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Avassalador, São Paulo cresce mais na parte coletiva
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De Vitor Birner

Goleada, vareio, aula de futebol no mítico Morumbi, onde a maioria das agremiações estrangeiras sucumbiu ao longo da história do tricampeão da Libertadores.

O São Paulo foi muito superior ao desfalcado Toluca. Com personalidade forte, que adquire gradativamente, como a do treinador, poderia ter feito mais gols.

Os quatro não refletem o que houve no gramado. O volume de jogo e as muitas oportunidades, além de duas bolas nas traves, poderiam redundar em resultado ainda melhor.

Renan nem foi testado pelo líder do grupo no qual San Lorenzo e LDU não se classificaram.

Quem observa o time no gramado e conhece o esporte não tem dificuldade para descobrir o principal motivo da evolução que tem mostrado. Antes muitos atletas corriam, outros faziam isso apenas às vezes, mas nunca todos se esforçavam uns pelos outros, tal qual é fundamental para a formação do coletivo consistente.

Diante de Trijillanos, e principalmente River Plate e The Strongest, isso começou a acontecer.

Fórmula óbvia para qualquer time

O engajamento individual em prol do coletivo é a base de tudo; acelera entrosamento, permite implementação da proposta de jogo, diminui equívocos técnicos e melhora o desempenho dos atletas, pois encontram opções quanto têm a bola.

A mesma proposta, mas outro futebol

O esquema tático é igual ao que proporcionou jogos muito ruins da agremiação. A escalação é similar, quando não idêntica, a do início da temporada.

Os salários em dia é a alteração maior. A direção que herdou de Aidar a enorme crise financeira, recebeu as luvas do acordo com a Globo e conseguiu pagar.

Além disso, as mexidas no departamento de futebol muito diálogo com os jogadores melhoraram o ambiente no CT da Barra Funda, aquilo que têm sido, faz anos, o maior dilema.

Por isso os jogadores rendiam mais noutros clubes.

Os sinais

A vibração de Ganso.  Como o meia se mexe e participa da criação em todos os cantos do gramado.

A intensidade com que comemorou os gols ontem. Como o time fez isso unido. Os atletas parecem felizes por atuarem uns com os outros.

Não me lembro quando foi a última vez que isso aconteceu na agremiação do Morumbi.

O meia jogou grande futebol.

Michel Bastos, criticado de maneira exagerada, e Centurión, que não conseguia fazer muito além de contribuir na marcação, brilharam.

Thiago Mendes, com enorme potencial para ganhar a posição, reeditou as melhores apresentações.

Quando a equipe coletivamente funciona, fica mais fácil mostrar talento, qualidade. E se atuam com a felicidade e concentração como fizeram, a tendência é de a maioria melhorar na parte técnica.

Normal; faz parte

São Paulo pode oscilar, pois ainda é equipe em formação e o elenco não tem recomposição em algumas posições.

Se mantiver a união no gramado, esses altos e baixos de rendimentos serão cada vez menores.

Humildade e simplicidade na Libertadores

O resultado não garante a vaga na outra fase, porém facilita muito o cumprimento da missão.

Futebol não permite prepotência. O time com alguns atletas rodados e treinador pragmático, tem ampla noção.

Que coloque em prática a sabedoria. A provável classificação, no México, é parte fundamental da reconstrução coletiva do clube tradicional e ganhador na Libertadores.


Tite foi muito conservador; Nacional é mais forte fora do Uruguai
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De Vitor Birner

Nacional 0x0 Corinthians

O empate mantém o favoritismo do Alvinegro, mas permite ao Nacional atuar como mais aprecia em Itaquera.

A agremiação de Munúa, não por acaso. fez gols em todos os jogos nos quais saiu do país.

Marcou 1 contra o Alviverde em 4 jogos, e 5 em 3 noutras 'canchas'.  É mais forte quando inicia a marcação na linha que divide o gramado e investe no contra-ataque. No Parque Central fica difícil implementar essa proposta.

O empate com gols multiplicaria o tamanho do favoritismo do Alvinegro.

Precisa aproveitar, quarta-feira, o gramado muito mais veloz e escorregadio que o do Parque Central, o apoio da torcida, a qualidade técnica e o repertório que pode proporcionar o elenco.

Tite não conta com grupo de jogadores do nível que conquistou o torneio de pontos corridos, mas, se comparado ao dos 'Bolsos', tem maior quantidade de opções e características.

O treinador dos uruguaios tem limites muito menores para elaborar a proposta coletiva. Exatamente por isso, quando o jogo 'solicita' a inciativa, não acha formas consistentes para alterar escalação, tática e o que mais for necessário.

Achei a atuação do Corinthians mediana porque poderia ter mostrado mais futebol.

Ultrapassou fronteiras elogiáveis do respeito; foi mais conservadora que o jogo exigia.

O limitado e previsível Nacional

Ambos os treinadores sabiam como o oponente escalaria e posicionaria os jogadores.

Gustavo Munúa, com elenco que oferece poucas possibilidades, escalou o time principal e manteve a proposta coletiva.

Fucile, veterano, e Espino, atuaram nas laterais.

A dupla na zaga teve o lento Victorino e Diego Polenta.

No meio de campo posicionou Barcia, o melhor do setor, como sempre na ala-direita, Ramirez do outro lado com igual função, e os volantes Porras e Romero entre os dois.

O ataque teve Fernández – eventualmente recua à meia na flutuação do 4-4-2 para o 4-2-3-1 – e o competente artilheiro Nico López, que se mexe pelo gramado por não ser centroavante de área e é o mais habilidoso jogador do tricampeão da Libertadores.

Como os volantes não têm grande qualidade e Barcia, rápido, é o mais consistente na parte ofensiva do quarteto na região central, o treinador forçou os lances naquele setor e investiu em cruzamentos, pois no Gran Parque Central pleno 'não podia' priorizar o que faz melhor.

Tite altera para fortalecer a proposta

O treinador anunciou ontem que iniciaria com Rodriguinho na vaga de Guilherme. A convicção vigente de reconstruir o 4-1-4-1 foi preponderante para a mexida na escalação.

O quarteto em frente ao volante Bruno Henrique tem  Lucca e Alan Mineiro que atuam rente à linha lateral. Se o sistema de marcação do oponente se dispuser a grudar jogadores em ambos, aumenta a possibilidade haver brechas no meio.

O Alvinegro, como o torcedor sabe, investe em lances pelos lados. A ideia é espalhar o sistema de marcação que enfrenta para Elias e o colega que atua por dentro se projetarem nessas brechas onde criam, entram na área e finalizam.

Guilherme ainda não conseguiu ter a dinâmica necessária para chegar na frente e recompor o sistema de marcação tal qual o coletivo necessita.

Parece faltar força física ao meia. O substituto foi mais intenso, como quer o treinador, quando recebeu oportunidades.

A grande cautela e o padrão

O Nacional mostrou futebol que merece elogios, se a referência for a média das atuações do time na Libertadores.

Insistiu nos lances pela direita e cruzamentos, o sistema de marcação do Corinthians ganhou a maioria das disputas pelo alto, e teve com Nico López diante de Cassio a melhor oportunidade do jogo.

O artilheiro, em regra, acerta esse tipo de finalização, mas tocou no canto e a bola saiu lentamente a centímetros da trave.

O Alvinegro nada fez na criação.

Se equivocou na transição à frente, pareceu receoso de chegar com muitos jogadores na meia e na área, e priorizou a marcação.

Os 'Bolsos' foram melhores, não muito, e esbarraram no bloqueio do oponente.

Inócua ambição e o conservadorismo 

O Corinthians melhorou após o descanso com instruções do treinador. Conseguiu ter mais a bola e diminuiu a frequência do Nacional pelos lados em regiões nas quais podia levantar a bola área ou arriscar o chute.

Mesmo assim, Barcia conseguiu o cruzamento, Fernández cabeceou, Cassio interveio e Fagner impediu o gol.

Tite, ao notar que o time não criava e sequer conseguia o contra-ataque diante do time que tem zagueiro lento, aos 23 colocou Marlone na vaga de Alan Mineiro, que pouco fez.

O substituto e Lucca, do lado oposto, têm a velocidade para esses lances.

A mexida não otimizou o futebol da equipe com a bola. O treinador quis reforçar a proposta e, aos 34, trocou André por Romero. Assim tinha contra-ataque nas pontas e no meio. .

Não funcionou. Tinha atletas mais descansados, podia adiantar a marcação.

Nenhuma oportunidade foi criada. Romero, o volante do Nacional, após cruzamento de Nico López finalizou em gol na última, pequena, do jogo.

Manteve todos os jogadores

Não houve alterações no Nacional. O meia-atacante Ignácio Gonzáles, único que poderia agregar algo na parte técnica, sequer pode ficar no banco.

Em suma, os ''bolsos' jogaram melhor e tiveram mais oportunidades, mas nada digno de ser ressaltado e que descaracterizou o resultado como melhor explicação do que houve no gramado.

Ficha do jogo

Nacional – Conde; Fucile, Victorino, Polenta e Espino; Romero, Porras, Barcia e Ramírez; Sebastián Fernández e Nico López
Treinador: Gustavo Munúa

Corinthians – Cássio; Fagner, Felipe, Yago e Uendel; Bruno Henrique; Alan Mineiro (Marlone), Elias, Rodriguinho e Lucca; André
Treinador: Tite

Árbitro: Patrício Loustau (Argentina) – Assistentes: Eduardo Cardozo e Roberto Cañete (PAR)


São Paulo: Comitê de Ética será rigoroso com Ataíde e Carlos Miguel Aidar
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De Vitor Birner

O Comitê de Ética que apurou o entrevero de Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerrero pretende que ambos recebam fortes sanções.

A maior prevista no estatuto é a exclusão do quadro de conselheiros. Futuramente, os dois ainda podem ser expulsos do quadro de associados. Na tarde de hoje os integrantes ainda tinham pequenas dúvidas sobre qual será o parecer, mas prometem que não haverá brandura.

A demora para marcarem a reunião extraordinária porque recolheram muitos documentos. O relator José Roberto Opice Blum, que talvez seja o candidato da oposição à presidência do clube, obteve mais de mil paginas com notícias e documentos e horas de gravações com depoimentos dos dirigentes, nos quais embasará o parecer.

Haverá mais argumentos que os específicos do entrevero que redundou na renúncia de Carlos Miguel Aidar.

Contra o Ataíde  

Entre eles, será apresentada aos conselheiros a carta do advogado José Roberto Cortez, onde Ataíde Gil Guerrero referenda a divisão de comissão com Cinira Maturana pela indicação do tributarista.

José Eduardo Mesquita Pimenta, que pertence ao Conselho Consultivo, entregou ao Comitê de Ética o papel no qual o Ataíde Gil Guerrero escreveu à mão o aval.

Versão de Ataíde sobre a carta

Briguento, explosivo, grosseiro e incompetente para gerir o futebol.

Essas foram as reclamações de quem conviveu com ele, enquanto ficou no departamento, e doutras pessoas que conhecem melhor o cartola.

Nunca escutei que é desonesto. A própria briga agressão, por ele confirmada ao Comitê de Ética, foi motivada por suposto oferecimento de propina feito por Aidar.

O dirigente tem ideia que a carta foi anexada aos outros documentos recolhidos pelo Comitê de Ética e que foi levada em conta pelos integrantes.

Afirma que a ideia era recomendar o tributarista José Roberto Cortez para outros clubes, pois havia questão de impostos pontual de interesse comum a todos, mas depois, por falta de confiança no advogado, não fez isso.

Alega que se tivesse tocado a corretagem jurídica, prevista em lei, a agremiação do Morumbi seria a única isenta desse pagamento.

O próprio Ataíde Gil Guerrero, de acordo com o que fala, entregou a carta em questão ao Ives Gandra Martins, integrante do Conselho Consultivo, para ajudar nas investigações sobre a polêmica de Carlos Miguel Aidar contratar os serviços de José Roberto Cortez por R$8 milhões – recebeu R$3,5 milhões e a atual gestão não pretende pagar o restante – quando era possível oferecer muito menos a outro especialista.

Conselheiros é que aprovam o parecer

O Comitê de Ética sugere qual é a conclusão que considera a melhor. Quem referenda e transforma em decisão é o Conselho Deliberativo.

Em suma, votam contra ou favoravelmente ao parecer. Os integrantes têm direito de manter em sigilo as escolhas.

A votação será fechada. Não tive confirmação se haverá apenas uma a respeito de todo o parecer, ou duas para avaliarem separadamente os equívocos de Ataíde e Aidar. A tendência é que essa última seja colocada em prática.

Opinião

Minha leitura dos fatos – pode ser equivocada porque é conclusão embasada em muitos diálogos sobre o tema- é que o Comitê de Ética pedirá a exclusão de ambos os cartolas do quadro de conselheiros. Futuramente, os dois ainda podem ser expulsos do quadro de associados.

Não descarto plenamente que haja negociações nessas duas horas que antecedem a reunião. Quando chequei, hoje, no meio da tarde, a tendência era a que menciono.

Se a situação crê na argumentação de quem foi vice-presidente do futebol, tal qual acontece, e ele for excluído, a possibilidade de tudo ir para a Justiça Comum é enorme.

Outro ponto

Em regra, não gosto de votos fechados.

Melhor seria a plena transparência, mas o viés político atualmente exacerbado na agremiação diminui com o sigilo nas escolhas de conselheiros, o que aumenta a essência da apreciação que deve ser embasadas apenas em ética e no melhor para a agremiação.

 


Santos supera o bravo Alviverde no grande jogo com alma de futebol
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De Vitor Birner

Santos 2×2 Palmeiras (4×2)

Grande jogo de futebol.

Na questão técnica executado a contento, na tática correto, e na essência muito acima da média do torneio no Estadual.

Esse último aspecto o tornou tão especial. Quem encontra apenas na técnica ultra-refinada, no talento que impressiona, prazer ao assistir os jogos, tem conceito ariano sobre o esporte.

O futebol deve ser principalmente grande gerador de emoções.

Necessita rivalidade sadia, tristeza, alegria, superação, tal qual mostraram ambas as agremiações.

O clássico, além disso, teve o herói Vanderlei,e  o provocador Lucas Lima e São Fernando Prass desperdiçando pênaltis.

Houve equívocos de ambos os time, mas isso é irrelevante no pacote do espetáculo. Os torcedores do Alviverde sentem a eliminação, e creio que reconhecem o brio dos jogadores, enquanto os santistas comemoram com mais intensidade o resultado tão valorizado pelo clube do Allianz Parque.

Roteiro da semifinal

Era óbvio que o Santos teria a iniciativa, mais posse de bola e frequência na meia.

Dorival Jr insistiu nessa proposta desde o início do torneio, inclusive quando a alteração especificamente em alguns jogos facilitaria a conquista de resultados favoráveis.

Assim deve pensar o treinador do time gigante. Fase de grupos do Estadual e jogos diante de pequenos servem, acima de tudo, como preparação para os torneios mais relevantes.

O calendário nacional do futebol não permite que as agremiações se aprimorem quanto necessitam antes dos torneios.

Cuca recém-chegou. Pegou o elenco montado, em crise, com sequência de partidas importantes pela frente, e precisou fazer testes e ajustes de acordo com as características de cada compromisso.

Não teve como implementar a filosofia que pretende. Precisa treinar, mas foram 11 partidas em 37 dias no Alviverde.

Cobrar o mesmo estágio de preparação de ambos os times é insanidade. Obviamente, o Alvinegro tinha obrigação de ficar à frente na questão tática e cumpriu.   O andamento comprovou a teoria. Lucas e Lima e cia ditaram o ritmo do clássico.

Santos pode reclamar os pênaltis

Houve dois, ambos favoráveis para o Alvinegro e não marcados.

O neo-pênalti, quando Roger Guedes pulou para interceptar o chute e a bola bateu no braço do atacante não deliberadamente [isso não é infração na regra original e 'vigente', mas as determinações da Fifa determinam que seja, para azar da essência do esporte, muitos foram assinalados e por isso esse deveria ser marcado].

O seguinte sempre foi em todos os torneio de qualquer país em que se joga futebol. Vitor Hugo chutou, de maneira involuntária, a cabeça de Gustavo Henrique.

Inquestionável.

Melhorou e por isso tomou gol

O Alvinegro tinha grande superioridade. Houve a paralisação para os atletas se hidratarem.

Roger Guedes, após o recomeço, conseguir finalizar, algo inédito para o Alviverde até os 32 minutos,  e Vanderlei fez difícil intervenção.

O Palmeiras melhorou após as instruções do treinador. Adiantou o sistema de marcação, equilibrou as ações no meio de campo e aumentou a frequência na frente.

Por isso permitiu as lacunas que geraram o gol de Gabriel.

O Santos não tinha, antes, nem como cogitar o contra-ataque, pois o posicionamento do Alviverde com muitos jogadores atrás e a posse de bola da agremiação do Dorival Jr na meia eliminaram a possibilidade.

Lucas Lima lançou com precisão, Gabriel driblou os marcadores e, com categoria, tocou no canto.

Treinadores tentam melhorar times

A postura palestrina foi mantida no segundo tempo. O time equilibrou as ações no meio de campo e continuou com dificuldade de conseguir oportunidades.

Cuca, para otimizar o sistema de criação, substituiu Robinho e Alecsandro por Cleiton Xavier e Rafael Marques.

Optou pelo meia para melhorar os toques. O atacante pelos lados, com capacidade nos cruzamentos tal qual o atleta que iniciou o jogo e se dedicou muito na marcação, entrou para executar função similar a do que saiu.

Gabriel Jesus atuou como  'centroavante'.

Após as alterações, tomou a bola de David Braz, correu, entrou na área e em frente ao Vanderlei chutou por cima.

Dorival Jr,  ao notar que o Santos caiu de rendimento, mexeu.

Trocou Vitor Bueno, apagado, por Paulinho. Havia enormes lacunas para o contra-ataque porque ambos os laterais palestrinos apoiaram simultaneamente por conta da necessidade de o time fazer o gol.

O Santos demorou dois minutos após a alteração para ampliar. Zeca e Lucas Lima articularam grande lance do lado direito do sistema de marcação do Alviverde, e o lateral fez a assistência ao artilheiro.

A confiança e a necessidade

O Santos melhorou com o gol. Ganhou confiança.

Dorival tirou Thiago Maia e pôs o Leo Citadini. Cinco minutos depois, o volante Alison ganhou a oportunidade e Gabriel, aplaudido, deixou o gramado.

Entre essas mexidas, Cuca havia colocado Gabriel Jesus e tirado Lucas Barrios, pois o novato não rendeu como nos últimos jogos, e era necessário investir em cruzamentos para tentar o então dificílimo empate.

Na raça

Os palmeirenses transbordavam tensão. Faziam faltas desnecessárias e por isso paravam e o jogo e recebiam amarelos.

Isso não impediu de conseguiram a reação que, mesmo com o time sendo eliminado, merece ser avaliada como heroica.

Enquanto a festa do Alvinegro acontecia na arquibancada, Lucas Barrios levantou na área, Rafael Marques ganhou dos zagueiros, finalizou e diminuiu.

No lance seguinte houve o cruzamento de Cleiton Xavier e o cabeceio de Rafael Marques para igualar.

Vanderlei, o gigante

O treinador do Santos tinha que reerguer o moral dos jogadores para a série de pênaltis. Os do Alviverde, confiantes, foram tomados por otimismo e chegaram fortalecidos.

Havia Fernando Prass,  competente nesses lances, com histórico recente favorável.

Lucas Lima inaugurou a série e o goleiro, para apimentar mais,  impediu o êxito do twittero.

O momento era muito positivo para o Alviverde.

Mas havia o personagem que quase ninguém cogitou como provável referência da classificação. Vanderlei acertou os cantos em quase todas as cobranças dos palmeirenses.

Pegou as de Lucas Barrios e do candidato a herói Rafael Marques, e não pulou na última, para fora, do Fernando Prass.

O melhor se classificou

O Santos é, hoje, melhor que o Alviverde.

Talvez, se os pênaltis fossem marcados, não teria sofrido tanto para chegar à final.

O Palmeiras merece elogios pela capacidade de superar tantas dificuldades.  Foi assim nos últimos jogos de Cuca, que terá semanas para treinar e fazer o time chegar forte no torneio de pontos corridos.

Ficha do jogo

Santos – Vanderlei, Victor Ferraz, Gustavo Henrique, David Braz e Zeca; Renato e Thiago Maia (Léo Cittadini); Gabriel (Alison), Lucas Lima e Vitor Bueno (Paulinho); Ricardo Oliveira
Técnico: Dorival Júnior

Palmeiras – Fernando Prass; Jean, Thiago Martins, Vitor Hugo e Egídio; Gabriel, Matheus Sales, Robinho (Cleiton Xavier) e Roger Guedes; Alecsandro (Rafael Marques) e Gabriel Jesus (Lucas Barrios)
Técnico: Cuca

Árbitro: Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza – Assistentes: Anderson Jose de Moraes Coelho e Alex Ang Ribeiro


São Paulo raçudo, catimbeiro e humilde segue na Libertadores
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De Vitor Birner

Essas virtudes proporcionaram ao time do Morumbi a classificação épica, difícil contra o The Strongest e a altitude.

Tal qual aconteceu diante do River Plate, os jogadores mostraram frieza incomum às agremiações daqui quando enfrentam as de outros países no continente.  Irritaram os limitados oponentes e, apesar da proposta defensiva, tiveram mais oportunidades de gol.

Quebro o padrão no post. Destaco alguns personagens para comentar sobre a parte coletiva e a heroica classificação.

Fundamental; Edgardo Bauza

Quase todos os treinadores que labutam em clubes brasileiros não teriam peito de iniciar com Ganso no banco, inclusive se tivessem a mesma conclusão do bicampeão da Libertadores sobre qual estratégia aumentaria a possibilidade de o time seguir no torneio.

O meia tem mostrado futebol de qualidade. É dono da posição e a principal referência técnica, por isso a escolha gerou reclamações desprovidas da raciocínio realista sobre o que especificamente esse jogo exigia.

Era óbvio que o time não teria condição física para suportar o jogo; e que, no segundo tempo, tal dificuldade seria maior.

Optou por Wesley e sequer orientou alguém a cumprir a função ou ocupar a posição do Ganso.

Colocou Hudson centralizado em frente aos zagueiros Maicon e Rodrigo Caio. Thiago Mendes na direita e Wesley na esquerda completaram o trio de volantes. Em muitos momentos esses dois atuaram adiante do colega e formaram o quarteto com Kelvin e Michel Bastos, que na prática foram alas.

As flutuações táticas, sempre priorizando os desarmes, tiveram o 4-2-3-1, 4-1-4-1 ou 4-5-1 baseados em qual região do gramado a dupla de reservas teve que ocupar.

Era imprescindível evitar a necessidade de os atletas recomporem constantemente o sistema de marcação porque perdem a bola na frente. Sabia que os bolivianos, como sempre, investiriam em lançamentos longos e forçariam que os oponentes corressem muito, pois sabiam como reage quem não se adaptou à falta de oxigênio no ar.

As alterações, durante o jogo, foram precisas como o planejamento do técnico.

Aguardou quanto pôde. Necessitava saber quem teria prejudicadas a oxigenação no sangue e o fôlego e obviamente quais atletas poderiam permanecer no gramado.

Bruno pediu para sair e o treinador optou por Caramelo. Em seguida, colocou Ganso e tirou o Michel Bastos; Por último substituiu Calleri por Allan Kardec.

Precisava recompor o sistema de marcação na esquerda e o centroavante, ex Palmeiras, fez tal função para Ganso jogar à frente do quinteto do meio de campo, dentro do próprio setor.

Posicionou os jogadores 'compactados' em poucos metros fora da área.

Em suma, o 'hermano' fez tudo que lhe cabia e não fez média com a opinião pública e torcedores.

Aliás, o time, lentamente, adquire a personalidade das agremiações que dirigiu.

Acertando ou se equivocando,  escala  de acordo com que acha melhor, e não para manter o emprego ou encerrar a possibilidade de ser o principal foco da eliminação.

Não custa lembrar que o Wesley teve a melhor atuação no São Paulo. Contribui muito para o time conseguir o ponto e seguir no torneio mais importante do continente.

Denis; o único que destoou

Não é possível criticar a postura do goleiro. A questão foi a qualidade.

Quase acabou com o planejamento de Bauza ao se equivocar de novo na interceptação do cruzamento. Mesmo se houve o toque do Alonso – é difícil afirmar – e consequentemente o impedimento de Cristaldo, o autor do gol, ele mostrou a dificuldade técnica que redundou em ambos feitos pelo River Plate nos jogos de Nuñez e do Morumbi.

Ele reclamou, mas mereceu a exclusão. Demorar para cobrar tiros de meta era algo indispensável para os colegas descansarem, esfriar a partida, e irritar quem precisava ganhar. Tomou o amarelo aos 25 e quase no final o vermelho por tentar repor a bola do lado oposto em que saiu e gerou o tiro de meta.

Maicon foi para o gol nos acréscimos.

Calleri; poucas palavras e muita atitude

O centroavante, de novo com a malandragem que o jogo pedia, igualou o resultado de cabeça após segurar o zagueiro, que fez o mesmo.

Não é de anunciar que marcará gols e será artilheiro. Na entrevista antes de enfrentar o River Plate, falou que pretendia ganhar e não havia nada especial por enfrentar a equipe com a qual tem maior rivalidade.

O jogo negou o que havia afirmado; sobrou raça. Irritou os oponentes como fez diante do The Strongest. e apesar de ficar isolado na frente conseguiu o lance crucial para a classificação do time do Morumbi.

Foi expulso nos acréscimos e não há imagem de ele sequer reagindo à violência do The Strongest.

Tomou beliscão na nuca, chute, soco, e não reagiu ou alterou a expressão facial; é realmente muito competitivo e mostra o respeito pelo manto sagrado tricampeão da Libertadores.

Maicon: o gigante

O zagueiro se equivocou em uma inversão de bola que realizou. No mais a atuação dele foi digna de ser reverenciada pelos torcedores da agremiação do Morumbi.

Ganhou todas, tanto por cima quanto com os pés, no monte de cruzamentos e lançamentos feitos pelo The Strongest.

De quebra foi o goleiro após a exclusão do Denis. Teve que intervir nos cruzamentos e manteve a firmeza. Além de raça, mostrou técnica e liderança.

Foi o melhor na difícil classificação.

O peso dos mantos sagrados

Camisa não ganha os jogos. É preciso acima de tudo mostrar futebol.

Mas quando há 'igualdade' dentro do gramado, a mais rica em conquistas quase sempre prevalece, tal qual nesse jogo.

Hudson; duas grandes atuações

Critiquei o volante porque o time sofreu gols do lado em que joga. Não conseguia recompor o sistema de marcação na velocidade necessária e a chegada na frente era pouco produtiva.

Diante do River Plate e do The Strongest, ao contrário, foi gigante na parte defensiva.

Por isso o destaquei no post. Quando critico equívocos de qualquer atleta e eles cessam em partidas importantes como essas, faço questão de ressaltar. A melhora exige esforço do profissional e deve ser valorizado.

Necessita manter o padrão e aumentar a quantidade de acertos na criação e finalização.

Ganhou crédito com os torcedores. Merece o respeito pelo que realizou no returno da Libertadores.

 


Tite vetou Ronaldinho no Alvinegro
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birner

De Vitor Birner

O veterano foi oferecido faz cerca de 2 meses.

Os empresários do atleta foram ao Parque São Jorge munidos do plano de marketing, econômico, para convencerem o presidente Roberto Andrade.

Realistas, citaram salários de R$300 mil mensais, que se enquadram no padrão do clube, mais parte da arrecadação em ações de marketing feitas pelo jogador.

O dirigente não ficou empolgado, mas foi escutar dirigentes com quem divide as decisões sobre o futebol da agremiação, o que reforçou a ideia de recusar.

A questão era dentro do gramado. Qual tipo de impacto causaria a chegada de alguém que dificilmente treinaria com a mesma intensidade do elenco. Mesmo propenso a não querer o atleta, solicitou o parecer do Tite.

Dispensar a sabedoria do treinador para referendar a contratação de qualquer boleiro, por motivos óbvios, seria pouco inteligente.

Ninguém podia garantir, com plena convicção, que o especialista em formar elenco, implementar esquema tático e tudo mais que diz respeito ao jogo de futebol, não pensaria na maneira de fazer o Ronaldinho agregar algo ao time.

Como os cartolas imaginaram, o maior ídolo atualmente do torcedor referendou o veto ao jogador.

Mantendo os pés no gramado

Ronaldinho não se encaixa na filosofia de futebol do Alvinegro. O último jogador contratado para brilhar, a estrela, foi Pato.

O emprestado ao Chelsea, nos treinamentos, se engaja mais que o mais renomado e campeão.

No Corinthians os resultados positivos são frutos acima de tudo da força coletiva. O personagem midiático, acostumado com regalias, tem perfil distinto do necessário.

Por isso a recusa foi a melhor opção.

O futebol é o maior propulsor da parte econômica. Enquanto for observado, por quem não é da agremiação, como ganhador, as possibilidade de aumento das arrecadações e êxito com marketing são maiores.

A vitrine com maior exposição

O Alvinegro é o clube, hoje, com maior potencial para alavancar qualquer jogador na mídia.

Tem torcida enorme e como consegue ganhar campeonatos, os acertos potencializam os feitos dos atletas, e isso possibilita negócios de marketing.

Os empresários do Ronaldinho ofereceram o pé de obra do cliente noutras agremiações. Mas, se conseguissem que fosse ao Corinthians, poderiam aproveitar o apelo comercial da instituição e a força do time que ganha campeonatos.

Ou seja; conseguiriam mais dinheiro com os comerciais que noutro clube, valorizariam o jogador se, é óbvio, fosse capaz de mostrar competitividade e qualidade nos gramados, o que em tese demandaria muita dedicação nos treinamentos.

De qualquer maneira seria grande oportunidade, para quem agencia o veterano, se fosse contratado pelo atual campeão do torneio de pontos corridos.

Qualquer outra agremiação gigante, que quiser contar com o jogador, tem condição de obter êxito na empreitada.

Faço referência ao porte porque a impressão, no fim de carreira, é que prioriza ganho$ ao futebol. No marketing de massa,  o tamanho e a popularidade da 'grife do expositor' são fundamentais para os negócios.

 


Corinthians acerta ao optar por reservas e ‘erra’ ao manter Cássio
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birner

De Vitor Birner

Tite confirmou que escalará o time alternativo diante do Cobresal.

Dez jogadores que ganharam o status de titulares, todos de linha, não irão iniciar.

Giovanni Augusto, porque se machucou, não teria condições, mas os outros poderiam atuar.

A escolha é mais que lógica.

O treinador afirmou que a estreia no mata-mata da Libertadores será na quarta-feira. Como a tendência é encerrar a fase de classificação na liderança, será necessário viajar –  a não ser que enfrente o São Paulo – ninguém sabe para onde, o que pode dificultar a recuperação física dos atletas, além de 'roubar' o dia de treinamento.

Antes, terá o Audax no Estadual.

A equipe de Fernando Diniz é fundamentalista na manutenção da bola. Isso exige mais do sistema de marcação do Corinthians, a não ser que, de maneira pragmática e conservadora, o treinador posicione os atletas pouco à frente da linha que divide o gramado.

Como tem elenco tecnicamente superior e capaz de mostrar intensidade nos desarmes, o ideal será adiantar todas as linhas e se impor diante dos torcedores em Itaquera.

A proposta coletiva ousada do time de Fernando Diniz  força quem marca a saída de jogo a correr mais do que normalmente necessita.

Há outro aspecto para reforçar o acerto no planejamento: os titulares do Corinthians, neste momento, são pouco melhores que os suplentes.

E esses têm mais futebol que a pequena e eliminada agremiação chilena.

Devem ganhar com facilidade. A tendência é conseguirem isso de maneira mais simples que nos dois outros jogos do time no torneio.

Não foi apenas o treinador

Tite deve ter argumentado sobre esses aspectos com os cartolas, mas a última palavra foi de quem cuida gestão do clube.

Ambos, parece óbvio, continuam em sintonia.

Se equivocaram; Walter merecia oportunidade

Não concordei apenas com a manutenção do goleiro principal.

O concorrente da posição, assim como os das outras, precisa atuar.

Quando o time precisou, não há como negar que correspondeu. E mesmo se cometesse equívocos, é importante que se sinta na mesma condição dos colegas no elenco.

A função de goleiro é das que mais exigem sequência de jogos.

Ninguém pode argumentar que a ausência de Cássio, apenas diante do Cobresal, fará o atleta perder o ritmo. As agremiações de países no exterior têm calendário menos lotado e melhor, e mantêm o alto padrão.

Agremiações contra as quais pode jogar 

Eis as equipes que podem encerrar, ou ficaram, na segunda colocação;

Grupo 1 – River Plate [possibilidade minúscula], São Paulo ou The Strongest. Agremiação do Morumbi precisa empatar em La Paz. Buenos Aires, sul da capital do estado ou os 3600 metros na Bolívia são as opções.

Grupo 2  – Nacional em Montevidéu. Viagem curta para atuar diante da agremiação do Munúa que investe em contra-ataque e cruzamentos.

Grupo 3 – Racing pode perder por 1×0 gol do Bolivar em La Paz para se classificar. Se conseguir, o Corinthians irá encarar a viajem curta, o time muito mais forte na criação que nos desarmes, por isso oscila, e a torcida portenha mais barulhenta entre os grandes clubes 'hermanos'.

Grupo 4 –  Jogos do grupo acontecem no horário que postei. Huracán precisa empatar em Medellin contra o Atlético Nacional. O Sporting Cristal tem que ganhar do Peñarol no Uruguai e torcedor pelo tropeço dos 'hermanos'.

Grupo 5 – Independiente Del Valle. É time pequeno do Equador, nunca conqustou torneio de primeira divisão,atua na região metropolitana de Quito (2800m de altitude) e fez jogos difíceis contra o Atlético MG.  Perdeu fora e ganhou no acanhado Estádio Rumiñahui.

Grupo 6 – Grêmio. O torcedor conhece e nem preciso argumentar sobre o time de Roger.

Grupo  7  – Deportivo Táchira –  O time ganhou os 3 jogos na Venezuela, onde marcou 5 gols e levou 1, e perdeu os 3 quando saiu do país sofrendo 10 e conseguindo comemorar uma vez. O mais difícil para o Alvinegro seria a viagem à San Cristóbal.

Grupo 8 – Santa Fe e Cerro Porteño, ambos conhecidos, concorrem à classificação. Se enfrentam em Assunção e os paraguaios precisam ganhar.

 

 


Santos x Palmeiras; Lucas Lima e a rivalidade em alta no jogo pré-desenhado
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De Vitor Birner

Dorival Jr, na fase de classificação do estadual, fez o possível para o Santos ficar muito com a bola.

Manteve a proposta, inclusive nos momentos em que o time teve dificuldades e seria melhor atuar de outra forma para conseguir o resultado. Treinou durante os jogos, tal qual todos times gigantes devem fazer no torneio menos importante que participam na temporada.

O Palmeiras de Cuca, por enquanto, tem na velocidade do contra-ataque e nos cruzamentos as principais virtudes para fazer o gol.  Quando toma a iniciativa mostra dificuldade para criar e fazer a recomposição do sistema de marcação, principalmente pelos lados.

Isso deve melhorar muito com a sequência de treinamentos.

Tem a semana para continuar a construção coletiva, mas não sei se investirá naquilo que a equipe ainda não realiza como quer. Fará isso, acho, se notar durante as atividades na Academia de Futebol que houve grande melhora.

O jogo será na Vila Belmiro, o que reforça as propostas atuais de ambos os técnicos Lembro que o Alvinegro atuará quinta-feira em Macapá. Se não poupar muitos atletas, a preparação para a semifinal pode ser comprometida.

A tendência é de clássico com o Alvinegro tomando a iniciativa, marcando na frente, e o time da capital mais conservador, investindo em lances rápidos na 'vertical' quando retoma a bola, e forçando as faltas para levantar a bola na área.

Além disso, haverá intensidade e tensão. A rivalidade entre os jogadores e os clubes, após a Copa do Brasil, ficou maior. É mais importante que ganhar o estadual.

Lucas Lima temperou bastante o que é saudável se ficar dentro do gramado e no grito dos torcedores da arquibancada.

Pode pintar novo post no twitter do meia. Será coerente da parte dele escrever algo antes do clássico.

Talvez seja o último do meia contra o Alviverde.  O outro será pelo torneio de pontos corridos, em 10 de julho.

A janela de transferência para os maiores clubes europeus será aberta no início daquele mês. A possibilidade de sair é muito grande.


Zaga do São Paulo, cansaço e grande futebol do Audax geraram a goleada
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De Vitor Birner

Audax 4×1 São Paulo

A classificação, com sobra, da agremiação pequena, é simples de ser avaliada.

Foi superior na parte física, técnica e coletiva durante o segundo tempo, por isso conseguiu a goleada.

Antes, enquanto os escalados por Bauza conseguiram correr para impedir a transição do GOA com toques de bola à frente, tal qual Fernando Diniz aprecia e exige, os equívocos da dupla de zaga  garantiram o resultado favorável ao time que se classificou.

O Audax merece aplausos de quem aprecia futebol.

Em alguns momentos, como no lance em que tomou o gol, poderia ser mais objetivo, inteligente, pois a saída de trás padrão do time não tinha muita possibilidade de redundar na oportunidade de gol.

Mas a proposta coletiva do treinador é essa. Fundamentalista na manutenção do conceito que quase ninguém tenta implementar, comemorou o êxito gerado pelas convicções que tendem a melhorar a subjetiva estética do futebol.

Bauza se equivocou

Não deveria ter escalado os principais jogadores. A maior virtude do Audax é toque de bola que força os oponentes a correrem muito na marcação.

Tanto fazia para a agremiação do Morumbi conquistar o estadual. O único valor de atingir tal meta, se conseguisse, seria ganhar clássicos, mais importante que o troféu do outrora relevante e hoje decadente torneio.

Pequenos e muito mais radicais

O São Paulo insiste em nos toques e nos lances de frente por fora das linhas do time com o qual atua. O treinador quer, assim, espalhar a marcação para encontrar lacunas e criar as oportunidade

O técnico Fernando Diniz é fundamentalista na manutenção da bola. Monta a estrutura coletiva com base nisso os jogadores trocam de posições constantemente. São praticamente proibidos de fazerem lançamentos longos.

Parece preferir tomar o gol tentando que permitir aos atletas tentarem isso, por opção ou necessidade, em determinados momentos.

Teoria mais fácil que a prática

Ambos os treinadores sabiam o que precisariam superar. Era óbvio.

O do Audax teve como fazer ajustes embasados naquilo que o jogo exigia. Enquanto isso o Bauza se preparou para o que mais importava, e ganhou contra o atual campeão da Libertadores.

Mesmo assim, precisando lidar com o desgaste de jogadores e quase nenhuma labuta específica para o jogo,  o 'hermano' determinou que o sistema de marcação jogasse adiantado, pois queria retomar a bola na frente e fazer o gol.

Zagueiros não corresponderam

O 2×1 no 1°t, favorável á agremiação pequena, teve preponderante participação dos zagueiros do São Paulo. Bauza acertou ao deixar Maicon no banco.

É o único, do elenco, que mostra a firmeza necessária.

O Rodrigo Caio, que tem qualidade técnica e por isso exagera [em todos os jogos erra o toque ao menos uma vez na saída de bola], manteve a média e Denis precisou fazer duas intervenções muito difíceis para impedir que Juninho do Audax, aos 9 minutos, comemorasse.

No lance seguinte, Ganso tentou encobrir o goleiro Sidão, que interveio para impedir o golaço.

O time do Morumbi conseguiu fazer marcação adiantada, o que fez o time frequentar mais o campo de frente. Foi, por pouco, superior.

Mas a fraca atuação dos zagueiros, inclusive nas finalizações, redundou no resultado que não queriam.

No primeiro gol, Lugano se equivocou no toque simples. O centroavante Ytalo avançou com ela, chutou, houve o desvio em Rodrigo Caio e Denis não teve como intervir.

Oportunidades de ambos

Em seguida, Bauza inverteu os lados de Michel Bastos e Kelvin.

Na direita, o criticado pela torcida retomou a bola e tocou para Calleri entrar na área. Frio, o centroavante finalizou por entre as pernas de Sidão, e fez questão de comemorar indicando que dividiu o gol com o veterano colega do elenco.

O Audax teve dificuldade para marcar os cruzamentos. Rodrigo Caio não conseguiu tocar na bola quando ela cruzou a pequena área em frente aos zagueiro.

Em seguida Michel Bastos tocou para Calleri obrigar Sidão, o melhor em campo, impedir a virada com o pé.

Os equívocos e a habilidade

No momento em que o São Paulo era melhor,  Yuri preferiu o lançamento por cima.

Do meio de campo, na medida, encontrou Ytalo na área, sozinho, que conseguiu a difícil finalização e o gol.

Tanto Rodrigo Caio quanto o Lugano poderiam acompanhar o centroavante, mas demoraram. Não faltou raça para a dupla, mas sim futebol.

Previsível vareio

Obviamente, a correria na Libertadores e a do primeiro tempo redundariam em perda de força física e de rendimento durante os 90 minutos.

Se o São Paulo ganhasse a primeira parte, depois poderia ser conservador. Como perdia, necessitou sair para o jogo, e o oponente inteiro tinha possibilidade de melhorar.

A agremiação do Morumbi não conseguiu marcar a saída de bola e a quantidade de equívocos de fundamentos ficou maior, enquanto a de Fernando Diniz melhorou, foi muito superior no 2°t, se impôs e ganhou.

Mais dos zagueiros

A dupla ficou sobrecarregada porque o Audax aumentou muito a frequência no campo de frente. Mesmo assim era possível intervir em ambos os gols.

Aos 5, Juninho cobrou a falta, a bola tocou na trave e, no rebote, Maike finalizou.

O Rodrigo Caio tentou o carrinho, mas demorou. Não seria simples intervir, mas tinha que ficar atento.

Dez minutos depois o Hudson retomou a bola na área e se equivocou na sequência da grande oportunidade de o São Paulo diminuir.

O volante, que normalmente mostra futebol abaixo do suficiente e tinha feito a melhor apresentação pelo clube no último compromisso da Libertadores, quando talvez tenha sido o melhor no gramado, foi mal na parte ofensiva, além de não cumprir a contento as funções no sistema de marcação.

Bauza, por isso e pelo cansaço, colocou Wesley e o tirou.

Tinha optado, pouco antes, por Centurión e Alan Kardec e as saídas de Kelvin e Michel Bastos.

Mais fácil

O São Paulo tinha que adiantar o sistema de marcação, mesmo sabendo que isso dificilmente alteraria o panorama e aumentaria a possibilidade de tomar gols.

No contra-ataque, Mike foi lançado com enorme avenida para carregar a bola, driblou o Mena, chutou, o Denis rebateu e Juninho tocou às redes para festejar a goleada.

Rodrigo Caio não tinha quem marcar, além do artilheiro, pois o Thiago Mendes conseguiu chegar na área.  O lance rápido exigia a difícil leitura do zagueiro, que por causa do posicionamento ficou impossibilitado de intervir.

Mike alguns minutos depois acertou a trave e quase ampliou a goleada.

Bruno Silva, Danilo Tchê Tchê e Camacho, na devida ordem, foram substituídos por Bruno, Felipe Rodrigues e Maurício, o time manteve a grande superioridade, mas não foi capaz de criar outras oportunidades.

Foi inquestionável

O Audax mereceu a classificação. Cometeu menos equívocos e e teve mais acertos.

O empate ou nada

O São Paulo terá diante do  The Strongest com novo treinador, o jogo mais complicado na tentativa de se classificar às oitavas-de-final na Libertadores.

Se conseguir, tornará o vareio no estadual quase irrelevante. A eliminação potencializará o impacto de todos os tropeços com o treinador e noutras temporadas de jejum de conquistas.

Ficha do jogo

Audax – Sidão; Yuri, André Castro, Bruno Silva (Brunno Lima, aos 34'/2ºT) e Velicka; Danilo Tchê Tchê (Brunno Lima, aos 41'/2ºT), Camacho (Maurício, aos 43'/2ºT) e Juninho; Mike, Bruno Paulo e Ytalo
Técnico: Fernando Diniz

São Paulo – Denis; Bruno, Lugano, Rodrigo Caio e Mena; Hudson (Wesley, aos 26'/2ºT) e Thiago Mendes; Kelvin (Centurión, aos 17'/2ºT), Ganso e Michel Bastos (Alan Kardec, aos 17'/2ºT); Calleri
Técnico: Edgardo Bauza

Árbitro: José Claudio Rocha Filho – Auxiliares: Daniel Paulo Ziolli e Risser Jarussi Corrêa


Cuca classificaria o Alviverde na Libertadores; tristeza e otimismo valem
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De Vitor Birner

'Chacho' Coudet poupou atletas em quase todos os jogos e mesmo assim terminou na liderança do difícil grupo na Libertadores.

Contra o Nacional lotado de reservas, o treinador colocou o artilheiro Marco Rubén e Lo Celso no banco. O centroavante não entrou, e o meia foi para o gramado aos 35 minutos quando o lateral Álvarez se machucou.

O time nem precisou de grande apresentação para ganhar. O equívoco dos 'Bolsos' na marcação, após cobrança do habilidoso meia Cervi, que foi contratado pelo Benfica, permitiu ao zagueiro Donatti se abaixar para cabecear e comemorar o gol no momento em que o jogo era equilibrado.

Herrera, após assistência do Cervi em lance de contra-ataque, ampliou e garantiu os pontos que a agremiação necessitava.

Demorou muito para jogar futebol

Não tenho a menor dúvida que o Palmeiras é mais capaz que o Nacional.  O problema é que demorou para mostrar futebol competitivo.

Se o o padrão do time dentro do gramado fosse similar ao que tem apresentado desde quando ganhou do Corinthians, hoje os torcedores fariam contas para imaginar contra quem seria a partida nas oitavas-de-final. Tenho convicção disso.

E, aposto, os tricampeões', como em quase todas as edições do torneio nessa década, seriam eliminados.

Assim é o futebol.

O Corinthians, por exemplo, se enfrentasse o Tolima em março, não no fim de janeiro e início de fevereiro como aconteceu, teria seguido naquela Libertadores.

O São Paulo, hoje, no Morumbi, dificilmente perderia do The Strongest.

Os times daqui demoram para elevar o padrão. Mexidas ou não, feitas com embasamento técnico, antes da temporada, nos treinadores e elenco retardam o aumento da quantidade de acertos.

Ou os dirigentes tentam melhorar o calendário, ou fazem ajustes administrativos que impeçam tropeços gerados pelo estágio de preparação das agremiações que gerem.

O alento para os torcedores

Cuca tem melhorado o futebol do Alviverde, tal qual era possível imaginar quando foi contratado.

O time tende a ficar mais forte. Não estranhe se houver oscilações, pois continua em formação.

A eliminação no torneio mais importante do continente pode proporcionar benefícios; o treinador pode organizar, aprimorar e agregar virtudes ao coletivo, e investir no início do torneio de pontos corridos.

Não tenho a menor ideia de quem conquistará o torneio nacional.

Elencos com potencial, quando conseguem arrancadas nessa rodadas, muitas vezes comemoram no final da competição. O Alvinegro de Tite e o Cruzeiro então de Marcelo Oliveira assim ganharam os troféus.

Qualquer torcedor, ciente que o elenco poderia ir adiante na Libertadores, fica triste com a eliminação.

Mas o futebol do Palmeiras, nesse momento, merece o racional voto de otimismo, além de expectativa positiva. O ditado 'pegar o limão e fazer a limonada' pode ser levado em conta para quem ama a agremiação do Allianz Parque.