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São Paulo jogou pouco futebol e ganhou; Cruzeiro foi melhor e reclamou

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De Vitor Birner

São Paulo 3×2 Cruzeiro

O treinador alterou a proposta de futebol da agremiação do Morumbi.  O time ganhou o jogo que teve polêmicas e reclamações, com razão, de ambos os lados.

Mano colocou uma escalação alternativa e, mesmo assim, na maior parte do jogo o Cruzeiro conseguiu ditar o ritmo. Apesar de necessitar melhoras, o que almeja a conquista a Copa do Brasil está no estágio de preparação mais avançado que o do clube na região do rebaixamento.

A arbitragem cometeu alguns equívocos e alterou o resultado. Dois redundaram em gols.

O ídolo brilhou    

O Cruzeiro, apesar de Mano Meneses escalar muitos suplentes, foi melhor. Frequentou o campo de frente e Sassá desperdiçou o pênalti.

A formação alternativa teve Rafael Sóbis atuando como atacante e recuando para a meia, onde dividiu com o Robinho a criação. O  time ditou o ritmo e mesmo assim encontrou poucas brechas para finalizar.

Dorival Jr mexeu na proposta de jogo. Orientou o sistema de marcação a atuar mais recuado, abriu mão da bola, investiu em Marcinho e Marcos Roberto pelos lados e encarregou os dois tanto de permanecerem atentos nos avanços dos laterais do oponente quanto da transição em velocidade para construção dos gols.

Iniciou com Militão em vez de Jucilei  para tornar o time mais rápido na recomposição e nas coberturas.

O treinador provavelmente se incomodou com o desempenho. O time fechou mais lacunas, dificultou para Ezequiel e Bryan apoiarem, mas foi inoperante ao retomar a bola. O volante revelado nas categorias de base bobeou nos toques de bola e em alguns lances na compreensão de onde exatamente necessitava estar dentro do gramado.

O técnico, para aumentar a organização, o colocou na zaga e adiantou Rodrigo Caio para o meio de campo.

Fortaleceu o sistema de marcação, mas o São Paulo quase nunca teve a bola no entorno da área do oponente e foi praticamente nulo na criação.  mas no último momento comemorou o gol.  Na única falta que gerou expectativa da maioria no Morumbi, Hernanes foi preciso na finalização.

Mais brechas para os dois

Dorival tentou reorganizar o time com Jucilei na vaga de Militão. Mano manteve todos os atletas. Pela dinâmica do time, quis mais apoio dos laterais.

O número de oportunidades aumentou para ambas as agremiações. O São Paulo, que ganhava apesar da nulidade na criação, quase ampliou no início.  Petros colocou Marcinho diante de Rafael e o goleiro brilhou.

Em seguida, o Cruzeiro empurrou a agremiação do Morumbi para a área e rapidamente conseguiu os gols.

O futebol nacional

Foram necessários 9 minutos entre a única oportunidade que Marcinho desperdiçou e a virada do clube que atuará na semifinal da Copa do Brasil.

Aos 5, o São Paulo reclamou porque Buffarini sequer sabia que a bola tocaria no braço e nem se mexeu para impedir finalização e abrir a possibilidade de acontecer a falta que o árbitro impôs. Depois, no cruzamento,  houve comentaristas de arbitragem citando que Digão se apoiou em Arboleda e impediu o zagueiro de pular e disputa o cruzamento.

Sassá, com muita categoria e força, de puxeta igualou. O árbitro se equivocou na avaliação do lance com o lateral e acertou no lance do equatoriano com o estreante.

Robinho lançou Sassá e o centroavante por crer no lance aproveitou o equívoco de Rodrigo Caio para tomar a bola do jogador de Tite e finalizar.

O Cruzeiro mantinha a bola, ditava o ritmo, parecia dono do andamento, teve oportunidade para ampliar, mas após o escanteio de Hernanes a bola foi para Arboleda cabecear no canto direito.

O empate, naquele momento, foi uma improvável benção para a agremiação do Morumbi. Permitiu que retomasse a força para aumentar a competitividade.  Dorival tinha colocado o Gilberto e o Denilson nas vagas de Petros e Buffarini. Marcinho foi recuado à lateral, e Hernanes para ser o  2° volante.

No Cruzeiro, Hudson saiu; Henrique foi ao gramado.

Aos 34, Gilberto e Pratto tabelaram. O brasileiro avaliou que o Ezequiel tinha como alcançar antes a bola, pulou para tomar a frente e no ar o lateral tocou nas costas do artilheiro. O árbitro determinou o pênalti e gesticulou que o lateral deslocou o oponente com o empurrão.

Para mim nada houve. Tal contato é do futebol.

Essa subjetividade foi inventada dentro do país após reclamações de torcedores que creem na similaridade da cultura do pequenos 'campos' sintéticos e a dos gramados.  Hernanes, concentrado, apesar de ter o Morumbi nas costas, aguardou o goleiro pular antes de finalizar e comemorar.

Mano, imediatamente após o gol, foi para o tradicional tudo ou nada. Abriu mão de um lateral e elevou o potencial de criação com as saídas de Ezequiel e Nonoca e as entradas de Rafinha e Thiago Neves.

O time manteve a bola no campo de frente e em nenhum momento exigiu algo de Renan.

O último amarelo para Lucas Pratto foi outro exagero típico da arbitragem nacional. Digão mereceu ambos que recebeu nos acréscimos.

Rafael Sóbis foi outro excluído, mas após o encerramento.

Ficha do jogo

São Paulo – Renan Ribeiro; Buffarini (Denilson), Arboleda, Rodrigo Caio e Edimar; Militão (Jucilei); Marcinho, Petros (Gilberto), Hernanes e Marcos Guilherme; Pratto. Técnico: Dorival Júnior

Cruzeiro – Rafael: Ezequiel (Rafinha), Digão, Léo e Bryan; Nonoca (Thiago Neves), Hudson (Henrique) Robinho e Alisson: Rafael Sobis e Sassá
Técnico: Mano Menezes

Árbitro: Rafael Traci (PR) Assistentes: Ivan Carlos Bohn e Pedro Martinelli Christino