Conheça a proposta de futebol, os atletas, técnico e virtudes do Lanús
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De Vitor Birner
A vivência
O Lanús tem muitos atletas rodados. A média de idade do time que iniciou em campo na épica remontada diante do River Plate é de 27 anos.
Apenas o zagueiro paraguaio García, contratado por 475 mil euros no Unión de Santa Fe, nunca conquistou um grande torneio nacional ou continental.
O elenco não tem colecionadores de títulos, mas há outras virtudes.
Como 'hinchas'
O leitor apegado ao futebol admira a reverência que muitos atletas 'hermanos' têm pelos clubes onde começaram ou que são torcedores. Isso é parte da cultura da boleiragem no país.
O goleiro Andrada, de 26 anos, e o atacante Acosta, de 27, iniciaram no Lanús. O artilheiro Sand, de 37, revelado pelo River Plate, o lateral Velásquez de 37, contratado pela primeira vez pelo 'Granate' no Ferro Carril Oeste há 14, e Pasquini de 26, há meia década no elenco, tem mais que obrigações protocolares com a agremiação.
O único que não esteve na conquista conquista da Copa Sul-Americana foi o ídolo e centroavante. Todos têm muita afinidade com o clube. Atuar na final de Libertadores é uma oportunidade rara para qualquer atleta e se torna mais especial aos que valorizam com sinceridade o manto que trajam.
Os veteranos Sand e Velásquez a avaliam como a última de atingirem o ápice na América do Sul.
O elenco
Andrada – o goleiro é constantemente acionado para atuar com os pés. Investe em lançamentos para os atacantes quando o time, com 4 atletas ou mais, 'ataca o espaço' na linha de zagueiros e laterais para conseguir o gol.
J. Gómez – lateral direito, tem 53 jogos pelo clube, 1 gol e 3 assistências, uma delas na Libertadores. Avança, brilha pouco pela habilidade, se esforça, é coletivo e contribui mais com o sistema de marcação.
Garcia – zagueiro na direita, oscilou no início diante do River Plate, depois foi consistente nos cruzamentos. Parece -assisti poucos jogos – melhor nesses lances que com os pés.
Braghieri – típico zagueiro, atua na esquerda da dupla, 30 anos, 1m87, e mais competente nos cruzamentos.
Velásquez – lateral esquerdo, atuou em todas, durante a carreira, na primeira linha. Tem mais virtudes na marcação que na criação. A idade que oferece rodagem solicita atenção do volante no setor.
Marcone – volante, 28 anos, atua por dentro no trio e permanece mais recuado que os colegas no setor.
Martínez – volante na direita, 34 anos, é o habilidoso do trio. Tem melhor toque de bola e mais capacidade na criação.
Pasquini – atua como volante, mas é lateral, na esquerda do trio. Joga no meio porque Aguirre, melhor nos toques, foi incapaz de oferecer força e vitalidade necessárias. Tem que infiltrar na área, criar e recompor o sistema de marcação com velocidade porque o lateral com quem joga tem 37 anos.
Alejandro Garcia – é ala na direita, mas atua como atacante no 4-3-3 implementado há muitas temporadas. Entendo a opção do treinador para o uruguaio de 28 anos. Intenso e com a cultura tradicional de futebol do país, é quem recompõe o quarteto no meio, tem as características para isso, quando o oponente mantém a bola no campo de frente.
Acosta – é o atleta mais habilidoso do elenco. Atua no ataque do lado esquerdo (é destro) com intensidade, velocidade e dribles. Tem 29 anos. Foi do Espanyol e do Boca Juniors, onde não repetiu as atuações pelo clube do sul da grande Buenos Aires. São 27 jogos, 8 gols, 3 assistências e 3 amarelos com o Lanús nas Libertadores. São 185 atuações ao todo, somadas essas, e 38 gols, 32 assistências, 31 amarelos e quatro exclusões porque recebeu 2 no jogo. Foi convocado por Sampaoli para as eliminatórias contra Uruguai e Venezuela. Atuou desde o início no empate frente o lanterna do torneio.
Sand – rodou por muitos time, o Vitória foi um, e iniciou nas categorias de base do River Plate. No 'Granate' adoram o centroavante. O Lanús tem duas conquistas no torneio nacional, ambas com o artilheiro. Noutro momento como jogador, atuou no meio de campo. Na Libertadores, pelo clube, foram 24 jogos, 13 gols e 4 assistências. Ao todo foram 138 atuações, 97 gols e 19 toques para os colegas comemorarem. Duas vezes convocado por Alfio Basile aos 28 anos, jogou 7 minutos diante do Chile naquela eliminatória.
* Citei quem iniciou a semifinal no La Fortaleza. Estatísticas dos atletas são do transfermarkt
O coletivo
O Lanús mantém igual proposta de futebol há algumas temporadas. Jorge Almirón, volante marcador quando atleta, gosta que atue pelo gol.
O treinador foi ao clube em 2015. Manteve o que Guillermo Barros Schelotto, o antecessor, que permaneceu um triênio na instituição, tinha implementado.
Quis agregar opções ao coletivo e o principal problema que teve de gerenciar no time foi após o Milan contratar Gómez, o principal zagueiro da agremiação.
A manutenção de uma proposta e de grande parte do elenco por temporadas facilita o entrosamento nos gramados.
A proposta
O time investe nos lançamentos para os atletas adiantados. Pasquini avança e forma o quarteto que é acionado contra os laterais e zagueiros dos oponentes.
Todos, incluindo o goleiro, participam da transição à frente.
Prefere ter iniciativa e ditar o ritmo em campo, mas tem a boa opção citada, em especial diante de quem atua com as linhas avançadas, para construir momentos de gol.
Tenta atuar pelos lados quando tem a bola.
Uma comparação
O Grêmio eliminou o Barcelona, que investe muito na criação por ambos os lados.
O time do Equador tem recursos técnicos mais pobres e ganha na força física dos estreantes em final de Libertadores.
O resumo
O Lanús tem o coletivo, rodagem para manter a concentração e conseguir a remontada contra o gigante na semifinal, raça, algumas opções de habilidade com a bola e melhorou nos jogos eliminatórios.
Um bom time no momento positivo, algo essencial para o mata-mata. Há alguns com melhor elenco no continente.
O esporte
O Grêmio tem muito mais possibilidade nessa final que na última pelo torneio. Os jogos solicitam acertos além dos técnicos com a bola.
O anímico entra no gramado, porque todo equívoco pode impedir a conquista. Muitos esquecem, mas é mata-mata, Libertadores e futebol.