Oswaldo de Oliveira tem que gerenciar muitos problemas de planejamento
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De Vitor Birner
No vácuo
Supervalorizado, tal qual Oswaldo de Oliveira afirmou, ou não, o elenco do Atlético podia jogar futebol melhor do que apresentou até agora na temporada.
Minhas dúvidas, após a declaração, aumentaram.
Os antecessores foram os grandes entraves para a conquista de mais resultados positivos?
O clube escolheu o mais capaz para o momento do elenco?
O que o técnico pode implementar rapidamente para elevar o padrão nesses cerca de 2 meses restantes do Brasileirão? No resumo do que assistimos desde o início do planejamento, a melhora dos atletas, ou a do treinador, é mais urgente para a agremiação?
Roteiro
Os desempenhos de Fred, Robinho e Cazares, referências técnicas – os dois primeiros são lideranças do elenco – estão muito abaixo do planejado pelos cartolas.
Os dirigentes previram rendimentos similares aos do ano passado. Os veteranos seriam os alicerces do clube na conquista de torneios, em especial na Libertadores.
Têm experiência, técnica, mas a teoria foi goleada pela reza da cartilha mais simples do futebol.
Quando um elenco se esforça e corre pelos mais bem remunerados, esses têm obrigação de garantir o bicho com resultados positivos.
Fred e Robinho são quase nulos nos momentos em que os oponentes mantêm a bola. São praticamente omissos no sistema de marcação.
Os técnicos, cientes de tais características, montaram as propostas de futebol e facilitaram aos mais habilidosos.
A falta de retribuição esportiva para treinadores e elenco interferiu no ambiente e, consequentemente, na construção do coletivo competitivo, seja no CT ou nos jogos.
A leitura
Robinho foi para reserva, mas a rotina tem padrão.
Como na maioria dos grupos de seres humanos, construir do nada é mais fácil que alterar profundamente rotinas. A impressão, de fora, é que falta algo e o cerne disso é apenas a repetição de um clichê do futebol.
Por mais que algumas decisões de Micale e Roger tenham sido na prática equivocadas, seria pobre afirmar que os grandes problemas do time são táticos e basta solucioná-los para conseguir sequência de resultados positivos.
A direção não tem como mexer agora na estrutura do elenco.
Oswaldo de Oliveira terá muito o que gerenciar. Crê que permanecerá até dezembro da próxima temporada.
Habilidade, rodagem e a sorte
Ou ganhará jogos, ou os cartolas que mostraram facilmente o bilhete azul para os antecessores vão alterar a política de gestão do futebol.
De imediato, mais que fortalecer o coletivo com acertos de escalação e posicionamento dos atletas, precisa, dialogando, convencer os operários que ninguém terá privilégios e os privilegiados a mostrarem o que podem nos gramados.
Se conseguir brevemente, merecerá muitos aplausos.