Blog do Birner

Patrocinadora do São Paulo tira o verde da logomarca na camisa do time
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Cor verde no nome do patrocinador será retirada da camisa do São Paulo. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

De Vitor Birner

Alguns conselheiros do agremiação do Morumbi mencionaram com a diretoria o incômodo porque a letra 'v' da logomarca da Prevent Senior é verde. Houve torcedores nas redes sociais com os mesmos questionamentos por avaliarem que a camisa não pode ter a cor referência do Palmeiras.

O departamento de marketing por isso contactou executivos da empresa. Solícitos, compreenderem a importância da tradição e não houve nenhum empecilho para permitirem a alteração.

Sábado, contra o Atlético PR, o uniforme dos atletas terá toda a logomarca preta estampada no uniforme. Antes era azul.


Bastidores da saída do Luiz Cunha e do entrevero com Gustavo V. de Oliveira
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De Vitor Birner

Diretor x Funcionário

Luiz Cunha solicitou ao Leco a demissão de Gustavo Vieira de Oliveira e consequentemente do Renê Weber, braço direito do gerente-executivo nas reformas do ambiente no CT da Barra Funda e do elenco, por contratarem jogadores e não comunicarem ao dirigente. O cargo isento de remuneração é mais alto que o do funcionário na hierarquia da agremiação.

O presidente preferiu respaldar quem implementou a maioria das alterações ao invés de atender a reivindicação do diretor que chegou depois e contribuiu, é importante ressaltar, para a melhora.

Demitiu Milton Cruz e assim abriu o terreno para fortalecer a reformulação. Ambos deveriam, de alguma forma, se entender porque seria o ideal para o clube.

Leco teve que optar e preferiu manter o funcionário.

Se apegou ao que tem acontecido no futebol. Avaliou que não podia, às vésperas da semifinal da Libertadores, alterar, interromper, o que tem fortalecido o futebol.

Gustavo montou o elenco semifinalista

Do time que Bauza escalou nos momentos mais importantes da Libertadores, a maioria dos atletas foi contratada por Gustavo Vieira de Oliveira.

Bruno chegou ao Morumbi por indicação do Muricy, Rodrigo Caio subiu das categorias de base, e Ganso foi negociado por Adalberto Batista.

O gerente executivo trouxe Maicon, Mena, Hudson, Thiago Mendes, Kelvin, Michel Bastos e Calleri.

O clube necessitou pagar apenas pelas transferências dos volantes.

Além disso, Pintado, outro que o presidente considera importante, foi criticado de Luiz Cunha, que cogitou subir de Cotia outro gestor.

Diante das recusas, o sócio do clube optou por sair. Achou desrespeito ser 'o último a saber' de algumas questões do futebol.

Melhor seria se o diretor permanecesse

De personalidade forte, não e´de hoje que Luiz Cunha se posiciona com firmeza.

Apoiou Juvenal Juvêncio, mas no momento em que o então presidente optou por tentar a eleição no terceiro mandato, fez carta aos conselheiros, a qual postei e apoiei no antigo blog,  para mostrar a indignação.

Na época, Carlos Miguel Aidar, o mentor da ideia, se colocou contra o Luiz Cunha, o que serviu apenas para o sócio e são-paulino referendar com maior ênfase o que achou da estratégia política para manutenção do poder de Juvenal Juvêncio.

Nunca escutei sequer boato sobre envolvimento de Luiz Cunha em corrupção e não tenho a menor dúvida que acima de tudo é grande torcedor e ama a agremiação.

No marketing, por exemplo, argumentam que nunca houve diretor do futebol mais solicito e capaz de cooperar tanto para, unidos, conseguirem reerguer o futebol do São Paulo.

Seria melhor que permanecesse e houvesse entendimento, coesão com os funcionários, pois parece ter condições de contribuir .

A gestão fora dos gramados

O ex-diretor de futebol sabe que Leco poderia se colocar como refém da eleição, mas tem cometido gradativamente o 'suicídio político' porque faz aquilo que considera necessário para o futebol da agremiação.

Luiz Cunha, querido no conselho, tinha papel relevante para diminuir as reclamações de outros integrantes do órgão.

O presidente manteve Ataíde Gil Guerrero como diretor de relações institucionais, o que grande parte do conselho não digeriu. Internamente, a crise nunca foi encerrada.

Apenas diminuiu publicamente porque os resultados do time melhoraram.

Os mais perspicazes oposicionistas estrategicamente avaliam que não é o momento de críticas, pois poderão ser responsabilizados por eventual e normal tropeço no mais almejado torneio. A disputa por poder continua intensa e a campanha eleitoral, na prática, em andamento.

A tendência é que Leco, se não conseguir resultados de impacto no futebol ou se agravar o problema financeiro da instituição, será zebra.

Dependendo do que acontecer, sequer terá apoio da situação para se candidatar à presidência.  Ocupa o cargo, vale ressaltar, porque Aidar renunciou.

Leco é consultado

O presidente sabe quais jogadores o clube quer contratar. Gustavo Vieira de Oliveira necessita do aval para negociar.

Argumenta sobre as características dos atletas, explica como podem fortalecer o elenco, e o maior mandatário é quem avaliza e opta por disponibilizar a grana,

Por isso, obviamente, sabia da chegada de Cueva, que foi o estopim da saída do colega de clube.

A urgente e improvável alteração no estatuto

O São Paulo tem conselheiros de situação e de oposição que podem contribuir para a melhora da instituição. Mas as questões pessoais continuam sobrepondo as necessidades do clube.

Assim, o time eventualmente pode ganhar torneios, entretanto não terá plena força e manterá dentro do Morumbi os maiores entraves para ser competitivo e ganhador.

O ideal, fundamental, é que as decisões sejam técnicas, especialmente as do futebol.

Não pode ser gerido como noutras décadas.

O mais relevante, melhor que a contratação de Messi ou de qualquer atleta, seria a reforma estatutária que altera a forma de gestão, a torna mais técnica e menos política, e potencializa a obtenção de recursos para investir no futebol.

 É simples 

Enquanto não houver união em prol do São Paulo, de ambos os lados, dificilmente acontecerá. A modernização que pode encerrar a estagnação exige diminuição do poder dos conselheiros e seria tolice crer que irão abrir mão daquilo que tanto almejam.


Ex-diretores de Aidar iniciam briga política antes da semi na Libertadores
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De Vitor Birner

O ambiente do futebol no São Paulo melhorou. Os gestores montaram time competitivo com custo muito baixo, pois herdaram a gigantesca crise financeira deixada por Carlos Miguel Aidar, reconstroem o ambiente do CT da Barra Funda e não há boatos de corrupção em qualquer negociação.

Muitos atletas, por isso, rendem mais.

A torcida, carente de esforço nos gramados, avalia que os jogadores respeitam o manto sagrado, e tem orgulho da maneira como atuaram nos momentos mais difíceis da Libertadores.

A quantidade dos sócios do futebol superou os cem mil.

A camisa, apesar do momento econômico desfavorável no país, tem patrocínios. Foram conseguidos quando há a exceção Jogos Olímpicos, que possui enorme apelo comercial e receberá grande parte da verba publicitária  das empresas investidoras em propagandas nos eventos esportivos.

A recuperação da agremiação demanda anos, acertos, sorte.

É impossível afirmar que os atuais administradores irão manter o elogiável padrão, e não há como negar que a maioria das medidas, desde quando assumiram a direção, foram certeiras. Quem ama a instituição tem motivos para ficar otimista.

Percalços são normais e podem acontecer, mas aparentemente a gestão é compromissada com o fortalecimento do clube.

Reclamam do presidente

O Conselheiro Deliberativo recebeu, quinta,  moção de desconfiança contra o Leco, porque o manteve Ataíde Gil Guerrero como diretor de relações institucionais.

Há dezoito nomes no documento, dezesseis referendando, com assinaturas, a iniciativa.

Treze foram diretores na gestão Aidar. Marcelo Abranches Pupo Barboza, presidente do órgão, pode colocar o documento em votação.

Se for aprovado nada acontece.

Não há, no estatuto, nenhuma sanção prevista. Ficará a marca negativa porque a maioria manifestará a insatisfação com o presidente da agremiação.

Para continuar as negociações

Os atuas gestores se irritaram com a exclusão de Ataíde Gil Guerrero do conselho deliberativo. Acham que a afirmação de tentativa de homicídio colocada no relatório pela Comissão de Ética não procede, foi política e queria 'igualar' a gravidade do equívoco do dirigente aos de Carlos Miguel Aidar.

Mas garantem que o cartola não foi mantido por isso. Encabeçou a negociação dos direitos de transmissões de jogos no canal fechado, avaliada como positiva e fundamental para a regularização dos pagamentos dos salários dos jogadores.

Há outra em andamento,  com a mesma emissora, para a tv aberta, que envolve valores maiores.

Leco acha que tirar o diretor de relações institucionais será erro técnico.

Não descarta que, após encerrada, Ataíde Gil Guerreiro saia ou continue.  Politicamente, o mais racional será a escolha de outro para o cargo.

São muitos os insatisfeitos no órgão que elegerá o presidente ano que vem. Queriam que o episódio que gerou a renuncia de Aidar fosse solucionado internamente.

Do outro lado, os situacionistas acham que a abreviação do mandato do ex-presidente, por iniciativa do próprio e em consequência do que fez Ataíde, foi essencial para o time não afundar e provavelmente ir à segunda divisão porque não teria dinheiro.

Vasco e Palmeiras são gigantes com potencial para terem grandes arrecadações, mas caíram duas vezes.

Ataíde quase não lida com outros temas. Foi à Conmebol, quando houve o julgamento de Calleri pela exclusão contra o The Strongest, e o centroavante, que apanhou e recebeu o cartão, cumpriu apenas contra o Toluca no Morumbi.

Amor pelo São Paulo

O único fato inegável é que Carlos Miguel Aidar arrebentou as finanças da agremiação e pode ser considerado pequeno milagre futebolístico a montagem de time competitivo com ínfimo investimento em reforços. Conquistou o privilégio de jogar a semifinal da Libertadores.

Todos os são paulinos deveriam sentir felicidade e facilitar a manutenção da paz no clube, a não ser que haja corrupção, ao menos enquanto houver possibilidade de conquistarem o torneio.

Não se lembram, nem situacionistas e nem oposicionistas, que a agremiação ganha o troféu, não qualquer pessoa física.

Elogios que satisfazem egos deveriam ser secundários e irrelevantes porque o fortalecimento do coletivo necessita prevalecer em prol São Paulo.

A moção, agora, em nada contribui. É fundamental que haja opositores, Fiscalizam a gestão e contribuem para a melhora da agremiação.

O terceiro mandato e suprimir os contrários foram, por exemplo, os maiores equívocos políticos de Juvenal Juvêncio.

Quem discorda dos administradores e quer contribuir, ser construtivo, necessita achar meios concretos, transparentes, para engrandecer a instituição.

Não tenho a menor ideia de como a representação pode ser positiva, quando a direção se concentra na tentativa de contratar Maicon, reforçar o elenco, e tem como maior entrave a condição financeira deixada pelo presidente que teve como pares a maioria dos conselheiros que apoiam e moção no Conselho do clube.

Ganhar a Libertadores continua sendo difícil, mas não impossível, e essa deveria ser a prioridade de todos no Morumbi.

Eis a folha com assinaturas que enviaram ao presidente do órgão.

 

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Dunga estraga futebol brasileiro; Grêmio, São Paulo e Santos sofrem
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De Vitor Birner

Subserviente aos burocratas

A CBF, para quem o treinador presta serviço, desrespeitou o nosso futebol como habitualmente faz. Tinha que paralisar o torneio de pontos corridos durante a preparação do selecionado e a realização da Copa América.

O treinador, apesar disso, optou por chamar atletas para o campeonato de pouco impacto na história, como se não estivesse acontecendo nada em nosso futebol das agremiações.  Quer fazer o melhor na função para a qual é remunerado e manter o emprego.

Esse pragmatismo que despreza o entorno é conveniente. Se realmente estivesse preocupado com o futebol do país, seria oposição aos gestores da entidades, não funcionário.

O denodo conservador é confortável.

Não serve como base de raciocínio para quem pretende avaliar a intransigência. Deveria chamar apenas atletas que atuam noutros países.  Mostraria respeito pelo futebol do país, pois são os clubes que revelam, contratam e compõem a rotina dos torcedores.   .

Têm que torcer contra a seleção

Encerrou a possibilidade de o Santos ser campeão ao chamar Ricardo Oliveira, Gabriel e Lucas Lima.

Perdão pelo termo, mas c… no que Dorival implementa desde o início da temporada, e fez isso para contar com jogadores que tendem a ficar no banco.

Apenas o centroavante, cortado porque se machucou, em princípio tinha a possibilidade de ser escalado desde o início, tal qual o técnico mostrou ao optar pelo Jonas contra o Panamá.

Lógico que a entrada de algum durante os jogos pode alterar o resultado.

É muito pouco para, por exemplo, convocar Marcelo Grohe do Grêmio, 'zerado' no principal torneio do país, nem possui substituto capaz de manter o padrão e provavelmente será o terceiro goleiro.

A lógica afirma isso. O atleta não fez parte da lista inicial. Ganhou a suposta oportunidade após Ederson se machucar. A convocação do Walace é a nova porrada do treinador no Imortal Tricolor.

O time de Roger terá mais dificuldade para manter a elogiável campanha. As ausências tendem a gerar a perda de alguns pontos, que podem fazer falta quando houver o fechamento da tabela de classificação.

Esses times são os que mais foram atrapalhados pelo treinador, não os únicos.

O São Paulo prioriza a Libertadores. O impacto da conquista, difícil para qualquer clube, é muito maior que o de ganhar a Copa América, mas Rodrigo Caio foi escolhido na lista inicial e Ganso posteriormente.

O elenco limitado da agremiação do Morumbi não oferece opção com a qualidade do meia e o veterano Lugano é quem ocupa a posição do zagueiro. A maratona de jogos tende a forçar Bauza a realizar alterações e a prejudicar o desempenho da agremiação.

Necessitou poupar o Maicon diante do Figueirense, tomou o gol de cabeça, e perdeu.

Elias é outro não tem substituto com a mesma competência no elenco do Alvinegro. Tite adiantou Bruno Henrique e escalou Cristian como volante mais recuado.

Neste momento, não há no grupo de atletas quem consiga manter dinâmica similar à unica referência que restou do meio de campo campeão no último torneio de pontos corridos.

Quem ama tais agremiações ficou muito irritado e provavelmente irá secar com afinco a seleção na Copa América.

Sempre vale ressaltar a grande obviedade 

A opinião pública, quando for debater as campanhas das agremiações e obviamente os desempenhos de treinadores e jogadores no encerramento do Brasileirão, esquecerá tudo isso. Assim como farão os cartolas que demitem e contratam os funcionários.

O desrespeito aos colegas e torcedores

Dunga parece achar isso algo irrelevante ou secundário. Não se incomoda em contrariar os anseios de milhões e colocar cada vez mais gente contra a seleção.

Apenas no planeta do técnico a conquista do torneio nos EUA compensará e fará esses torcedores felizes. O time nacional, aqui, é grande problema, pois gera mais de 80% do faturamento da CBF e os cartolas que pensam mais em dólares que no esporte não se incomodam em pisar no que deveria ser a prioridade.

A 'firmeza'  de convicção     

Não adianta argumentar sobre a necessidade de preparação. 'Preferiu' Neymar na Olimpíada em fez da para a Copa América.

Pode acertar, aprimorar o futebol do time na ausência do mais habilidoso, mas irá escalar o jogador do Barcelona quando puder e talvez necessite sorte para entrosar todos os jogadores.

As eliminatórias são infinitamente mais importantes que o futebol masculino do melhor evento esportivo do planeta. Duvido que tenha optado por abrir mão do atacante para privilegiar o outro torneio. Deve ter recebido a ordem e acatado, pois se contrariasse e fizesse o melhor para a seleção poderia receber o bilhete azul.

Não pertencem apenas aos dirigentes

Sei que os cartolas pouco questionam os prejuízos esportivos gerados aos clubes que administram. Muitos querem jogador na vitrine para que sejam negociados em euros.

Lembro que, se as agremiações são importantes e geram grandes montas, é porque têm milhões de torcedores.

A referência, quando critico, são as prioridades dessa gente que torna o futebol tão relevante. Nisso que embaso o post.

Não irei me equivocar e colocar as opções dos dirigentes acima dos sonhos de torcedores.

Os 'gringos' 

Convocar apenas os jogadores que atuam noutros países seria a solução. A maioria topa atuar profissionalmente durante as férias.

Obviamente, parte recusaria, se houvesse torneio de agremiações em andamento.

Necessitam priorizar o empregador, a entidade que paga salários. Aqui, funciona de maneira oposta.

Assim não há como cogitar a ideia de organizar o futebol.


Corinthians martela retranca santista e ganha; Dorival fez o possível
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birner

De Vitor Birner

Corinthians 1×0 Santos

As missões dos treinadores, antes do clássico, não eram iguais. O que ganhou mais torneios relevantes necessitava aprimorar a proposta de futebol e o atual campeão estadual tinha que adaptar a forma de o time jogar.

Os desfalques santistas e o elenco que oferece poucas opções desmontaram, para o clássico e mais algumas partidas, o que Dorival fez desde o início da temporada.

Se ambas mantivessem o padrão das rodadas anteriores, a tendência era o Corinthians ser superior e conseguir, com facilidade, o resultado positivo.

Ideias dos técnicos

Tite, pragmático e eficaz, manteve o esquema. O meio de campo com Giovanni Augusto na direita, Marquinhos Gabriel do outro lado, Guilherme entre eles e Bruno Henrique ou completando o quarteto em frente ao Cristian, ou formando a dupla ao ao lado do volante.

Os laterais Fagner e Uendel apoiaram e o sistema de criação forçou muitos os lances pelos lados para tentar os cruzamentos ao Luciano e quem mais entrou na área. O esquema exige que o jogador do lado oposto ao que acontece o ataque se posicione chegue nela para finalizar, pois isso dificulta para lateral que o marca.

Não havia brechas pelo meio porque Dorival preparou o time para bloquear todas. O treinador foi inteligente na maneira de pensar o clássico. Tentou privilegiar a manutenção da bola e o contra-ataque, e não escalou nenhum centroavante ou atacante que atua pelos lados.

Thiago Maia foi o volante e o menos capacitado para a manutenção de bola. Renato, Leo Cittadini e Vitor Bueno no meio de campo, além de Elano e Serginho mais adiantados, iniciaram e cumpriram parte do que Dorival queria.

Conseguiram, em muitos momentos, dificultar a transição do Corinthians à frente, não abriram lacunas no meio, mas de posse da bola foram lentos no contra-ataque e facilitaram para o oponente concentrado e linear durante os 95 minutos.

Com Serginho, Dorival queria ter a velocidade nesses lances e a marcação que poderia garantir na pior das hipóteses o empate. Ficou nítido que a prioridade era não tomar o gol.

Pragmatismo gerou o resultado positivo

O Corinthians necessitou paciência para ganhar. Permaneceu 60,3% do tempo com a bola, insistiu nos lances pelos lados, e mesmo com dificuldade para criar oportunidades não alterou a proposta.

As mexidas de Tite mantiveram a proposta coletiva e aconteceram para otimizar o sistema ofensivo. Durante o 2°t. Lucca entrou no lugar de Marquinhos Gabriel, Rodriguinho no de Bruno Henrique e André, quando restavam 10 minutos e o resultado era de empate, no de Luciano.

Os reservas ocuparam as posições iguais as de quem iniciou, entretanto Lucca tem mais característica de atacante que Marquinhos Gabriel, assim como Rodriguinho tem maior facilidade que Bruno Henrique na meia. A outra mexida foi para fortalecer a jogada aérea na frente.

O gol aconteceu no cruzamento.

No lance iniciado em cobrança de falta havia sete jogadores do Corinthians na área, além de outro no rebote, e a bola sobrou para Giovanni Augusto,  em posição normal apesar da reclamações dos santistas, fazer gol que premiou a paciência da agremiação que mostrou melhor futebol.

Dorival não tinha opções no banco

O treinador tentou, durante o jogo, fazer algo para otimizar o sistema de criação. No intervalo colocou Paulinho na vaga de Leo Cittadini para aumentar a velocidade do contra-ataque e acompanhar os avanços do Fagner.

A posse de bola santista diminuiu e o substituto, do lado esquerdo no quarteto do meio de campo, quase nada fez.

As outras alterações foram na suposta dupla de frente. Joel entrou e Elano saiu, depois Maxi Rolón foi ao gramado e Serginho, apagado, encerrou a participação no jogo.

Walter havia feito uma intervenção quando ninguém havia feito gol.

Após as mexidas, não foi exigido. Por isso, ninguém, nem os santistas questionaram qual agremiação foi melhor no jogo.

Que continuem contrariando a tolice

Leandro Pedro Vuaden soube impor as regras. Houve apenas uma polêmica que merece ser questionada.

No início do jogo a bola bateu no braço de Giovanni Augusto, dentro da área, após o chute de Renato que gerou a única intervenção de Walter.

Não houve intenção de o jogador do Corinthians colocar a mão e com certeza nem foi capaz de notar que haveria o toque. Mesmo assim, de acordo com os pífios critérios e recomendações da Fifa, houve a infração e o neo-pênalti.

A questão é simples.

Noutros jogos do torneio, lances similares não poderão ser considerados irregulares. Melhor assim. O futebol perde com as tais recomendações da Fifa, pois isso nunca deveria ser infração em qualquer setor do gramado.

Ficha do jogo

Corinthians – Walter; Fágner, Felipe, Vilson e Uendel; Cristian; Giovanni Augusto, Bruno Henrique (Rodriguinho), Guilherme e Marquinhos Gabriel (Lucca); Luciano (André)
Treinador: Tite

Santos – Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz, Gustavo Henrique e Zeca; Thiago Maia, Renato, Vitor Bueno e Léo Cittadini (Paulinho): Elano (Joel) e Serginho (Maxi Rolón)
Treinador: Dorival Júnior

Árbitro: Leandro Pedro Vuaden – Assistentes: Miguel Cataneo Ribeiro Da Cost e Gustavo Rodrigues de Oliveira

 


Final da Liga dos Campeões teve futebol mediano; foi das piores no torneio
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De Vitor Birner

A final da Liga dos Campeões destroçou clichês. O jogo foi catimbado, com simulações de faltas e de agressões, além de alguns lances duros.

Tecnicamente, não houve tanto o que elogiar. Atlético Nacional e Rosario Central, recentemente, ofereceram futebol de nível similar ou melhor.

Me refiro ao desempenho das agremiações, não ao potencial dos elencos.  O do Madrid, bilionário, bateu mais que o do Atlético.

Para sorte do time, a imposição de regras teve padrão inglês. Com mais rigor, talvez houvesse a exclusão de alguém, como a do Sergio Ramos, autor do gol irregular que foi fundamental para a conquista.

Em suma, a qualidade acima da média e refinada, que tanto se aguarda no torneio onde há agremiações com possibilidades técnicas maiores que as de seleções, o finalista mais vezes campeão tem esse perfil, ficou em Munique e na maior cidade da Catalunha.

Apenas a maior da capital tinha como ser competitiva assim. Ganhou a Liga dos Campeões mesmo não conseguindo, no mata-mata, nenhuma apresentação melhor que as de times eliminados e anteriores do próprio oponente na final.

Merece aplausos pelo feito, mas não a reverência. Talvez tenha sido, das conquistas continentais que assisti do clube, a mais chocha pelo que mostrou dentro dos gramados.

Nem nas quartas e semifinais conseguiu o futebol que fará a maioria dos torcedores ter saudades. Assim é o futebol.

A mística do grande zagueiro

Cruzamentos e contra-ataques foram as principais opções para a criação de oportunidades. Houve o impedimento no gol de Sergio Ramos.

Raros jogadores serão artilheiros em duas finais do torneio, contra a mesma agremiação, no clássico, e como único em ambas a comemorar o êxito antes da prorrogação.  Principalmente atuando nessa função.

Questionamentos no cumprimento das regras

O gol foi irregular. O zagueiro poderia ser excluído pelo carrinho em Carrasco, nos acréscimos, quando o oponente havia igualado o placar.

De qualquer maneira, não houve alterações de critérios ao longo do jogo. Pepe fez o pênalti que gerou muitas reclamações no lance interpretativo.

Tentou ir na bola e acertou o Torres, que caiu no gramado. Griezmann chutou forte, mas no travessão.

Tem categoria para fazer melhor..

Não apenas o francês rendeu abaixo do possível. O futebol dos renomados foi comum. Ninguém, na parte individual, teve desemepenho  muito acima da média e merece grande elogios.

Técnico inconsistente na leitura do jogo

Apesar da conquista, o treinador que merece ser chamado de gênio quando corria dentro dos gramados cometeu equívocos aos montes.

Recuou muito o time quando era melhor, não acertou a marcação em frente aos laterais e tomou o baile tático de Simeone, quando o 'hermano' alterou a proposta.

Danilo entrou porque Carvajal se machucou. Porque necessitava do gol,  Simeone substituiu Fernández por Carrasco, alterou o 4-4-2 para o 4-3-3 e o Atlético foi superior enquanto não conseguiu igualar o resultado.

O francês de equivocou nas trocas.

Foi tentando aumentar a marcação e a velocidade no contra-ataque, quando o resultado era favorável,  ao substituir Kroos por Isco e Benzema por Lucaz Vázquez: o meio de campo rendeu menos após as alterações. Fez todas antes da prorrogação.

Não teve a menor lógica isso, pois eram os minutos que mais exigiam condição atlética, concentração dos jogadores e a tendência era de sobressair nessa meia hora porque o cansaço impediria o postulante à inédita conquista de manter a intensidade no sistema de marcação.  .

Treinador alterou propostas depois dos gols

O Atlético piorou na prorrogação. Simeone teve que tirar Filipe Luís e Koke, porque aparentemente se machucaram. Pôs o zagueiro Lucas Hernández na lateral e o volante Partey.

Tinha recuado o time para investir em marcação, contra-ataque, e o de sempre que executa com maestria

O 4-3-3 que empurrou o Madrid para trás foi, assim que Carrasco empatou após o cruzamento de Juanfran, alterado para o tradicional 4-4-2, esquema do início do jogo e fundamental para conseguir a grande campanha que incluiu a façanha de ganhar do Bayern e do Barcelona.

O treinador não fez questão de evitar a série alternada de pênaltis.

Melhor momento técnico dos jogadores 

A tendência era de os goleiros brilharem diante de atletas extenuados e carregando o mundo nas costas em cada chute. De novo não aconteceu.

Foram frios, preferiam as finalizações no canto, deslocaram Navas e Oblak que na minoria das vezes acertaram o lado para o qual pularam.

Apenas na de Juanfran, o único que  desperdiçou por centímetros, Navas foi preciso na escolha.

O único preciso de Oblak foi no de Marcelo.

O lateral da agremiação, ao contrário do oponente que atua em função igual, mas na direita, foi certeiro no chute e cumpriu com louvor a missão de fazer o gol.

Conquista merece ser questionada

O empate explica o andamento da final. Sob tal ponto de vista, o Madrid mereceu ganhar a Liga dos Campeões, pois mostrou mais competência nos pênaltis.

Mas é necessário lembrar que o único gol do time deveria ter sido invalidado. Em suma, houve interferência de quem deveria cumprir as regras.

Tal equívoco tornou o jogo desigual, pois o Atlético não podia fazer gol assim. Mesmo tendo que alterar as próprias características e ir à frente mais do que pretendia, conseguiu o de empate em lance construído com qualidade e dentro das regras.

Apenas quando há equívoco de quem não chuta e cabeceia é possível afirmar que qualquer time não merecia o resultado.

Acontece em muitos torneios

A Liga dos Campeões teve grandes jogos. O clássico não entrou no pacote.

A importância, mais que a qualidade, garantiram ontem os grandes momentos aos torcedores.

Ficha do jogo

Real Madrid – Navas; Carvajal (Danilo 52), Pepe, Sergio Ramos, Marcelo; Modric, Casemiro e Kroos (Isco 72) Bale, Benzema (Lucaz Vázquéz 77) e Cristiano Ronaldo
Técnico: Zinédine Zidane

Atletico Madrid – Oblak; Juanfran, Savic, Godin, Filipe Luis (Lucas Hernández 109); Saúl, Gabi, Fernández (Carrasco 46) e Koke (Partey 116); Griezmann e Torres
Técnico : Diego Simeone

Árbitro: Mark Clattenburg – Auxiliares: Simon Beck e Jake Collin

 

 


Final da Liga dos Campeões não tem os melhores times do mundo
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De Vitor Birner

Se engana quem procura qualquer tipo de justiça no futebol.

Quando alguém é favorável aos torneios de pontos corridos que duram a maior parte da temporada, normalmente embasa o raciocínio na possibilidade de os clubes se programarem comercialmente, na manutenção dos jogadores em atividade profissional e principalmente na valorização esportiva dos melhores elencos.

As questões técnicas e táticas dentro do gramado ganham influenciam mais no resultado final nesse sistema de disputa. O imponderável não acaba, mas é minimizado.

Sarcasmo e crueldade formam a essência do esporte e contribuíram muito para ser o mais popular do planeta. O craque perde o gol decisivo; o atleta que não faz nenhum acerta o chute que garante a conquista; o time que se classifica na bacia das almas chega no mata-mata, ganha moral, embala e é campeão.

Dois ou três centímetros fazem a bola tocar na trave ou entrar no gol, acontecem equívocos daquele senhor, outrora sempre com vestes negras, que deve impor as regras no gramado… São muitas as variáveis no esporte que ninguém controla plenamente.

Que seja assim, pois não teria muita graça aguardar algo sempre repetitivo e com final previsível. O constante prevalecer do óbvio gera tédio, que é o maior inimigo do futebol.

O melhor time do mundo

O Barcelona encantou, conseguiu resultados elogiáveis com atuações memoráveis e caiu de rendimento na hora mais importante da temporada.

Mesmo assim, mereceu a eliminação no torneio que mais almejou ganhar. O Atlético da capital foi superior na parte coletiva.

Provavelmente não teria sido derrotado no Camp Nou, se o critério para mostrar cartões mostrado na maior parte do torneio fosse mantido quando houve a exclusão de Torres. Mereceu se classificar diante dos catalães. Conseguiu impor a proposta que pretendia.

Isso não altera o que é simples de ser observado :

Nenhum semifinalista nessa edição da Liga dos Campeões, na plenitude do desempenho, atingiu o padrão que a agremiação de Luis Enrique conseguir manter regularmente na maior parte da temporada. Todos ficaram alguns degraus abaixo.

E mais; o Bayern de Munique, eliminado em jogos nos quais o time de Simeone teve enorme dificuldade, é superior aos que chegaram na final.

Messi, Neymar, Guardiola e cia irão acompanhar, como o leitor do Uol, o momento mais importante do torneio pelos sites e na televisão.

Méritos futebolísticos de ambos os finalistas

A campanha da agremiação que tenta a inédita conquista foi mais elogiável que do postulante a ser hendecacampeão no torneio, pois teve que ganhar de oponentes com maior qualidade técnica.

Os times que citei como os melhores do mundo, na respectiva ordem, foram eliminados pelo de Simeone.

O Madrid, nas quartas e semifinais, superou Wolfsburg e Manchester City. Não necessitou mostrar grande futebol para atingir o objetivo.

Isso não diminui méritos da agremiação.

Os resultados, diante de ambos, foram de acordo com o que houve nos gramados.  O sorteio foi favorável, o que faz parte do sistema de disputa escolhido para a realização do torneio.

Muito mais que simplesmente a técnica 

Reduzir as possibilidades dos times ao que podem produzir os jogadores seria desprezar tudo que realizaram sob as as orientações dos atuais treinadores.  O elenco do Madrid é melhor.

Coletivamente, o Atlético mostrou mais força, regularidade e ninguém pode questionar a capacidade do time ganhar de gigantes do continente.

O futebol da agremiação do Simeone foi superior, nas fases recentes do torneio, ao do oponente. Não creio que decacampeão, com o que mostrou no gramado diante do Manchester City, eliminaria o Bayern de Munique.

Isso não necessariamente significa que o padrão de ambos será mantido.

Há mais aspectos que podem 'entrar' em campo. O clássico secular, a dramática derrota da agremiação menos campeã na única vez que se enfrentaram na final do torneio, da qual participaram alguns atletas que irão atuar hoje, a concentração dos jogadores no momento mais importante da temporada, o desempenho de quem foi encarregado de impor as regras do futebol, tudo pode pesar nesses minutos em que o 'discípulo' em que o gigante dirigido pelo craque francês 'discípulo' de Ancelotti enfrenta o intenso e italiano 4-4-2 do 'hermano' que montou o melhor sistema de marcação do planeta.

 

 

 


São Paulo foi melhor; Coritiba aproveitou falhas do time de Bauza pelo alto
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De Vitor Birner

Coritiba 1×1 São Paulo

O São Paulo criou mais oportunidades e foi superior na maior parte do jogo. Não ganhou porque houve equívocos  de marcação nos cruzamentos e na frente faltou precisão nas finalizações.

A necessária ausência de jogadores machucados e poupados, e a inaceitável dos convocados para a Copa América,  – contribuíram para a queda de rendimento.

O goleiro Wilson, melhor em campo, merecedor de enorme crédito pelo ponto que somou o Coritiba na classificação, não conseguiu intervir apenas no chute indefensável de Rogério.

O time de Kleina, com dificuldade para manter a bola na meia, insistiu nos levantamentos, quase fez o gol porque Lucão de novo instável se equivocou e acertou a trave do Denis, e comemorou quando Alan Santos cabeceou após cobrança de escanteio, .

O resultado não deve ser questionado.  Foi consequência apenas dos acertos, erros dos atletas e casualidades que compõe a essência da disputa. Não houve interferência do encarregado de impor as regras do futebol.

 

Mantida a proposta

Maicon, Thiago Mendes e Kelvin na direita trio do 4-2-3-1 e o goleiro Denis foram, dos que iniciam os jogos da Libertadores, os escalados por Bauza.

O treinador optou por Auro e Matheus Reis nas laterais, Lucão na dupla de zaga e Wesley como volante, além de Lucas Fernandes no meio e Centurion do lado oposto, ambos na mesma linha de Kelvin, e Alan Kardec .

Alterou a formação porque os jogadores que conseguiram a classificação à semifinal do torneio mais almejado pela torcida não tem plenas condições físicas.  Manteve o esquema tático, a ideia de futebol que implementa para fortalecer o coletivo, inclusive a flutuação para o 4-4-1-1 quando o oponente fez a transição de bola à frente.

Alguns jogadores não tem características iguais as de quem substituíram.

Centurión investe mais nos dribles que Michel Bastos. Lucas Fernandes carrega a bola no momento em que Ganso tentaria o toque. Auro, se apoia, tem maior dificuldade que Bruno para recompor o sistema de marcação.

Houve prejuízo no desempenho, o time foi menos consistente na parte defensiva, mas teve padrão, criou mais oportunidades e mostrou superioridade no gramado.

O que pretendia o treinador

Gilson Keina colocou em prática o desenho similar ao adotado pelo 'hermano'. O quarteto mais recuado contou com Ceará, Juninho, Rafael Marques e Carlinhos.

No meio de campo João Paulo e Mateus Sales foram os principais encarregados da marcação. O trio em frente à dupla teve Juan na direita, Vinicius do outro lado, e González entre o veterano e o atacante de origem.

Kleber foi o centroavante. Saiu da área para oferecer opção aos colegas e pouco foi acionado.  O Coritiba não conseguiu manter a a bola na meia. Por isso não encontrou o jogador mais avançado do time no gramado.

Restaram, então, as tentativas nos contra-ataques,  não executadas a contento, e principalmente os cruzamentos, que proporcionaram os melhores lances

A do Lucão, contra, e outra do Alan Santos, na tentativa de encobrir o Denis,  foram as que mais dificultaram para o goleiro.

 

Fundamentais para o time conseguir pontuar

Após as instruções de Bauza no intervalo, o time melhorou, tomou conta do jogo, acertou a trave e desperdiçou grandes oportunidades.

Kleina, ao notar que havia perdido o meio de campo, trocou Gonzalez e Vinícius, ambos apagados, por Negueba e Leandro.

Tinha que fortalecer o contra-ataque e havia lacunas para tentar tais lances.  As mexidas não alteraram o panorama do jogo, mas aumentaram a velocidade do time pelos lados e geraram mais cruzamentos durante alguns minutos, como o do escanteio cobrado por Juan no qual Alan Santos comemorou o gol quando a torcida vaiava nas arquibancadas do estádio .

Tática tradicional no país 'hermano'.

Bauza reforçou a criação e diminuiu a capacidade do meio de campo na marcação, após o o gol do oponente.

Auro, porque não mostrou futebol necessário, saiu e Rogério entrou.

Lucas Fernandes, que merece elogios apesar do gol desperdiçado após tabelar Alan Kardec, tinha sido trocado antes, porque se machucou, por Ytalo,

Tal qual acontece muito no país do treinador,  posicionou o raríssimo, em nosso país, 4-1-3-2.  Deslocou Wesley à lateral,  e Thiago Mendes permaneceu como único volante

Kelvin, Rogério e Centurión formaram trio, o estreante se mexeu pelos lados do ataque e entrou na área para ser o outro centroavante, pois Alan Kardec desde o início atuou e o treinador, tal qual o torcedor sabe, investe em cruzamentos e consegue resultados positivos.

Empate e alteração

Rogério acertou, de fora da área, o chute no canto e foi comemorar a igualdade. Recebeu a bola exatamente onde Bauza quer em vez de pelos lados como parece preferir.

Quase em seguida o treinador reconstruiu o 4-2-3-1. Pôs Bruno no jogo, Wesley de novo foi volante, Kelvin encerrou a participação no jogo ed Ytalo recuou para o trio.

Kleina trocou João Paulo por Thiago, provavelmente porque necessitava ter mais a bola para criar as oportunidades de gol.

Não houve grandes momentos após todas as mexidas.

Negueba, na entrada área, proporcionou o melhor e única que forçou Denis, nos 95 minutos, a fazer grande intervenção.

Ficha do jogo

Coritiba – Wilson; Ceará, Rafael Marques, Juninho e Carlinhos; João Paulo (Thiago Lopes) e Alan Santos; Juan, Cesar González (Leandro) e Vinícius (Negueba); Kleber
Técnico: Gilson Kleina

São`Paulo – Denis; Auro (Rogério), Lucão, Maicon e Matheus Reis; Thiago Mendes e Wesley; Kelvin (Bruno), Lucas Fernandes (Ytalo) e Centurión; Alan Kardec
Técnico: Edgardo Bauza

Árbitro: Marielson Alves Silva (BA) Assistentes: Cristhian Passos Sorence (GO) e Leone Carvalho Rocha (GO)

 


Clubes daqui creem que Liga Sul-Americana é ‘golpe político’ de milionário
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De Vitor Birner

Establishment do futebol 

A Liga Sul-Americana de Clubes nem sequer foi constituída e há rachas por divergências na elaboração do estatuto. Os dirigentes gringos querem divisão geo-política, enquanto os daqui pretendem que cada agremiação tenha direito de se posicionar.

Quem 'habla' quer a formação de blocos por nação com direito ao voto nas questões que determinam a legislação e os posicionamentos da instituição. Quem fala é contra e exige que todo clube tenha direito a fazer escolhas próprias. Os cartolas acham que o sistema proposto pelos gringos distorce a representatividade e serve para que mantenham plenos poderes.

Os estrangeiros sugeriram que os blocos tenham pesos distintos nas votações. Os de Brasil e Argentina valeriam  quatro, o de uruguaios três, os de Colômbia, Paraguai, Chile, Equador e Paraguai dois por nação, e os da Bolívia de Venezuela o menor possível.

Esses últimos são os únicos que nunca ganharam a Libertadores.

Na prática, realmente o sistema dos gringos cria outra Conmebol, onde as confederações são as únicas que votam, em vez de transferir o poder para quem investe, revela, paga salários aos jogadores e tem os torcedores que na destrutiva perspectiva ultra-mercantilista são apenas os consumidores.

Mais força para as agremiações

Bolivar e The Strongest são os representantes da nação do presidente Evo Morales nessa iniciativa de construção da Liga Sul-Americana. Há uma dúzia de times daqui na mesma empreitada.

Em suma, indiretamente, cada voto boliviano valeria 0,5 (peso 1 dividido pelos dois),  'mais que os de clubes da CBF, pois doze encamparam a ideia.

O Flamengo, por exemplo, tem a maior torcida do continente. Talvez não necessite, especificamente por isso, direito de ter o voto com mais peso que os dos outros, mas não pode, na prática, aceitar qualquer inferioridade política funcional.

Os jogos da equipe tendem a gerar maior audiência e consequentemente mais dinheiro com patrocínios e negociações de cotas de transmissões.

O ideal seria que todo time tivesse direito ao voto. Há muitas divergências, por exemplo, entre os filiados à CBF, e em alguns momentos referendar o que a maioria quis foi o pior para nosso futebol.

 'Toca y me voy' dos bastidores

Os brasileiros, quarta-feira, foram embora no meio da reunião marcada para referendarem o estatuto redigido e enviado antes a para todas as agremiações do continente.

Avaliaram que havia acordo entre as estrangeiras, feito em silêncio, para alterar o que tinha sido combinado.

Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos, Vasco, Fluminense, Flamengo, Botafogo, Internacional, Grêmio, Atlético e Cruzeiro queriam que o estatuto fosse embasado em nossa constituição, exigiam a sede em São Paulo por ser a cidade com maior volume de negócios, e tiveram convicção após a manifestação dos gringos que tudo fora combinado para nenhuma dessas prioridades ser apoiada.

Os estrangeiros escolheram Montevidéu como a sede da entidade.

Golpe político e investidor não mencionado 

Os dirigentes creem que o Paco Casal, dono da Gol TV, empresa que tenta comprar os direitos das transmissões dos torneios da Conmebol, articula em silêncio a formação da Liga Sul-Americana.

Nos bastidores afirmam que houve, por parte dos times de outras nações, a tentativa de golpe, pois o mercado que o Brasil oferece é indispensável, se a ideia for a construção de torneio rentável.

Em princípio, a formação da entidade não tem como prioridade a criação de competições. Mas se houvesse unidade entre os clubes, isso seria inevitável no médio prazo.

A outra opção seria a Conmebol aumentar a transparência e alterar o estatuto para os os clubes ganharem força.

O empresário, se realmente houver tal influência, por questões políticas não teria dificuldade para aprovar na votação em blocos a construção de outro torneio, inclusive se a oferta financeira for menor que a avaliação de mercado, tal qual acontece hoje com a entidade que criou e organiza a Libertadores.

Fundamental; Boca, Peñarol e outros líderes do movimento nunca citaram ninguém como possível investidor.

Como os dirigentes, aqui, creem que o empresário influencia, a criação da entidade ficou inviável nesse momento. Pode acontecer, mas sob tais condições não terá os clubes que necessita para gerar grandes lucros e ser forte.

Dentro e fora dos gramados, nas partes econômica e esportiva são imprescindíveis os 'nossos' mantos sagrados.


São Paulo catimbeiro, inteligente, humilde, que honra o manto sagrado
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De Vitor Birner

Cabeça e pés

O São Paulo conseguiu a classificação à semifinal da Libertadores porque foi mais capaz de raciocinar e entender as exigências do jogo.

Não mostrou superioridade coletiva, nem teve alguém na parte individual que brilhou acima dos outros atletas que resolveram nos gramados quem segue no torneio. Houve equilíbrio tanto no Independência quanto no Morumbi.

A agremiação de Bauza foi mais inteligente, tal qual diante do River Plate e The Strongest, quando podia ter sido eliminada, e contra o Toluca apenas no Morumbi.

O mata-mata começou para os jogadores do São Paulo ainda na fase de grupos.

Não podiam perder do River Plate em Nuñez, e tampouco empatar contra os 'hermanos' no returno. O tropeço, normal na altitude La Paz, os eliminaria.

Teve a partida frente o Trujillanos, mas era obrigação ganhar, por isso pesa pouco na explicação da campanha.

O time, após cada êxito em momento difícil, fortaleceu a personalidade e a capacidade de ser objetivo como o treinador exige.

Time catimbeiro como é necessário

Calleri tomou tapa na cara do Vangioni, não reagiu e o lateral do River Plate foi excluído do jogo no Morumbi.

O centroavante apanhou após o empate contra o The Strongest, tomou carrinho violento em lance parado e cotoveladas propositais de Leonardo Silva, e manteve exatamente a mesma postura que o coletivo necessitava para prevalecer.

Citei o argentino mesmo sabendo que toma cartões tolos, mas poderia mencionar outros jogadores. A capacidade de entenderem o que devem ou não fazer para o time ganhar é fundamental e fez parte do pacote que garantiu a classificação à semifinal.

Não teria conseguido 'apenas' com tática e técnica.

Ambas e nada mais resolvem os jogos nos quais há grande superioridade de alguma agremiação. Nas oitavas e quartas de-final, por exemplo, eram insuficientes, e tenho convicção que Bauza transmitiu isso ao elenco.

Ontem, o Atlético teve ambas no mesmo padrão do oponente. A ideia de se impor à força foi o maior problema para atingir o objetivo.

O São Paulo, após início abaixo do padrão que tem mostrado, percebeu e soube como aproveitar. Não fez faltas porque se irritou, enquanto o time então de Aguirre bateu em momentos tolos e facilitou a catimba.

O Leonardo Silva, experiente e referência no elenco, foi quem mais extrapolou. Mostrou muita raça e determinação, e pouca leitura das circunstâncias das quartas-de-final.

Os colegas de time, que tem o zagueiro como alicerce, fizeram igual e era exatamente como Bauza queria.

A plenitude do esporte mais popular

O jogo de futebol tem disputa física, emocional, técnica e tática. Tornar o andamento desconfortável para o oponente facilita a conquista de resultados positivos.

É possível fazer isso criando muitas oportunidades de gol, impedindo que a outra equipe finalize, tocando a bola, cadenciando ou acelerando o ritmo. Depende do que acontece no gramado e das possibilidades.

Apenas o clube de Bauza conseguiu entender os momentos das quartas-de-final. Quando atuou diante dos torcedores que hoje comemoram a classificação, manteve a proposta coletiva e a prioridade de não tomar o gol.

Foi como se conhecesse os próprios limites.

Ontem, fez igual. Nos momentos de oscilação técnica se fechou; e quando melhorou tocou a bola. Teve plena noção que o lance anterior não tem como ser jogado novamente e o seguinte é o único que podia acertar.

Manteve a humildade, pragmatismo, concentração e a proposta coletiva que treinou para se classificar.

Fundamental para alteração da postura

Conseguiu isso porque o ambiente no CT da Barra Funda melhorou após os gestores alterarem funcionários, metodologia, tamanho da exigência e do respeito aos jogadores. Fizeram sob protestos de torcedores contrários ao que foi melhor para o futebol da instituição.

Ninguém, no esporte, tem a fórmula precisa e infalível que garante resultados positivos. Mas a que gera os negativos raramente é muito mais eficaz.

O São Paulo cumpria com louvor muitos itens da que garante piora no desempenho ou, na melhor das hipóteses, evolução técnica e coletiva aquém do potencial do elenco. Isso impede qualquer clube de ganhar força nos jogos em que é necessária.

Construção em andamento

Não é favorito na Libertadores. Será difícil conquistar o torneio, assim como tem sido a missão dos oponentes superarem o time de Bauza, quando jogam na competição que prioriza.

As entrevistas, após a classificação, mostraram que o elenco tem ampla noção de como necessita raciocinar o futebol.

Quase ninguém falou sobre conquistar o torneio. O tema foi como ganhar a semifinal. Não houve atropelos inúteis. Gastar energia imaginando como será a comemoração ou disputar a decisão é desperdício e pode diminuir a concentração naquilo que é fundamental para o êxito.

Menos sonhos e mais futebol

O único que destoou, entre os que acompanhei, foi Denis. Carrega nas costas a bigorna por substituir o ídolo e ainda não mostrou ser capaz de cumprir a missão.

Citou, ao ser questionado pelos repórteres, que se for campeão o peso acabará.

Deveria, como os colegas, se concentrar mais em evoluir e encontrar a personalidade que têm os grandes atletas da posição, em vez de reclamar com alguém quando acontecem os gols.

A proporção de equívocos se comparada a de 'senhoras' intervenções é considerável e incomoda quem ama a agremiação.

Pode melhorar. Bauza deve ter notado e, nesse período de paralisação da Libertadores, fará algo para contribuir com o jogador. Não descarto que perca a posição.

São Paulo

Agora a direção necessita fazer outra mágica, pois financeiramente Carlos Miguel Aidar afundou o clube, para manter Maicon e trazer reforços pontuais, e tentar ganhar a semifinal.

Se perder, ao menos terá feito o que era mais difícil e fundamental. O manto sagrado tricampeão da Libertadores de novo é respeitado fora e principalmente dentro do CT da Barra Funda.

Exigências

Que a torcida não comece com o campeão voltou, Jason, soberano e outros clichês que em nada contribuem, e ainda podem criar ilusões dentro do elenco.

Cobrança honesta, embasada, além de apoio e humildade são mais construtivos.

Nem adianta exigir no torneio de pontos corridos a concentração e o empenho iguais aos dos jogos da Libertadores. O elenco, neste momento, é pequeno para ganhar o que recém-começou.

E quando o ônibus da agremiação chega ao Morumbi não há a festa magnífica e impressionante para recepcionar e incentivar.

O clima é outro para todos os atletas, torcedores, dirigentes, e será façanha a manutenção da intensidade na arquibancada e no campo.

A obviedade

Isso não significa que a agremiação será preguiçosa. Deve se empenhar para ganhar os jogos.

O ambiente que a Libertadores proporciona ninguém, inclusive os melhores treinadores e dirigentes do mundo, podem transformar em metodologia de preparação para todo elenco ter pleno empenho sempre que entrar em gramado.