Blog do Birner

São Paulo tenta contratar dois zagueiros
Comentários 36

birner

De Vitor Birner

Reinvestir em jogadores

Direção pretende gastar o dinheiro que receber pelas saídas de atletas em contratações, como o da saída de Alan Kardec ao futebol chinês.

Os 5 milhões de euros devem ser reinvestidos em reforços para o elenco, se a direção cumprir o planejamento que fez.  O lateral direito Buffarini e o centroavante Milton Caraglio são parte da lista.

O planejamento inclui a chegada de dois zagueiros. Os dirigentes mantêm sigilo, mas têm convicção que Rodrigo Caio será negociado para agremiação da Europa, por isso necessitam de outros jogadores dessa função e foram ao aquecido mercado do futebol.

Reflexão, conjectura e a lógica

A informação de fonte muito confiável me fez cogitar a hipótese que talvez outro atleta da zaga pode ir embora do clube. Se confirmada a expectativa dos dirigentes sobre Rodrigo Caio, os zagueiros do elenco serão Maicon, Lugano e Lyanco.

O melhor atuará, o promissor necessita rodagem, enquanto o veterano tem sido inconsistente, apesar da enorme dedicação em treinamentos, jogos e no que mais for necessário para adquirir regularidade e melhorar o padrão dentro dos gramados.

A natureza afirma que, na parte física, não consegue desempenho igual ao de quando foi ídolo na seleção uruguaia, Fenerbahce, e no Morumbi.

Mas isso é apenas algo que pensei e não informação ou notícia a ser considerada na prática.

Bauza talvez queria os 5 para a zaga no grupo de atletas. O calendário péssimo, lotado, exige quantidade, apesar disso dificultar os treinamentos.

Quem pretende ganhar torneios não pode, quando tem jogador suspenso, machucado ou convocado, perder muito rendimento.

Lucro com Alan Kardec pode aumentar

O centroavante irá jogar no Chongqing Lifa, agremiação pequena da China.

Dirigentes do São Paulo torcem para que se destaque e desperte interesse de times maiores do país. O clube mantêm 30% dos direitos econômicos e os cartolas acham que os rendimento com a transferência podem aumentar após essa temporada.

VEJA TAMBÉM:

Kardec deixa o São Paulo e jogará no Chongqing Lifan, da China

MP quebra sigilo de namorada para investigar comissão a Aidar no SP

Política e acertos com Maicon e Cueva atrapalharam renovação de Ganso


São Paulo perdeu do Nacional e da Conmebol; torcida deve se orgulhar
Comentários 76

birner

De Vitor Birner

Nacional 1×0 São Paulo

Diante do que houve em ambos os jogos, argumentar sobre qualidade dos times é secundário.

A entidade promotora da Libertadores escalou o 'hermano' Mauro Viguolo e o chileno Patricio Piolim para cumprirem as regras nos gramados, e ambos foram fundamentais na classificação do melhor da Libertadores. Decidiram quem chegou à final.

Alterou o jogo

No Morumbi, quando o Nacional conseguiu se impor com as tabelas, nenhuma outra agremiação do continente mostra a mesma qualidade nesse fundamento, não criou assim nenhuma oportunidade.

Teve uma no cruzamento e acertou o travessão. Méritos do time, mas os gols aconteceram após o equívoco na exclusão de Maicon, imprudente por oferecer a possibilidade para o tropeço técnico de quem tinha de impor as regras do futebol, não em tabelas que são as especialidade.

O que gerou a apresentação superior, sequer rendeu chance de gol.  Tal qual citei no post anterior, houve uma série de momentos de sorte dos colombianos nesse quesito durante todo o torneio. O de azar do zagueiro contratado no Porto foi mais um e forneceu ótimas condições para o time se classificar.

Quase tudo igual em Medelim

O São Paulo poderia encerrar a primeira parte do jogo ganhando. Na hora mais difícil para o Nacional, quando o sonho da conquista do torneio poderia ruir, brilhou ainda mais a luz da incapacidade humana nas escolhas de quem não entrou em campo para tocar e chutar.

Quase no enceramento do primeiro tempo elogiável da agremiação de Bauza, não foi marcado pênalti em Hudson.  Foi intencionalmente empurrado pelo Bocanegra.

Finalizaria em frente ao goleiro. Patricio Piolim, muito bem posicionado, não conseguiu observar.

Teria que marcar a falta na área e excluir o atleta.

Em suma, o Nacional, com jogador a menos, necessitaria gerir o 1×2 ou o empate no restante do jogo igual no andamento, obviamente de acordo com as características dos times.

Depois o time de Bauza teve que ir para cima, se expôs, apareceram as lacunas no meio de campo e o toque de bola com qualidade dos colombianos prevaleceu.

O pênalti do Carlinhos, que de costas não colocou deliberadamente o cotovelo na bola no cruzamento, é do neo-futebol, tinha que ser marcado, e o artilheiro Borja chutou com maestria.

O impacto nos resultados da  semifinal 

Na ida, o jogo que com andamento e provável 0x0, ou no máximo com um gol de qualquer time, teve outro placar não apenas por acertos ou equívocos dos jogadores.

Em Medelim houve algo foi similar, com roteiro ainda pior para a equipe que prioriza o sistema de marcação e os cruzamentos, e tem menos capacidade no toque.

A Conmebol 'arrancou' da Libertadores a agremiação de Bauza. Reitero; foram incompetentes os escalados pelos cartolas para cumprirem as regras do futebol.

O critério para mostrar os cartões foi dúbio e não alongarei o texto mencionando os lances

No show da sorte, todos os equívocos decisivos em ambos os jogos favoreceram ao clube que tem duas cores.

A postura que merece elogios 

O torcedor deve se orgulhar do respeito que os jogadores do São Paulo mostraram pela camisa. Resgataram a virtude indispensável e sumida em temporadas anteriores no CT da Barra Funda.

O mundo gira

O elenco necessita manter a única conquista que obteve na Libertadores. Tem que digerir a eliminação o quanto antes, mostrar as mesmas concentração e empenho no torneio de pontos corridos, e ganhar jogos para virar a página.

O futebol é assim e. ao menos enquanto não houver outro modelo de gestão nas federações para elevar o a preparação e desempenho de donos da regra durante os jogos, continuará igual.

O mesmo vale para muitos cartolas dos clubes.

Esse capítulo foi triste para o São Paulo, noutros q agremiação teve a tal da sorte, o mesmo acontece com todas as gigantes, algumas são mais felizes nisso, e o ideal seria que tudo fosse melhor.

Ficou impossível ir à final

Não tenho plena convicção que o time se classificaria se as regras fossem cumpridas, mas é inegável que houve grande interferência no andamento e resultados na semifinal da Libertadores.

A qualidade do elenco e as ausências, somadas à falta de sorte com os personagens das regras, tornaram impossível seguir na Libertadores.

O São Paulo, desfalcado de jogadores que faziam temporada elogiável, necessitava ser competitivo dentro das próprias características, neutralizar o sistema de criação do Nacional, e os jogadores conseguiram.

Não tinham competência para ganhar com tantos equívocos na semifinal favoráveis ao time que é melhor.

Minha vocação para futurólogo é nula. Quem leu o post anterior não deve cogitar isso, apesar de confirmar antecipadamente o que houve no gramado. Minha profissão é a de jornalista. Foi  palpite e tive sorte.

Ficha do jogo

São Paulo – Denis; Bruno, Lugano, Rodrigo Caio e Mena (Carlinhos); Hudson (Alan Kardec) e Thiago Mendes; Wesley, Centurión (Luiz Araújo) e Michel Bastos; Calleri
Técnico: Edgardo Bauza.

Atlético Nacional – Armani; Bocanegra (Aguillar), Sanchez, Henriquez e Diaz; Mejía, Pérez (Guerra), Macnelly Torres e Guerra; Marlos Moreno; Borja
Técnico: Reinaldo Rueda

Árbitro: Patricio Polic (CHI) – Auxiliares: Marcelo Barraza e Christian Schiemann


São Paulo tenta milagre para seguir na Libertadores; Bauza acerta
Comentários 16

birner

De Vitor Birner

O treinador acerta

Priorizar o sistema de marcação e ser eficaz nas oportunidades de gol, que tendem a ser poucas para a agremiação do Morumbi.

Bauza é realista ao planejar a proposta de futebol para tentar o 'milagre' em Medelim. Não há exagero em definir assim o que o São Paulo necessita no Atanásio Girardot, diante do time mais forte dessa Libertadores.

Exceção da exceção da exceção

Na história do torneio, houve 545 disputas em mata-mata, contando a fase anterior da atual edição. Apenas uma vez quem ganhou por margem de dois gols na ida quando foi ao campo do oponente perdeu a classificação.

A façanha foi em 2008.  O América do México recebeu o Flamengo, levou 4×2 e depois foi ao extinto Maracanã onde fez 3×0 com gols de Cabañas.

Os Rubro-Negros mostraram muita arrogância naquela noite. Homenagearam Joel Santana, contratado pela África do Sul para ser técnico da seleção no Mundial, trocaram a competitividade pela festa ao treinador  e não cogitaram a hipótese de acontecer o que o esporte dizia ser quase impossível.

Os jogadores colombianos e o técnico Reinaldo Rueda parecem manter os pés no chão.

Foram comedidos, nas entrevistas após conseguirem o resultado que os coloca quase na final, quando argumentaram sobre a possibilidade de se classificarem. Têm respeito pelos atletas e camisa da agremiação do Morumbi.

Além das estatísticas favoráveis e da postura aparentemente funcional, têm a torcida, a forma física, mais opções táticas ne a qualidade dentro do gramado como fundamentos para confirmarem a vaga na final.

É tradição na história da Libertadores 

Talvez haja a tal e famosa força de bastidores favorável ao Nacional.  No Morumbi tiveram uma oportunidade em cobrança de escanteio, quando acertaram a trave, antes de ficarem com o jogador a mais porque Maicon foi excluído em lance obviamente de cartão amarelo.

Tocavam de lado, tinha a vã superioridade após a queda de rendimento do São Paulo na parte física, e não finalizavam em condições de fazer o gol.

Sálvio Spíndola Fagundes Filho, na ESPN, afirmou que fez contato com responsáveis pela arbitragem na Conmebol, e os próprios discordaram da expulsão.

Disseram que houve exagero.

Diante do Huracán, nas oitavas-de-final, o time colombiano teve muita sorte nessa questão. Os equívocos de imposição da regras foram maiores que na semifinal, obviamente favoráveis à agremiação que segue no torneio.

Na classificação contra o Central houve invasão de torcedores após o jogo e agressões dentro do gramado, mas o tribunal da entidade, que suspende atletas por 3 jogos quando há lances mais bruscos ou ofensas que geram o vermelho, contemporizou.

Após tantas alterações forçadas na gestão da entidade, ficou complicado saber quem é de quem, e se isso acontece como noutras temporadas. O jogo político, se ainda existe como todos os dirigentes do continente creem, ficou mais difícil de ser lido, interpretado e entendido.

Ausências de jogadores machucados completam o pacote que oferece gigantesco favoritismo aos 'verdolagas'.

O treinador não tem grandes opções

Diante disso, Edgardo Bauza tem que priorizar as virtudes do time e dos atletas disponíveis.

O sistema de marcação forte necessita congestionar o campo de trás para dificultar o toque de bola, ponto mais forte do Atlético Nacional. Se puder manter todos os jogadores fora da área e atrás da linha do meio de campo, fazer a tal da compactação, será melhor.

Os laterais colombianos avançam. Se houver o bombardeio de cruzamentos na área do Denis, a tendência é acontecer o gol.

A necessidade e desfalques explicam a preferência por volantes

Hudson, Thiago Mendes e Wesley, garantiu o treinador, irão iniciar. Algum deve atuar no trio do 4-2-3-1 que tende a ser na prática o 4-5-1 com Centurión e Michel Bastos.

A efetividade, como afirmou, será imprescindível. O time tem que fazer o gol sempre que houver a possibilidade por crer que as oportunidades serão raras.

Se sair na frente pode desestabilizar o Atlético Nacional. O Rosario Central, lembro, fez isso após ganhar por 1×0 no Arroyito, e mesmo assim foi eliminado.

Será necessária enorme precisão dos jogadores do São Paulo na execução de fundamentos e da parte coletiva.

Não questiono a escalação

Colocaria Alan Kardec no centro de criação e cogitaria Carlinhos pelos lados na mesma linha. Teria feito isso no Morumbi, mas não credito à formação escolhida pelo 'hermano' o tropeço na última quarta-feira ou a solução para se hoje se classificar à final.

Seria maniqueísta, simplória e inconsistente a afirmação que tais mexidas alterariam tudo no andamento do que houve, ou que seriam da façanha necessária dentro do gramado.

Apoiar, sofrer, gritar, sorrir, amar

O torcedor deve, por dever da função, crer na classificação. Nas grandes dificuldades acontecem os capítulos mais emblemáticos e espetaculares da história.

Além disso, têm o privilégio de viver emoções, inclusive as ruins.

O realismo fica para quem é remunerado para preparar gerir e contratar, treinar times ou analisar o futebol. Acreditar, apoiar e sonhar são 'deveres' de quem ama a agremiação.

O futebol se vive além dos dias de jogos.

Fundamental: ficar em frente ao computador xingando não é sempre amor ao time. Pode ser apenas a válvula de escape de quem necessita odiar algo para existir.

Os governos, sejam de quais lados forem, garanto, não têm plena responsabilidade pela enorme incapacidade que os seres humanos mostram de convívio e formação de harmonia coletiva.

O respeito

Se o São Paulo tomar o gol e for para cima, tende a ser goleado. Os atletas têm que entrar no gramado para conseguirem classificação e atuação à altura do manto que trajam. Inclusive se não conquistarem o que é quase impossível.

Farei o post sobre a semifinal. Ótima terça-feira aos leitores e leitoras do blog!


Ora pois: Cristiano saiu e Portugal conseguiu façanha de ganhar a Euro
Comentários 9

birner

De Vitor Birner

Portugal 1×0 França 

A conquista foi redentora, cheia de contradições e merecida.

Todos, inclusive os campeões, sabem que não o time tem o melhor elenco do continente e nem mostrou na parte técnica o grande futebol.

Isso é irrelevante. Ganhar com jogadores de menor qualidade torna ainda mais especial o êxito. É mostra de esforço, de futebol que se joga com inteligência e alma.

Simboliza a força coletiva que muitos afirmam querer e poucos se dispõe a fazer o necessário para ser implementada.

Não há o jogador da campanha.  Todos devem ser reverenciados, pois contribuíram para os obstáculos serem ultrapassados, inclusive o Éder que, na prorrogação, tirou o coelho da cartola e proporcionou o lance mais feliz da história para todos os portugueses que amam o futebol.

De Viana do Castelo ao Faro, em Paris e em diversos cantos do planeta, a nação lusitana festeja.

A gradativa melhora

Não conseguiu ganhar na fase de grupos, apesar de ser o segundo mais fraco do torneio.

Foram 3 empates e a classificação em terceiro porque o critério era o saldo de gols. Se fosse o número de vitórias, teria sido eliminado e ninguém questionaria a falta de méritos para seguir no torneio.

Depois foram duas prorrogações. Diante da Croácia, quando conseguiu ganhar, e da Polônia que superou na série alternada dos pênaltis.

Os países que saíram tinham mostrado nos jogos anteriores futebol melhor que o da seleção capaz de obter a façanha de chegar à semifinal.

Contra País de Gales conseguiu a atuação mais convincente. Obteve o resultado favorável, o único em toda a campanha, no tempo regulamentar. Nos outros jogos necessitou mais que os 95 minutos.

Hoje comemora a conquista que, provavelmente, nem os próprio elenco de Fernando Santos imaginou ser possível. Foi consistente e teve sistema de marcação forte no mata-mata contra os favoritos.

Por mares desconhecidos à conquista

O andamento foi contraditório tal qual a campanha para chegar à final. Cristiano Ronaldo se machucou no início do jogo e pouco permaneceu no gramado.

Não por questões técnicas ou táticas, quando saiu a zebra campeã equilibrou. O oponente havia planejado a marcação na frente apenas por alguns minutos e essa era a base da intensidade que impuseram em busca do gol.

Se obtivessem êxito, provavelmente o ambiente nas arquibancadas do estádio em Sant-Dennis ficaria muito positivo, a proposta implementada por Fernando Santos seria alterada para o time ir à frente, e haveria as brechas para os lances em velocidade, fundamentais na semifinal.

Os franceses tiveram apenas duas grandes oportunidades para comemorar.

Griezmann de cabeça desperdiçou,  e Gignac, nos acréscimos antes da prorrogação, driblou Pepe na área, finalizou e acertou a trave.

Na meia hora seguinte, quaisquer favoritismo e zebra acabaram.  As partes física e mental sobrepujaram a técnica.

Portugal, lembro, havia feito estagio na tensão durante a campanha cheia de classificações em condições similares as da última meia hora do torneio. Aprovado, se mostrou mais bem preparado para ao menos manter o empate com facilidade.

Como o assunto é futebol, havia outro capítulo.

O mais relevante que a nação viveu desde quando alguém chutou a bola nas terras ibéricas no extremo ocidente do continente

O Grumete que guiou a caravela

Éder, centroavante que não conseguiu marcar gols pelo Swansea na Premier League e o Lille contratou em fevereiro, fez o lance de pivô e de fora da área quando restavam 10 minutos para encerrar a Euro, e acertou chute preciso no canto direito de Lloris.

Entrou para a história como o protagonista do lance mais importante, aquele que os torcedores nunca irão esquecer, no futebol da nação de Eusébio, Figo e Cristiano Ronaldo. Não é ídolo de grandes clubes.

Éderzito Antonio Macedo Lopes iniciou a carreira na Acadêmica de Coimbra, agremiação mais antiga do país. Atuou no minúsculo Tourizense antes de se transferir ao Braga.  Nunca trajou o manto de Porto, Sporting ou Benfica, e tampouco de qualquer time desse porte noutras terras.

Tem 28 anos e será tão aplaudido pelos torcedores quanto citado em qualquer publicação que reverencia a maior conquista portuguesa no esporte.

Reforçou contradições que o futebol ama. O time ganhou com o pior elenco que teve nas últimas edições.

Portugal vinha tateando a conquista

Na devida ordem regressiva, eis as eliminações desde a anterior.

Na semifinal contra a Espanha, nos pênaltis, em Donetsk (Ucrânia);  nas quartas de final diante da Alemanha por 3×2 em Basel (Suíça);

Contra Grécia, quando seria campeã em Lisboa, frente à França, então campeã do mundo na semifinal do torneio em Bruxelas (Bélgica), com Zidane acertando o pênalti quando restavam 2 minutos para o encerramento da prorrogação (resultado 2×1).

E nas quartas de final contra a República Tcheca Birmingham por 1×0.

Foram exatas duas décadas de eliminações, sempre por muito pouco, antes de chegar ao ápice.  Mereceu, pois não houve equívocos na imposição de regras na final diante dos franceses.

A imprevisível Eurocopa

Se alguém discorda, informo que Portugal completa a dezena de campeões em em 14 edições.

Espanha e Alemanha são tri, e França tem o par de conquistas.

Holanda, Itália, União Soviética, Tchecoslováquia, Dinamarca e Grécia ganharam em uma oportunidade o torneio.

Compare ao maior torneio do planeta que a Fifa promove;

Em duas dezenas de edições, apenas cinco nações da Europa conseguiram o troféu.

Além dessas, Uruguai, Argentina e o Brasil comemoram. São oito ao todo.

Alguns pitacos sobre o jogo

A França, tal qual fez na semifinal, iniciou com sistema de marcação adiantado. Forçou Portugal a investir nos lançamentos pelo alto para fazer a transição à frente.

Durante 10 minutos, talvez alguns mais, a proposta e a superioridade foram mantidas.

Não havia como insistir. O torneio acontece nas 'férias' dos jogadores, parte encerrou a temporada em condição física abaixo da possível e necessitando repouso para os músculos e a cabeça, pois além de correria o futebol exige muita concentração e a constante capacidade mental de gerir os gritos de milhões pela obrigação de conseguir resultados.

A ideia de manter o sistema de marcação na área do oponente seria viável com melhor estágio de preparação dos jogadores.

Gajo saiu

Cristiano Ronaldo é do tipo fominha. Não gosta de ser poupado.

Iniciou 48 jogos da temporada no Madrid e em nenhum foi substituído. Se machucou em abril, teve problema muscular, não entrou no gramado em duas oportunidades no campeonato do país e quando o time foi à Manchester para a semifinal do torneio mais almejado por agremiações da Europa. Depois atuou com dores e possibilidades maiores de sentir algo que o fizesse perder a fase mais importante na temporada.

Mas conseguiu jogar a final da Liga dos Campeões, comemorou a conquista, e se apresentou à seleção mediana para a disputa da Euro. É e principal estrela e o maior jogador do continente.

Executou função distinta da que faz na agremiação.

Atuou pouco mais longe do gol para fortalecer a criação. Tinha que finalizar de fora da área e, como o time de Fernando Santos foi o que mais investiu em cruzamentos, entrar e tentar o cabeceio.

O choque com Payet o tirou do jogo em que podia brilhar. Coincidentemente, Portugal melhorou após a estrela sair, mas porque a França cansou e teve que recuar o sistema de marcação.

O andamento mais que óbvio

A França teve inciativa, mas teve dificuldade para criar as oportunidades.

Portugal se fechou e investiu em contra-ataques e cruzamentos.  Tocou a bola atrás da linha que divide o gramado, pois queria encerrar o ímpeto de quem tinha a maioria dos torcedores no estádio em Saint Denis.

Além disso, podia criar brechas entre os zagueiros e goleiro oponentes para investir em lances de velocidade   Como os sistemas de marcação prevaleceram, houve poucas oportunidades.

As duas que merecem a menção foram as de Griezmann pelo alto e do Gignac que acertou a trave.

Prorrogação

O futebol francês foi piorando na medida em que o o tempo diminuía. O time português, ao contrário, ganhou estabilidade e confiança.

Raphael Guerreiro acertou a trave em falta inexistente. Havia mais brechas para os jogadores de Fernando Santos finalizarem na prorrogação. O favorito não teve força para manter o padrão.

Isso ficou óbvio após o gol do Éder. Com a maioria do público favorável no estádio, ao menos podia fazer o 'abafa' e criar alguma oportunidade. Não exigiu nenhuma difícil intervenção do goleiro.

Ficha do jogo

Portugal – Rui Patricio; Cédric Soares, Pepe, Fonte e Raphaël Guerreiro; William Carvalho, Renato Sanches (Éder), Adrien Silva (Joao Moutinho) e João Mário; Cristiano Ronaldo (Ricarido Quaresma) e Nani
Técnico: Fernando Santos

França – Lloris; Sagna, Koscielny, Umtiti e Evra; Matuidi e Pogba; Sissoko (Martial), Griezmann e Payet (Coman); Giroud (Gignac) Técnico: Didier Deschamps

Árbitro: Mark Clattenburg (Ing) – Auxiliares: Simon Beck e Jake Collin


Gabriel tem que melhorar na parte tática; Santos mima muito o jogador
Comentários 25

birner

De Vitor Birner

Não questiono a qualidade de Gabriel, o atacante santista, quando tem a bola. A questão é o que muitas vezes não faz na marcação.

Se tal postura indolente é orientação de Dorival o orienta a participar pouco, ou se o atleta revelado nas categorias de base do clube simplesmente não cumpre o que o treinador quer. Isso é recorrente e, na Vila Belmiro, escutou apupos dos torcedores em alguns momentos.

A omissão, ou instrução do técnico, rendeu oportunidades, por exemplo para o Audax na final do Estadual.

Houve perda de pontos do time no torneio de pontos corridos porque foi mole ou omisso ao recompor o sistema de marcação.

Não à toa, o lado direito do sistema de marcação santista é muito mais vulnerável que o outro. Os oponentes fazem triangulações naquele setor porque muitas vezes têm mais jogadores que os santistas. O volante Renato, o lateral Victor Ferraz e o zagueiro que atuam na direita ficam sobrecarregados na marcação.

Eis o exemplo

Contra o Grêmio, por exemplo,  todos os gols que tomou aconteceram naquela região do gramado. Foram três e poderiam ser mais dois, se Vanderlei não conseguisse as difíceis intervenções.

É questão simples, de matemática, que obviamente Dorival tem todo o conhecimento.

O oponente tentou criar os lances com Everton – atuou no meio dos lados do ataque –  Luan, falso centroavante que se deslocou para o setor, Wallace ou Jailson, pois sempre havia o volante na função de meia, e o lateral Marcelo Oliveira.

O Santos marcou com Renato, Victor Ferraz e o zagueiro Luiz Felipe. Os gremistas tiveram, em alguns momentos, mais jogadores para conseguirem as oportunidades, do que o Santos disponibilizou para bloquear a construção dos gols.

Rapidamente o Grêmio criou as oportunidades para fazer gols.

Lucas Lima,por isso,  muitas vezes se deslocou para a direita na tentativa de fortalecer o sistema de marcação, era a necessidade embasada no andamento do jogo, mas nem sempre conseguiu ser eficaz.

A proposta coletiva do Santos

Quando o oponente consegue ter a bola no campo de frente, Dorival posiciona o quarteto com laterais e zagueiros, outro no meio de campo, e mantém o centroavante e mais alguém adiantados.

Se o lance acontece do lado esquerdo no sistema de marcação do Alvinegro, Vitor Bueno recua e compõe o quarteto no meio de campo com Tiago Maia, Renato e Lucas Lima.

O mesmo vale para o canto oposto, o de Gabriel, se o lance for do lado oposto, mas nem sempre Gabriel mostra os mesmos ímpeto e disponibilidade para fortalecer o sistema de marcação.

Aos puristas, sonhadores, utopistas e outros mais que creem no ataque como essência única do futebol, lembro que, para ter a iniciativa, é fundamental ter a bola antes.

O Barcelona, por exemplo, marca forte no campo de frente. A filosofia de jogo implementada com precisão por Guardiola e mantida com algumas alterações pelos sucessores, exige que o time impeça quem enfrenta de  ultrapassar a linha do meio do gramado tocando e tabelando.

Isso é, essencialmente, a base da proposta coletiva da agremiação.

A fórmula do melhor futebol do planeta tem sistema de marcação adiantado, qualidade no passe e nas movimentações, pois tudo facilita para os mais habilidosos brilharem. O sistema de jogo favorece Neymar, Suárez e Messi.

Nem adianta pedir para os times daqui adotarem postura idêntica, pois o calendário não permite aos atletas a manutenção da forma física necessária para cumprirem regularmente a proposta coletiva.

Quem pretende atuar com o sistema de marcação adiantado e não consegue ser competente abre enormes lacunas para tomar os gols.

O banho de humildade na Europa

Curiosamente, os jogadores mais habilidosos daqui, entre os quais Gabriel faz parte, quando atuam em times do exterior se mostram muitos mais disponíveis para o aprendizado e execução das questões táticas.

Saem em alta, paparicados, valorizados, e chegam ao continente rico para serem cobrados, além de aprendizes no futebol.

Como se fossem estagiários promissores ou alunos que como mágica adquiriram disciplina, esforço e mais virtudes durante o voo, pois antes podiam se acomodar, fazer mais o que gostam e contribuir menos do que sugere o potencial que têm de futebol.

Gabriel tem esse perfil.

Inclusive porque, se não priorizar o coletivo em qualquer agremiação grande que paga em euros ou libras, além de escutar bronca de técnico, imprensa e torcida, o máximo que conseguirá será manter o banco quente.

Em nosso país,  onde os cartolas mantêm o pires na mão em busca de dinheiro e de qualidade, terá as regalias que irão evaporar assim que assinar o contrato.

Quase sempre no destro

Observe os gols gremistas, todos do lado de Gabriel

No primeiro, demorou para chegar no atleta que dribla, quando conseguiu foi mole, foi chamado 'Migué',  e o lateral-direito santista não teve como marcar.

No outro, sequer é possível achar na imagem o atleta revelado nas categorias de base. No último, após o time conseguir empate heroico, houve equívoco de Lucas Lima na saída de jogo, e o atacante preferiu ficar na frente ao invés de correr e o lateral gremista festejou.

Era difícil nesse fazer a recomposição tal qual necessário

Mas houve, além dos gols, outros lances no setor, e em nenhum Gabriel tem papel eficaz no preenchimento de lacunas ou na marcação específica de qualquer jogador.

Questionamento sobre qual é a melhor função

O treinador poderia solucionar os dilemas táticos gerados pela pouca participação de Gabriel na marcação, se colocasse o jogador como centroavante.

Como tem Ricardo Oliveira, tal escolha representaria perda de talento e de experiência na posição, em especial nas finalizações.

Dorival poderia, se quisesse privilegiar o atacante em evolução, mexer no esquema que mais vezes opta. Teria que implementar algumas alterações nas movimentações dos jogadores e talvez na escalação.

O 4-4-2 seria ideal porque Gabriel é atacante que atua em ambos os lados ou centroavante que se mexe pelo gramado.

Diminuiria muito as incumbências do jogador no sistema de marcação. O técnico obviamente tem noção de tudo (não falamos, mas é competente), provavelmente avalia que a proposta coletiva atual é a melhor para o elenco render o melhor futebol,

Além disso, tem que cogitar como será o time quando não tiver mais o jogador. Ter alguém capaz para a função que hoje cabe ao que pretende brilhar em torneio de ponta noutro país e na Liga dos Campeões.

 


São Paulo tem que se superar na semifinal; torcida precisa jogar com o time
Comentários 47

birner

De Vitor Birner

Pés no chão

O São Paulo, poucos meses atrás nessa temporada, tinha o elenco rachado, a torcida contra o time a parte da diretoria com posicionamento igual.

A crise financeira muito grande, difícil de ser administrada, impedia grandes contratações.  Eram necessárias medidas certeiras dos gestores. Havia minúscula margem para os equívocos ao buscar jogadores.

A realidade esquecida por muitos é simples; a maioria da pessoas sequer acreditava que o time se classificaria às oitavas-de-final da Libertadores, mas houve alterações na relação de cartolas e jogadores, e todos começaram a correr na mesma direção dentro dos gramados.

O Nacional mostrou futebol superior ao do São Paulo nessa Libertadores.

A agremiação do Morumbi, hoje, tem o desempenho inferior ao das oitavas e quartas de final. Perdeu o pensador, além do atleta capaz de marcar em frente ao Bruno e chegar no ataque com dribles. Outros jogadores se machucaram a talvez atuem com ritmo de competição abaixo do que pretendia o treinador.

A tal da superação, de novo, tem que ser a palavra principal nas conversas pré-jogo. Nada melhorou desde a paralisação do torneio.

A ideia que não funcionou

Comissão técnica e diretoria de futebol tomaram a decisão, quando houve a interrupção da Libertadores, de o time manter a intensidade da Libertadores durante os jogos da competição nacional. Haveria apenas precauções para evitar que jogadores se machucassem.

Na prática, não conseguiram ambos. Houve perda de rendimento nas partidas contra clubes do país e de atletas para a semifinal.

Obviamente, fatores outros, como o ambiente do Morumbi na Libertadores, diversas ausências de jogadores e as exigências do mata-mata influenciaram.

A escolha na prática gerou o prejuízo para o momento mais importante da temporada.

Ninguém pode garantir que se realmente priorizasse o que mais quer, teria capacidade de elevar o padrão contra os colombianos e manter a dinâmica igual a que mostrou no mata-mata do torneio continental.

O Nacional fez o contrário. Optou por treinar após breve férias dos atletas. Pode ter perdido o ritmo de jogo. Bauza preferiu evitar isso ao tentar manter a competitividade.

Foi a maior preocupação do Bauza

A posse de bola foi, nas conversas internas, o dilema do treinador para a escolha de quem iniciará a semifinal.

Não tem o substituto de Ganso para isso, e tampouco o driblador como Kelvin, que tem alguma rodagem e na Libertadores conseguiu elogiável rendimento.

O esquema tático, se for mantido como acontece desde a estreia de Bauza, terá outras características.

Tem que jogar com inteligência

Não me refiro apenas ao time. A torcida necessita apoiar muito durante o jogo.

O Nacional, mesmo quando atuou diante do Central no Arroyito, tentou ficar com a bola e ganhar.

Vaias, reclamações, xingamento e a tradicional e nociva busca por responsável pelas dificuldades do time em campo é nociva para a conquista do resultado, e devem ser trocadas por paciência.

A prioridade hoje deve ser não tomar o gol.

Nesse tipo de jogo, em regra, as questões emocionais ganham força e podem interferir nas técnicas e táticas, ambas fundamentais para o fortalecimento do coletivo.

 Obviedade sobre a semifinal 

Não há favoritos. O São Paulo necessita se superar e o Nacional reafirmar que tem o melhor futebol da Libertadores.

Nenhum resultado, com exceção de goleadas, será normal.


Futebol necessita mais simplicidade; estão matando a alma do esporte
Comentários 10

birner

De Vitor Birner

Cartolas são obstáculo

Os responsáveis pelo cumprimento das regras nos jogos entram no gramado com montes de orientações que estragam o futebol. A comissão de arbitragem da CBF é quem as impõe.

Em todas as temporadas há alterações de critérios. Nas últimas aconteceram durante os torneios, em nome do que os cartolas da entidade chamam de aprimoramento.

Houve momentos em que a Fifa fez recomendações e os dirigentes da entidade nacional simplesmente não compreenderam. Foi assim, por exemplo, na questão da infração pelo contato da bola com o braço dos jogadores.

Apenas quando Jorge Larrionda, instrutor da pauta, veio ao país ministrar aula, os dirigentes especialistas daqui tiveram noção do que era permitido. Mas haviam acontecido jogos do torneio de pontos corridos,  nos quais outros critérios foram implementados.

Em suma, houve, antes do 'hermano' fazer as explicações, a distorção dos resultados em algumas rodadas por incompetência da cartolagem, e não de quem escolheram para entrar no gramado.

Mas não se coloca dirigentes, o cerne dos problemas da atividade que a população outrora se orgulhou por ter a melhor do planeta, na geladeira.

Quando a alma é agredida

A medida mais chamativa do momento é a proibição de os treinadores falarem com a autoridade em campo. Essa ideia com certeza surgiu de alguém que não gosta do que faz.

Futebol é esporte barulhento dentro e fora do local em que se joga. Time que atua em silêncio, normalmente tem problemas internos e não é campeão.

Muitos técnicos jogam com os atletas

É normal que os treinadores tenham algumas reações similares as de quem corre nos gramado. Não podem, como acontece com qualquer jogador, xingar os árbitros.

O critério para todos deve ser idêntico. Futebol, reitero pela enésima vez, tem disputa técnica, tática, física e emocional.

O 'cala a boca' em alguém mina grande parte da essência do jogo. É tentativa de transformar o ser humano atleta em robô. Noutra leitura, o futebol em videogame.

Fundamental:

A Comissão de Arbitragem coloca na geladeira quem não cumpre a determinação de excluir os técnicos que reclamam durante os jogos. Os próprios responsáveis pelo cumprimento das regras são oprimidos pelos chefes antes de entrarem no gramado.

É a cultura do que chamamos de politicamente correto, implementada por pessoas que, provavelmente, não gostam do esporte e são gestores para terem poder e dinheiro.

O que não é do futebol

Tal ambiente redunda em algumas bizarrices como a exclusão de Matheus Reis por fazer a falta na qual mereceu inquestionavelmente o amarelo. Vinícius Furlan alterou a cor do cartão após ser chamado e observar o machucado na perna do Matheus Jesus da Ponte Preta.

A regra não faculta ao senhor do apito a competência de avaliar grau de lesão. Considera mais a intenção ou a brutalidade, essa última se houve grossura do marcador.

Lembro que, mesmo se houvesse tal incumbência que exige curso de medicina para aprender a diagnosticar, o machucado não foi tão sério. Retornou ao gramado e após dar a cotovelada em Centurión e tomar o amarelo, Eduardo Baptista o tirou para impedir a exclusão.

Divididas normais muitas vezes geram machucados mais feios que a a realidades dos mesmos.

Acontecem, são parte do esporte.

Foi no terrão

Faz menos de mês houve o exemplo preciso no jogo do Autônomos, time de várzea que se dispôs a me aguentar como técnico.

O centroavante Bruno ficou com a perna assim em lance que considerou falta, não foi marcada, mas não houve intenção de machucar.

bruno

Na hora o Daniel, colega de time, foi à farmácia, comprou água oxigenada, a região foi lavada e o 'atleta' saiu.

No outro jogo, após sete dias, não pretendia colocar o artilheiro, o campeonato começaria no outro sábado, mas é fominha e falou que não havia problema, atuou e saiu feliz.

Não havia rancor contra quem gerou o machucado na foto e nem ficou valorizando. Quando os familiares e colegas perguntaram, afirmou que foi 'menos feio que parece'. Desde então atua normalmente.

O varzeano, que tem hoje em dia mais alma de futebol que muitos dos crescidos em centros de treinamentos, sabe que isso faz parte, pois é atividade brusca.

E que o maior ensinamento para quem joga é deixar qualquer intriga dentro do terrão. Nada pode ser pessoal. O esporte exercita a ética. Quando aplicada noutras questões, o futebol se torna educativo, construtivo, ao invés de objeto de fomento do ódio e atividade que pretende apenas gerar lucros econômicos.

Não nasceu como negócio e nem cresceu por tal razão.

Se insistirem na ideia, irão, como têm feito nos critérios de regras, discursos sobre o jogo e padronização elitista de arquibancadas, irão matar o esporte.

Os prejuízos são muito óbvios

Apenas quem é incapaz de avaliar o que acontece nos gramados – os sintéticos deveriam ser vetados – acha que o atleta atualmente tem a alma esportiva parecida com a dos jogadores de outrora.

Alguns a mantêm, mas o número é cada vez menor e tende, em décadas, a ter o mesmo destino de tigres dentes-de-sabre, antílopes de cor azul e outras espécies extintas em nome do que os tecnocratas chamam de evolução.

Não falta gente disposta a comprar qualquer bobagem que for classificada como modernidade e justificada porque aumenta as receitas. Como se dinheiro fosse a meta em vez de uma das ferramentas que a constrói. A esses, relembro, euros e reais não jogam futebol.

Podem contratar quem faz e nem assim compram os sentimentos sinceros de qualquer ser humano ou animal da natureza.

O profissional que sente os resultados, se esforça para melhorar, sabe da importância da agremiação para os torcedores, e quer contribuir e respeita os oponentes, com certeza merece a reverência por recusar ser parte da maioria.


Oferta do Sevilla balança Ganso; Leco recusa negociar durante Libertadores
Comentários 22

birner

De Vitor Birner

São Paulo recebeu a proposta oficial de 7 milhões de euros por Ganso. Leco recusou, os dirigentes andaluzes afirmaram que subiriam para 8 milhões, mas o presidente afirmou que nem era necessário enviar porque não negocia o jogador por considerar pequeno o valor e priorizar a Libertadores.

Jorge Sampaoli, treinador que o Sevilla contratou, quer o meia no elenco.

Os cartolas da agremiação que ganhou as três últimas edições da Liga Europa, torneio no qual é pentacampeão, disseram aos do Morumbi que pretendem aumentar a oferta.

Não necessitam pressa por saberem que Leco recusa, neste momento, a transferência por qualquer valor. Apesar das dificuldades financeiras herdadas após a péssima gestão de Carlos Miguel Aidar, o presidente consegue administrar o futebol e mais que dinheiro para a agremiação, quer ganhar a Libertadores.

Ganso, ao saber da possibilidade, balançou. Não pela questão salarial, mas por saber que o Sevilla tem montado times fortes e os maiores clubes europeus observam quem atua no clube.

A proposta para o atleta, diante do que recebem funcionário do mercado no continente rico,  foi medíocre. Ganharia pouco menos de R$700 mil reais, a alíquota maior do imposto de renda é de 48%, e o ativo Fisco espanhol tem sido rigoroso com empresários, artistas e jogadores de futebol.

Na prática colocará na conta monta similar,  se renovar o contrato e permanecer no Morumbi.

O clube tem os 32% dos direitos econômicos de qualquer transferência do ausente na semifinal do torneio continental.

A DIS possui o restante. Não consegui apurar o valor exato da rescisão.

De acordo com o que li em reportagens publicadas recentemente é de cerca de 25 milhões de euros.

Lembro que é início de temporada, época de maior aquecimento do mercado de transferência, e obviamente a lista de reforços que o treinador competente entregou à cartolagem tem outros nomes para a função de Ganso.

Contratar na América do Sul é mais barato e por isso tende a insistir na inciativa de contar com o jogador no elenco.


São Paulo tem novo patrocinador na Libertadores
Comentários 29

birner

De Vitor Birner

São Paulo fechou o patrocínio para a semifinal na Libertadores.

A Hero, empresa que faz antivírus de computadores, investiu R$500 mil para estampar a logomarca na camisa, mais especificamente na chamada região do omoplata, nos jogos de Medelim e do Morumbi.

Valores para expor as marcas

Em outubro, a camisa não rendia dinheiro ao clube.

Nesse ano, as negociações geram  mais de R$23 milhões. A meta do São Paulo  é chegar aos R$ 30 milhões.

Eis o provável modelo do manto sagrado, no futebol moderno estampado com as logomarcas, nas semifinais do torneio.

 

2016-06-28-PHOTO-00001009

 


Inglaterra tremeu contra a Islândia; proeza dos nórdicos é impressionante
Comentários 4

birner

De Vitor Birner

O centro do império britânico contra o time de pequena cidade na Europa; ou, se a referência for Londres,  o do bairro.

Os donos da liga mais rica, que oferece enorme possibilidade do intercâmbio com atletas de alto nível e doutras nacionalidades, colocaram a seleção de futebol no gramado 75 anos antes da fundação da federação islandesa.

Tinham obrigação de ganhar.  O cenário ficou ainda mais favorável quando Rooney, de pênalti, logo no início conseguiu o gol.

A Islândia joga no 4-4-2 e faz o óbvio de maneira tão humilde quanto simples e precisa.

Privilegia a força coletiva, investe em lançamentos longos, contra-ataques, chutes de fora da área e cruzamentos.

Ganhou da República Tcheca e da Turquia, e duas vezes da Holanda nas eliminatórias. Se classificou na antepenúltima rodada. Conseguiria a façanha mesmo se não houvesse a política e econômica inclusão de mais oito países na fase que acontece na França.

Hoje, mereceu a vaga nas quartas-de-final.  Como rapidamente tomou o gol, teve que ir  à frente e supostamente oferecer lacunas. Na prática necessitou apenas 12 minutos para conseguir a virada e não teve nenhuma dificuldade para manter o resultado.

Os ingleses tremeram. Equívocos aos montes na execução de fundamentos, como os de Harry Kane  em cruzamentos, inclusive nos inciados em faltas. mostraram a incapacidade de atuar como favorito e incomodar a zebra do torneio.

Nem o jogo aéreo do time funcionou. O dos nórdicos foi muito melhor.

A Inglaterra tem a seleção de piores resultados diante da força que o futebol do país mostra em todos os outros quesitos.

Os tropeços nem podem ser chamados de incomuns. São a mais pura tradição dos inventores do esporte.

O Messi inglês

Rooney apareceu no Everton e foi contratado pelo Manchester United, onde brilhou.

Gerou admiração de torcedores e, rapidamente, se transformou na referência que poderia elevar o padrão do selecionado.

Conseguiu ser o maior artilheiro da história, honra que Bobby Charlton havia conquistado, atuou como centroavante, atacante pelos lados e na meia, e sumiu em campo durante jogos fundamentais.

No ápice físico e técnico mostrou futebol de alto nível na agremiação de Old Trafford e não teve regularidade similar quando cantou o 'God Save the Queen' antes dos jogos.

A história é similar a de outro atleta de baixa estatura, que é infinitamente superior, genial, e continua como maior referência do Barcelona. Ressalto que o 'hermano' jogou melhor com o manto da AFA que o Schrek com a do brasão da Football Association.

Inclusive quando montou times competitivos

Apenas para ser coerente com o que houve nos gramados, lembro que a Inglaterra monta seleções fortes.

Em 86, 90, 98 e 2002 havia qualidade para ganhar qualquer torneio e sequer chegou em alguma final.

Disputou apenas uma relevante em toda a história. É muito pouco para quem tem grande cultura de futebol, estrutura, história rica de clubes e dezenas de milhões de apaixonados frequentadores de estádios.

Tamanho do feito medido em população

O jogo aconteceu em Nice, na Allianz Riviera

A quantidade de habitantes naquela região do Sul da França, na Costa Azul, é pouco maior que a da Islândia.

Há nove cidades inglesas com mais gente que na Islândia.  Da quantidade de pessoas com afinidade do futebol deveria sair a qualidade para qualquer treinador selecionar 23 jogadores.

Isso dimensiona com o é difícil para os nórdicos montarem time que ganhou de países com maior potencial.

Faço questão de aplaudir. A França, obviamente, é favorita à vaga na semifinal.

E mais: queria ver se, em nosso país, alguma cidade ou região com população de quantidade similar, ou com o dobro de gente, seria capaz de fazer time capaz de obter tais resultados. .

O místico velho inglês torcedor do Nottingham Forest, após morar anos em praias da Bahia, cheio de sarcasmo e inconformismo com o resultado da Premier League, afirmou após a Islândia ganhar: ''Leicester pouco é bobagem''.

O time, hoje na segundona, é o maior oponente dos 'Foxes'. No final dos anos 70, o senhor comemorou as conquistas seguidas em duas Ligas dos Campeões da Europa.