Blog do Birner

Questão é Abílio Diniz, além de Leco ou Fernando Casal de Rey
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De Vitor Birner

Assim que Carlos Miguel Aidar anunciou a entrega da renúncia para esta terça-feira, foi iniciada a discussão discussão  sobre quem será o presidente; se haverá candidatura única de Carlos Augusto de Barros e Silva ou Fernando Casal De Rey concorrerá com ele ao cargo.

Lamento que, acima disso, não se debata muito mais quais devem ser as prioridades do eleito e como irá implementá-las.

É fundamental elevar a qualidade da discussão.

Propor e elucidar como as ideias serão estabelecidas em ações.

Não adianta colocar o Leco, o Fernando Casal De Rey [provavelmente seria o candidato de consenso da oposição, caso Carlos Miguel Aidar cumprisse o mandato e concorresse de novo, por isso talvez queira disputar o pleito], ou qualquer cartola, e ficar dependendo da plena honestidade do gestor, e de ele 'apenas' acertar nas contratações de jogadores e do treinador.

Isso seria como plantar sementes no solo de pouca fertilidade.

O problema do São Paulo é que hoje a agremiação é terra ruim [me refiro ao modelo de administração, não ás pessoas].

Não tem os nutrientes para alimentar e dar sustento, tal qual a sua grandeza exige, ao que construir,  por exemplo, no próprio departamento de futebol.

A situação de insolvência, porque as dívidas são maiores que a arrecadação anual, fala por si.  O Banco Itau a citou.

O futuro presidente precisa auditar as contas, pois os números são questionáveis, para ter o norte exato e poder, de maneira técnica, com profissionais especializados, planejar e operacionalizar as medidas de cura das finanças.

A disponibilidade de Abílio Diniz, um dos° homens mais ricos do continente, bilionário empreendedor e profundo conhecedor do mercado, para cooperar, tem valor incalculável  e é indispensável.

Abrir mão de tudo que pode oferecer será uma sandice.

O presidente, não importa qual for, precisa ouvi-lo para a instituição entrar rapidamente no mundo empresarial de primeiro escalão, com ações profissionais, tais quais a avaliação dos contratos vigentes,  análise de todos ativos do clube, renegociação de dívidas, imposição de teto de gastos, captação de recursos e estipulação de meta realista para o restabelecimento da saúde econômica da instituição, tudo feito por profissionais de alto nível e atualizados com a realidade do mercado.

A credibilidade e o conhecimento do empresário tornam muito mais viável o que citei.

Não creio que alguém tão ocupado como ele faça questão de ocupar um cargo formal.

Deve indicar funcionários para executarem aquilo que crê ser fundamental.

Desse jeito, além de ensinar como gerir, talvez até contribua com dinheiro para acelerar a melhora da agremiação.

É fácil compreender por qual motivo não quis assinar o cheque com Aidar na presidência.

Apenas quem é extremamente ingênuo acha que não sabia o que acontecia.

Por isso tentou, no Conselho, implementar novo modelo de gestão e impedir que o clube afundasse ainda mais.

O escolhido pelos conselheiros para ser presidente ganhará a oportunidade de entrar na história, se tiver coragem e habilidade política para puxar o clube ao mundo da administração contemporânea em vez de ser mais um clichê, competente ou não, de cartola.

O momento da economia no país não sugere que será fácil arrecadar e reequilibrar as finanças.

O 'fator Abílio Diniz' é um oásis, hoje, na savana nacional de dinheiro e investimentos no futebol.


Elenco do São Paulo ‘reclamou do Jack’ por causa do salário
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De Vitor Birner

Hudson disse que, para ele, pouco importa se houve a renúncia de Carlos Miguel Aidar.

Jogadores de futebol deveriam se posicionar, às vezes, sobre tais questões, pois interferem diretamente na profissão deles e, consequentemente, na qualidade do futebol do time.

Naqueles meses, quando houve os atrasos nos salários, após o ainda presidente gastar dezenas de milhões em contratações, e com promessas de pagamento até então não cumpridas, alguns atletas, dentro do CT da Barra Funda,  eram irônicos ao lidarem com isso.

Em tom de piada, daquela que se faz quando é melhor rir que chorar, uns questionavam se receberiam ''hoje'' o combinado, e outros diziam que ''depende do Jack'',  por causa da comissão que seria paga à Far East (o citado é dono dela), uma das empresas do fornecedor de ternos de Douglas Schwartzmann, vice de comunicação e de marketing, e que, de acordo com tais dirigentes, intermediou a chegada da Under Armour.

O valor não foi gasto porque Leco impediu que o Conselho votasse [tendência era ser aprovado porque a gestão tinha apoio da maioria] e escolheu um grupo do integrantes do órgão para saber como foi a negociação.

Depois de os sócios conseguirem emails mostrando o diálogo e reuniões entre empresa e clube, meses antes do acerto, os cartolas pararam de exigir que a monta saísse dos cofres da instituição

Coloque-se na função de Juan Carlos Osorio e pense como foi brilhante.

O colombiano contornou montanhas de problemas que o ainda presidente e seus apoiadores diretos levantaram entre o treinador e o elenco.

Ganhou a confiança e a admiração por causa do conhecimento futebolístico e respeito natural que dispensou aos funcionários, inclusive para os que não chutam bola, da agremiação.


‘Dogma’ do São Paulo pode amaciar saída forçada do presidente
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De Vitor Birner

Carlos Miguel Aidar tende a renunciar, até terça-feira, para impedir que largue o cargo, depois, em condições mais complicadas.

Se não for embora por conta própria, Ataíde pode mostrar a gravação aos jornalistas e o Conselho terá que impor o impeachment.

Dentro do clube, importantes cardiais negociam para o fim de mandato ser o menos conturbado possível.

Lembro que o próximo gestor pode auditar os contratos, se encontrar todos, feitos no período Aidar e seguir a sangria.

A ideia, reza a cultura da agremiação, é não finalizar a pior administração presidencial da história do clube ''de um jeito são-paulino'', tal qual esses importantes conselheiros querem.

Traduzindo, solucionar tudo internamente.

O melhor que Aidar faz é apelar para a tradição.

Diminuirá o prejuízo pessoal limitando o mesmo ao mundo 'cartolístico'.

Dúvida

Se realmente houve corrupção e o apropriamento indevido de grana, tal qual afirmou Ataíde Gil Guerrero, é importante que restitua a monta aos cofres da instituição, inclusive se for de maneira silenciosa.

No país do rouba, mas faz, o que não falta é gente disposta a embolsar uma fortuna, a custo de arranhões pessoais, em troca do ingresso no mundo dos milionários.

Opções ruins e improváveis 

Seria péssimo para o São Paulo se Ataíde Gil Guerrero alterasse a postura de exigir a queda, pois ele é quem possui aquilo que a torna praticamente inevitável.

Ou se os cartolas, entre eles, negociarem com Aidar para alguém mandar no clube enquanto quem, pelo estatuto, tem tal direito, fica na função com seus poderes completamente esvaziados.

Ambas as pequenas possibilidades seriam uma lástima para a agremiação que precisa olhar para frente e fazer a reciclagem muito além da escolha de um presidente confiável.

Tem que mexer no modelo de governança e torná-lo mais contemporâneo.


Filosofia de jogo do Brasil perdeu de Sampaoli
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De Vitor Birner

Chile 2×0 Brasil

O Brasil conseguiu neutralizar o meio de campo do Chile até os Sampaoli, aos 39 minutos, colocar Mark González, que joga pelos lados da meia ou do ataque, e tirar o zagueiro Silva que compunha o trio do 3-4-1-2.

O treinador sabia que precisava se impor no setor para seu time ganhar.

O andamento do jogo, dali em diante, foi alterado.

O Chile passou a trocar passes no entorno da grande área e conseguiu entrar nela, enquanto o Brasil ficou acuado, mas com muitas brechas para fazer o golo no contra-ataque.

Executou mal esses lances, principalmente porque Oscar não deu sequência neles, e o técnico, apesar de contar com Lucas e o santista Lucas Lima no banco, preferiu esperar.

O time tomou o gol de cruzamento com Vargas finalizando de pé direito, algo inaceitável em lance iniciado na cobrança de falta, e  apenas depois disso Dunga mexeu no time.

Colocou Ricardo Oliveira no lugar de Hulk, escalado como centroavante, e não alterou a proposta coletiva.

Ganhou o atleta mais capaz de fazer o pivô e permitir que os meias Willian, o melhor do time em Santiago, Oscar e Douglas Costa tentassem tabelar com ele.

Mais tarde, quando restavam cerca de 5 minutos, optou por Lucas Lima e a saída de Luiz Gustavo.

Obviamente, a necessidade de empatar forçou o time a atuar mais adiantado, o Chile ganhou o contra-ataque e Alexis Sánchez ampliou.

O resultado foi consequência de entrosamento maior e da maneira como os treinadores enxergam o esporte.

Um prefere ousar e aumentar a possibilidade de tomar gol para tentar ganhar, e o outro se esforça para implementar um clichê tático e conseguir o resultado.

Não me diga, por favor, que a derrota tem a ver com a falta de qualidade da única seleção gigante em campo.

O elenco do Brasil é melhor que o chileno.

Ficha do jogo

Chile – Claudio Bravo; Francisco Silva (Mark González), Gary Medel, Gonzalo Jara; Mauricio Isla, Marcelo Díaz (Vilches), Arturo Vidal e Jean Beausejour; Jorge Valdivia (Matías Fernández); Alexis Sánchez e Eduardo Vargas
Técnico: Jorge Sampaoli

Brasil- Jefferson; Daniel Alves, Miranda, David Luiz (Marquinhos) e Marcelo; Luiz Gustavo (Lucas Lima) e Elias; Willian, Oscar e Douglas Costa; Hulk (Ricardo Oliveira).
Técnico: Dunga

Árbitro: Roddy Zambrano (Equador) – Assistentes: Christian Lescano e Byrom Romero (ambos do Equador)


Doriva, Eurico, Aidar e os conselheiros do São Paulo
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De Vitor Birner

O treinador fez grandes elogios ao Eurico Miranda, a quem chamou de ''dirigente sério'', ''fantástico'', na entrevista coletiva de hoje.

Agora ficou simples compreender por qual motivo Carlos Miguel Aidar o escolheu.

Ambos os dirigentes têm muito em comum nas razões pelas quais se propuseram a exercer a presidência dos respectivos clubes.

Se distinguem apenas pela maneira como se comunicam nos microfones.

O são-paulino faz o tipo refinado e o outro prefere o 'quem manda aqui sou eu'.

A gestão do vascaíno, no fim do último século, enterrou a saúde econômica do clube, outrora quase sempre forte dentro de campo, e gerou dívidas que até hoje o mantém com desempenho muito inferior à grandeza de sua camisa.

A atual, no Morumbi, segue caminho igual.

Função

O Conselho Deliberativo do São Paulo precisa fazer algo.

Se não, essas mesmas pessoas que trocam o dever de cuidar da instituição por política e cargos, no futuro sequer terão algo de valor para barganharem, pois conselheiros de agremiações de segunda divisão ou das coadjuvantes na elite do futebol têm status irrelevante no mundo do esporte.

A não ser aqueles que se posicionaram contra quem afundou financeiramente o clube.

Mais que os resultados em campo

Serei, de novo, direto.

Não duvido que Doriva consiga ganhar a Copa do Brasil, principal meta do torcedor nesse fim de ano, ou ficar entre os classificados à Libertadores.

Afirmar se a tendência é de êxito ou não, antes de saber como ele montará o time e qual proposta coletiva tentará colocar em prática até dezembro, seria um chute.

E a questão do post vai muito além de um punhado de jogos de futebol.


O desinteresse pela seleção e a generosidade dos patrocinadores
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De Vitor Birner

Restando menos de 7 horas para a estreia do time, que antigamente parava o país quando atuava, contra o competitivo Chile, nas eliminatórias ao Mundial russo de Joseph Blatter, o noticiário sobre o jogo não é o principal destaque da editoria de esportes na maioria dos principais portais do país.

Isso não é consequência de algo aleatório.

A camisa pentacampeã gera pouco interesse do público.

A CBF, em especial na gestão de Ricardo Teixeira, minou muito a relação construída por afinidade da população com o manto sagrado e seus craques. Marin apenas deu sequência,

Marco Polo Del Nero nada fez para alterar isso.

Falta apenas os patrocinadores do Brasil notarem.

Comento o jogo, às 20h30, ao vivo, no Placar Uol.

De qualquer maneira, para quem curte futebol acho que compensa assisti-lo, pois a equipe de Sampaoli é rápida e privilegia a manutenção de bola, enquanto a de Dunga, se não houver alteração na proposta que tem mostrado, investirá em contra-ataques e principalmente nos cruzamentos ( principalmente nas faltas e escanteios), pois o sistema de marcação chileno, pelo alto, não é dos melhores.


Na tentativa de derrubar Aidar, oposição quer que Ataíde fale no Conselho
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Ataíde Gil Guerreiro pode ser chamado para falar no Conselho (Foto: Gabo Morales/Folhapress)

Ataíde Gil Guerreiro pode ser chamado para falar no Conselho (Foto: Gabo Morales/Folhapress)

 

De Vitor Birner

A oposição do São Paulo tenta convencer o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, a convocar uma reunião extraordinária, para que o ex-vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro fale na frente dos conselheiros do Tricolor.

Os opositores creem que o ex-dirigente tenha informações sigilosas que possam derrubar o presidente Carlos Miguel Aidar do comando do clube.

Desde o anúncio de sua exoneração, Ataíde não deu uma entrevista sequer. Nem para falar do episódio da briga com Aidar, em um hotel na capital paulista, nem para comentar sua saída do clube.

Enquanto o ex-dirigente preferiu o silêncio, Aidar tomou outra postura, tanto que nesta quarta-feira comentou sobre o caso na sua chegada do CPI do Futebol.


Doriva faz mais do mesmo para ganhar; não tem nada a ver com Osorio
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De Vitor Birner

O treinador, ex-volante revelado no próprio São Paulo, dirigiu de maneira competente o Ituano e conseguiu reorganizar a Ponte Preta.

No Vasco, apesar do título estadual, não montou time consistente. O mesmo pode se dizer sobre a pequena passagem no Atlético PR.

Doriva é um técnico promissor da nova geração, que tenta se firmar fazendo direito o óbvio do futebol atual.

Não olha o o esporte da maneira de Juan Carlos Osorio.

Tem ambições muito menores que as do colombiano quando pensa na proposta de jogo.

Ganhe ou perca a Copa do Brasil, consiga ou não a classificação para a Libertadores no torneio de pontos corridos, a escolha representa um retrocesso, a não ser que faça algo distinto do que mostrou nesses clubes.

O antecessor, um idealista,  crê em imposição com posse de bola.

O sucessor, um pragmático, tem na marcação forte o pilar de tudo.

Ele precisa tirar proveito do legado deixado pelo novo funcionário da seleção do México.

Só falta o time que tem, hoje, sistema ofensivo de repertório amplo, com desenhos táticos que podem variar e confundir a marcação, ficar de novo dependente de cruzamentos na área, faltas e contra-ataques. como os outros que orientou.

Não deve, de maneira alguma, tropeçar na ideia de reinventar a forma de a agremiação atuar.

O presidente do clube faz uma aposta ao contratá-lo.

Talvez consiga resultados nesse ano, pois restam poucos jogos e o torneio de mata-mata aumenta a imprevisibilidade.

De qualquer maneira, é fácil para o cartola arriscar, pois não parece muito preocupado com o clube que se propôs a gerir.


Professor, milagreiro… Osorio é uma perda irreparável
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De Vitor Birner

Pequeno milagre

Foi isso que Juan Carlos Osorio fez no São Paulo.

Apesar da perda de muitos atletas, da necessidade de conhecer o elenco e se adaptar ao país , das dificuldades com o idioma, e de ter alterado profundamente na proposta coletiva do time atuar, sai do cargo com a equipe na semifinal da Copa do Brasil e na disputa por uma das vagas da Libertadores disponíveis no torneio de pontos corridos.

Professor de futebol

O treinador valorizou as categorias de base como nenhum outro, neste século, [Carpegiani, por falta de opção no elenco da época, foi o último que tentou], conseguiu.

Colocou jogadores de Cotia em campo, mesmo sabendo que seria criticado, pois é normal alguns não renderem o necessário.

Se dispôs a ensiná-los, tal qual um saudoso senhor que passou pelo clube faz poucos mais de duas décadas, que continua com seu nome cantado nas arquibancadas outrora cimentadas e mais democráticas, e reverenciado por milhões dos quais este blogueiro é mais um.

Juan Carlos Osorio merece ser chamado de professor.

Todos rendem mais

Pato reencontrou parte do seu melhor futebol; Ganso tem papel realmente importante; Carlinhos nunca foi tão construtivo. Lucão e Rodrigo Caio têm crescido; Thiago Mendes [a direção não pode negociá-lo correndo, como é seu hábito, pois renderá resultados esportivos e depois considerável monta aos cofres da instituição se os cartolas souberem lidar com questões contratuais];  Breno 'renasceu' para o futebol, Michel Bastos, após queda de produção, retoma as apresentações convincentes…

Proposta coletiva

Fez a equipe jogar de maneira ofensiva como a maioria da torcida quer.

Implementou sistemas de treinamentos elogiados por quem acompanha.

Tudo isso em menos de quatro meses (estreou em 7 de junho), prazo muito pequeno, insuficiente para se exigir que tal revolução gerasse tanta melhora, principalmente sob a maior crise da história do clube, que incluiu atrasos salariais, implementada pela gestão de Carlos Miguel Aidar..

Não era certo esperar, ainda nessa temporada, tantas profundas alterações na equipe conservadora, quadrada e previsível, que ele encontrou com elenco mais forte que o atual.

O treinador a tirou da região do medo, tal qual na eliminação da Libertadores diante do Cruzeiro, e a colocou no mundo da ousadia inteligente e funcional.

Hoje, o talento serve ao coletivo.

Antes, os 'nomes' tinham que resolver os jogos.

Evoluiria

A tendência era do, se mantidos os jogadores, aumento das atuações de alto nível do time  e de diminuírem as oscilações.

Inclusive porque o técnico preparava os atletas para raciocinarem de forma quase instintiva,  estimulando nos treinamentos partes específicas do cérebro, sobre as necessidades do time durante os jogos.

Irreparável

Perde muito o São Paulo com a saída de quem representou o sonho de um futuro promissor.

Não creio que será substituído por outro com mesma capacidade.

Os conservadores

Já me disseram e farão de novo aqui.

''O que ele ganhou? Qual é o currículo? A imprensa ( como se qualquer jornalista representasse completamente uma classe profissional) o elogia por ser estrangeiro. Ele coloca lateral no ataque. Queria ver se … fizesse igual.''

Não irei mais tentar elucidar sobre conceitos de futebol real de campo que, de maneira simplória em palavras e dificílima na dinâmica, se resume a preencher lacunas e criá-las juntando as características dos jogadores.

Placares finais das partidas são consequências de um monte de aspectos.

Quem chega mais no ataque em condições de finalizar e permite menos chutes contra o seu gol, torna maior a possibilidade de ganhar.

E isso, treinadores como Guardiola, Sampaoli e Juan Carlos Osorio tendem a conseguir, em médio prazo, nas suas agremiações ou seleções, obviamente na medida possível embasada na técnica de quem entra no gramado.

Herança

O técnico que assumir o cargo terá o privilégio de receber sistema ofensivo que se mexe e dificulta a marcação, e um time capaz de jogar com todos na frente tal qual os conceitos do futebol moderno sugerem.

'All in' de mística

Aidar, como não tem condição de trazer Sampaoli ou Guardiola, poderia optar por colocar Rogério Ceni no cargo até dezembro.

Teria alguma possibilidade de manter a metodologia atual de treinamento.

Ele cogita seguir essa carreira.

Além disso, seria um apelo à 'mística ganhadora' do goleiro.

A ideia, quase empírica, da oportunidade de o camisa 01 conquistar o título inédito, ao cabo da carreira, em circunstâncias como essa, com protagonismo ainda maior, criaria algo que tanto pode ser enorme erro quanto mais um trunfo do time.


Sob a luz de Tite, Corinthians consegue empatar com a Ponte Preta
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De Vitor Birner

Ponte Preta 2×2 Corinthians 

Duvido que a absoluta maioria dos torcedores do Alvinegro aplaudiu o Tite quando colocou Rodriguinho no lugar de Elias, apesar da queda de rendimento do titular naquele momento, no intuito de fortalecer o meio de campo e igualar o resultado.

O escolhido pelo melhor treinador nascido no país, acertou, em lance de lateral colocado diretamente na área, o chute preciso e fez o gol.

A Macaca ditava o ritmo do jogo e não oferecia lacunas ao líder do torneio de pontos corridos.

Tinha conseguido equilibrar quase todo o primeiro tempo, menos nos minutos finais em que Jadson fez o belo no gol e houve a superioridade corintiana, e tomou conta do jogo após o intervalo.

O empate, apesar de haver uma dúvida na posição do autor do cruzamento no lance do 1×1, teve menos sabor para a agremiação que merece elogios por se manter na elite do futebol nacional com orçamento menor que doutros clubes.

Doriva

Toda estrutura de jogo preparada pelo Tite tem como alicerce o meio de campo.

O quinteto formado por Ralf em frente de Felipe e Gil, mais Jadson e Malcom, pelos lados, Elias e Renato Augusto, entre eles, fecha as lacunas para impedir os laterais e zagueiros de ficarem expostos.

Todos, menos o volante que tem na marcação a maior virtude, chegam constantemente na meia e no ataque, onde atua Vagner Love, e têm que ditar o ritmo do jogo, pois criam e fazem a maioria dos gols.

Doriva, ciente dessa estrutura coletiva, tentou neutralizá-la.

Ao invés de aguardar atrás e congestionar a entrada da própria área, optou por adiantar o sistema defensivo, forçar o erro de passe dos laterais ou da dupla de zaga corintiana, ambas têm menos qualidade neste fundamento, e impedir os os meias de receberem a bola na região do gramado onde rendem mais.

Disse ao Borges, centroavante, Felipe Azevedo e Biro-Biro, abertos e se deslocando entre a meia e o ataque, e Cristian, o principal articulador, que iniciassem a marcação, se possível, na área de Cassio e no entorno dela.

Eles cumpriram o planejamento tal qual queria o treinador.

Igual

A dificuldade para fazer a transição ao ataque, tabelando, forçou o Corinthians a apelar para os lançamentos longos, pelo alto, e ineficazes.

O melhor técnico do país, então, pediu marcação adiantada, pois essa seria outra maneira de retomar a bola mais na frente e por consequência aumentar o volume de jogo no meio de campo, além de diminuir o número de chutes de média distância e de cruzamentos da Ponte Preta na área de Cássio.

O jogo se concentrou na meia, em pequeno trecho do gramado, e com ampla superioridade do sistemas defensivos.

Cansaço e talento

Marcar na frente exige mais da condição física dos jogadores.

Quem faz isso precisa manter quase todos os atletas, atentos, da linha que divide o gramado para frente, para impedir o lançamento e a disputa de seus zagueiros, na corrida ou mano a mano, contra o atacante.

Dos 34 minutos em diante, a Ponte Preta perdeu um pouco de força para executar o que o treinador preparou.

O Corinthians, que teve, antes disso, uma grande oportunidade desperdiçada por Jadson, na falha do lateral-direito Rodinei, passou a trocar mais passes na meia, finalizou duas vezes na área com Malcom e Elias, e conseguiu o gol para desestruturar a ideia de jogo implementada pelo treinador do time do interior.

O lance teve o deslocamento de Malcom para a direita, o toque de Elias e a finalização com muita categoria, precisa, de Jadson quase no ângulo.

Outro jogo

Antes do intervalo, o sistema ofensivo da Ponte Preta se concentrou em Borges, Cristian, Felipe Azevedo e Biro Biro,

As participações tímidas dos laterais e volantes, que apoiaram de maneira conservadora, um de cada vez, pouco contribuíram. Eles priorizaram a preocupação com o forte contra-ataque do Corinthians.

O resultado de 1×0 convenceu o treinador a permitir mais jogadores na articulação dos lances de gol.

Elton, parceiro de Juninho como volante, apoiou muito e se destacou.

Os laterais Rodinei e Gilson foram à frente simultaneamente.

A estratégia ousada, que rendeu resultado, teria falhado se Felipe, na pequena área, aos 2 minutos, não tivesse perdido grande oportunidade após o cruzamento feito por Jadson.

Superior

O time de Doriva foi melhor que o Corinthians daquele momento em diante.

A alteração da proposta coletiva não foi o único motivo. A enorme queda de rendimento do meio de campo, em especial de Elias, Jadson e Malcom, interferiu no desempenho.

Eles não conseguiram criar o bloqueio no setor e erraram em toques de bola simples.

Deixaram vulnerável o sistema de marcação e inoperante o contra-ataque.

A Ponte Preta teve oportunidade de empatar antes de conseguir seus gols

Mexeu

A troca de Cristian por Diego Oliveira, aos 12, funcionou.

Aumentou a mobilidade e tornou mais rápido o sistema ofensivo, porque formou o trio de criação com jogadores que investem em dribles e têm características de atacantes.

Gols

A Ponte Preta igualou, aos 14, no cabeceio difícil e preciso de Elton, e comemorou de novo com Felipe Azevedo, que finalizou depois de Cassio rebater o chute de Biro Biro.

Quem conhece o futebol corintiano, a de observar como foi fácil para Rodinei ( mesmo após a repetição, é complicado ter convicção se havia o impedimento do lateral) cruzar no 1×1, e a moleza do meio de campo corintiano durante a construção do lance do 2×1.

Necessidade

Ao notar a superioridade da Ponte Preta e o desempenho ruim de alguns de seus principais atletas, Tite mexeu, por questão técnica, não tática, nos pilares do time.

Aos 22, Lucca ocupou o lugar de Malcom, pois era fundamental melhorar a marcação do lado e ter alguém que crê ser capaz de driblar. Junto, optou por Rodriguinho e a saída de Elias.

Doriva, alguns minutos depois, trocou Borges por Alexandro. Em seguida, mexeu na forma de o time atuar com a entrada de Fabio Ferreira, zagueiro, e a saída de Felipe Azevedo

Danilo na função de Jadson foi a última tentativa de Tite para otimizar o sistema ofensivo.

Iluminado

As alterações diminuíram o volume de jogo da Ponte Preta, mas não aumentaram muito o do Corinthians.

O time trocou mais passes na meia e não conseguiu criar a oportunidade de igualar.

Mas, em um daqueles lance que combinam com as agremiações campeãs, agraciadas pela sorte além do mérito da competência, fez o gol do empate.

Edilson, em cobrança de lateral, mandou a bola na área, Ferron cabeceou para o meio dela e Rodriguinho, de primeira, chutou forte, na direita, de maneira quase impossível para Marcelo Lomba interferir.

A maioria dos torcedores provavelmente ficou ressabiada quando Tite colocou o inusitado artilheiro que garantiu o importante ponto.

Ousados

Ambas as agremiações tentaram ganhar nos últimos minutos.

Rodinei mereceu ser excluído por causa do outro cartão amarelo.

Sabor

O empate, por conta do que houve após o intervalo, foi um pouco amargo para o time que não tem possibilidade de ser campeã.

Ficha do jogo

Ponte Preta – Marcelo Lomba; Rodinei, Renato Chaves, Ferron e Gilson; Elton e Juninho; Felipe Azevedo (Fábio Ferreira), Cristian (Diego Oliveira) e Biro Biro; Borges (Alexandro)
Técnico: Doriva

Corinthians – Cássio; Edílson, Felipe, Gil e Yago; Ralf; Jadson (Danilo), Elias (Rodriguinho), Renato Augusto e Malcom (Lucca); Vagner Love
Técnico: Tite

Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP) – Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa