Blog do Birner

Corinthians tem que rever política de preços para a Arena ser mais Itaquera

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De Vitor Birner

No gramado

O Corinthians patinava no 2° turno. Tinha campanha de rebaixado.

Os atletas não se concentravam como necessário em campo, os desempenhos individuais e coletivo precisavam, com urgência, melhorar. O Palmeiras diminuíra a margem de pontos.

O dérbi era o limite. O tropeço minaria a confiança do  elenco, fortaleceria a do oponente, que teria possibilidade da  remontada épica no torneio de pontos corridos.

A força

Eis que alguém, abençoado pela simplicidade dos sábios, lembrou o que o clube tem de mais valioso. Os portões foram abertos para o treinamento na véspera do clássico.

Milhares compareceram, festejaram, incentivaram o elenco.

Em campo, dia seguinte, os atletas retribuíram com empenho e concentração no cumprimento das orientações de Fábio Carille, mais acertos e uma atuação elogiável.

No dérbi o time atuou com a personalidade dos campeões e garantiu a conquista.

O anímico

No clássico, além de somar os pontos, o time recuperou a confiança no próprio futebol, tal qual mostrou nos jogos seguintes do torneio.

A mudança de comportamento dentro do gramado teve a contribuição do público no dia anterior ao dérbi.

Naquela tarde, a torcida foi o antídoto para tudo que impedia o melhor desempenho dos atletas.

A leste

Gente de Ermelino Matarazzo, Cidade Líder, São Miguel Paulista, Artur Alvim e  de outros bairros da região se uniram com a maioria de Itaquera e vivenciaram de perto a agremiação.

O time jogou o clássico por si, pela torcida que pode pagar e com a qual tem familiaridade, e pela 'convocada'  no momento da necessidade.

O mais sórdido é são os excluídos pelo apartaide econômico no futebol, os anônimos, por méritos elogiados, que continuarão torcendo na frente de uma televisão.

Dos endinheirados

Cartolas estimulam famílias nos estádios, mas inviabilizam para a maioria da região populosa frequentar o jogo.

A opção

Os dirigentes afirmam que o esporte é caro, têm razão, e que o programa de sócios torcedor oferece ingressos acessíveis. Não quero entrar no mérito do que é caro ou barato para a população.

Prefiro referências; o público de sábado tinha perfil distinto do que foi ao clássico. Lembrou o dos antigos frequentadores do Pacaembu, aqueles de antes da 'Ronaldização' do clube, e os atuais do setor norte na Arena de Itaquera.

Não estou dizendo há o pior é o melhor, certo ou equivocado.

Respeito opiniões.

Mas, quando se fala do maloqueiro e sofredor no sentido positivo, construtivo, de reverência á humildade e ao orgulho da própria origem, o povo excluído é o fiel ao perfil cantado na arquibancada.

Os cartolas precisam refletir sobre o que aconteceu no dia anterior ao do clássico. Têm que aumentar a possibilidade para essa gente frequentar a arquibancada nos jogos, inclusive se diminuírem as arrecadações e o faturamento da agremiação.

A democracia

Quem foi levantar o elenco continuará, durante os jogos, nos arredores da Arena de Itaquera. Aumentar o número de torcedores das classes sociais menos privilegiadas é fortalecer a alma do clube de Parque São Jorge.

Alguns pontos

Se coopera na preparação, repete nos jogos.

A arquibancada mais barulhenta é ingrediente relevante do futebol. As 'hinchadas', por exemplo, têm canções imitadas. Há torcidas de alguns países admiradas porque intensificam o ambiente.

São atrativos para o público, incluindo o da televisão. Além disso, contribuem para os times ganharem força dentro de campo.

O 'bairro' precisa entrar com mais moradores na Arena de Itaquera

O esporte

Estádio é para torcer, conviver, criar sensação de pertencimento, além de assistir ao futebol.

Se a ideia for ganhar dinheiro ou obter toda a arrecadação possível, inclusive contrariando a essência do que é a instituição, o estatuto deve se alterado.