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Chile campeão e Messi, esforçado, acumula outro fracasso na seleção
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De Vitor Birner 

Chile 0x0 Argentina

O melhor do mundo se empenhou muito. O time investiu nos lances com o jogador do Barcelona.

Tentou tabelas, conseguiu alguns dribles, exigiu plena concentração do sistema de marcação do Chile, criou uma grande oportunidade, e não acertou nas raras vezes que finalizou.

Inclusive o pênalti na série alternada que garantiu a conquista aos andinos. Chutou por cima da trave, como fizeram Platini, Baggio e outros craques.

Continua sendo questionado como jogador de seleção e reverenciado na agremiação coleciona troféus.

A seleção taticamente melhor ganhou a o torneio. Nos jogos eliminatórios foi consistente, teve que superar times mais fortes, e comemorou muito. Ainda bebe na fonte da força coletiva que Sampaoli construiu.

Posicionamentos dos times

Messi e Higuaín, adiantados, iniciaram a marcação na frente.

Banega, no meio, e Di María, do lado oposto ao do melhor jogador do mundo, podiam sair do meio de campo e completar a tentativa de impedir o Chile de fazer a transição com a bola no gramado.

A fortuna coletiva que Sampaoli construiu foi herdada por Pizzi, hoje treinador e outrora centroavante de Rosario Central, River Plate e Barcelona, além de outras agremiações, não foi desperdiçada.

Instruiu os jogadores a tocarem em vez de investirem em lançamentos pelo alto para os atacantes.

A proposta é óbvia. Na prática, os andinos sequer têm atleta com técnica e característica para disputar por cima, trombar com zagueiros e volantes, e ganhar tais lances.

Os 'hermanos', ao contrário, não fizeram questão de sair de trás com a bola no gramado.

Tata Martino sabia que o sistema de marcação chileno atuaria adiantado. Não queria tomar gol por isso, a seleção não conquista torneios faz de duas décadas, ficará ao menso 25 anos de jejum, e provavelmente achou que ficar atrás no resultado poderia comprometer a qualidade do futebol.

Orientou os jogadores a fazerem lançamentos  diretamente para o centroavante do Napoli, que é forte e poderia ganhar dos zagueiros.

Fundamentais para ambos os times

Os sistemas de marcação foram melhores que os de criação. Não apenas dificultaram a criação das oportunidades.

O dos 'hermanos' conseguiu, ao retomar a bola na frente, o melhor momento para fazer o gol.

Medel se equivocou, era o último jogador, Higuáin ficou com a bola e tocou por cima de Bravo. A finalização foi para fora enquanto o zagueiro que 'ofereceu' o gol corria para impedir de acontecer.

Se chocou com força contra a trave.

Higuaín havia desperdiçado oportunidade na final da Copa. Será questionado, apesar da temporada brilhante. Quebrou o recorde de artilharia,  vigente desde 50 no torneio italiano, e foi fundamental para a agremiação se classificar à Liga dos Campeões.

Noutro equívoco de transição à frente, Diáz havia feito a infração e tomado o amarelo.

Padrão nacional no torneio da Conmebol

Héber Roberto Lopes, após o choque de Messi, que tentou driblar o Díaz, mostrou amarelo e por isso excluiu o chileno do jogo.

O lance foi interpretativo. A cultura de futebol de ambos os países, sugere que em muitos similares não há cartão.

Pouco depois, Messi caiu na área, não se jogou, após tentar ir adiante com a bola e acontecer o choque normal.

O jogador do Barcelona foi amarelado.

Ainda antes de os times irem descansar e escutar as instruções dos treinadores, Rojo deu carrinho forte, foi ao gramado, e Vidal ficou em pé. Ambos os catimbeiros deixaram pernas e o lateral tentou, em vão, chutar o oponente, e foi excluído da final.

Houve critério, apesar de os jogadores reclamarem muito. O único tropeço foi no lance mais forte de todos, no qual Fuenzalida entrou por cima na dividida e não recebeu o cartão.

Os números favoráveis aos 'hermanos'

O Chile ficou mais com a bola, mas não chutou em gol.

Os argentinos, apesar de terem menos posse, no 1° t conseguiram meia dúzia de finalizações.

Andinos com mais futebol

Ambos os treinadores queriam os sistemas de marcação adiantados.  Com 9 jogadores de linha havia mais brechas para os times criarem oportunidades, principalmente se fizessem a transição à frente com bola no gramado.

O Chile, taticamente, é melhor que a Argentina.

O posicionamento facilita o toque de bola. Ganhou com as exclusões. Teve maiores lacunas para os toques. Forçou os 'hermanos' a correrem mais.

Investiu nos lances pelos lados e finalizou em gol.

Aumentou posse de bola, ocupou o campo de frente e empurrou para trás o time de Messi.

Para privilegiar o craque

Cansaço e necessidades coletivas. Os treinadores tiveram mexer nos times.

Provavelmente, por isso, o volante Kranevitter entrou Di María saiu ao 10 minutos.

O mais técnico, antes do jogo, não tinha convicção que conseguiria atuar; a mexida reforçou as convicções do técnico.

Tata Martino insistiu em manter Messi e Higuaín na frente.

Era fundamental contar com outro jogador de marcação no meio de campo. Ao notar que perdeu a posse de bola no setor, investiu no contra-ataque. Trocou o centroavante do Napoli por Aguero, que é mais veloz e tem as características ideais para a realização desses lances.

Apenas aos 35 houve a mexida no Chile; Fuenzalida, lateral que atuou na frente e teve que recompor o meio de campo no sistema de marcação, saiu para o atacante Edson Puch entrar.

Mexidas quase geraram o gol

Como havia idealizado o treinador, os 'hermanos' tiveram oportunidade no contra-ataque.

Aguero foi acionado, fez o lance necessário, mas se equivocou na finalização.

O Chile, após Bousejour conseguir a jogada pelos lados, entrou na área, tocou para Vargas e o atacante não conseguiu finalizar.

Ambos os técnicos acertaram e ninguém fez o goil

Na prorrogação

Os sistemas de marcação se posicionaram mais atrás. Como se os o gol, seja de qual lado fosse, garantisse a conquista.

Os 'hermanos' investiram na qualidade individual de Messi e de Aguero. O atleta do Barcelona se mexeu, chamou o jogo, tentou os dribles, conseguiu alguns, mas sempre havia outro chileno fazendo a cobertura para dificultar a sequência.

Os andinos, com Vargas, de cabeça, em frente ao Romero, desperdiçaram a oportunidade.

Em seguida Bravo fez a intervenção mais difícil do jogo.

Messi cruzou, e Aguero cabeceou. O goleiro, com a ponta dos dedos, impediu o gol que provavelmente alteraria a maioria dos comentários sobre a final do torneio.

Por mérito de quem atua embaixo das traves, questão de centímetros, o país que tem a maior extensão de montanhas do planeta ficou feliz com o futebol.

O treinador dos andinos pode fazer duas alterações. Com o volante Silva e a saída de Alexis, ganhou força de marcação e perdeu na criação. Com o centroavante Castillo na função de Vargas e a diminuição da frequência na frente, houve o declínio de qualidade.

O sumido Banega saiu e Lamenta entrou. Tata Martino foi mais ousado que o compatriota.

Não queria os pênaltis.

Vidal desperdiçou, em seguida Messi fez igual, todos outros jogadores acertaram, menos Biglia que finalizou na direita e Bravo conseguiu a intervenção para tristeza dos 'hermanos' e comemoração de quem havia ganho a edição anterior do torneio.

Ficha do jogo

Argentina – Romero; Mercado, Otamendi, Funes Mori e Rojo; Mascherano, Biglia, Banega (Lamela) e Di María (Kranevitter): Higuaín (Agüero) e Messi
Técnico: Gerardo Martino

Chile – Bravo; Isla, Medel, Jara e Beausejour; Aránguiz, Díaz e Vidal; Fuenzalida (Puch), Alexis Sánchez (Francisco Silva) e Vargas (Castillo)
Técnico: Juan Antonio Pizzi

Árbitro: Heber Roberto Lopes – Assistentes: Kleber Lúcio Gil e Bruno Boschilia

 


Revolucionário, Osorio dificilmente irá ao Mundial; o futebol é conservador
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De Vitor Birner

Ficou, por enquanto

Era óbvio que cedo ou tarde o invicto México de Juan Carlos Osorio seria goleado. O tamanho do resultado foi enorme e será carregado pelos torcedores enquanto o treinador permanecer e depois quando outro ocupar o cargo.

Em uma hora e meia, após jogos de qualidade, com oscilações normais diante do nível técnico do elenco e curto período para o revolucionário treinador implementar as propostas de jogo que idealiza, perdeu a estabilidade no cargo, e agora é o para-raios de todos os antigos problemas do time.  .

A federação do país não mostrou o bilhete azul. Tirou do bolso e segura na mão direita, provavelmente aguardando para esticar o braço e mostrar ao técnico assim que houver quaisquer tropeços normais. Os próprios jogadores podem cuidar disso, caso haja insatisfação pelo rodízio e ousadia nos gramados,

É realmente difícil aguentar tal resultado

Em busca de constante evolução 

Ainda mais quando acontece com quem tenta mexer no padrão. O técnico exige inteligência, leitura de jogo dos atletas, pois devem compreender as necessidades coletivas durante os 95 minutos. Enquanto isso os condiciona, com metodologias dentro do campo elogiadas inclusive por jogadores insatisfeitos com as questões táticas, para o que imagina ser ideal.

Privilegia a toque, a habilidade, confia na melhora individual dos jogadores, e o preço é enfrentar o reduto de preconceitos de muitos tipos que é o conservador planeta do futebol.

Resultados mostraram que não é utopia

O Atlético Nacional, onde é ídolo, continua bebendo na fonte que o treinador construiu. O colombiano tira os jogadores da zona de conforto, confia na melhora do ser humano na profissão.

Não quer o que diz querer

A opinião pública que reclama a falta de arte, mas na realidade quer soldados cumprindo o preenchimento e desbravamentos de territórios nos campos de futebol.

Não se dispõe a pagar o custo da alteração que diz querer.

Como se pretendesse adquirir algo material e rejeitasse viver as agruras da labuta para obter os recursos; ou almejasse correr maratona e recusasse o esforço da preparação quando chove ou faz calor.

Além dos pseudo-idealistas, Osorio enfrenta o corporativismo de técnicos e ex-atletas mexicanos, alguns ícones do esporte no país na função de comentaristas, protagonistas da informal reserva de mercado e respaldados pela massa reativa e impensante que os reverencia e segue pelo que fizeram dentro dos gramados.

Jogar para a galera

Se imagine Juan Carlos Osorio.

Poderia recuar, montar o sistema de marcação óbvio e redondinho, fazer aquilo que parte dos torcedores entende com facilidade e afirma não apreciar, ao menos se não render conquistas.

O México foi à repescagem para se classificar ao Mundial. Miguel Herrera, contratado em cima da hora, depois implementou para o torneio alguns esquemas táticos, entre os quais o 3-5-2 o com flutuação ao 5-4-1.

Para manter o cargo e realizar o anseio de ir à Rússia, o óbvio recomenda a Osório cozinhar tacos aceitos pela maioria e não agregar ingredientes saudáveis e saborosos para elevar o padrão em algumas refeições.

Deve manter

Como é idealista, tende a insistir e provavelmente cair antes do torneio.

O treinador, como todos os colegas de profissão, se equivoca em alterações, avaliações e noutras questões da função de montar times.

Apoio

Como é construtivo ter alguém com tal perfil no futebol. Os raros que sonham fazem o esporte caminhar adiante.

Holanda, que coincidentemente não é conservadora em muitas questões sociais e teve jogadores intelectualmente acima da média, revolucionou o jogo os anos 70, e influencia na formação da identidade futebolística do Barcelona. O saudoso Johan Cruijff foi o pioneiro com a então inédita conquista para a agremiação na Liga dos Campeões em 1992 ao formar o chamado 'Dream Team' na Catalunha.

Osorio tenta mexer nas estruturas com elencos muito mais fracos, em times que negociam em vez de contratarem os melhores jogadores.

Talvez seja maluquice. Competição é a essência do futebol. Traduzindo, ganhar dentro das fronteiras que a ética específica da atividade sugere. .

Mesmo assim, aplaudo o elogiável Osorio.

Grande profê!!!!!

 


São Paulo não negociou com estatal chinesa que patrocina a Euro
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De Vitor Birner

Li, noutros blogs, que havia a negociação do São Paulo com a estatal chinesa que investe para expor a marca na Euro e nomeia a Arena de Melbourne, onde acontece o Australian Open.

Tentei entrevista para saber o que motivou a ida de ambos os dirigentes de hierarquia mais alta no marketing do clube à nação asiática e, obviamente, conseguir os detalhes das supostas tratativas com a empresa.

A diretoria de comunicação e marketing aceitou, mas por email. Reproduzo a íntegra do mesmo. no qual é possível notar a irritação dos dirigentes da agremiação do Morumbi.

Por que Manssur e Pinotti foram à China? Alguma negociação específica?

Foram à China dar continuidade em conversas que haviam começado no Brasil. Lá tiveram 6 reuniões, todas elas muito produtivas. Confirmaram que a China tem atualmente enorme interesse em investir no futebol e no Brasil. E mostraram que o SPFC é uma ótima porta de entrada para realizar convergência entre esses dois nichos de interesse.

O São Paulo acertou o negócio, ou encaminhou, com qualquer empresa?

As reuniões foram extremamente produtivas e irão prosseguir, inclusive com visitas dos interlocutores ao Brasil nos próximos meses.

Li que tinha fechado com a estatal Hisense. Confirma?

É mentira. Mentira deslavada. O SPFC sequer se reuniu com representantes dessa empresa. Infelizmente, há pessoas que não têm o menor constrangimento em mentir e inventar estórias para tentar mostrar que ainda teriam acesso às informações do SPFC, coisa que, se tiveram na última gestão, nessa atual não tem mais e nem voltarão a ter. Infelizmente, essas pessoas ainda conseguem enganar alguns veículos de imprensa, mas, estamos certos de que logo serão desmascarados e suas mentiras em breve não terão mais a menor repercussão. E fazem isso mesmo que, para tanto, possam prejudicar o SPFC, time para o qual afirmam torcer. É o que acontece nesse caso.


Tite necessita ajustar a metodologia; a do clube não funciona em seleção
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De Vitor Birner

Dinâmica em agremiações

O elenco do Alvinegro, tal qual o de todos os times da elite do futebol nacional, tem jogadores que sonham com o glamour dos grandes clubes europeus,  além,dos que gostariam da transferência ao mercado asiático para engordarem o pé de meia.

A minoria satisfeita e feliz, se conseguir encerrar a carreira no Parque São Jorge, completa o grupo de atletas.

Menos tempo e mais exigência

Na seleção o padrão é outro; Renomadas estrelas de países do exterior são chamadas, o que incomoda os dirigentes do time estrangeiro que investiu fortuna no profissional, e o treinador por não poder preparar o atleta porque foi atuar em amistoso muitas vezes inútil na parte esportiva

A ida ao time da CBF é esporádica e muitas vezes serve apenas para engordar o caixa da entidade. Em suma, é doação de pé de obra, serviço gratuito e pode ser dispensado pelo treinador remunerado.

O atleta sábio é capaz de avaliar e prioriza o que garante o sustento, o melhor ambiente diário possível para mostrar o futebol que paga as contas.  Na entidade que administra o time formado por funcionários dos outros, sequer há garantia de serem convocados nos raros momentos relevantes.

Podem ficar fora do sonho de atuar no Mundial porque se machucaram e caíram de rendimento no mês anterior.

Ninguém, em meio a tantos euros, dólares, salários anuais do tamanho de consideráveis prêmios em loterias, prioriza um mês em quatro temporadas.

Tite necessita gerir o elenco sob condição distinta da que vivenciou nos clubes. Terá de ajustar, ou talvez alterar a metodologia .

Em qualquer agremiação gigante como a que ofereceu oportunidade para se consagrar, o técnico pode conviver muito com os jogadores. Isso facilita que compreendam o planejamento, fortaleçam o vínculo com os colegas e talvez torcedores, e se comprometam com os resultados.

Os entreveros que aconteceram no Corinthians eram solucionados rapidamente. O treinador conhecia os jogadores e sabia como se comunicar para ser ouvido.

Não pode fazer isso de maneira idêntica com todos.

A capacidade de compreensão é individual, e o diálogo pontual necessário para direcionar todos ao fortalecimento do coletivo.

Na seleção é complicado obter tal coesão. Se Neymar e Douglas Costa têm divergência [não existe, o exemplo é fictício] e isso faz a equipe render menos na eliminatória, logo após o jogo o mais habilidoso viaja à Barcelona e o colega à Munique.

O ideal seria colocar ambos na sala e com bate-papo e encerrar o entrevero para jogarem melhor futebol, mas não há como o técnico fazer isso exatamente quando o treinador avaliar ser melhor.

Outro aspecto. A possibilidade de o atleta de ponta na Europa ter ego inflado e menor margem para abrir mão de si em prol do time, é maior. Pode, eventualmente ter algum que não queria escutar as ideias de futebol de quem não faz parte do 'mundo Champions League'.

Por isso, o comprometimento gerado pela construção do vínculo, citado em inúmeras entrevistas de Tite para embasar os resultados positivos no clube,  é mais difícil na atual missão do técnico.

Assim como explicar a tática, esclarecer o necessário para funcionar,  preparar a equipe com pequenos períodos de treinamento e tantas outras questões distintas das que acostumou a gerenciar nos clubes.

O elenco com maior qualidade motivou

Não há dúvida que aceitou o maior desafio da carreira.  Fez isso por saber que terá jogadores para conseguir os resultados positivos.

As questões dentro dos gramados

Conhecido por organizar os times de trás para frente, o perfil do técnico é distinto do que milhares de torcedores querem na seleção, pois tende a ser mais precavido e menos ousado, apenas enquanto não houver o pleno entrosamento do time.

Reitero o que escrevi quando parte dos alvinegros reclamava dos poucos gols. Tite não é retranqueiro. Agrega virtudes ao sistema de criação na medida em que o de marcação ganha solidez.

http://blogdobirner.virgula.uol.com.br/2014/12/11/tite-nao-e-retranqueiro-torcedor-deve-cobrar-da-diretoria-as-contratacoes-para-o-tecnico-jogar-de-maneira-mais-ofensiva/

A ideia é montar time equilibrado.

Merece paciência dos torcedores. No clube são meses com os atletas diariamente disponíveis para organizar o sistema de jogo. Por outro lado, quem atua em agremiações da Europa normalmente adquiriu inteligência e leitura de futebol.

Fundamental para facilitar

Se conseguir criar o comprometimento, não o piegas e protocolar, mas o emocional que transborda do gramado para as arquibancadas, o time deve ter enorme melhora.

Dunga e Jorginho conseguiram na primeira vez que foram à seleção.  Aos maniqueístas aviso que mais difícil não significa inviável, impossível.

Não pode aceitar ingerências. Tem que recusar amistosos inúteis na parte esportiva, necessita observar o calendário interno para não atrapalhar os clubes e ganhar o respeito dos torcedores.  Se pensar no futebol além das questões do cargo, será mais simples obter êxito.

Treinadores competentes saber melhor que os cartolas como planejar fortalecimentos dos times.

São questões técnicas esportivas e não políticas, burocráticas, econômicas,  ou de manutenção do poder. Exigem sabedoria dentro dos gramados.

Há outras, mas as mencionadas no post servem para embasar o tamanho da dificuldade que topou ao sair do Corinthians e aceitar a oferta para montar o time da camisa mais pesada do planeta do futebol.


Flamengo superior; São Paulo feliz com empate após tola exclusão de Calleri
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De Vitor Birner

Flamengo 2×2 São Paulo

O resultado foi melhor para a agremiação de Bauza. Mostrou menos futebol que o Flamengo em todo o 1°t e após Calleri ser excluído.

Teoria e prática

O Flamengo tem dificuldade na marcação por cima. O São Paulo, especialista em tais lances, faz muitos gols nos cruzamentos.

Se a agremiação do Morumbi conseguisse executar o que Edgardo Bauza implementa, o treinador privilegia que o oponente não tenha brechas para criar oportunidades, a tendência era de os torcedores acompanharem o jogo com poucos momentos de emoção e resultado favorável ao time que prioriza a semifinal da Libertadores.

O andamento contrariou o que a teoria sugeria. O time da Gávea teve mais posse de bola, maior frequência no entorno da área, oportunidades e finalizações.

É inquestionável que foi melhor.

O que houve no gramado

O sistema de marcação adiantado do Flamengo dificultou a transição do São Paulo à frente. Por isso, houve poucos momentos em que a agremiação de Bauza tocou a bola na meia e conseguiu os lances pelos lados, tal qual o técnico faz questão.

Posicionado no 4-1-4-1, com Marcelo Cirino e Éverton dos lados, além de William Arão e Alan Patrick entre ambos no quarteto do meio de campo, no início forçou a criação na direita,  onde atuou o primeiro e o lateral Rodinei apoiou.

O time fez as triangulações, pois William Arão fez a função de meia e Alan Patrick, em alguns momentos,  se deslocou para aquela região do gramado.

Massa muscular e arroz com feijão

O Flamengo atuou com as linhas adiantadas, o que gerou lacunas para o contra-ataque. Assim, o time do Morumbi fez o gol.

Lançamento de Ganso para Calleri ficar em frente ao Alex Muralha e comemorar. Os Rubro-negros reclamaram que houve a falta do 'hermano' em Marcio Araújo, mas o vola te foi mole.

Tentou bloquear a corrida do oponente, se mexeu para conseguir, não quis saber da bola, e desmoronou quando houve a trombada de frente com o artilheiro, .

Na maioria dos países o gol seria considerado normal.

Os critérios adotados no torneio de pontos corridos são dúbio e no padrão nacional ruim ao futebol. Exigem a marcação de muitas faltas inexistente e tornam esse interpretativo.

A igualdade na imposição das regras deve ser idêntica em todos os jogos. Isso mostra que suposta falta, se a referência for o rigor que estraga qualquer dinâmica e intensidade, poderia ter outra interpretação e marcada,

Aqui, foi ao gramado e houve o choque, seja qual for, e os questionamentos iniciam.  Se Calleri caísse para simular a falta, como a maioria faz em nosso país, provavelmente seria marcada e quem achou que houve a do centroavante teria conclusão oposta a que afirmaram  .

Flamengo aproveitou as brechas na marcação

Em alguns minutos, notou que o lado direito do sistema de marcação do São Paulo tinha mais brechas.

Quando forçou os lances naquele setor, rapidamente conseguiu igualar. Jorge recebeu na área, não havia ninguém atento ao lateral que obrigou Denis a intervir e Rodrigo Caio a fazer contra.

Não havia como o zagueiro, que teve atuação abaixo da própria média, impedir a igualdade após o chute. A questão foi a construção do lance e lo sistema de marcação.

Kelvin devia acompanhar o lateral, Bruno ficar atento ao Everton, Rodrigo Caio fazer o mesmo com Felipe Vizeu e o estreante Artur com o Alan Patrick, mas é futebol, não pebolim, e atletas do sistema de criação do time da Gávea se mexeram pelo gramado.

Os do São Paulo tinham que entender, se adaptar para fecharem as lacunas e não conseguiram.

Não era para Kelvin ir na área, atrás de Artur e Bruno, acompanhar o lateral do Rubro-Negro, e nenhum colega de time fez a cobertura.  Esse equívoco de marcação do time aconteceu mais vezes.

Felipe Vizeu desperdiçou a oportunidade em lance quase igual. Finalizou fraco e Denis não ofereceu o rebote como no lance que gerou a igualdade no resultado.

De novo na frente

Após as orientações dos treinadores e descanso dos jogadores, o São Paulo melhorou a transição de bola, a qualidade no toque, e o Flamengo não conseguiu mais entrar na área com facilidade.

Fez o gol em cruzamento de Kelvin, preciso na assistência, e cabeceio de Calleri.

Réver se equivocou ao permitir que o artilheiro finalizasse. Alex Muralha, quando notou a bobeada, saiu atrasado para interceptar e encerrou qualquer possibilidade de conseguir a intervenção.

Gol no estilo de Bauza

Everton fora e Fernandinho em campo. O volume de jogo do time havia diminuído e a alteração não fez o time finalizar mais.

Mesmo assim, conseguiu igualar após Alan Patrick cobrar a falta na área. e William Arão, com categoria e precisão, cabecear no canto.

Em regra, São Paulo é o time que faz esses gols. Calleri pareceu o encarregado de marcar o volante, que subiu no meio de alguns jogadores para finalizar e comemorar.

Tolos cartões

O empate manteve o andamento e o equilíbrio do jogo. O 'hermano' alterou isso.

Não com o gol, como prefere, mas pela exclusão.

Discutiu com o responsável pela imposição das regras, tomou o amarelo, continuou no minuto seguinte em vez de silenciar, e recebeu outro cartão.

Naquele momento a razão era irrelevante diante das necessidades do time.

Se o artilheiro achou que havia marcação de Elmo Resende da Cunha,  tinha obrigação de pensar no time e em como permanecer no gramado.

Trave e pênalti desperdiçado

O Flamengo, contra 10, empurrou o oponente para trás. Não marcou mais gol por equívocos nas finalizações.

Felipe Vizeu foi substituído por Émerson Sheik. O veterano atuou como centroavante, mas o que se mexe e não fica de costas para os zagueiros na área.

Bauza trocou Kelvin por Caramelo, Após minutos , Ytalo entrou na vaga do Ganso.

O treinador posicionou o 4-4-1 com Ytalo adiantado e Caramelo no meio de campo em frente ao Bruno.

Gabriel, em seguida, foi ao jogo e Marcelo Cirino saiu. Taticamente o time continuou igual.

Aos 35, Fernandinho, de cabeça, acertou a trave após Alan Patrick cobrar escanteio.

Alan Kardec por Bruno foi a última troca na agremiação do Morumbi. Caramelo recuou para a lateral e Ytalo à direita do meio de campo.

O São Paulo conseguiu adiantar o sistema de marcação e parecia que não tomaria gol.

Nos acréscimos, quase o empate se transformou em tropeço.

Caramelo e Maicon, na área, tentaram tomar a bola de Émerson Sheik.  O lateral tocou com o braço, mas o pênalti foi marcado porque o zagueiro supostamente acertou o chute no veterano.

Alan Patrick chutou, Denis acertou o canto, o meia notou, tentou tirar do goleiro e se equivocou.

Futebol

O velho clichê é o ideal para resumir o que houve no jogo. Flamengo incomodado e São Paulo feliz com o ponto que conquistaram.

Ficha do jogo

Flamengo – Alex Muralha; Rodinei, Réver, Rafael Vaz e Jorge; Márcio Araújo; Marcelo Cirino (Gabriel), Willian Arão, Alan Patrick e Everton (Fernandinho); Felipe Vizeu (Emerson Sheik)
Técnico: Zé Ricardo

São Paulo – Denis; Bruno (Alan Kardec), Maicon, Rodrigo Caio e Matheus Reis; Artur e João Schmidt; Kelvin (Caramelo), Paulo Henrique Ganso (Ytalo) e Michel Bastos; Calleri
Técnico: Edgardo Bauza

Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO) – Auxiliares: Alessandro Rocha de Matos (BA) e Guilherme Dias Camilo (MG)


Tite é quase insubstituível; melhores opções exigem outra ideia de futebol
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De Vitor Birner

O que contrataria

Roger seria o melhor substituto de Tite no Alvinegro. Grêmio é o time da elite que tem, na parte tática, o futebol mais ousado e elogiável.

Houve a tentativa de contratar o gremista,  tal qual confirmou, e a recusa do treinador,

Talvez por avaliar que o elenco do Corinthians montado após o desmanche é do padrão que tem disponível, ou achar difícil oferecer rapidamente o que a nação corintiana almeja, ou não querer gerenciar o peso de substituir o reverenciado por milhões, ou por ética e ser feliz com pleno esforço para ganhar torneios no clube.

A escolha foi precisa e achar o substituto no país não é das missões mais simples.

O mercado com poucas opções

O maior equívoco da direção do clube seria tentar encontrar alguém para manter o padrão implementado pelo ídolo. Após ganhar a Libertadores e o torneio de pontos corridos, o treinador é reverenciado e consequentemente ouvido pela maioria dos jogadores. Tem muita força dentro e fora do elenco

Mano Menezes, por exemplo, foi tentativa lógica quando Tite foi embora na outra vez. Apesar de ser competente, não conseguiu fazer os jogadores terem o melhor rendimento nos gramados.

Os cartolas do Alvinegro deveriam investir em profissional com ideias distintas sobre futebol. Alguém capaz de impor nova filosofia, conceitos, e métodos de preparação do time.

Tal iniciativa exige o prazo que não há no torneio de pontos corridos.

Quase sempre, quando alguém tenta reinventar o que existe, consegue no máximo a cópia apagada daquilo que funcionou, seja como jogador ou técnico.

Não há tantas opções e nenhuma é garantia de êxito. Cuca se encaixa no perfil, mas tem excelente emprego e nem compensa investir.

Os mais novos e promissores, como Fernando Diniz e Milton Mendes, necessitam enorme blindagem da direção, pois com Tite ou qualquer treinador, a tendência é que o elenco recém formado e de qualidade pior que anterior oscile e gere momentos de incômodo para os torcedores.

A expectativa das pessoas, o padrão dentro dos gramados foi elevado pelo então técnico da agremiação.

Hoje, além de empenho, os corintianos querem futebol. Antes, muitos ficariam felizes com jogadores que correriam como se tivessem saído da arquibancada para o gramado.

Os treinadores especulados têm outro perfil

Li que Fernando Diniz e Eduardo Baptista fizeram como Roger ao serem cogitados. As opções indicam que os dirigentes avaliaram ser melhor a implementação de outra filosofia de futebol.

Tite arruma os times de trás para frente. Aliás, todos os treinadores priorizam a construção de sistremas de marcação consistentes, mas os mencionados são mais ousados no posicionamento, mesmo antes de conseguirem entrosar o elenco.

Questão de metodologia. Quem acompanha as agremiação que orientam, sabe que não apreciam atuar no contra-ataque e ficar na defesa, enquanto os jogadores têm dificuldades para recuar e avançar em bloco.

Elogiado por Andrés Sanchez

O dirigente mais popular do clube sempre citou, nos bastidores, que admira Abel Braga, treinador honesto e generoso ao administrar os elencos.

Desde quando foi diretor de Dualib afirma isso. Mesmo após ser eleito presidente, ressalto, optou por outros para a função.

Antes de escolher o Tite, o cartola, hoje parlamentar, pensava assim e não o contratou.

Qualidade além das fronteiras 

O ideal seria cogitar treinadores no mercado externo. Mas isso torna ainda menor a hipótese de conquistar torneios nessa temporada.

Alterar a proposta de futebol, conhecer o elenco e a cultura dos atletas no país, demanda o prazo inexistente pelo acúmulo de rodadas.  A escolha terá a ver com o planejamento, com o que a direção acha melhor para montar time ganhador.

É muito comum na Libertadores, as agremiação estrangeiras, taticamente, mostrarem superioridade diante das brasileiras.

Isso tem a ver com a cultura dos treinadores e capacidade jogadores lerem as necessidades imediatas do jogo de futebol.

Mais simples

Pode simplesmente investir em medalhão, há alguns competentes, optar pela obviedade, e torcer para o clichê gerar grande futebol.

Seja Oswaldo de Oliveira, Dorival ou quem for, a tendência, se nada fora do padrão acontecer, é que a palavra mais citada no departamento de futebol será paciência e nas arquibancadas saudade,

Antes era fala muito, con-fi-ança, e-qui-lí-brio, trei-na-bi-li-dade, e mais algumas que marcaram a inquestionavelmente grande era Tite no Corinthians.

Bola para frente porque a agremiação é sempre maior que jogadores e treinadores.

 


Palmeiras tem que marcar melhor por cima: Coritiba, heroico, arranca empate
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De Vitor Birner 

Coritiba 2×2 Palmeiras

A agremiação que tem elenco para ganhar o torneio deixou o gramado incomodada com o resultado.

A que ficará satisfeita com qualquer posição longe da região do descanso, na raça e investindo no lance mais fraco do Palmeiras, conseguiu o ponto.

Alviverde inicia melhor

O treinador do Alviverde gosta que o time inicie o jogo com muita intensidade e marcação na frente. Os jogadores cumpriram isso no Couto Pereira.

Com Roger Guedes na direita, Rafael Marques do outro lado, Gabriel Jesus como centroavante que se mexe pelo gramado, Moises na meia e e Tchê Tchê como volante que apoia ao lado de Thiago Santos priorizando a parte defensiva, iniciou o jogo melhor e em poucos minutos fez o gol.

Juninho, improvisado por Pachequinho na lateral, bobeou, Roger Guedes ficou com a bola e dentro da área e finalizou com força e precisão.

Era tudo o que o time com jogadores velozes necessitava diante do oponente menos capaz na questão técnica.

Pelos lados e por cima  

O Coritiba foi para cima. No 4-2-3-1, com Felipe Amorim, Ruy e Vinícius no trio, Edinho e João Paulo como volantes e Kléber à frente de todos, investiu nos lances pelos lados.

Não havia, no meio, brechas para criar oportunidades.

Por isso, Juninho e Dodô, os laterais, tiveram que apoiar.

O cruzamentos é o lance mais forte da equipe para tentar os gols.

Exatamente esse é  mais fraco do sistema de marcação do Palmeiras  Por bobear nos cruzamentos, quase não ganhou o clássico, apesar de jogar melhor que a agremiação então orientada pelo Tite. Tem sido assim desde o início da temporada.

Foram três grandes oportunidades do Alvinegro, nas quais Cristian finalizou por cima, Guilherme na trave e houve o gol que não deveria ser e nem foi validado.

Todos esses em levantamentos na área, a maioria em faltas que permitiam o posicionamento dos jogadores palmeirenses , e com equívocos, como diante do Coritiba, quando João Paulo cabeceou e ninguém conseguiu compreender como se mexeu para finalizar com tanta facilidade e comemorar o empate.

Outras oportunidades para ambos os times

Fernando Prass conseguiu intervir em outros momentos nos quais houve cabeceio  Juninho teve a mesma moleza que o colega artilheiro no jogo e o goleiro impediu a virada.

Depois Juninho, fora da área, finalizou e o ídolo do Alviverde mais uma vez brilhou,

O Palmeiras teve outra oportunidade.  Roger Guedes, nos acréscimos, quase fez o gol.

Alterações melhoram desempenho

Cleiton Xavier no vaga de Thiago Santos e Tchê Tchê como maior encarregado do meio de campo na marcação. Cuca mexeu no time para aumentar a qualidade no toque de bola e a força do sistema de criação.

O time melhorou, conseguiu trocar mais passes na frente, mas teve dificuldade para ultrapassar o bloqueio do Coritiba.

Gabriel Jesus, na direita, após o lançamento preciso de Moises, finalizou por cima e desperdiçou a grande oportunidade.

Logo em seguida Cristado entrou e Rafael Marques saiu.

O 'hermano' atuou como centroavante, não na função de quem substituiu. Gabriel Jesus, apesar de continuar como atacante e entrar na área, se mexeu mais na região do gramado em que havia jogado o colega de time

Pachequinho mandou Everton para o campo e tirou Vinícius. Foi troca técnica, talvez por cansaço do que iniciou, não tática.

No Chico e no Francisco

Em seguida aconteceu o gol do Palmeiras. Lance que combina mais com o rudimentarismo do futebol de países britânicos antes da globalização.

Moisés cobrou lateral na área, o zagueiro Victor Hugo cabeceou para trás, a bola quicou e Cristaldo teve a leitura do lance que os marcadores não foram competentes para fazer. Mergulhou, finalizou e fez a torcida comemorar.

Para otimizar o sistema de criação

O volante Edinho saiu e o atacante Leandro entrou no Coritiba. A mexida não tornou o time mais forte na criação e Pachequinho optou por Jorge Ortega na vaga do Felipe Amorim.

O treinador, apesar do elenco limitado, tentou aumentar a força do time, em especial pelos lados, onde avaliou que a possibilidade de conseguir o lance para igualar o resultado era maior.

Cuca, por isso, substituiu Roger Guedes por Edu Dracena. Sabe que o time tem dificuldade nos cruzamentos.

Acho que houve o impedimento

Nos acréscimos, Dodô, no meio de campo, ergueu a bola fora da área.

Rafael Marques desviou de cabeça e Evandro, acho, em posição de impedimento, fazer o pivô para Leandro acertar a finalização precisa e igualar o resultado.

Assisti ao lance apenas uma vez. Farei de novo. Se alterar a opinião, atualizarei o post.

Lembro que o autor do gol tem contrato com o Alviverde e foi emprestado ao time que conseguiu o empate.

Padrão

Vitor Hugo reclamou, durante o jogo, o pênalti, pois Kléber o puxou na área.

Realmente houve.  Foi daqueles tradicionais, que nunca são marcados.

A manutenção do critério em todos os jogos torna as condições dentro do gramados iguais para todas as agremiações. Por isso, nenhum lance similar pode ser considerado infração na área.

O beabá

Sistema de marcação inconsistente por cima compromete resultados de times que foram melhores na maioria dos fundamentos do futebol. O treinador tem que priorizar esse acerto.

O Palmeiras, porque tem dificuldade nesse lances, não ganhou.

O Coritiba, dentro das possibilidades que o elenco oferece, fez apresentação elogiável. Não pode permitir finalizações como a do gol de Cristaldo.

Ficha do jogo

Coritiba – Wilson; Dodô, Luccas Claro, Rafael Marques e Juninho; João Paulo e Edinho (Leandro); Felipe Amorim (Jorge Ortega), Ruy e Vinícius (Evandro) Kleber
Técnico: Pachequinho

Palmeiras – Fernando Prass; Jean, Thiago Martins, Vitor Hugo e Zé Roberto; Thiago Santos (Cleiton Xavier) e Tchê Tchê; Roger Guedes (Edu Dracena), Moisés e Rafael Marques (Cristaldo); Gabriel Jesus
Técnico: Cuca

Árbitro: Anderson Daronco (RS) – Assistentes: Nadine Schramm Camara Bastos e Rafael da Silva Alves


O pior São Paulo ganhou do Vitória; eis o futebol
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birner

De Vitor Birner

São Paulo 2×0 Vitória 

O único resultado da agremiação, no Morumbi, que realmente traduz o que houve no gramado, foi quando superou o Palmeiras.

Poderia ter goleado, comemorou apenas uma vez durante o clássico, mas conseguiu os três pontos.

Diante do Inter, se a referência for a qualidade do futebol dos times no jogo, o empate traduziria melhor o que houve no gramado; e contra o Atlético PR, quando acertou quatro vezes as traves e as duas bolas nos gols do Denis entraram, foi muito superior.

Mas perdeu ambos e não houve interferência de quem impôs as regras do futebol o que torna os placares inquestionáveis. .

Contra o Vitória, após o 1°t ruim, quando o sistema de marcação do Rubro-Negro atuou adiantado e impediu a transição de bola à frente do São Paulo, Ganso e Michel Bastos entraram nas vagas de Auro e Centurión, e apesar de o time solucionar o dilema na qualidade do toque, não criou grandes oportunidades.

Mesmo assim fez os gols com Calleri e Lugano. A zaga do oponente facilitou, pois aconteceram após cruzamentos, na pequena área, e com os pés dos jogadores.

O torcedor sabe que os levantamentos, quando ninguém desvia a bola para confundir a marcação, não podem ser encerrados com chutes de quem tenta o gol.  O normal é que haja no mínimo a disputa por cima, em especial se for na cobrança de escanteio como na de Ganso para o veterano zagueiro comemorar.

A mais fraca atuação do time de Bauza gerou o placar que o treinador pretendia, enquanto as melhores não renderam pontuação.

Não tomo isso como pilar de avaliação.

A agremiação que mostrar melhor futebol, isso inclui o sistema de marcação capaz de manter a concentração e qualidade nas finalizações, que tem a ver com capacidade individual e sorte, na maioria das vezes conseguirá alegrar os torcedores.

Ficha do jogo

São Paulo – Denis; Bruno (Caramelo), Maicon, Lugano e Matheus Reis; João Schmidt e Thiago Mendes; Auro (Ganso), Ytalo e Centurión (Michel Bastos); Calleri
Técnico: Edgardo Bauza

Vitória – Fernando Miguel; Norberto (José Welison), Victor Ramos, Ramon e Diego Renan; Amaral (Vander) e Willian Farias; Marinho, Tiago Real e Dagoberto (Alípio); Kieza
Técnico: Vagner Mancini

Árbitro: Wagner Reway (MT) – Auxiliares: Eduardo Goncalves da Cruz e Fabio Rodrigo Rubinho

 


Eliminação na Copa América foi positiva; tem que comemorar
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birner

De Vitor Birner

O Brasil foi superior ao Peru no 1° t. O time que se classificou mandou no restante do jogo.

Quem ainda ama a camisa de futebol mais pesada no planeta não deve ficar triste. O pior que poderia acontecer seria a conquista do torneio.  Tiraria a atenção daquilo que necessita ser solucionado com os jogadores disponíveis.

Não há mais os craques no padrão dos gênios da nossa história ganhadora, mas os jogadores se esforçam e têm desempenho muito pior do que mostram nas agremiações. Dunga fracassa na implementação da tática e na urgência de entrosar o elenco.

Sequer teve competência para fazer a leitura de jogo simples sobre o que houve no gramado diante dos andinos.

Afirmou, na entrevista após o fiasco, que fez apenas uma alteração porque o time ''estava encaixado''. Na prática havia perdido o meio de campo, após o oponente adiantar a marcação.

Assim não como manter o treinador. Editou o que houve. Reclamou do gol com a mão que gerou a eliminação,  mas sequer mencionou o pênalti favorável aos andinos noutro lance e muito menos o equívoco favorável no cumprimento das regras diante do Equador.

O bilhete azul

O treinador, diante de tanta dificuldade para implementar estratégia de futebol funcional, a das radicais trocas de filosofia de jogo que mostram incapacidade para determinar o rumo da preparação, deveria ter a iniciativa de sair.

Como não parece disposto, a bola pinga na frente do gol para Marco Polo Del Nero, o cartola da vez a ocupar o cargo político com grande remuneração.

Tem que chutar, fazer o gol para alterar os rumos do selecionado, acertar a contratação de alguém competente, fazer aquilo para o qual ganha gordo salário.

Não enxergo outra possibilidade.

Nesse momento, o populismo barato da CBF, que inclui discursos sobre suposta modernidade, arenas, média com ex-atletas de sucesso nos gramados, e exclui as estratégias de manutenção do poder como o generoso apoio a parlamentares, joga a favor do futebol.

O conhecido idioma do bolso

A avaliação de como é implementada a filosofia de jogo não é a prioridade dos gestores. A maioria sequer é capaz de explicar o desenho tático e a dinâmica de futebol proposta pelos treinadores.

Os cartolas podem contratar o serviço dos especialistas. É ideal que façam no contraditoriamente amador e milionário sistema de gestão da empresa privada dona do produto que não criou e tampouco pagou para negociar, e que cobrem os resultados positivos.

Agora, mais que nunca, necessitam se mexer. Têm que fazer algo para não espantar os patrocinadores.

Será inédito empresas continuarem apoiando com fortunas a seleção de fracassos durante a crise econômica no país.

Lembro que, mesmo em administrações da CBF nocivas ao futebol, o Brasil teve time competitivo, forte, pois isso depende acima de tudo da qualidade dos jogadores e do treinador.

Dessa vez, nem a escolha do técnico a entidade parece ter acertado. A retirada dos investimentos em publicidade e o consequente enfraquecimento do modelo de gestão seria o maior benefício que as empresas poderiam oferecer ao nosso futebol.

Os indiferentes e os alegres

É mais fácil achar torcedores incomodados ou felizes com os resultados dos times, que alguém com piora de humor porque a seleção de Dunga foi eliminada.

Algumas pessoas simplesmente não se incomodam mais com o que acontece. Outras ficaram felizes. O resultado, para os mais críticos, comprova a qualidade dos gestores.

A indignação é anterior. No coxinhas x petralhas, o clássico popular embasado em agressões e pouco raciocínio construtivo, a camisa da seleção era avaliada pelos 'esquerdistas' como algo negativo e símbolo do patriotismo alienado e piegas.

A seleção necessita ser de todos

Conseguirá isso quando foi gerida como esporte em vez de apenas produto milionário e meio da manutenção de poder. A nova geração gosta mais do Barcelona. O elenco dos catalães tem os melhores jogadores daqui, do Uruguai e dos 'hermanos, e são o time de futebol mais forte do planeta.


Alviverde foi superior ao Corinthians: houve impedimento no gol anulado
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birner

De Vitor Birner

Palmeiras 1×0 Corinthians

O 1°t foi equilibrado e com enorme superioridade dos sistemas de marcação.

Depois ficaram inconsistentes nos cruzamentos e pioraram o posicionamento, as agremiações tiveram mais oportunidades, e quem conseguiu aproveitar uma ganhou.

Cleiton Xavier fez o jogo ficar melhor quando conseguiu o gol, Forçou o Corinthians a sair mais, a oferecer o contra-ataque. Gabriel Jesus foi quem desperdiçou mais oportunidades.

O Alvinegro reclamou de quem foi encarregado de cumprir as regras do futebol.

Fernando Prass subiu com Felipe e Rahael Claus, nos acréscimos, avaliou que houve a infração antes de Uendel fazer o gol.  Se equivocou, mas não interferiu no resultado porque aconteceu o impedimento do zagueiro.

O Alviverde, em geral, foi melhor que o atual campeão do torneio de pontos corridos.

Vareio dos marcadores 

Nos bancos, treinadores competentes, os melhores do país na atualidade, que tiveram rara semana com tempo de preparem os times.

No gramado, jogadores esforçados, dispostos a cumprirem as orientações de Cuca e do Tite.

Por mérito dos sistemas de marcação, quase não houve brechas para criarem oportunidades de gol. Nenhuma grande intervenção dos goleiros pode ser mencionada .

Todas as lacunas no meio de campo e no entorno das grandes áreas foram preenchidas pelos sistemas de marcação.

Era necessário equívoco individual, fosse de fundamento ou de posicionamento, ou o lance de grande habilidade de alguém, no toque ou no drible, para haver a finalização em condições de acontecer o gol.

O de Cristian, que tocou na fogueira para Bruno Henrique, foi a exceção.

Moisés retomou a bola com todas as linhas do Corinthians adiantadas, o time posicionado para criar oportunidades, e Tchê Tchê colocou Gabriel Jesus em frente ao Walter.  O atacante revelado demorou para finalizar, permitiu que Felipe interviesse e tornasse o lance fácil para o goleiro.

Ambos os times insistiram pelos lados

O Palmeiras forçou muito os lances na esquerda. Tem mais qualidade naquela região do gramado.

Moisés, Dudu e Gabriel Jesus, o 'centroavante' com obrigação de se mexer para confundir o sistema de marcação do Alvinegro, foram acionados. Zé Roberto atuou na lateral.

Na direita, Roger Guedes, Jean e Tchê Tchê participaram menos das tentativas de o time criar as oportunidades. Gabriel Jesus pouco de deslocou àquele setor do campo.

O ex-Audax fez isso em alguns momentos para contribuir com os mais acionados na criação quando o Palmeiras tinha a bola no entorno da área.

O Alvinegro congestionou tudo. Exigiu o constante apoio dos laterais.

Fágner, Giovanni Augusto, Bruno Henrique e o centroavante Luciano investiram nos lances na direita.

Uendel, Marquinhos Gabriel e o Guilherme, atuou no centro e se deslocou para tentar as triangulações, do outro lado, como os colegas de clube não conseguiram oportunidades e consequentemente intervenções de Fernando Prass.

O treinador competente, ousado e iluminado

Cleiton Xavier, após descanso dos jogadores, substituiu Roger Guedes. Cuca queria elevar a qualidade no toque de bola.

O atleta que entrou fez o gol. Não há como colocar apenas na conta da mexida o êxito no lance. Houve equívocos corintianos.

O novo dono da posição embaixo das traves chutou o tiro da meta na linha que divide o gramado, não como, acho, Tite queria.

E o zagueiro Felipe tinha como interromper o lance. .

Além disso, o Palmeiras, após a reposição feita por Walter, teve o contra-ataque, algo que não acontece em times posicionados com precisão e entrosados.

Jean ganhou de Marquinhos Gabriel, o Gabriel Jesus fez o pivô, a bola sobrou para o zagueiro negociado com o Porto que se equivocou e a devolveu ao Dudu.

O meia-atacante tocou para Moises chutar dentro da área, em frente ao goleiro. Walter conseguiu difícil intervenção e Cleiton Xavier, no rebote, finalizou de cabeça e comemorou.

Desperdiçou oportunidade para empatar

A marcação, por cima, tem sido dos maiores entraves do Palmeiras. Ofereceu gol ao Corinthians.

Fernando Prass saiu para fazer a intervenção no cruzamento de Uendel, em cobrança de falta. A bola foi para Cristian que, com o veterano fora do lance,  finalizou forte e por cima.

Jogo ficou melhor

O gol alterou o andamento do clássico. O Corinthians adiantou todas as linhas.

O Palmeiras conta com Dudu e Gabriel Xavier, ambos rápidos. Podia aproveitar o vão que apareceu entre Walter e os zagueiros e laterais do Alvinegro para ampliar o resultado

Além das oportunidades citadas, ambas aconteceram nos 4 minutos iniciais, houve mais algumas. As duas agremiações tiveram oportunidades de gol.

As mexidas e os desperdícios

Fagner driblou Zé Roberto com enorme facilidade. O lateral rolou para a área e Thiago Santos, com o bico da chuteira, impediu o chute de Guilherme em condição de igualar.

Além disso, o volante proporcionou o contra-ataque no qual Dudu e Gabriel Jesus ficaram mano a mano diante de Felipe e Yago, e que foi encerrado com Walter defendendo o chute do atleta contratado no Grêmio.

A oportunidade seguinte reafirmou a necessidade de o Palmeiras melhorar a marcação por cima. O Corinthians, na falta quase no mesmo lugar em que Uendel cobrou e Fernando Prass rebateu no pé de Cristian minutos antes, parou na trave do veterano goleiro.

Uendel cobrou, Felipe ganhou de cabeça e Guilherme finalizou. Não havia ninguém com o jogador que quase empatou. Reclamaram impedimento, que não houve, e contaram com a sorte.

O Alviverde, porque o treinador orienta, tentou manter a marcação na frente, pois era fundamental diminuir a quantidade de lances do clube do Tite pelos lados, onde são feitos os cruzamentos.  .

O posicionamento e Fagner, ao tentar fazer a transição à frente e tocar para Gabriel Jesus, quase fizeram a torcida festejar no Allianz Parque

O lateral entortou, simplificou para o atleta revelado na Academia de futebol, era último do setor na direita, por isso o artilheiro pode correr alguns metros, finalizar e exigir a consistente intervenção do goleiro.

Em seguida, Tite tirou Guilherme e colocou Danilo.

Tinha lógica a mexida.

Reforçou a possibilidade de fazer gol nos cruzamentos porque o veterano é competente no cabeceio, além de ter qualidade para fazer os levantamentos de bola na área.

Maycon, volante, foi a opção do técnico quando o volante Cristian pediu para sair.

Menos eficaz

Após cobrança de lateral, o sistema de marcação do Alvinegro, ainda inconsistente por cima, não afastou e Gabriel Jesus na pequena área finalizou.

André foi ao jogo e Luciano saiu. Logo depois, Rafael Marques entrou na vaga do Dudu para manter o contra-ataque e reforçar a marcação dos cruzamentos.

O substituto tabelou com o Zé Roberto, o lateral cruzou na medida para Gabriel Jesus, de cabeça, desperdiçar outra grande oportunidade para garantir o resultado positivo.

O artilheiro se consagraria em tarde mais inspirada.

Especificamente no momento de fazer o gol não merece elogios, mas ressalto que mostrou futebol de qualidade.

Tinha que anular

Quase no final, quando o Alvinegro foi para o 'tudo ou nada', Cuca recuou o time com Matheus Salles no gramado e Moisés, que recebera o amarelo, encerrando a elogiável atuação no clássico.

Nos acréscimos houve o cruzamento e Raphael Claus marcou a infração na disputa de Felipe com Fernando Prass. Não acho que aconteceu a falta antes de Uendel finalizar. O lateral fez o gol.

A sorte do encarregado em cumprir as regras é que houve o impedimento do zagueiro. Se equivocou – o lance é interpretativo e não daqueles óbvios – mas no final das contas não interferiu no resultado.

Mereceu ganhar

O Alviverde mostrou futebol melhor.

Teve mais oportunidades, variações, correspondeu ao apoio da torcida que fez barulho nas arquibancadas para apoiar a agremiação no Allianz Parque.

Ficha do jogo

Palmeiras – Fernando Prass; Tchê Tchê, Thiago Martins, Edu Dracena e Zé Roberto; Jean e Thiago Santos; Róger Guedes (Cleiton Xavier), Moisés (Matheus Sales) e Dudu (Rafael Marques); Gabriel Jesus
Técnico : Cuca

Corinthians – Walter; Fagner, Felipe, Yago e Uendel; Cristian (Maycon) e Bruno Henrique; Marquinhos Gabriel, Giovanni Augusto e Guilherme (Danilo); Luciano (André)
Técnico : Tite

Árbitro : Raphael Claus (Fifa-SP) – Auxiliares : Emerson Augusto de Carvalho e Rogerio Pablos Zanardo