Blog do Birner

‘Dogma’ do São Paulo pode amaciar saída forçada do presidente

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De Vitor Birner

Carlos Miguel Aidar tende a renunciar, até terça-feira, para impedir que largue o cargo, depois, em condições mais complicadas.

Se não for embora por conta própria, Ataíde pode mostrar a gravação aos jornalistas e o Conselho terá que impor o impeachment.

Dentro do clube, importantes cardiais negociam para o fim de mandato ser o menos conturbado possível.

Lembro que o próximo gestor pode auditar os contratos, se encontrar todos, feitos no período Aidar e seguir a sangria.

A ideia, reza a cultura da agremiação, é não finalizar a pior administração presidencial da história do clube ''de um jeito são-paulino'', tal qual esses importantes conselheiros querem.

Traduzindo, solucionar tudo internamente.

O melhor que Aidar faz é apelar para a tradição.

Diminuirá o prejuízo pessoal limitando o mesmo ao mundo 'cartolístico'.

Dúvida

Se realmente houve corrupção e o apropriamento indevido de grana, tal qual afirmou Ataíde Gil Guerrero, é importante que restitua a monta aos cofres da instituição, inclusive se for de maneira silenciosa.

No país do rouba, mas faz, o que não falta é gente disposta a embolsar uma fortuna, a custo de arranhões pessoais, em troca do ingresso no mundo dos milionários.

Opções ruins e improváveis 

Seria péssimo para o São Paulo se Ataíde Gil Guerrero alterasse a postura de exigir a queda, pois ele é quem possui aquilo que a torna praticamente inevitável.

Ou se os cartolas, entre eles, negociarem com Aidar para alguém mandar no clube enquanto quem, pelo estatuto, tem tal direito, fica na função com seus poderes completamente esvaziados.

Ambas as pequenas possibilidades seriam uma lástima para a agremiação que precisa olhar para frente e fazer a reciclagem muito além da escolha de um presidente confiável.

Tem que mexer no modelo de governança e torná-lo mais contemporâneo.