Perdão pelo termo; mandar Dorival embora seria burrice
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De Vitor Birner
Os elogios
Nenhum comentário deste post menospreza a Ponte Preta. O time empatou por méritos, soube aproveitar as dificuldades do oponente. e teve oportunidades para ganhar.
O texto é sobre o porquê de o clube do Morumbi mais uma vez desmoronar em campo
A inútil evolução
Deve ter sido o primeiro jogo do São Paulo em toda a temporada, incluindo os diante dos clubes pequenos no Estadual, que o oponente não entrou nenhuma vez tabelando na área e finalizou em frente ao goleiro.
A distância entre as linhas de trás e do meio diminuiu, anulou a transição em velocidade da Ponte Preta, Hernanes recuou e formou o quinteto em frente aos zagueiros, no 1°t o time teve a paciência para tocar a bola contra a bem posicionada Ponte Preta, e mesmo com a dificuldade na criação atuou no entorno da área e incomodou.
Quatro vezes finalizou e não permitiu aos campineiros testarem uma vez sequer o Sidão; conseguiu o gol na exímia cobrança de falta do Hernanes e depois optou pelo contra-ataque para ganhar.
Lucas Fernandes e Hernanes tiveram oportunidades em que podiam ampliar o resultado.
No equívoco de Aranha, o estreante Bruno Alves e o grande público comemoram o 2×0. A agremiação do Morumbi tinha tudo para garantir a alegria da torcida e do próprio elenco.
Como ''el fantasma de la B'', tal qual definem os 'hermanos', assombra o clube, enquanto não conseguir uma sequência de resultados positivos estará sempre sujeito aos capítulos que constroem o desastre esportivo de gigantes.
Os dois
Hernanes, por óbvios motivos citados, nem esbarra nas críticas. Merece elogios.
Dorival recebeu várias, a maioria equivocada. Em quase todos os cruzamentos havia alguém marcando. Uma vez, com Lucca, o oponente finalizou sozinho.
Antes, houve o desvio de cabeça do atleta marcado. Os tropeços foram individuais, de técnica e de leitura do lance por parte do atleta.
O empate
Duas vezes o Sidão teve que impedir gols, antes da exclusão e pênalti do Jucilei.
Numa falta de longe que o Danilo finalizou no meio, e no cabaceio de Luan Peres, que exigiu mais do goleiro. O posicionamento do sistema de marcação era o necessário, Pratto escorregou e por isso facilitou.
O zagueiro goleou o centroavante nesse momento e nas disputas em que o hermano' foi acionado na transição em velocidade. Ganhou todas. .
A Ponte Preta tinha colocado o centroavante Léo Gamalho e tirado o volante Elton do meio de campo porque investiria nos cruzamentos.
Sidão teve dúvidas se outro jogador cabecearia e, atrasado, espalmou para baixo e no meio da área. Após a finalização forte aconteceu o indiscutível pênalti. Danilo foi preciso e comemorou.
O jogo, após o cartão ao volante, foi da Ponte Preta, mas não porque houve grandes problemas coletivos no São Paulo.
Continuou criando apenas nos cruzamentos e se aproveitando de equívocos que serão encerrados com melhora nos desempenhos individuais. No lance que Léo Gamalho acertou o travessão o lançamento foi de longe. O meio de campo podia encurtar para dificultar, mas o centroavante se antecipou facilmente ao Rodrigo Caio. O zagueiro estava de frente para a bola e tinha que ganhar a disputa de cabeça.
No empate, o equívoco foi de leitura do zagueiro de Tite.
O atleta da seleção necessitava atenção com Léo Gamalho, mas contribuiu para a construção da 'parede' de oponentes. Marcou o atleta do Bruno Alves e o cabeceio do centroavante foi irrepreensível. Havia o trio da Ponte Preta e o número igual de atletas do São Paulo naquele espaço da área. Esse equívoco de comunicação da dupla de zaga que se conheceu quarta-feira era impossível de ser evitado por qualquer técnico do planeta.
Depois, apesar do oponente ditar o ritmo, foram duas as oportunidades para o time do Morumbi conseguir o gol e uma do que havia empatado. Dorival conseguiu reconstruir o sistema de marcação.
Hernanes recuou para o setor de Jucilei e Lucas Pratto, em vários momentos. ao meio de campo. Mantiveram o quinteto em frente aos quartetos de laterais e zagueiros.
Comparação que nada constrói
A campanha para o treinador ganhar o bilhete azul dos cartolas continua. Há perfis distintos de quem força a diretoria a aumentar a lista de equívocos na gestão.
Alguns se incomodam pelos resultados e, por reflexo, necessitam alterações para terem mais esperança de permanência na elite do futebol. São bem intencionados, mas ignoram dinâmica no gramado e como é a construção de times competitivos no futebol.
Há outro perfil muito tradicional no esporte; são pessoas que afirmam querer o time forte, mas por ambição política dentro da agremiação sentem alguma satisfação, e se promovem com campanhas para a torcida.
O outro perfil é dos que criticam o atual ao treinador emendando comparações ao time do antecessor.
Esqueça os nomes e pense no clube. Nunca coloque os ídolos acima das instituições. Nem o Pelé, maior de todos os atletas no futebol, do Santos.
Essa teste pode ser por ausência de compreensão do futebol, ou por tietagem, ou por desonestidade intelectual. Entrarei na comparação porque ganhou força a teoria ruim para a agremiação.
Diante do Defensa y Justicia no Morumbi, após as mesmas duas semanas no CT da Barra Funda, os 'hermanos' conseguiram muitas finalizações na área, criaram com a bola, no contra-ataque e cruzamentos.
Estreavam em torneios do continente e mostraram mais futebol que o tricampeão da Libertadores.
O jogo foi após o quadrimestre e mais 10 dias da temporada. O técnico teve os jogos de estadual para aprimoramento, os atletas que foram para a Europa estavam no elenco, a pressão era a natural, comum e pequena nos padrões de clubes gigantes.
O atual estreou 1 mês e 27 dias antes do empate diante da Ponte Preta, herdou o time numa grande crise tática, técnica e a principal e mais difícil de solucionar, a de confiança dentro de campo.
Não teve jogos para testes. Necessita gerenciar o momento mais difícil da história do clube em torneios nacionais, o qual teve enorme contribuição do ídolo e da cartolagem que o contratou. Dorival precisou estrear o Bruno Alves que acertou na semana anterior. O tempo de Petros e do Hernanes no clube é inferior ao que Rogério Ceni teve com o elenco antes da debandada ao clubes europeus.
Apenas um dos técnicos contribuiu para a criação do problema .
E mais: excluir do raciocínio a pré-temporada, o estadual, como ambos os treinadores encontraram os atletas no Morumbi e as bases para a construção coletiva, é equívoco técnico, ou o que prefiro pular para manter a gentileza.
Que esses mantenham a linha de avaliação para todos os treinadores estreantes e que nunca montaram grandes times de futebol.
Reitero para os 'haters'
Tite demorou duas décadas para ser tão competente. O próprio fala do aprimoramento, que alterou conceitos e métodos, antes de conseguir o atual padrão.
Creio na capacidade de Rogério Ceni. É competitivo, muito dedicado, pode agregar a sabedoria necessária e retornar ao clube, mas na estreia como treinador teve dificuldades tradicionais para quem inicia e foi muito aquém do que precisava o elenco.
Nenhuma garantia
A classificação impede tropeços. Alguns jogadores têm medo de perder.
Estão muito abalados. Nem sequer negam nas entrevistas. Falta de confiança e concentração atrapalham o desempenho individual. A dificuldade para o treinador fortalecer o coletivo, por isso, é multiplicada.
Ninguém pode garantir que o São Paulo manterá a insuficiente evolução mostrada no empate. Pode piorar ou melhorar, os resultados nesse momento interferem muito na dinâmica do time dentro do gramado, pois apenas ganhando alguns jogos seguidos, Dorival e cia terão a confiança e a paz que aumentam a quantidade dos resultados positivos.
A conclusão
Nenhum goleiro do elenco solucionou os problemas embaixo das traves. Quem é fã do Denis ou do Renan, ou acha que o time teria somado mais pontos com algum preterido, tem o que criticar.
Isso é muito pouco diante de tudo o que acontece no CT da Barra Funda.
O bilhete azul para Dorival seria uma burrice neste momento. O mercado tem poucas opções e nenhuma conseguiu montar time mais forte que o do treinador na última temporada.