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Saiba por que o Corinthians goleou e o Vasco foi uma peneira
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De Vitor Birner

Vasco 2×5 Corinthians

O Corinthians, antes de ir para São Januário, tinha disputado 4 jogos, tomado um gol e comemorado cinco no torneio.

Saiu do Rio de Janeiro com o dobro à favor, o triplo contra, e alegre com a goleada. Foi uma atuação atípica dentro das propostas coletivas implementadas por Fábio Carille. É possível saber os porquês.

Agregou mais técnica

As ausências forçaram o treinador a alterar a formação. Perdeu intensidade e ganhou habilidade no meio de campo.

Tentou compensar em alguns setores porque imaginava a maior vulnerabilidade no sistema de marcação. O 4-2-3-1 teve om volante Paulo Roberto na lateral e Marquinhas Gabriel no trio, ambos do lado direito.  O improvisado pouco apoiou, pois não tem a capacidade do Fagner para avançar e recuar.

O meia tem a técnica necessária para ser titular, mas durante a temporada foi incapaz de se concentrar numa partida inteira e poderia se equivocar nas incumbências coletivas.  No jogo, tinha que fazer a parede em frente do colega e havia dúvidas de Carille sobre o desempenho.

Brilhou no 1°t e depois o lateral foi sobrecarregado em parte pela queda de rendimento do meia.

O trio teve o Clayson do lado em que Romero atua,  Jadson por dentro onde o torcedor se habituou a ver Rodriguinho,  e Marquinhos Gabriel completou a linha.  Maycon e Gabriel foram os volantes. . O revelado nas categorias de base normalmente apoia mais do que nesse jogo.

Deve ter sido a orientação do treinador, ciente das características dos atletas escalados, precavido por saber que esse time necessita aprimorar esse coletivo

Lentidão, displicência, físico e as lacunas

Milton Mendes tem  problemas para montar time coeso. As contratações reforçaram o elenco, mas são necessárias outras para o gigante oscilar pouco, alegrar a torcida e facilmente permanecer na elite.

Toda as zagas dom planeta necessitam proteção e modelo de jogo adequado.  Com Breno abaixo do potencial técnico e físico, e Paulão, a máxima do futebol ganha mais força. Alguns atletas do meio de campo se esqueceram e tornaram o time vulnerável

Yago Pikachu tinha que atuar diante do Gilberto; Douglas deveria fortalecer a direita. Na prática,  lateral-direito foi sobrecarregado pela mistura de falta de compreensão tática e ou preguiça de ambos para fecharem as lacunas no setor. .

Ambos se dedicaram muito mais com a bola e e em alguns momentos largaram a contribuição ao coletivo.

O treinador poderia optar pelo Nenê em vez do ala.  Guilherme Arana é o principal lateral na esquerda em atividade no país. Quem joga naquela região do campo precisa de 'pernas' para a disputa. Tem que recuar com iguais velocidade e intensidade as do oponente no apoio.

Corinthians inspirado diante de uma peneira

Repare no lance do 1° gol. Arana saiu do campo de trás sozinho, continuou no 'sprint' contra ninguém, recebeu a bola quase na linha de fundo e deu a assistência com enorme brecha para Marquinhos Gabriel comemorar.

Nem foi necessário o cruzamento. Tocou por baixo, rasteiro, para o colega na área finalizar. A construção do Alvinegro foi elogiável e compactação do Vasco inadmissível nos padrões atuais do futebol.

Impossível manter durante todo o jogo

Em seguida, o time de São Januário adiantou o sistema de marcação. Nessa proposta,  o time inteiro participou das tentativas de retomar a bola.

Conseguiu, em alguns momentos, impedir a transição do Corinthians à frente e ditou o ritmo. Mas é impossível manter intensidade necessária durante todo o jogo. Tomou mais um gol assim que houve a brecha n meio de campo.

Marquinhos Gabriel, com categoria, deu a assistência para Jô ganhar na velocidade do Paulão, driblar Martin Silva, finalizar com o gol vazio e comemorar.

Houve méritos na construção do líder e a recomposição lenta no sistema de marcação do clube que subiu da segundona.

A fácil retomada

Nenê entrou, Gilberto saiu, Pikachu foi para a lateral, e o sistema de marcação do Vasco ficou mais vulnerável.

O treinador tinha que aumentar a criatividade do time, pois necessitava gols, e foi para o discreto tudo ou nada.

O efeito foi radical. Em 4 minutos o o time igualou. Ambos os gols foram de Luís Fabiano, após cruzamentos.

Houve equívoco do sistema de marcação do Corinthians na falta e e do meio de campo que foi incapaz de manter a compactação.

Mas havia, do outro lado, a avenida na direita. Na primeira vez que o Corinthians foi à frente daquele lado, Cleyson pôs Maycon diante do goleiro e o volante finalizou para o gol.

Dali em diante,  o Corinthians tocou a bola, cadenciou o ritmo, e apenas quando o Vasco dificultou a transição e tentou cruzamentos houve alguma possibilidade para ceder de novo  empate.

Precisão simples de ser compreendida

Após o jogo, a precisão do Corinthians foi elogiada.

Finalizou 10 vezes e a metade foi gol. As estatísticas frias tem que ser esquecidas nessa matemática. O torcedor pode reparar em quais condições os atletas definiram os lances.

Todos foram dentro da área. Apenas no último houve alguém do Vasco mais ou menos próximo para dificultar a finalização.

Houve moleza para os artilheiros.

O que encerrou a goleada foi o mais elogiável. O lance durou 1 minuto e 4 segundos. O Alvinegro tocou de pé em pé, a bola foi por todos os setores do campo, antes de Clayton finalizar.

As agremiações

Essa formação tem que adquirir entrosamento para o Corinthians ser forte. Torna o sistema de marcação menos forte.

Por outro lado, se Carille necessitar, em algum momento, otimizar a criação,  pode ser uma alternativa.

Se Marquinhos Gabriel for mais regular com a bola e comprometido nos desarmes,  o treinador ganha o reforço que eleva o padrão e está no elenco.

Milton Mendes tem que ser muito hábil para tentar minimizar as oscilações.

O elenco dificulta a montagem de time capaz de criar e desarmar com regularidade. Ou abre mão de criatividade, ou de força no sistema de marcação. Então, o ideal é escolher qual privilegiar em cada partida e de acordo com a capacidade da outra agremiação.

Ficha do jogo

Vasco -Martín Silva; Gilberto (Nenê), Breno, Paulão e Henrique; Jean (Muriqui) e Douglas Luiz; Yago Pikachu, Matheus Pet e Kelvin (Manga Escobar); Luís Fabiano
Treinador: Mílton Mendes

Corinthians – Cássio; Paulo Roberto, Pedro Henrique, Pablo e Arana; Gabriel e Maycon; Marquinhos Gabriel (Clayton), Jadson (Giovanni Augusto) e Clayson (Pedrinho); Jô
Treinador: Fábio Carille

Árbitro: Wagner Reway (MT) Assistentes: Fabio Rodrigo Rubinho e Marcelo Grando


A grande lição do futebol no elogiável ‘jogo sujo’ da Liga dos Campeões
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De Vitor Birner

Aplausos para todos

Quem pretendia assistir ao grande jogo na final da Liga dos Campeões, provavelmente ficou satisfeito com o empenho e a técnica dos atletas, plástica dos lances e dinâmica dentro dos gramado.

A arquibancada plena gerou ambiente que aumenta as emoções de jogadores e torcedores. A sorte com camisa do Real Madrid, o baile que impôs,  o artilheiro mais uma vez brilhando,  a conquista foi cheia de ingredientes.

O elogiável sistema de marcação da Europa desmoronou. Monstros como Chiellini e Buffon nada puderam fazer, Higuaín nem consegui ganhar do ex-clube, nem encerrou a pecha de vice que adquiriu no Mundial e Copa América.

Dessa vez sequer teve momento fácil desperdiçado diante de goleiro.

Em suma, a maior parte dos torcedores aplaudiu o encerramento do torneio.

Grife altera o tom das avaliações

Marcelo estava atrás de Daniel Alves e pisou no pé, ou no tornozelo, do compatriota. O amarelo mais óbvio de todo o jogo não foi mostrado.

Houve faltas duras como a de Cuadrado no Cristiano, em lance similar a alguns que geraram problemas de ligamento e outros tipos de machucados. Navas demorou para repor a bola em jogo quando seu time ganhava, mais atletas catimbaram, reclamaram mesmo sabendo que a regra foi cumprida pelo árbitro, provocaram e investiram nas simulações.

Sergio Ramos, referência e ídolo na agremiação ganhadora, pilar dessa e doutras conquistas, fingiu agressão e cavou a exclusão de Cuadrado.

O próprio Sergio Ramos tinha que receber o amarelo e consequentemente sair de campo.

Ninguém criticou. Ou, se fez, foi mais brando que em momentos similares de torneios menos organizados. O glamour e a elogiável dinâmica dos times absorveram a contundência. O luxo anulou a observação fácil.

Se tudo fosse na Libertadores, a avaliação de tais lances seria rigorosa.  Aqui, o discurso clichê que pauta a nossa nação citaria como exemplo a Europa.

Lição além da organização e técnica

O futebol não é apenas uma disputa de habilidades dos atletas. Além da técnica, há a física, a emocional e a coletiva.

O cérebro tem que orientar os pés. Os grandes líderes são inteligentes dentro de campo. Têm leitura além das brechas para construção de gols e conseguem jogar em todas as frentes para o clube ganhar.

O que citei nos parágrafos anteriores são deste esporte. Inclusive a 'violência',  simulação, irritar o oponente e tentar se impor com personalidade forte.

São características da alma do futebol

Assim que o jogo foi encerrado, houve comemoração dos atletas respeitando os oponentes. Quem perdeu ficou desolado, mas soube que o oponente mereceu ganhar a Liga dos Campeões.

As porradas, xingamentos, provocações e o que muitos avaliam como sujeira são encerrados juntos com o jogo. Nada pessoal é levado para depois.

Ao contrário: aqueles jogadores têm mútua admiração. São competitivos e sabem que as disputas permanecem apenas dentro do gramado.  Entendem como é a dinâmica e curtem o esporte.

Nem tudo é aceitável.

A ética impede a entrada para quebrar o oponente, compra de resultados, a ofensa que se torna pessoal (racismo ou de gênero), porque essas todas são levadas para fora dos campos.

Relembro os esquecidos que futebol é uma atividade lúdica. Tem regras próprias e distintas das sociais. Algumas são distintas das que merecem ser criticadas no cotidiano.

O blefe, por exemplo, para induzir equívocos no cumprimento das regras e ganhar, é normal nesse e noutros esportes.

Assista à NFL ou o futsal.

Recomendo às finais da NBA.

Futebol ensina a perder e a ganhar: a 'apanhar' e a perdoar; a saber limites de imposição; a tirar forças de onde a gente as vezes nem imagina ter,  e a suprimir vaidades e necessidades individuais para fortalecer o coletivo.

Das ruas ao gramado 

É simples saber porque os atletas simulam. A torcida apoia e comemora as conquistas com tais recursos.

No dia em que se entristecer porque ganhou com jogadores forçando equívocos de arbitragem, ninguém mais tentará isso dentro de campo.  Os elencos querem ganhar porque haverá alegria e aplausos.

Imaginar que o futebol será uma ilha de ética no meio da sociedade competitiva e suja, que destila ódio e oferece criticas ferozes para o jogador por uma entrada mais forte e acha comum ter comida estragando na geladeira e casacos nas prateleiras enquanto há fome e o frio nas ruas,  é uma utopia completamente inútil e desprovida de construção coletiva.

Parece mais a invasão do politicamente correto tentando suprimir o perdão em prol do convívio e o fortalecimento da alma do futebol.

O futebol, reitero, é atividade lúdica e competitiva. Aquelas linhas que determinam onde há uma disputa servem para demarcar mais que escanteios, tiros de meta e laterais.

Elogiar Rodrigo Caio é muito fácil  

Me abstrai de escrever sobre o episódio porque o tsunami do politicamente correto, no ápice da intensidade, afoga pessoas, debates e opiniões.

Apoiei a opção do zagueiro. Achei admirável, porque grande parte dos torcedores, tal qual citei antes, foi contrariada e preferia a manutenção do amarelo para o centroavante.

Se tivesse mantido o padrão e se omitido, nem teria minha admiração e nem o criticaria.  Se alguém quer fazer apologia para melhoras, deve iniciar em detrimento do que pertence a si próprio em vez de terceirizar a empreitada.

De preferência sem alarde porque diminuirá o risco de escorregar e transformar em prepotência a generosidade.

Alterar o mundo a partir dos outros é conveniente e confortável.  Repare no momento do país. Raramente encontro quem acha que contribuiu com os problemas, ao eleger ou simplesmente votar no político que não deveria ganhar o cargo. Os que percebem habitualmente se auto perdoam com generosidade que se fosse constantemente distribuída ao coletivo geraria enormes benefícios ao planeta.


Cristiano, o protagonista do baile; Marcelo e Casemiro merecem aplausos
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De Vitor Birner

Juventus 1×4 Real Madrid

A Juventus foi mais time durante o torneio, o regulamento determina que o ganhador na final recebe o troféu, e os espanhóis cumpriram o necessário para comemorarem. O Madrid mereceram a conquista.

Sobrou no 2°t. Conseguiu 3 gols, quantidade igual a que os italianos tomaram em todos os outros jogos nessa edição da Liga dos Campeões.

Antes, o empate por 1×1 foi na medida para o desempenho de ambos os gigantes do futebol.

Italianos na frente

A Juve iniciou com sistema de marcação adiantado.  Madrid preferiu aguardar e investir na transição em velocidade.

As estratégias refletiram cada treinador. O italiano é mais ousado que o naturalizado francês. Um quis a imposição e o outro preferiu aguardar, observar, para saber quando e como avançar todas as linhas.

Navas impediu a estratégia de naufragar, ao impedir o gol de Higuaín em finalização de fora da área.

Após cerca de 10 minutos o Madrid adiantou todas as linhas.

Táticas e o andamento no clássico

Isco brilhou na semifinal da Liga dos Campeões e nas últimas rodadas do torneio de pontos corridos que o Madrid conquistou.  Foi mantido e Bale, ídolo no País de Gales, iniciou como opção nos suplentes.

Atuou no meio de campo em frente de Modric, Kroos e Casemiro. Os gringos jogaram pelos lados do trio de volantes, e o brasileiro por dentro. Todos contribuíram na construção dos lances de gol.

Os laterais Carvajal e Marcelo apoiaram, em especial o do lado direito.

Cristiano Ronaldo e Benzema atuaram na frente.

A Juve teve o trio de zaga que na prática foi uma dupla com Bonucci e Chiellini. O Barzagli jogou na lateral direita. Quando o oponente tinha a bola,  os italianos formaram 2 quartetos. o diante de Buffon com os citados e o Alex Sandro, e o outro no meio de campo com Daniel Alves na direita,  Mandzukic do lado oposto, além de Khedira e Pianic por dentro como volantes.

Os 'hermanos' Higuaín e Dybala aturam na frente. Se necessário, o meia atacante podia recuar.

O início melhor da Juve foi encerrado rapidamente.  O Madrid adiantou o sistema de marcação, dificultou a transição, forçou os lançamentos pelo alto e permaneceu mais com a bola.

Na primeira finalização houve alegria.

Gols em lances para serem elogiados 

Cristiano tocou para Carvajal e o lateral, em vez de cruzar como automaticamente tentariam muitos nesse lance, foi inteligente e devolveu para o artilheiro finalizar. A bola desviou em Bonucci e por isso sequer houve pequena possibilidade do Buffon impedir o gol.

A Juve, em seguida, conseguiu o empate.

Golaço de Mandzukic. Alex Sandro  tentou o cruzamento e Higuáin, com dificuldade e sem deixar a bola quicar no gramado, tocou para o colega finalizar com enorme categoria.

O Madrid permaneceu mais com a bola e a Juve teve maior número de finalizações no restante do 1°t.

Vareio, sorte e méritos do ganhador

O Madrid fez o que quis após os treinadores orientarem os times e os atletas descansarem. Ditou o ritmo, manteve a bola no entorno da área e encontrou lacunas para finalizar.  Mereceu golear.

Teve o imponderável, além da inspiração e de acertos como time, para ser campeão.

Casemiro finalizou de fora da área, a bola houve desviou em Khedira, o Buffon provavelmente conseguiria impedir se fosse diretamente ao gol, e o volante comemorou.

A experiente e testada Juve pareceu desnorteada no restante da final.

Se equivocou na saída de bola e Cristiano, após assistência brilhante de Modric, em seguida ampliou.  Nem antes e nem depois os italianos esboçaram força para entrarem no jogo. A meia hora seguinte foi quase protocolar no gramado.

O técnico tentou otimizar a criação com o Cuadrado na vaga do Barzagli.  Recuou Daniel para a lateral, e o que entrou foi para a ala do lado direito.

O Madrid tocou a bola no meio de campo e nem necessitou forçar o jogo para garantir a goleada.

As alterações feitas pelos técnicos, tal qual a exclusão de Cuadrado em lance que Sergio Ramos tinha de receber o segundo amarelo,  apenas reforçaram o andamento.  Bale entrou para a alegria dos galeses que foram à final. Asensio foi o último do campeão a participar do baile.

Marcelo, na melhor temporada da carreira, aproveitou a lacuna no setor de Daniel e serviu o que recém havia sido colocado no gramado. O coadjuvante na área finalizou e fi comemorar com a torcida na arquibancada.

Os maiores destaques na conquista coletiva

Cristiano, obviamente, tem que ser mencionado como o principal. Melhorou no mata-mata e garantiu classificações com gols.

Sergio Ramos, catimbeiro, reiterou que é o maior pilar do sistema de marcação. Pepe se machucou, Varane foi desfalque diante do Bayer de Munique e o time se manteve competitivo nos cruzamentos.

Marcelo teve grandes atuações e de quebra brilhou diante do Bayer de Munique, que impôs mais dificuldades para o ganhador do torneio  A temporada de Casemiro elevou o patamar do volante. A Europa elogia o atleta e avalia  que pode atuar em qualquer agremiação.

Ficha do jogo

Juventus – Buffon; Barzagli (Cuadrado), Bonucci, Chiellini e Alex Sandro; Daniel Alves, Khedira, Pjanic (Marchísio) e Mandzukic; Dybala (Lemina) e Higuain
Técnico: Massimiliano Allegri

Real Madrid – Navas; Carvajal, Varane, Sergio Ramos e Marcelo; Casemiro, Kroos (Asensio), Modric e Isco; Cristiano Ronaldo e Benzema (Bale)
Técnico: Zinedine Zidane

Árbitro: Felix Brych (ALE) Assistentes: Mark Borsch e Stefan Lupp


Alviverde pode jogar mais futebol; a saída de Gabriel Jesus pouco explica
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De Vitor Birner

Podia ser melhor

O Palmeiras deve ao torcedor grandes atuações.  É normal o time oscilar, a tendência é engrenar, mas no meio da temporada o desempenho tinha que  ser mais compatível ao potencial do elenco.

As individualidades e a sorte mantiveram o clube na Copa do Brasil e Libertadores. No torneio nacional ganhou do Inter jogando menos futebol que o oponente;  no continental o grupo de nível técnico ruim, talvez o mais fraco de todos, facilitou.

A maior referência é a campanha do Alviverde no 2° semestre do ano passado.  Aquele time, se jogasse esses torneios que citei,  não necessitaria dos acréscimos grandes e lances fortuitos para conseguir resultados positivos.

O declínio é exagerado.

Havia, ontem, apenas duas alterações na formação que ganhou os pontos corridos; entraram Felipe M. e Willian,  se machucou Moisés e saiu o Gabriel Jesus.

Em busca do entrosamento que sumiu

Cuca preferiu recusar a renovação,  Eduardo Batista foi o contratado e recebeu o bilhete azul quando os cartolas souberam que o predileto aceitaria retornar ao clube. Os técnicos citados têm proposta de futebol distintas. Essa dinâmica comprometeu a força do coletivo.

O Palmeiras, como time, tem sido no máximo mediano. A impressão é que os atletas se reuniram há pouco tempo e nunca haviam atuado uns com os outros, mas na prática se conhecem e sabem que podem elevar o padrão de futebol.

Treinador tenta encontrar a formação e o esquema tático mais construtivos. Opções, tal qual o torcedor sabe, há aos montes em quase todas as posições do time.

O fraco desempenho de Borja e a idade de Zé Roberto afirmam que há brecha no elenco para centroavante capaz de incomodar o colombiano e um lateral.

Isso não é o bastante para o time ter caído tanto de produção. Tem mais dificuldade para manter a bola no campo de frente, investe muito na transição em velocidade, inclusive quando atua diante de agremiação com elenco menos técnico, perdeu intensidade, capacidade para se concentrar e impedir oscilações durante os jogos, e a força no sistema de marcação

Soberba inconsciente na maioria dos torneios

Além dos problemas de entrosamento, há os de empenho.

Quem observa a intensidade do time nos jogos da Libertadores, sabe que foi maior que a dos clássicos no estadual,  mata-mata diante da Ponte Preta, Copa do Brasil,  e atuações nas 3 rodadas dos pontos corridos.

Nem adianta procurar alguém para criticar e eliminar como solução milagrosa para a melhora no desempenho. 'Eduardo Baptista saiu e a intensidade ou baixou ou foi mantida. Os atletas não são preguiçosos ou displicentes.

A direção reforçou o elenco.

Há estrutura para o desenvolvimento do time. Os cartolas cumprem o que acertaram com os jogadores. Tecnicamente,  as ferramentas e as pessoas qualificadas para o êxito estão no clube.  A impressão é que tropeçam ao gerenciar a temporada.

A prioridade é a Libertadores, querem muito ganhá-la e naturalmente se dedicam mais. Nem os reservas tiveram a fome de bola necessária ao atuarem nos pontos corridos.

Na teoria, todos no Alviverde almejam outras conquistas, mas na prática a motivação é menor nesse início do grande torneio no país (muitos atletas têm dificuldade para assimilar que cada jogo é relevante) e foi durante a maioria da temporada.

O empenho anda de mãos dadas com o tamanho dos sonhos.

Essa máxima é tão antiga quanto contemporânea dentro do futebol.

O que cabe para cada integrante

Alexandre Mattos é quem gerencia os maiores problemas no elenco. Pode dialogar, exigir, mas não há a fórmula universal e precisa para aumentar a ambição e a competência nos jogos.

O prazo para a melhora é o da capacidade de assimilação do elenco.  Quanto maior for a concentração,  mais rápida será a assimilação das propostas que o treinador implementa, o fortalecimento dentro dos gramados, e a facilidade para conseguir resultados positivos.

Ressalto algo que parece ter sido esquecido em meio à empolgação pela contratações e construção do grupo de atletas forte dentro do continente. Tem bons jogadores e opções, mas craques capazes de ganharem muitos pontos e torneios em lances individuais não há no elenco. Por isso todos necessitam agregar virtudes em prol do coletivo.

Palpite na competência 

A tendência é o time se empenhar mais durante a temporada. Os resultados e o futebol provavelmente serão melhores no 2° semestre.

O cartola competente sabe gerenciar o elenco.  Os atletas têm potencial. São favoritos tanto nos torneios do país quanto nos do continente.

Há mais candidatos para conquistas, poucos podem montar o time tão competitivo quanto o do Alviverde e nenhum tem potencial de elenco igual ao do clube do Allianz Parque.

A mania de individualizar o coletivo

Borja, diante do Inter, entrou no 2°t e depois do gol que classificou o time às quartas de final, recuou para recompor o sistema de marcação.

Antes. o centroavante raramente atuava atrás da linha que divide o gramado. Isso mostra que talvez aumente o empenho em prol do Palmeiras.

A ausência de Gabriel Jesus é sentida, mas a queda no rendimento tem mais motivos além da negociação do centroavante. Se entrasse agora no gramado pelo Alviverde, melhoraria o entrosamento e movimentação na frente, e aumentaria a capacidade de o sistema de marcação atuar adiantado.

O time seria mais forte.

Mas avaliar que a saída do centroavante explica o desempenho abaixo do possível é fechar os olhos para o que tem de ser melhorado, desvalorizar todo o elenco, esquecer que o da atual temporada em geral é mais capaz que o da anterior e, principalmente, achar que há a solução simplória para o que necessita e pode ser alterado no futebol da agremiação.


Muitos favoritos à classificação na rodada de hoje da Copa do Brasil
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De Vitor Birner

Palmeiras, Atlético e Grêmio têm obrigação de se classificar às quartas-de-final da Copa do Brasil.

O Alviverde, no jogo do Allianz Parque, ganhou por 1×0, apesar da atuação n máximo mediana.  O potencial do elenco permite que o time faça mais do que se fechar atrás e investir na transição em velocidade e lances ensaiados para conseguir os gols.

O Inter necessita ganhar por dois gols de vantagem ou pelo placar mínimo e na série alternada de pênaltis. Perdeu pontos nas duas últimas rodadas na segundona, o técnico foi mandado embora, e de quebra tem que gerenciar o imbróglio da falsificação de emails que pode gerar a punição ao clube.

Acima disso tudo o Palmeiras tem o time mais forte.

O mesmo vale para o Atlético diante do Paraná. O elenco que tem Robinho e cia é muito superior ao da zebra que ganhou por 3×2 o jogo de ida. Se cumprir determinações do técnico, houver empenho e seriedade, ganhará e se classificará.

O Grêmio é favorito diante do Fluminense. O Imortal ganhou por 3×1 na Arena, teve o melhor desempenho do Brasileirão nas duas rodadas inaugurais,  poupou contra o Sport para ter os principais atletas diante do Fluminense, que correu muito e tropeçou no clássico.

Nos outros jogos de hoje, o Atlético PR recebe o Santa Cruz e tende a seguir no torneio após empatar por 0x0 na ida; Sport e o Botafogo entram no gramado diante da torcida recifense para a disputa mais imprevisível da rodada. O Alvinegro ganhou por 2×1 no Ri de Janeiro. Essa é a única partida na qual é possível afirmar que ninguém é favorito à classificação.

Comento 0 Fluminense x Grêmio no Placar Uol.

 


Sport é uma bênção para o Luxa; técnico tem que se aprimorar e retribuir
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De Vitor Birner

Treinador pode aprimorar

A existência fornece à maioria dos seres humanos prazo menor para adquirir força e habilidades motoras – as que os atletas necessitam ao lidar com a bola -, se comparado disponível para desenvolver inteligência e adquirir conhecimento.

Os treinadores são, acima de tudo, trabalhadores raciocinais. Têm que pensar enquanto atuam na beira do gramado e tomar decisões que envolvem muitas análises.

O futebol tem disputas técnicas, físicas, emocionais e a coletiva.  Tudo passa pelo crivo de quem orienta os elencos.

Exige sabedoria maior que os acertos táticos e é possível aprender algo durante toda a carreira.

Tite, por ser quase unanimidade. é o exemplo ideal. Cita que aprimorou e alterou os métodos, melhorou e atingiu patamar que merece os milhões de comentários positivos.

Foi uma construção. Demorou anos e, tal qual o próprio sabe. está em andamento.

É normal, de tempo em tempo, as avaliações sobre a competência dos 'professores' serem alteradas. Me refiro às embasadas, porque as  que se apoiam apenas em resultados são populistas e pouco agregam para quem curte debater o esporte.

Mantenho a de Luxa igual há quase uma década.

O torcedor do Sport, se o treinador mantiver o padrão, pode se preocupar.  Nenhum time que orientou nesse período mostrou desempenho elogiável; alguns que poderiam ser competitivos flertaram com o rebaixamento.

Técnico citou o que é necessário

O Atlético foi o primeiro clube a ter Luxa nessa década. Alexandre Kalil determinou a saída após tomar goleada contra o Fluminense e com o time em 18° no torneio de pontos corridos.

O técnico afirmou: ''Compreendo a decisão de me mandar embora. Saio com o coração doído, pois é a primeira vez que deixo um clube redondo, com ótimas condições, sem acertar o trabalho. É uma pena, ficam os lamentos e a torcida para o Atlético-MG sair dessa situação''.

''É o momento de fazer uma análise profunda e me reciclar mesmo. Ver o que houve, onde errei, porque isso não pode acontecer de novo. O clube é estruturado, então não tinha razão para não irmos bem. Só não aceito que falem que o Luxemburgo está em decadência e acabou para o futebol.''

Dorival Jr foi contratado.

Entreveros e desempenho mediano na Gávea 

O Flamengo acertou com o técnico alguns dias após sair das Minas Gerais.  O clube frequentava a parte de baixo da classificação e conseguiu evitar o rebaixamento.

A direção gastou o dinheiro que não tinha na temporada seguinte; investiu em Thiago Neves, Ronaldinho e Botinelli: conseguiu a série de 26 jogos sem perder, ganhou o estadual e classificou o time para a eliminatória antes da fase de grupos na Libertadores.

Foi mandado embora em fevereiro, o clube contratara o Vagner Love em janeiro,  após entrevero com Ronaldinho. Afirmou  que foi o  ''maior processo de fritura'' que viveu e reclamou da falta de pulso da então presidente Patricia Amorim.

No Atlético teve dificuldades para gerenciar o elenco.

Houve grande investimento e resultados pequenos

A direção do Grêmio gastou uma fortuna, por 'exigência' do técnico, na preparação da temporada. Os números gerados pelo investimento em tese foram positivos.

Aproveitamento de 64,8%, com 52 vitórias, 21 empates e 18 derrotas em 91 jogos.

Na prática foi eliminado antes da decisão de dois Campeonatos Gaúchos, caiu na semifinal da Copa do Brasil, nas quartas da Sul-Americana e conseguiu o terceiro lugar no torneio de pontos corridos, que valeu a classificação para a Libertadores.

O time tinha dificuldades na dinâmica em campo. Era previsível, lento e estático na frente. Escalou o esforçado zagueiro Cris sem a condição física necessária e escutou reclamações dos torcedores. .

Permaneceu 496 dias no Olímpico.

Opção da patrocinadora  

Nos  dois clubes anteriores teve tempo, grupo de atletas competitivo e, apesar de ser o treinador de ponta, nenhuma conquista merecedora de grandes elogios.

A patrocinadora avaliou a saída do técnico da Gávea como uma oportunidade para fortalecer o Fluminense. O escolheu como sucessor de Abel Braga, campeão do torneio de pontos corridos nas Laranjeiras em 2012, que foi mandado embora após a eliminação na Libertadores e a sequência de 5 tropeços na edição seguinte do Brasileirão. Celso Barros quis a alteração.

O time com o técnico ganhou sete, empatou nove e foi derrotado em dez jogos, somadas todas as competições. Saiu com aproveitamento de 38,46% e o clube na região do rebaixamento.

Somou mais pontos na Gávea

Foi a quarta vez que os dirigentes do Flamengo o contrataram. O time com o técnico saiu da região do rebaixamento para a décima colocação.

Os cartolas acreditaram que a temporada seguinte seria mais positiva. O time oscilou exatamente nos jogos em que tinha de ser mais competitivo.

O técnico saiu após ser eliminado pelo Vasco na semifinal do Estadual e iniciar o maior torneio do país com um ponto em três rodadas. Foram 59 jogos pelo clube, nos quais obteve o bom aproveitamento de 34 vitórias, 14 derrotas e 11 empates.

Mano solucionou 

O Cruzeiro contratou o treinador em 2015.  Sequer houve esboço da formação de time competitivo.

Conquistou 36,8% dos pontos. Houve dez tropeços, três empates e seis vezes ganhou.  O time tomou mais gols do que comemorou.

Foi mandado embora, Mano Menezes o substituiu, e o desempenho melhorou. Era óbvio que o elenco tinha mais futebol.

Simples 

O Luxemburgo tem que agregar virtudes e elevar o padrão para brilhar no Sport.  Merece elogios pelas conquistas no século anterior e início do atual, tem muita rodagem,  mas os métodos nos últimos clubes foram ineficazes.

O sucesso no clube que o abençoa com a oportunidade solicita atualizações na preparação e implementação da dinâmica coletiva de futebol.


Ceni foi humilde e competente para ganhar o duelo tático de Cuca
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De Vitor Birner

São Paulo 2×0 Palmeiras

O clássico foi redentor para o clube do Morumbi. Ganhou o clássico diante do Palmeiras que, todos sabem, tem o melhor elenco e pertence ao grupo dos favoritos à conquista do torneio.

O jogo teve mais ingredientes para a torcida. A maioria rejeita o Michel Bastos, que atuou desde o início. Jean, ex-atleta do clube e exímio cobrador de pênalti nas últimas temporadas, desperdiçou a oportunidade para igualar quando o resultado era 1×0.

Rogério Ceni acertou muito mais que Cuca. Houve, na prática, a inversão de papéis de novato e do experiente campeão.

Lucas Pratto brilhou em ambos os gols.

Fernando Prass se equivocou nas duas finalizações. O goleiro não pode ser o cerne de quem critica o desempenho do Alviverde. Outros atletas renderam pouco, o São Paulo foi mais intenso, competente e inteligente na parte coletiva.

Humilde ao elaborar 

O Palmeiras ofereceu a bola para o Internacional no Allianz Parque e, nas transições velozes à frente, construiu oportunidades e o gol. Tomou iniciativa diante do Tucumán e os 'hermanos' conseguiram muitas finalizações.

O treinador, ciente que o Alviverde tem o melhor elenco, necessitava recuar todas as linhas e optar pela proposta de futebol distinta da que insistiu na maioria dos jogos.

Entendeu e orientou o sistema de marcação a alternar as tentativas de retomar a bola alguns metros à frente ou atrás da linha divide o gramado, em vez de na área do oponente como quer implementar desde o início da temporada.

Cuca aceitou a oferta .

O Alviverde permaneceu mais no campo de frente e ditou, em vão, o ritmo. Tinha que achar as brechas para ultrapassar o sistema de marcação, mas foi incapaz e tocou de lado.

O São Paulo, ao retomar a bola, investiu na velocidade para finalizar.

As escalações e o posicionamento determinaram o 'nó tático'. Mina e Juninho pelos lados e Felipe M por dentro formaram o trio diante do Fernando Prass. O Mayke e o Michel Bastos, que têm dificuldades nos desarmes, apoiaram muito e abriram avenidas para Cueva e Luís Araújo.

O zagueiro colombiano teve que cobrir os avanços na direita e perdeu alguns lances na corrida para o atleta que subiu das categorias de base.

O peruano cooperou no sistema de marcação e tecnicamente foi o menos produtivo do time no meio de campo para a frente.

Marcinho, na ala-direita do São Paulo, apoiou menos, mas foi o autor assistência para Lucas Pratto finalizar e comemorar.

Prass, Jean, Araújo e Lucas Pratto 

O goleiro se equivocou porque tinha de fechar o ângulo e havia pequena lacuna entre si e a trave. Sobrou categoria para o centroavante. Não era simples acertar. Merece ser tão elogiado quanto o veterano pode ser criticado especificamente no lance do gol inaugural.

No outro, Prass tinha como tocar na bola após a finalização de Luis Araújo.  Lucas Pratto de novo foi o protagonista do acerto. Se mexeu e conseguiu a brecha para a assistência precisa, que permitiu ao colega a finalização apenas com o ídolo do Palmeiras em frente.

Jean chutou o pênalti para fora. O empate, naquele momento, poderia 'convencer' o São Paulo a avançar todas as linhas e alterar a dinâmica do clássico.

Cuca poderia ter optado por distinta escalação

O lance aconteceu porque Guerra saiu,  Keno entrou e conseguiu o toque para Michel Bastos confundir Lucão e a bola sobrar ao Jean, derrubado por Jucilei. O substituto tem a velocidade e o drible para tentar otimizar o sistema de criação e transformar a permanência com a bola em algo construtivo para o Alviverde.

A formação inicial e a estratégia do técnico foram ineficazes. Preferiu atuar com Willian de centroavante. Na meia optou por Dudu e Guerra,  que sabem apoiar pelas beiras do campo, mas preferem jogar na diagonal e triangular com os laterais ou os atacantes pelos lados.

Ninguém foi colocado pelos lados do ataque. Mayke e Michel Bastos foram os encarregados de apoiar e alargar o sistema de marcação do oponente, onde poderiam tentar as triangulações com os colegas do elenco.

O lentidão de ambos na recomposição sobrecarregou os zagueiros.

Jean e Tchê Tchê, por dentro, tentaram criar e entrar na área para finalizar. Houve pouca fluência pelos lados, além de atletas competentes para o cabeceio na área de Renan, e inspiração individual e coletiva.

Borja foi algoz do São Paulo na Libertadores, aumentaria a estatura, e Willian poderia atuar aberto para o time ter profundidade e repertório. Sei que o improvisado merece a oportunidade porque rendeu mais que o colombiano na temporada.

Me refiro especificamente ao que o clássico exigiu. A formação inicial, diante de times com atletas menos velozes e técnicos, pode ser eficaz, desde que haja maior entrosamento dentro de campo.

São Paulo teve mais força coletiva

No início o time do Morumbi foi para cima e o Palmeiras em velocidade conseguiu a finalização. Foi o único momento no qual houve muitas lacunas para Dudu e cia atuarem com facilidade.

Maicon, Rodrigo Laio e Lucão, o trio de zaga, ganharam o auxílio da parede de atletas no meio de campo.

Jucilei foi o melhor no setor. Cícero cumpriu o necessário, Cueva recuou para a recomposição. Junior Tavares e Marcinho entenderam quando deviam ser alas ou laterais.

Isso garantiu para o sistema de marcação a tal da compactação ausente nas eliminações em outros torneios.

Conseguiu ser eficaz nos cruzamentos. Nem me lembro quando, tomando ou não o gol,  o time orientado pelo treinador atual foi competitivo para desarmar por cima, tal qual mostrou no clássico.

O Palmeiras tinha que investir mais nessa vulnerabilidade, inclusive se foi diminuída ( saberemos durante o torneio). que é a alternativa mais comum no atual futebol.

Resolvido com futebol

Os responsáveis pelo cumprimento das regras foram competentes. Acertaram nos lances que poderiam alterar o que houve em campo.

O São Paulo reclamou o pênalti de Felipe M, que tocou com a mão na bola, mas houve a falta de Cícero na disputa por cima.

O que enxergou no Jean foi inquestionável. Manteve o cartão, Jucilei tocou no volante, no bolso porque tem de seguir os critérios que os burocratas querem implementados nos gramados.

Avalio como equívoco o amarelo para Mina.

No clássico, ninguém reclamou de impedimentos ou citou o trio, o que é atípico no país.  Apenas os jogadores e treinadores construíram o resultado favorável à agremiação do Morumbi.

Ficha do jogo

São Paulo – Renan Ribeiro; Lucão, Maicon e Rodrigo Caio; Marcinho, Jucilei, Cícero e Junior Tavares; Cueva (Thomaz), Luiz Araújo (Chávez) e Lucas Pratto (Éder Militão)
Técnico: Rogério Ceni

Palmeiras – Fernando Prass; Yerry Mina, Felipe Melo (Borja) e Juninho; Mayke, Jean, Tchê Tchê e Michel Bastos; Alejandro Guerra (Keno) e Dudu: Willian (Róger Guedes)
Técnico: Cuca

Árbitro: Anderson Daronco (Fifa-RS) Assistentes: Elio Nepomuceno de Andrade Júnior e Rafael da Silva Alves


Conquista diante do ‘favorito’ Chelsea não ilude; Wenger tem que mudar
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De Vitor Birner

Chelsea 1×2 Arsenal

O otimismo do torcedor do Chelsea era muito maior que o dos 'supporters' dos Arsenal. A temporada do campeão da Premier League foi muito melhor que a do quinto colocado.

Nas duas últimas rodadas Antonio Conte poupou atletas, pois havia garantido a conquista, enquanto Arsene Wenger  teve que colocar os principais no gramado para tentar, em vão, classificar o clube à Liga dos Campeões.

O time elogiado tinha os principais jogadores disponíveis para a final da FA Cup e o criticado necessitava gerenciar ausências de machucados e suspensos, em especial atrás, o que forçou o técnico questionado a promover o retorno de Mertesacker após mais de um ano fora dos campos e optar pelo 3-4-3 similar ao sistema de jogo de Conte.

Baile e irregularidade

O andamento contrariou o que houve durante a temporada. O Arsenal ditou o ritmo, frequentou muito mais o campo de frente, e construiu os momentos de gol.

O que comemorou, aos 5 minutos, foi irregular.

Alexis Sanchez, após tentar o lançamento para Ramsey, disputou na entrada da área, a bola tocou no peito e no braço do atleta antes de sobrar para finalizar diante de Courtois.

O lance mostra como os adendos nas determinações do que é impedimento driblam a a própria regra e o futebol.

Ramsey, alguns metros adiantado, foi na direção da bola, depois notou que o colega de clube tinha condição melhor, parou e permitiu a finalização.

É óbvio que participou do lance, tal acontece em tantos que hoje são permitidos, mas apenas se o atleta disputasse a bola haveria o impedimento, afirmam os gestores do esporte.  O gol tinha que ser invalidado apenas pelo toque no braço do artilheiro.

Os 'blues, apesar do resultado, foram incapazes de alterarem o andamento.

O oponente continuou melhor. Construiu oportunidades, acertou a trave, Cahiil conseguiu tirar em cima da linha após Ozil finalizar e antes de Welbeck embaixo do travessão tocar para dentro, e apenas uma vez o Chelsea incomodou.

Mertesacker no carrinho preciso bloqueou a tentativa do Diego Costa dentro da área.

Simulação, bobeiras, Giroud e a comemoração  

O Chelsea, após o descanso dos atletas e papo com Antonio Conte, 'entrou' no jogo. Conseguiu empurrar o Arsenal para a área de Ospina e ditou ritmo em busca da igualdade.

Isso abriu lacunas no sistema de marcação para o time de Wenger, na transição em velocidade, ampliar o resultado.

O andamento dizia que era impossível saber quem mexeria no placar. Os 'blues' tinham a bola no campo de frente, conseguiam finalizar, e o oponente construía alguns momentos ao retomar a bola e investir nos lances diretos para o gol.

A exclusão de Moses facilitou previsões.

Tentou simular uma penalidade, tinha o amarelo, recebeu outro, e o Chelsea necessitava igualar. Restavam 23 minutos e os acréscimos para o encerramento.

Como o assunto é futebol, nem sempre tudo é tão simples e lógico. Diego Costa conseguiu empatar.

O centroavante, após o cruzamento, parou a bola na área e finalizou. Houve o desvio na zaga, que dificultou para Ospina e redundou na alegria do artilheiro.

 

As expressões dos atletas e torcedores do clube grande eram de abatimento e preocupação após a igualdade.

Liverpool  Arsenal e o Manchester United formam o trio dos maiores no país. O Chelsea – apesar de ter a Liga dos Campeões almejada no Emirates necessita mais para alcançar o patamar dos citados – tinha que recuar e investir no sistema de marcação sólido e contra-ataque eficaz que mostrou durante a temporada.

Wenger tirou Welbeck e pôs Giroud logo após o gol. O francês, na primeira vez que tocou na bola, conseguiu a assistência precisa para o Ramsey cabecear e festejar.

O Chelsea foi mole. A concentração que manteve em 38 rodadas na Premier League foi esquecida pouco mais de um minuto após conseguir o improvável empate.

O impacto do acerto de ganhador e equívoco de quem sonhou com o 'double' tornaram fácil a manutenção do resultado para a maior agremiação.

Técnico tem que alterar o planejamento

Os dirigentes não confirmaram se Wenger continua no clube. São 13 anos de jejum na Premier League.

Os reforços indicados pelo treinador renderam menos do que o time necessita. Recusou contratações em janelas de transferências, o clube manteve a grana e o elenco se mostrou incapaz de ganhar o torneio de pontos corridos e a Liga dos Campeões.

Merece enorme admiração porque montou times muito competitivos, alguns brilhantes como o do genial Henry mas, se permanecer, o número de acertos tem que aumentar.

A construção essencial do futebol solicita que nenhum personagem seja colocado acima de qualquer grande agremiação.

 

Ficha do jogo

Arsenal – David Ospina; Rob Holding, Per Mertesacker (cap) e Nacho Monreal; Hector Bellerin, Aaron Ramsey, Granit Xhaka e Alex Oxlade-Chamberlain (Francis Coquelin); Alexis Sanchez (Mohamed Elneny), Mesut Ozil e Danny Welbeck (Olivier Giroud)
Técnico: Arsene Wenger

Chelsea – Thibaut Courtois; Gary Cahill (cap), David Luiz e Cesar Azpilicueta; Victor Moses, N’Golo Kante, Nemanja Matic (Cesc Fabregas) e Marcos Alonso; Eden Hazard e Pedro (Willian); Diego Costa (Michy Batshuayi)
Técnico: Antonio Conte

Árbitro: Anthony Taylor – Auxiliares: Gary Beswick e Marc Perry

Público – 89,472

 


Gabigol poderia refletir sobre G. Jesus; ano passado dividiam preferências
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birner

De Vitor Birner

Em igual patamar

Em maio, ano passado, o país comparava o Gabriel revelado no Santos com o que atuava no Allianz Parque.  Havia opiniões distintas sobre qual tinha mais potencial.

O mercado, nem sempre sábio, acreditou em ambos e respondeu que o do Alviverde merecia maior investimento; a Internazionale topou gastar 27 milhões de euros e o City 32,75 milhões.   Os italianos exigiram a transferência imediata e os ingleses aguardaram o encerramento do nosso torneio de pontos corridos.

Os 'tifosi' receberam o artilheiro no aeroporto pleno, Os 'supporters' mostraram grande empolgação pela contratação do artilheiro promissor.

O impacto dos negócios e a expectativa gerada foram similares para a maioria dos analistas de futebol na Europa.

Desempenho na seleção é outra referência

A convocação inaugural de Tite teve os dois atletas.  O do Alviverde foi o único a entrar em campo.

Iniciou os jogos no time principal e brilhou com 2 gols dos 3 no resultado positivo diante do Equador. O pênalti que Neymar acertou foi no centroavante. Gabigol, desde então, foi uma das últimas opções dos três técnicos que a Inter teve na temporada.

A enorme disparidade após serem negociados

Gabriel Jesus continua em ascensão na Europa.  Agregou virtudes e aumentou a competitividade.

Mais decisões precisas no gramado,  que incluem acertos de assistências, finalizações, movimentação e contribuição ao sistema de marcação, rendem os elogios de Guardiola e da torcida.

Tenho convicção que o padrão de exigência do técnico renomado é maior que os de Frank de Boer, Stefano Piolli e do interino com o qual a Inter encerrará a temporada.

Gabigol entrou apenas 10 vezes no gramado.

Foi apresentado em Milão quatro meses antes do compatriota no City. Nunca atuou do início ao fim de qualquer jogo.   Começou na Copa da Itália diante do Bologna e saiu.  Nos do torneio de pontos corridos foi colocado sempre durante o 2°t. tem um gol na artilharia.  .

O atleta City foi cerca de quatro meses depois à Europa.  Apesar de necessitar de adaptação, rapidamente empolgou tanto o treinador quanto a torcida.

Fraturou o pé direito,  teve que ser operado, permaneceu 2 meses e meio ausente e, mesmo assim, comemorou 7 gols e 5 assistências.

Conseguiu número igual de jogos do concorrente pela vaga no elenco de Tite e a classificação para a Liga dos Campeões. .

O criticado permaneceu apenas 183 minutos em campo na Inter e o aplaudido 741 no City.

Os ingredientes do sucesso no futebol 

A Inter foi á Roma e ganhou da Lazio na última rodada. Gabriel, ao notar que o técnico fizera todas as alterações, foi embora antes do encerramento.

Isso mostra que os treinadores acertaram por oferecem poucas oportunidades ao centroavante. Havia outros atletas que gostariam de entrar no gramado, mas apenas um agiu como se fosse mais merecedor que os colegas do elenco.

O gesto foi consequência do que o dificulta para obter êxito na Itália. Apoiar quem atuou e conseguiu o inútil resultado positivo talvez seja uma das virtudes a agregar para elevar próprio desempenho.

Todos os atletas necessitam plena noção que formam o time e a técnica individual em prol do coletivo fortalece a possibilidade da conquista de torneios.

O centroavante pode ser eficaz na construção dos lances de gol, mas as vezes prefere o 'de efeito' e equivocado para mostrar capacidade. Aumenta a vulnerabilidade do sistema de marcação ou por achar que se joga apenas com a bola, ou pela incapacidade de avaliar a dinâmica no gramado e as necessidades dos jogos. Tem que somar tais virtudes essenciais e solidárias ao próprio futebol.

Contribuir antes de brilhar, oferecer como prioridade ao invés de receber, e aprender acima de mostrar são a receita.

Simples para quem ama o futebol

Abra a tabela de classificação, seja qual for o torneio, e ache o nome de jogador na pontuação. Há 'apenas'clubes.

Em suma, o atleta entra no gramado para somar pontos necessários à agremiação. A prioridade é o resultado que, se conquistado com excelência técnica, gera mais alegria à maioria dos torcedores.

O centroavante do City, por exemplo, sabe. Entra em no gramado para somar pontos à agremiação.

Calos da experiência .

Gabigol é alguns meses mais velho e menos maduro para labutar no futebol. Poderá assimilar o que necessita.  Cada ser humano tem o próprio tempo, se for humilde para refletir e melhorar.

Os equívocos são normais para quem é tão novo, curte ostentação, e cogita o sonho tecnicamente impossível de ser Neymar.

Pediu perdão numa carta formal e com perfil de escrita pela assessoria. Merece indulgência como qualquer ser da natureza.

A temporada mostrará se quer acima de tudo agregar as virtudes ou provar que é craque de futebol.


Ganhadores do 1° turno conquistaram os maiores torneios nacionais da Europa
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birner

De Vitor Birner

Esses conseguiram ampliar

Quem ganhou o turno dos maiores torneios de pontos corridos na Europa, encerrou a temporada comemorando.

Na Espanha, o Real Madrid obteve 2 a mais que o Barcelona e ampliou para 3 no returno. Os catalães ganharam o clássico no Bernabem e nem assim tiveram força para reverter o posicionamento na  classificação.

Na França, o Mônaco fez 3 pontos a mais que o PSG na metade inicial.  Aumentou para 8 no restante do campeonato. Impediu o penta dos parisienses.

O Benfica abriu 2 pontos para o Porto no turno e ampliou para meia dúzia no restante da temporada.

Na Alemanha, Bayern de Munique somou 3 pontos a mais que o Liepzig e encerrou 15 à frente na Bundesliga

Repare que todos os campeões citados ampliaram a vantagem no returno. Noutros países, aconteceu o contrário. A pontuação da primeira metade decidiu a conquista.

Disputa restrita ao norte da capital

Antonio Conte mostrou ao planeta conservador que o 3-4-3 com flutuação para o 4-5-1 é eficaz. Ninguém afirmava,antes do torneio, que o elenco dos 'blues' seria capaz de campanha tão regular e forte.

O Manchester United de Mourinho e Ibrahimovic foi elogiado antes do início e cogitado para retomar a hegemonia; o City poderia ser mágico sob as orientações de Guardiola, mas na prática o Tottenham foi o único a incomodar.

O gigante de Manchester encerrou em sexto. O clube mediano da cidade foi terceiro no torneio.

O de Pochettino e cia encerrou o turno 10 pontos atrás e foi segundo colocado na Premier League a 7 dos ganhadores.

A leitura dos números no futebol

A conquista pode ser construtiva para encerrar as análises de quem cita números frios ao respaldar plenamente argumentos sobre desempenhos e méritos.  Estatísticas são indispensáveis, desde que analisadas com sabedoria, ou apenas servem para reforçar palpites ao desprezarem as dinâmicas dos times em campo.

O Tottenham fez um gol a mais que os 'Blues',.e tomou menos.  O saldo, consequentemente, foi maior.

Além disso, perdeu menos. Foram 4 derrotas contra 5 do Chelsea nas 38 rodadas. Teve Kane como artilheiro do torneio.

A campanha diante da torcida foi muito acima da média.

Na última temporada no estádio em que atua desde 1899 – será demolido para a construção de uma Arena –  ninguém ganhou dos Spurs. O Leicester e o Liverpool foram os únicos que pontuaram. Conseguiram o empate.

O Chelsea obteve as 17 vitórias que o vice conseguiu diante dos próprios torcedores, mas houve dois tropeços.  O Cristal Palace e o clube de Jurgen Klopp ganharam no Stamford Bridge.

O problema dos Spurs foi a campanha noutros gramados. Os Blues, ao contrário, mantiveram o padrão e somaram a melhor pontuação seguidos pelo City, Manchester United e Liverpool.

Isso impediu o Tottenham de conquistar o torneio.

Nos jogos entre ambos uma comemoração de cada lado. Conte e cia conseguiram o 2×1 na ida e o oponente fez 2×0 em janeiro. Daquele momento em diante,  quem curte a Premier League sabe que o vice havia igualado ou ultrapassado por centímetros o padrão técnico e coletivo do campeão. Mas o desempenho dos clubes no turno inviabilizou que o em jejum ameaçasse a conquista.

Favorita mantém hegemonia e quer mais

A Juventus, na penúltima rodada, manteve os 4 pontos na frente da Roma e 5 do Napoli. Comemorou e poderá poupar o elenco na última rodada.

A prioridade é a Liga dos Campeões. Conseguiu gerenciar ambos os torneios porque no turno somou 7 a mais que o clube da capital e 9 que os ex de Maradona.

Tentará a inédita, para o clube, temporada plena de êxitos. Ganhou da Lazio com facilidade a Copa da Itália

Em nosso país

As rodadas iniciais do torneio de pontos corridos no Brasil merecem grande empolgação das torcidas, dirigentes, treinadores e elencos.

Podem ser decisivas nas conquista do troféu, vaga na Libertadores, ou permanência na elite do esporte.

Na maioria dos países da Europa sabemos, desde o começo, quem será campeão. Aqui na maioria das vezes podemos afirmar apenas se agremiação x ou y pertence ao grupo de favoritos.

O retrospecto nos pontos corridos  

O São Paulo ganhou em 2008. O Grêmio encerrara na liderança do turno. Essa foi a primeira vez que uma agremiação foi ultrapassada desde a implementação do atual formato. O mesmo aconteceu com o Internacional na temporada seguinte e Atlético em 2012,  ultrapassados por Flamengo e Fluminense;

Foram 14 edições do torneio.

Nas outras 11, nenhuma alteração houve na liderança da primeira metade e na do encerramento do encerramento do torneio de pontos corridos.