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São Paulo e Atlético decidem quem jogará a semifinal da Libertadores
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De Vitor Birner

Não há como adivinhar como o que acontecerá no jogo onde pequenos detalhes podem garantir a classificação de Atlético ou São Paulo à semifinal da Libertadores.

No Morumbi, cruzamento e cabeio determinaram o ganhador após 95 minutos, mas 0x0 seria o resultado que melhor contaria o que houve no gramado.

O elenco de Aguirre é melhor que o de Bauza. Oferece maiores possibilidades táticas, mas tem atletas importantes machucados, alguns se esforçam para atuar e a regra permite onze por agremiação.

As ausências e a qualidade do time principal do São Paulo tornam o jogo equilibrado.

Tudo isso, obviamente, na teoria; Questões além de técnica, como sorte, equívocos de quem deve impor as regras do futebol e a capacidade de os jogadores raciocinarem para cumprir as propostas dos treinadores podem garantir a classificação.

A parte lógica

O Atlético tomou iniciativa, impôs grande intensidade e rapidamente fez gol quando recebeu os oponentes nessa edição do torneio.

Tentará manter a virtude. Fica difícil saber com qual escalação, pois não sei quem poderá atuar.

Deve optar pelo 4-2-3-1, talvez o 4-1-4-1, com os jogadores mais técnicos no trio, pois a perda de Rafael Carioca pode comprometer a transição à frente tocando a bola.

Tem que ficar atento ao Ganso.

O meia, se confirmada a escalação desde o início, tal qual é a tendência, exigirá a atenção de Leandro Donizete. que não pode oferecer brechas para o mais habilidoso criar as oportunidades.

No futebol é possível ganhar com desempenho abaixo do necessário. Mas quem impõe o ritmo e é competente na marcação tem maior possibilidade de conseguir o resultado positivo. Ganso é o mais talentoso e inteligente para quebrar o andamento planejado pela agremiação que encerrou como líder a fase de grupos.

Proposta coletiva deve ser mantida

Bauza não alterou a filosofia de futebol durante a Libertadores. Fez ajustes nas escalação quando avaliou serem necessários.

Em La Paz e Toluca substituiu Ganso por Wesley, pois queria reforçar o sistema de marcação e ter o jogador em plena forma, se quisesse mais criatividade e qualidade no passe.

Taticamente o time atuou no 4-2-3-1 quando tomou iniciativa de fazer gol. O sistema de marcação se posicionou no 4-4-1-1, com Ganso entre o quarteto e Calleri, o centroavante.

Nos jogos em que o meia não atuou a entrada de Wesley formou o 4-5-1.

O São Paulo foi organizado a partir do sistema de marcação. O resultado no Morumbi reforçou a ideia. A constância no apoio de laterais e volantes, se irão fortalecer a criação e chegar na área, afirmará qual é o tamanho da prioridade do treinador para impedir os gols. ,

A personalidade com reflexo no futebol

''Não somos candidatos, mas somos time difícil e competitivo''.

A entrevista de Bauza, após ganhar no Morumbi, foi realista.

Sabe que o time em formação, com deficiência em algumas posições, e saindo da era do marasmo, não é o melhor na técnica e nem o que tem mais alternativas táticas entre os que continuam na Libertadores.

O treinador se orgulha da personalidade forte que a agremiação mostrou nos momentos mais complicados do torneio.

Experiente, não planeja a conquista. Se concentra no jogo seguinte, é pragmático. Assim tentará a difícil a classificação à semifinal da Libertadores.

Foi contratado pelo time considerado a maior zebra, entre os do país, e com dificuldades nos jogos mais intensos, e em poucos meses alterou o panorama que incomodava os torcedores.

O Atlético de Levir, porque tinha sistema de marcação instável, oscilou, tornou épica a conquista da Copa do Brasil, mas frustrante o vice na competição que o Corinthians foi campeão. .

Aguirre fortaleceu o necessário e fez o time ser menos criativo. O placar mostrará se compensou a alteração na filosofia de futebol.

Resultado gerado por jogadores e treinadores

Andres Cunha foi encarregado de impor as regras do jogo. Carlos Pastorino e Horacio Ferreiro serão os auxiliares.

Que tenham as melhores atuações das carreiras.Após tanta expectativa de ambas as torcidas, times poupados e outros esforços devem prevalecer as opções e desempenhos, os méritos, de quem escala e dos que jogam futebol.


O classificado envergonhado à Liga dos Campeões, e o rebaixado com apoio
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De Vitor Birner

Estragaram a campanha 

''Antes de tudo, peço perdão aos fãs [torcedores]. Nosso time foi terrível para eles; para nossas famílias, também. Não foi o time que jogou a temporada. Foi meu pior dias como treinador, não apenas na Inglaterra como na Espanha'', falou Mauricio Pochettino, treinador do Tottenham, após a goleada por 5×1 contra o rebaixado Newcastle.

O clube foi ultrapassado pelo Arsenal, maior rival, encerrou a Premier League em terceiro e classificado à fase de grupos da Liga dos Campeões.

Como o 'hermano ' afirmou, nas partes tática e física não havia problemas. ''O time foi disperso, quis jogar apenas com a bola e se esqueceu da intensidade na marcação''.

O desfecho pífio incomodou quem é capaz de entender que não apenas as conquistas são importantes no futebol.

O manto sagrado da agremiação carrega história e amor dos torcedores pela instituição. e os jogadores representam essas pessoas no gramado. Não podem atuar com prepotência e pouco empenho. Os grandes profissionais encaram o dever com seriedade no esporte mercantilizado.

A declaração sincera, feita com a alma de amador que tanto falta faz ao futebol, mostra o respeito do técnico pelo clube que dispende considerável monta para ter o serviço de qualidade ao dirigir o caro elenco.

Tocará adiante, tal qual deve ser, a carreira, mas carregará a frustração e o sentimento ruim que o resultado proporcionou. Não há dinheiro que faça o tempo recuar para alterar 0 jogo.

Newcastle continua gigante na arquibancada

O St James Park tem carga de 52404 ingressos por jogo. A média de público foi de 48417, com taxa de ocupação de 92,5% por jogo, apesar do rebaixamento,.

Após apenas meia dúzias de partidas ganhas, sete empates e cinco derrotas no estádio, 52103 foram apoiar na rodada seguinte à confirmação da queda para a Championship.

Ninguém ficou satisfeito com a campanha, mas os seguidores cantaram o nome do clube e o do treinador Rafa Benítez, que chegou restando dez rodadas e não o conseguir manter o time na Premier League.

Essa é a música em homenagem ao treinador.

São torcedores da agremiação, na trigésima rodada, em jogo no King Power Stadium, obviamente contra o Leicester, quando houve a estreia do técnico.

O amor que não necessita conquistas  

O clube fundado em faz quase 124 anos, ganhou 4 vezes o campeonato [o último em 1927] e seis FA Cups, onde não conquista o troféu desde 55.

Nem assim esvaziou a arquibancada.

E mais: o impacto do congelamento das outrora participativas torcidas inglesas, que faz jogos do Arsenal ambiente silencioso e propício para a meditação, foi menor na cidade que fica muito próxima à capital da Escócia.

O clube é maior na arquibancada que nos gramados.

A população da cidade na qual a agremiação tem sede é de quase 290 mil; a cidade se localiza em área urbana com 878 mil.

No Brasil há clubes com milhões de torcedores e médias de público inferiores. Obviamente, isso não tem a ver com resultados.

Questão de cultura do futebol. Aqui, muita gente acha que o time necessita ganhar para justificar o investimento no ingresso. No nordeste inglês pagam para jogar com o time que amam em busca dos resultados positivos.


A indignação editada dos que foram ao Corinthians questionar Tite
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De Vitor Birner

Os torcedores do Corinthians que foram protestar questionaram Tite, pois não concordam com as escalações, e os jogadores pela falta de coragem e determinação.

A metodologia implementada pelo treinador, na qual os atletas não perdem a posição rapidamente se caírem de rendimento, desde que tenham plena dedicação ao coletivo, é a mesma que rendeu ao time conquistas e elogios, e encheu de orgulho a nação alvinegra. .

Havia opções para iniciar com outra formação diante do Nacional, no empate que gerou a eliminação da Libertadores, mas o treinador quebraria o padrão que o elenco conhece, e dificultaria a formação do time coeso que planeja.

Tite sabe que necessita fortalecer a personalidade da equipe.

Não há como fazer, com jogadores apenas razoáveis,  tudo em menos de 5 meses. Precisa observar, instruir e realizar muitos treinamentos para talvez formar o conjunto forte e ganhador.

Tal meta foi criada porque houve o desmanche. O técnico, na primeira entrevista após a conquista do torneio de pontos corridos, afirmou sobre a importância de manter as referências do elenco.

Quem faz os contratos dos jogadores, negocia quais serão as muitas rescisórias,  propõe renovações e pode se antecipar negociando a permanência dos que considera fundamentais, de preferência antes das ofertas do exterior, são os dirigentes.

A obra do treinador mais elogiado no país foi negociada em fatias, pois houve equívocos da gestão ao estipular valores para os atletas saírem.

Mas os protestos, pelo que li, não respingaram nos cartolas. A indignação editada tende a ser inócua, pois o máximo que o elenco pode garantir é o empenho que tem mostrado desde o início da temporada.


São Paulo ganhou o equilibrado jogo no Morumbi; Atlético exagerou na pilha
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De Vitor Birner

São Paulo 1×0 Atlético

O futebol mostrado pela agremiações sugeriu que ninguém faria gol. Os sistemas de marcação deram baile nos de criação.

Ambos os times foram muitos mais fortes quando não tiveram a bola. Nas partes tática, técnica e física houve equilíbrio.

O São Paulo foi melhor apenas na questão emocional. O Atlético, desde o minuto inicial, se mostrou muito nervoso.

Não foi por isso que perdeu.

O lance que terminou com Michel Bastos comemorando é especialidade do time de Bauza. Era o único funcional, por exemplo, quando o desempenho coletivo em muitos aspectos foi inferior ao padrão que a agremiação mantém na Libertadores dentro do Morumbi.

Propostas dos treinadores

Bauza optou por Wesley na vaga de Michel Bastos, disponível para meia hora de futebol.

O substituto atuou na direita do trio do 4-2-3-1, por isso Kelvin foi deslocado à esquerda. Quando o oponente tocou a bola na meia, ambos recuaram para a linha dos volantes Hudson e Thiago Mendes. Tinham que ficar em frente aos Bruno e Mena.

O posicionamento, assim, foi o o 4-4-1-1 com Ganso na meia e Calleri adiantado. Tanto o mais habilidoso quanto o centravante jogaram perto do quarteto no meio de campo nessa configuração tática.

Aguirre optou pelo 4-1-4-1.

Leandro Donizette atuou entre os quartetos. O do meio campo contou com Patric na direita, Robinho do outro lado, e Rafael Carioca e Junior Urso entre os dois. Pratto foi o centroavante.

 

Elogios aos coletivos das agremiações

Aguirre queria neutralizar o sistema de criação do São Paulo, que tenta permanecer com a bola e investe muito nos lances pelos lados com o apoio dos laterais.

Obteve êxito. O time do Morumbi teve enorme dificuldade na criação. Nem o posicionamento ideal para fazer os cruzamentos conseguiu.

Não havia brechas no sistema de marcação. Os jogadores do Atlético cumpriram com primazia a prioridade do treinador. Foram ineficazes na execução dos contra-ataques, principal opção para fazerem o gol.

Patric e Robinho pelos lados e Pratto onde houvesse lacunas deveriam ser acionados.

Todos são velozes, mas o planejamento do técnico, embasado na lógica da ideia de jogo que implementa, não gerou oportunidades.

O sistema de marcação montado por Bauza, como o de Aguirre, prevaleceu.

Jogo muito 'peleado', ríspido e truncado

Não houve grandes oportunidades. Quase tudo aconteceu no meio de campo.

Teve cara de 0 a 0, tal qual se afirma no 'futebolês, com poucas e simples intervenções dos goleiros.

São Paulo foi mais 'argentino'

Os times mostraram muita raça. Nenhum torcedor pode questionar o esforço dos jogadores.

O de Bauza conseguiu, em meio às faltas fortes e montes de reclamações, ser mais inteligente.

O Atlético tinha que se concentrar em jogar futebol, mas muito pilhado desde o início, exagerou nas reclamações, pois o colombiano poderia ter excluído atletas importantes do time e não se equivocou ao mostrar os amarelos.

O São Paulo tentou aproveitar isso para ganhar.

Nas tradicionais disputas que acontecem durante os grandes jogos de futebol, apenas numa a agremiação do Morumbi foi superior. Mentalmente ficou mais concentrado que o oponente nas necessidades para conseguir o resultado. Nas questões técnica, tática e física houve igualdade.

Exagerou nas reclamações

Por isso o Atlético tomou tantos cartões amarelos. Iniciou muito pilhado.

No primeiro ataque do time, Ganso fez falta normal [tentou tocar na bola por baixo e empurrou Leandro Donizete] que não oferecia nenhuma possibilidade de o volante se machucar, e mesmo assim os jogadores começaram a discussão com empurrões.

Marcos Rocha deu tapa no rosto de Kelvin. Merecia a exclusão, mas Wilmar Roldán nem o amarelo mostrou.

Minutos depois o colombiano marcou a falta de Calleri. Quando o lance havia sido paralisado, o centroavante seguiu e Leonardo Silva deu o carrinho que poderia redundar em exclusão. Tomou o cartão amarelo inútil.

O empate naquele momento e o andamento do jogo mostraram que o zagueiro não tinha pressa.

Atleta com rodagem, conhecedor do torneio, deveria ser referência de como e quando tentar se impor, mas fez o contrário. Houve mais jogadas em que o time extrapolou os nervos que tiram a concentração daquilo que necessita para ganhar.

Citei apenas alguns lances, houve outros, para mostrar que parte dos cartões que os atletas tomaram foram fruto do destempero que nasceu no vestiário e não da rispidez das divididas.

Confuso e com critério dúbio  

Wilmar Roldan não agradou nenhum dos times. O tipo de falta que redundou em cartão no início da partida não tinha a mesma consequência durante o jogo.

Aliás, os critérios para determinar o que considerou infração foram alterados durante os 95 minutos. Isso irritou ambos os times.

Marcos Rocha, após o lance com Kelvin, fez outras duas faltas para cartão. Apenas depois de ser amarelado diminuiu a pegada.

Bruno merecia e não foi amarelado.

O mesmo aconteceu com Thiago Mendes, que pendurado poderia ser excluído. O colombiano não se equivocou em nenhum cartão mostrado. Deve ser criticado porque após o jogo é impossível afirmar quais  foram os critérios na imposição das regras do futebol.

O padrão

O São Paulo é muito competente para fazer gols em cruzamentos. Talvez seja o lance mais forte do time.

Por exemplo; onde o Wesley cobrou a falta para Michel Bastos cabecear, o artilheiro de ontem fez o levantamento para Calleri, diante do River Plate, comemorar.

A exceção, ontem, foi a troca de funções, quando Wesley cobrou a falta e Michel Bastos foi para a área.

Talvez tenha sido opção de Bauza porque o jogador mais capaz nesses lances atuou machucado e o treinador preferiu diminuir a possibilidade de piora no problema no músculo.

Óbvio

O resultado não altera o panorama de antes do jogo no Morumbi. Nenhuma das agremiações pode ser considerada zebra ou favorita à classificação.

Ficha do jogo

São Paulo – Dênis; Bruno, Maicon (Lugano), Rodrigo Caio e Mena; Húdson e Thiago Mendes (Wilder Guisao); Wesley, Ganso e Kelvin (Michel Bastos); Calleri
Técnico: Edgardo Bauza

Atlético – Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Erazo e Douglas Santos; Leandro Donizete; Patric (Clayton), Rafael Carioca, Júnior Urso e Robinho (Hyuri); Lucas Pratto
Técnico: Diego Aguirre

Árbitro: Wilmar Roldán (Col) – Assistentes: Eduarado Díaz e Humberto Clavijo

 


Média de Calleri é melhor que a de Pratto; não há favorito no clássico
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De Vitor Birner

Muito dinheiro e pouco resultado

Apesar de contarem com orçamentos muito maiores que o de quase todas as agremiações do continente, apenas dois clubes daqui continuam na Libertadores e ambos têm treinadores e centroavantes estrangeiros.

' Las Hazañas de los entrenadores'

Bauza e Aguirre parecem imunes à grita de imprensa e torcedores, tal qual devem fazer quando as convicções sobre o que ocorre nos gramados for maior que a prioridade de manutenção do cargo.

Tentam formar times equilibrados e montados a partir do sistema de marcação. Construíram, na Libertadoresl, currículos elogiáveis.

O argentino ganhou a Libertadores com LDU e San Lorenzo. Foi semifinalista à frente do Central, no início da carreira, quando perdeu diante do Cruz Azula possibilidade de ser campeão.

Os mexicanos tinham o melhor time naquela edição em 2001 e não ganharam do Boca Juniors porque a fraca atuação de Marcio Resende de Freitas interferiu.

Aguirre conseguiu ir à final do torneio com o limitado Peñarol, que investiu em Martinuccio como referência para criar e fazer os gols. Tirou leite de pedra. Ano passado foi à semi com o Internacional, o brasileiro com melhor campanha na competição que o River Plate ganhou.

Obviamente, noutras equipes houve tropeços, como a eliminação em fase de grupos, mas os gringos inegavelmente sabem como jogar o mata-mata e montar times competitivos.

Bauza, além dos clubes mencionados no post, foi contratado apenas por Vélez, Colón e Sporting Cristal na América do Sul. Nunca teve o melhor elenco da Libertadores.

O Peñarol de Aguirre tinha muito menos qualidade técnica que o Santos quando o Alvinegro foi campeão. Era superior na parte tática ao time então orientado por Muricy Ramalho.

O Tigres eliminou o Internacional porque contratou atletas com mais qualidade.  Encerrou, vale ressaltar, na liderança do grupo que tinha o River Plate, contra quem perdeu a final, com o dobro de pontos dos 'hermanos'.

Compatriotas têm futebol de estilos distintos

No país conhecido pela qualidade dos jogadores e vocação para futebol arte com muitos gols, raros são os centroavantes que mantêm a tradição construída durante décadas.

Atlético e São Paulo foram ao exterior contratar artilheiros. Queriam profissionais com raça e 'Jerarquia', como afirmam os 'hermanos', e optaram por Lucas Pratto e Calleri, ambos com tal perfil.

Não são atletas com características iguais. O atleticano executa maior quantidade de funções. Sabe atuar pelos lados do ataque e participa mais da marcação e do jogo. A irregularidade nas finalizações é a principal dificuldade.

O 'hincha xeneize' se mexe para contribuir coletivamente, tenta ser opção quando os colegas têm a bola, mas o chute e o cabeceio são as grandes virtudes. É o tipo de jogador que, na área, não se incomoda em esquecer a técnica desde que faça o gol.

Pode ser com categoria, como na estreia diante do Cesar Vallejo, na raça ou na malandragem, tal qual diante do atual campeão da Libertadores.

Estatísticas na Libertadores favorecem Calleri

Jogou 12 vezes em todas as edições do torneio, fez 11 gols e uma assistência.  Foram 1 902 minutos nos gramados (media de um gol em pouco mais de 172,8 minutos).

Oito desse foram nessa Libertadores, na qual ficou 543 minutos nos gramados, o que confere a média de um a cada quase 67,875 minutos.

Pratto, durante a carreira, participou de 45 jogos na Libertadores, fez 18 gols e 7 assistências em 3623 minutos (um gol a cada 201,2 minutos).

Participou dos 8 jogos da agremiação na atual e fez 4 gols nos 720 minutos (Média de um em 180 minutos).

Obviedade sobre qualquer jogo

Não é inteligente analisar números no futebol se não levarmos em consideração questões como a qualidade dos oponentes, a exigência dos jogos, a quantidade de oportunidades, o índice de aproveitamento e as dificuldades para finalizar impostas pelos sistemas de marcação.

As estatísticas são referências de avaliação, mas o andamento das quartas-de-final pode contrariar o padrão do desempenho dos jogadores. O futebol, como todos sabem, curte 'tirar onda' e vira e mexe apresenta o inédito herói em jogos eliminatórios.

Para os que têm 'jerarquia'

Ambos não fizeram gols em quatro partidas da edição vigente da Libertadores   A média de êxitos do Calleri, noutros torneios, é muito menor que nessa  Libertadores.

Ninguém pode afirmar com embasamento que conseguirá, ou não, manter o rendimento.

É impossível garantir qual dos 'hermanos atuará melhor e se conseguirão protagonismo. São competitivos, gostam desse tipo de jogo, e merecem a confiança de torcida e treinadores.

As agremiações

São Paulo e Atlético têm outros jogadores acima da média no continente. Como acontece com os centroavantes, necessitam de competência na parte coletiva.

O talento em prol do time resolve as partidas. Quando é individualizado e não se encaixa no conjunto, gera instabilidade na implementação das ideais do treinador.

As agremiações ainda oscilam. A do Morumbi mostrou contra River Plate, Toluca e na altitude de La Paz, que pode ser forte e competitiva.

Necessita provar que é capaz de manter a regularidade naquele padrão.

O futebol do oponente, frente o Racing, foi melhor no 'El Cilíndro', quando empatou, que no jogo da classificação.

O sistema de marcação, em especial na esquerda, tem sido inconsistente.

O êxito diante do Racing havia exigido enorme esforço. Jogou a final do Estadual, teve atleta excluído, necessitou correr muito, enquanto Bauza fazia ajustes no CT da Barra Funda.

Não há favoritos. Apenas goleadas podem ser consideradas zebras.

As propostas coletivas dos treinadores são formatadas para dificultar a criação de lances de gol.

 


Santos mereceu; qualidade nas finalizações do Audax piorou contra o campeão
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birner

De Vitor Birner

Santos 1×0 Audax

O Santos foi o melhor time do estadual. Mostrou futebol para ganhar a fase de grupos, desclassificar São Bento e Palmeiras. Contra o Audax as finais foram equilibradas.

O time pequeno foi o que mais impôs dificuldades ao campeão. Não teve qualidade nas finalizações igual a dos jogos em que eliminou São Paulo e Corinthians. Necessitava tal excelência na execução dos fundamentos para festejar a conquista do torneio.

O Alvinegro mereceu o troféu. Os acertos e equívocos de atletas e treinadores geraram o resultado. Apenas o próprio campeão poderia reclamar o impedimento inexistente no gol invalidado de Joel.

O êxito da agremiação foi inquestionável.

Todos quiseram ganhar

O Estadual é o torneio menos relevante que os clubes gigantes disputam. Seria hipocrisia afirmar que basta tal conquista para os torcedores encerrarem satisfeitos a temporada.

Em geral querem a Libertadores, ou o torneio nacional de pontos corridos, ou a Copa do Brasil, na devida ordem de preferência, pois são os que garantem a felicidade desses milhões,

Dorival, na fase de grupos, priorizou a preparação do time em vez de resultados. Fez a pré-temporada em jogos oficiais e a qualidade do elenco garantiu a elogiável pontuação de líder.

O trio de gigantes que disputou o Estadual precisou dividir esforços.

Corinthians, São Paulo e o Palmeiras priorizaram a Libertadores, atuaram mais e treinaram menos que o Alvinegro, mas é fundamental lembrar que não pouparam jogadores quando foram eliminados pelos finalistas. Queriam o troféu que Dorival e cia conseguiram.

Tite, por exemplo, poupou diante do Cobresal e colocou contra o Audax os que avalia no momento como principais jogadores.

Bauza, antes de ir à La Paz, onde o desgaste na parte física é enorme, não optou pelos suplentes como devia e assistiu à goleada da agremiação que conseguiu o inédito vice na primeira divisão.

O valor da conquista não é das maiores para o clube do tamanho do Santos,  mas os concorrentes queriam ser campeões tal qual mostraram ao não desdenharem do mata-mata no torneio.

Não teria o mesmo empenho

É lógico, óbvio, garantido, que o planejamento do Santos seria outro, se participasse da Libertadores.

Isso alteraria a campanha no Estadual. Haveria maior desgaste físico, talvez lesões e queda do rendimento, pois diminuiria a quantidade de oportunidades para o treinador aprimorar o coletivo.

Isso não significa que a conquista seria doutro clube. Poderia, mesmo assim, ganhar o Estadual porque tem jogadores com qualidade.

Com futebol pior que no empate

Dorival, nas finais, alterou a proposta que implementou em todos os jogos do torneio. Foi estratégico na escolha.

Como tinha convicção que o time do Fernando Diniz tentaria manter a bola, em vez adiantar a marcação optou por oferecer o que o oponente pretendia e aproveitar as lacunas que o Audax abre para investir na investir na velocidade de Gabriel, Lucas Lima e mais alguns jogadores.

No empate, as melhores oportunidades foram do Santos, quase todas como o treinador planejou, e as traves e equívocos nas finalizações geraram o resultado.

Dorival manteve a proposta diante dos torcedores do Santos e desempenho foi pior.

O Audax encontrou lacunas no sistema de marcação santista porque os jogadores no meio de campo, em especial o Gabriel, não cumpriram o necessário, teve oportunidades e acertou a trave.  Se finalizasse com qualidade igual a das quartas e semifinais faria mais gols.

O Santos mostrou dificuldade no posicionamento e para conseguir o contra-ataque. Se equivocou em toques de bola simples, tornou lenta a transição à frente.

Lucas Lima, machucado, saiu na metade do primeiro tempo, Paulinho o substituiu, reforçou a ideia de o time não ter a bola e  quando a retomou partir em velocidade na direção do goleiro Sidão.

Qualidade de Ricardo Oliveira garantiu  

No momento em que a agremiação pequena era melhor, finalmente o Alvinegro acertou o lance que planejou o treinador.

Ricardo Oliveira esbanjou habilidade após o lançamento feito por Vitor Bueno, aproveitou o equivoco do Audax ao permitir que o centroavante ficasse mano a mano contra Bruno Silva, atleta de linha mais recuado, para driblar, finalizar e comemorar.

O sistema de marcação melhorou após os atletas descansarem e escutarem as orientações do treinador. O time de Fernando Diniz continuou tocando a bola na meia, acertou a trave de novo em lance que Vanderlei não conseguiria intervir, mas teve maior dificuldade para finalizar.

As lacunas no sistema de marcação de quem necessitava igualar foram aumentando e o Santos no contra-ataque desperdiçou grandes oportunidades, a principal com Ronaldo Mendes em frente ao gol.

Resumo das finais

Santos foi pouco superior no empate. Audax fez o mesmo na Vila e perdeu.

Ambos os gols que o estreante em finais do torneio tomou foram por equívocos: o individual, de Tchê Tchê, no jogo anterior, e o coletivo no último.   .

Não coloco na conta disso a perda do torneio. Tchê Tchê fez a única assistência do time em ambos os jogos. O problema foi a piora na qualidade nas finalizações, se comparada ao padrão quando eliminou os outros gigantes no mata-mata.

O Santos tem mais qualidade.

Garantiu, por isso, o resultado minimo e suficiente no jogo onde o vice teve pequena superioridade na parte coletiva. Se Ricardo Oliveira fosse jogador do elenco de Fernando Diniz, creio que seria campeão do torneio.

Ficha do jogo

Santos – Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz, Gustavo Henrique e Zeca; Thiago Maia e Renato; Vitor Bueno (Ronaldo Mendes), Lucas Lima (Paulinho) e Gabriel; Ricardo Oliveira (Joel)
Técnico: Dorival Jr

Audax – Sidão; Francis (Rodolfo), Bruno Silva e Velicka; Tchê Tchê, Yuri Oliveira, Camacho e Juninho (Boituva); Mike, Ytalo e Bruno Paulo (Felipe Rodrigues)
Técnico: Fernando Diniz

Árbitro: Raphael Claus – Assistentes: Anderson Jose De Moraes Coelho e Alex Ang Ribeiro

 


Corinthians teve futebol insosso e de pouca personalidade
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birner

Vitor Birner

Corinthians 2×2 Nacional 

O Alvinegro mostrou raça, união e encarou com seriedade o jogo.

Isso não gerou o futebol necessário para superar o Nacional, adversário menos difícil, entre todos que as agremiação daqui enfrentaram nessa fase da Libertadores.

A equipe de Munúa, com elenco limitado e quase nenhuma variação tática, ganhou porque tem mais personalidade e força coletiva.

Falta isso para o Alvinegro.

O time não cresce nos jogos importantes. Tem disciplina tática, os atletas sabem quais funções devem cumprir, se esforçam para colocar tudo em prática, mas ainda não adquiriu a dinâmica necessária para lidar com momentos como o de ontem na Libertadores. .

Em formação, isso não é clichê ou balela, precisam treinar muito para Tite aprimorar a filosofia que implementa;

Ampliar o repertório, fortalecer o sistema de marcação, mexer na escalação onde Marquinhos Gabriel pode ganhar a posição e testar outras opções, pois a obra do técnico foi negociada em fatias na janela de transferências, são as etapas que devem ser cumpridas .

O treinador necessita reconstruir a equipe com atletas de qualidade inferior e com menor rodagem que as anteriores com as quais conquistou torneios no clube. Não há como fazer isso consistentemente em pouco mais de três meses.

Mesmo assim o time poderia, com maior capricho nas finalizações, ganhar e se classificar ontem.

Pouco futebol contra time limitado

Mas não alteraria a insossa atuação em Itaquera e a fraca no Uruguai, onde o Nacional tem a pífia marca de um gol marcado em quatro jogos na atual edição do torneio.

Agora é juntar os cacos, seguir a labuta e conseguir entrar forte no campeonato de pontos corridos, pois nas outras eliminações o desempenho melhorou muito quando Tite pode preparar o elenco.

Façanha, se observarmos o andamento

Ser eliminado pelo Nacional que tem elenco de poucas opções, no gramado escorregadio onde apenas o Corinthians se habituou [o gol de Lucca aconteceu por isso e Nestor Pitana caiu ao marcar a infração], com dois pênaltis favoráveis foi muito pior que os tropeços contra Tolima e Guarany.

Ambos os pênaltis aconteceram. O 'hermano mostrou competência ontem para impor as regras.

Do ponto de vista da agremiação de Munúa, ir à Itaquera, enfrentar o atual campeão do país, e se classificar deve ser considerado grande feito.

A campanha da agremiação que segue no torneio não é consistente porque o elenco oferece poucas possibilidades.

Lembro que ganhou apenas dois jogos, ambos diante do Alviverde, na Libertadores. É raçuda, experiente  e cascuda, mas previsível, com repertório pequeno e  lado direito lento do sistema de marcação.

Reitero para quem gosta de futebol

No blog há posts, inclusive com campos, mostrando como o Nacional atua desde a a fase de classificação. Fiz os textos antes e após jogar contra o Alviverde.

A agremiação é mais forte fora do Uruguai, onde mantém a invencibilidade. Prefere o contra-ataque porque no meio de campo tem atletas com mais virtudes na marcação.

Fez um gol em quatro jogos no Parque Central.  Apenas o velocista Barcia, que atua na direita do quarteto no meio de campo, é o único do setor a forçar o treinador que enfrenta os 'Bolsos' a fazer recomendações específicas para quem é encarregado de anular o ala.

O tricampeão da Libertadores investe em lançamentos longos e cruzamentos porque não tem nada além disso a oferecer.

Os melhores e mais habilidosos são Fernández e Nico López, na dupla de frente, constantemente acionados pelos colegas. A opção do treinador para alterar o esquema tático e otimizar a criação é o meia Ignácio González, que não ficou no banco em ambos os jogos eliminatórios da Libertadores.

Tite sabia e o elenco do Alvinegro tinha exata noção de como seria a partida. Não houve nada, no gramado, que contrariasse o padrão coletivo mostrado pelos e 'Bolsos' no torneio.

Simples notar que foi incompetente  

O Corinthians não tornou o jogo desconfortável para o oponente. Em ambos foram raros os minutos em que fez isso com o tricampeão da Libertadores.

É fundamental, no futebol, se impor.

Quando consegue o oponente tende a aumentar a quantidade dos equívocos, fica irritado, pensa menos, e quase sempre isso interfere no resultado.

Reflexo nas arquibancadas

A torcida, ontem, não foi o tal 12° jogador. As organizadas apoiaram muito.

Noutros setores, algumas pessoas fizeram isso, mas em geral o barulho nas arquibancadas dependeu do que houve no gramado.

Foi, por isso, pequeno no 2°t. Se levarmos em conta o padrão histórico da agremiação conhecida pela popularidade e seguidores que gritam muito durante os jogos, inclusive nas fases ruins e tropeços, é possível afirmar que a falta de competitividade não se restringiu ao gramado.

Isso tem incomodado muitos corintianos mais antigos e acostumados com outro padrão.

Recebo de alguns com quem tenho amizade tal reclamação. Hoje, a quantidade, talvez por conta da eliminação, aumentou.     .


Em mais uma final, Simeone desconstrói “futebol gourmet”
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De Vitor Birner

Muita catimba, raça, intensidade e temperos latinos de futebol e o esquema tático italiano fizeram o Atlético de Madri  eliminar o time com elenco muito melhor na parte técnica, e proporcionaram outra oportunidade da equipe espanhola ganhar a Liga dos Campeões.

O elogiável refinamento de Guardiola, que esbanja classe e estilo na proposta de jogo, e antes os de Messi, Suárez e Neymar ao lidarem com a bola, pararam na precisa simplicidade e humildade  coletiva do treinador finalista.

É simples entender ambos os técnicos. O espanhol não se contenta em encher a barriga com resultados positivos. Quer sabor sútil e equilibrado para tal.

Ao ''hermano' basta ganhar.

Quer que todos saiam empanturrados e felizes pela comida caseira, forte, com alma, que fez com ingredientes simples e disponíveis.

Ambos têm razão. A meta é ganhar e cada qual escolhe como pode fazer isso.

O futebol continua anárquico, abrangedor,  aberto a vários tipos de perfis; há os amantes da simplicidade, do gourmet e de ambos.

Creio que hoje o sorriso dos torcedores tem o idioma mais parecido com o dos amigos leitores do blog.

 


Milagre concretizado; alma do futebol chuta o dinheiro na Premier League
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De Vitor Birner

Inigualável, por enquanto

O Leicester é a maior zebra da história de torneios relevantes de pontos corridos, após a implementação da era ultra-mercantilista do futebol.

Quando o Nottingham Forest conquistou o campeonato em 1978, as agremiações mantinham mais atletas que subiam das categorias de base, as contratações de montes de estrangeiros eram vetadas e a parte econômica tinha menor influência nos resultados.

O Nottingham Forest ficou na terceira colocação da divisão de acesso, atrás do campeão Wolverhampton e do vice Chelsea, subiu e naquela temporada ganhou a maior competição na Inglaterra. Emendou em seguida as conquistas de duas Ligas dos Campeões.

O Leicester não fará igual

O dinheiro não permite. É o imperador muitas vezes tirano do futebol.

Tomou conta de tudo, inclusive das emoções que não se constrange em suprimir para aumentar os lucros, como acontece muitas Arenas.

A própria Premier League, nas arquibancadas, perdeu alma.  O silêncio no Emirates em algumas partidas impressiona.

Em Highbury o clima era melhor.

Futebol é acima de tudo gerador de emoções. Para ser pleno precisa ter o jogo nas vozes dos torcedores e o que acontece dentro do gramado.

Opressão sob os aplausos de muitos

A grana criou monopólio das grandes 'marcas' no esporte. É quase impossível, em torneios de pontos corridos, as agremiações pequenas quebrarem a regra.

Manchester United, Manchester City, Chelsea, Arsenal e Liverpool tendem a ser hegemônicos na Premier League. Tottenham,  Newcastle, Everton e algum time que receber o aporte financeiro de milionário podem driblar os mais abastados ou eventualmente entrar na elite.

Os 'Foxes' não tinham como realizar o milagre. Na FA Cup, Copa da Liga e campeonatos com formato distinto da Premier League, ao contrário dos torneios de pontos corridos, sempre é possível que as zebras prevaleçam.

O futebol goleou as libras 

O Leicester, após quase ser rebaixado, contratou o então decadente Claudio Ranieri, que à frente da seleção da Grécia havia perdido das Ilhas Faroe.

Os destaques Vardy e Mahrez custaram, cada, menos de 1 milhão de libras.

Os 11 jogadores considerados os principais pelo treinador na épica conquista eram avaliados, antes do torneio, em cerca de 25 milhões de libras.  O volante defensivo Schneiderlein custou tal monta ao Manchester United.

O Chelsea pagou valor similar para tirar Pedro do Barcelona. O City investiu quase 50 milhões no Sterling. O Liverpool desembolsou 29 milhões por Roberto Firmino e 32,5 milhões de libras pelo Benteke.

Não adianta procurar incompetentes

Vardy, na temporada anterior, jogou 34 vezes na Premier League, fez 5 gols e 10 assistências. Nessa comemorou 22 e possibilitou aos colegas oito festejos.

Completará 30 anos em janeiro. Obviamente, nada indicava que seria inteligente investir no centroavante

Mahrez tem 25. Principal articulador do meio de campo e pilar no contra-ataque fundamental para agremiação superar toda a expectativa, inclusive de elenco, dirigentes e treinador, elevou muito o próprio desempenho.

Foram 17 gols e 10 assistências em 35 jogos.

Tinha, no torneio em que o time quase caiu, atuado 30 vezes, conseguido 4 gols e 3 toques desses para os colegas. Ninguém imaginaria que seria o craque da Premier League.

O volante Drinkwater, o zagueiro e capitão Wes Morgan – nascido na Jamaica – e a maioria dos atletas no elenco tiveram alta de futebol que não foi planejada.

Nem os acertos do treinador, capaz de implementar a proposta coletiva ideal, tampouco algo imaginado pelos cartolas, ou simplesmente a sorte nos jogos, explicam a façanha.

O Leicester, apesar de disputar torneio longo, que exige regularidade e por isso elenco com qualidade, foi quem mostrou futebol mais consistente.

Ganhador e símbolo do futebol

Todos têm méritos no elenco. Não exaltar tantas realizações seria quase maldade no esporte onde os acima da média nos gramados e fortes no marketing são dezenas de milhares de vezes elogiados quando brilham diante de qualquer time.

O 'impossível' troféu para a agremiação branca e azul, a melhora de tantos jogadores, o êxito do treinador em baixa, e o dinheiro sendo driblado por tudo isso iluminam o que há de mais profundo na alma do futebol, pois mostram que força coletiva supera o talento.

Quem afirma apreciar apenas os jogos onde aparece a chamada arte com a bola, na realidade não gosta ou entende o a essência do esporte mais popular.  Técnica é fundamental, admirável, elogiável, e precisa ser muito valorizada.

Mas não pode ser considerada a única referência estética do futebol.

O esforço coletivo de jogadores menos habilidosos, quando produz competitividade capaz de fazer frente aos abençoados por Deus com maior qualidade, é maravilhoso para quem realmente ama o esporte.  O Leicester representa isso.

Que seja, para sempre, aplaudido por mostrar que a enfraquecida alma do futebol ainda pode brilhar.


Dorival contrariou Tite, Bauza e a proposta que implementa; quase funcionou
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De Vitor Birner

Dorival insistiu na manutenção de bola como pilar do futebol do Santos em todos os jogos do Estadual; Fernando Diniz fez igual no Audax.

A tendência  era que os times tivessem intensa disputa, na final, para manutenção das propostas, mas não houve isso porque o Santos nem fez tanta questão; abriu mão da ideia principal porque o treinador quis oferecer aquilo que pretendia a zebra do Estadual.

Em vez de marcar na área do oponente, como optaram Bauza e Tite nas quartas e semifinal, o Alvinegro iniciou os desarmes poucos metros à frente da linha que divide o gramado, preferiu o contra-ataque e assim criou mais oportunidades.

Apenas durante a partida adiantou o sistema de marcação.

Curiosamente, fazendo isso por necessidade quando perdia, conseguiu o empate, pois contou com o equívoco tolo de Tchê Tchê na transição.

Não havia pressão na área do Sidão, tal qual em gols anteriores que a agremiação pequena tomou durante o torneio. Foi equívoco na execução de fundamento do atleta que pouco antes  fez a assistência para Mike e em breve irá para o elenco do Alviverde no Allianz Parque.

O jogo mostrou que, tecnicamente, a agremiação gigante tem mais qualidade. Se Lucas Lima não puder atuar, a superioridade, apesar de continuar existindo, ficará menor.

A grande questão é aguardar para saber se o clube tradicional de novo irá oferecer a posse de bola ao estreante em finais da principal divisão. É mais difícil atuar assim diante dos torcedores na mítica Vila,

O Santos é o favorito.

Por outro lado, ninguém tem argumentos para afirmar que não será merecida a conquista, se o troféu for para a pequena agremiação conhecida pelo bonito, ousado estilo de futebol.