos Miguel Aidar, mesmo sem ter se inscrito para falar tal qual o protocolo do órgão exige, pediu a palavra.
Carlos Augusto de Barros e Silva concedeu, e o presidente do clube quis que fosse votada imediatamente.
Carlos Augusto de Barros e Silva não aceitou que fosse apreciada, naquele momento, por achar que todos os conselheiros devem recebê-la para ler, com atenção, e refletir sobre os argumentos no texto.
Pretende colocá-la na pauta da próxima reunião que, em tese, será em dois meses.
Cresceu
Desde a segunda-feira, mais 10 conselheiros assinaram a moção de desconfiança contra a gestão de Carlos Miguel Aidar.
Truco
Há a possibilidade, pelo estatuto, de 50 conselheiros se unirem, a pedido de Aidar, para requerer a convocação de nova reunião, antes, especificamente para o conselho deliberar sobre matéria específica.
A ideia de Carlos Miguel Aidar é diminuir a possibilidade de acontecer o estrago, porque será necessário que 75% do total de conselheiros eleitos e vitalícios compareçam à reunião e votem favoravelmente à moção.
Quem quer aprová-la, necessita mais tempo para articular o que deveria ser apenas uma escolha de cunho ideológico e ético, de acordo com as convicções de cada indivíduo.
Na última reunião do conselho, não havia, ao todo, 180 conselheiros.
Mesmo assim, Carlos Miguel Aidar tenta acelerar a votação da moção.