São Paulo merecia ganhar; Corinthians teve sorte na arbitragem
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De Vitor Birner
São Paulo 1×1 Corinthians
O time do Morumbi merecia ganhar. Mais que jogar melhor, isso é detalhe que aumenta a possibilidade do resultado positivo no esporte que exige precisão nas finalizações , conseguiu o gol e a arbitragem invalidou.
Em quase todos os momentos decisivos, incluindo os interpretativos, Carille e cia tiveram sorte nas opções de quem foi ao campo para permitir aos atletas, e mais ninguém, determinarem o resultado.
O líder encerrou o clássico alegre e a agremiação que tenta permanecer na elite incomodada com o empate. Tais reações refletem o futebol de ambas e a atuação de quem impõe as regras dentro do gramado.
Balança desregulada
O elenco e o Dorival podem reclamar. A arbitragem impediu o São Paulo de ganhar.
O recuo de Pablo para o Cássio nem merece debate. Certamente tocou para o goleiro e sequer imaginou que o atleta convocado pelo Tite seguraria com as mãos. O clássico teve mais equívocos na imposição das regras.
Lucas Fernandes tomou o amarelo porque pisou, sem querer, em Maycon. O volante repetiu o lance em Petros e a arbitragem manteve o cartão no bolso.
A bola bateu na mão de Pablo que tentou evitar o contato. No critério original, que nunca deveria ter sido alterado, segue o jogo. O atual torna o lance interpretativo, e o árbitro escolheu um lado.
Noutro, o mais capital de todos, Cássio se equivocou ao optar por tentar espalmar a bola. Provocou o choque com Lucas Pratto que estava parado e havia sido empurrado por Balbuena, mesmo assim o São Paulo conseguiu o 2×0 e pateticamente o lance foi invalidado.
O centroavante não tem obrigação de sair da frente para o goleiro. Ao contrário; tinha a vantagem que a regra oferece por ocupar antes aquele lugar no gramado.
O rigor sumiu no gol de empate. Não acho que foi falta de Rodriguinho, como não acho que Pablo cometeu o pênalti. Mas tanto faz o que penso. O critério adotado no torneio é a referência.
Então, naquele momento em que Júnior Tavares bobeou, a arbitragem têm que considerar o tal do ''braço direito do meia nas costas do lateral'' tal qual ouvi e assisti na absoluta maioria das vezes, em lances similares, nessa e na edição anterior do torneio. .
De quebra teve a comemoração de Gabriel no gol de empate que não interferiu no resultado.
Fábio Carille tirou o volante para otimizar a criação. O quarto árbitro viu. Foi quem pediu aos atletas para sentarem. Silenciou diante do gesto que a regra determina a exclusão de qualquer atleta. Cueva recentemente ganhou o amarelo porque comemorou uma vez com as mãos nos ouvidos e Lugano recebeu alguns por entrar para festejar apenas com os colegas outros dentro do gramado.
Em suma, na dúvida e onde nem sequer deveria ter alguma, a arbitragem pendeu para um lado diante do Morumbi lotado e com muito barulho na arquibancada. .O Corinthians pode reclamar porque o Petros se atirou no gramado e Rodriguinho recebeu o amarelo.
O andamento
O resultado foi bom apenas para o Corinthians. O São Paulo, melhor nas partes técnica e coletiva, saiu decepcionado de campo.
No 1°t, apenas um time jogou futebol. O do Morumbi teve iniciativa, ditou o ritmo, se impôs, teve dinâmica muito melhor que a do Corinthians.
Manteve a bola no campo de frente e pacientemente, com inteligência, variou as tentativas de achar lacunas no ferrolho montado por Fábio Carille, e quando perdia a bola a recuperava com facilidade.
Sidão apenas observou a primeira metade do jogo
Petros, numa difícil e precisa finalização, comemorou e tornou o andamento compatível ao resultado. Depois o time recuou, pois manter intensidade tão grande seria inviável para qualquer elenco no planeta.
Mesmo assim, Hernanes, que atuou como 2° volante para Cueva iniciar na meia, quase ampliou o resultado e aconteceu o gol de Militão que pateticamente foi invalidado.
O recuou permitiu ao Corinthians finalmente frequentar o campo de frente. Carille foi alterando a escalação para aumentar a criação, até então nula. Marquinhos Gabriel entrou na vaga de Jadson, e depois Cleisson na de Gabriel. .
Tinha dificuldade para achar brechas e finalizar.
No empate, além da interpretação da arbitragem, Júnior Tavares bobeou, Rodriguinho teve categoria, Sidão conseguiu espalmar a primeira finalização e Cleisson merece elogios pela precisa na conclusão do lance.
Dorival havia alterado corretamente.
Cueva cansou e o treinador optou por Jucilei. Reforçou o sistema de marcação e a capacidade do time manter a bola, pois ganhava e podia ditar o ritmo. Antes, optara por Denilson na vaga do discreto Lucas Fernandes .
Na última mexida. Marcos Guilherme, extremamente dedicado para o coletivo, se cansou e o Maicosuel foi para o gramado.
Carille tirou Romero e pôs o Camacho. Recompôs o sistema de marcação porque diante de tudo que acontecera em campo e da classificação no torneio, era muito agradável sabor do empate.
Mais que espinhos
No Morumbi, ao contrário, além da sensação de ter sido prejudicado, restou de positivo outra atuação que mostrou a melhora que acontece há algumas rodadas.
Mas o time, para adquirir a confiança e consolidar o desempenho construtivo, precisa ganhar.
Se tropeçar diante do Sport, desperdiçará uma parte da construção.
Ficha do jogo
São Paulo – Sidão; Éder Militão, Robert Arboleda, Rodrigo Caio e Júnior Tavares; Petros; Marcos Guilherme (Maicosuel), Hernanes, Christian Cueva (Jucilei) e Lucas Fernandes (Denilson); Lucas Pratto
Técnico: Dorival Júnior
Corinthians – Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel (Clayson) e Maycon; Jadson (Marquinhos Gabriel), Rodriguinho e Romero (Camacho); Jô
Técnico: Fábio Carille
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ) Assistentes: Rodrigo Henrique Corrêa e Thiago Henrique Neto Corrêa