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Responsabilidade de Cuca aumenta após exclusão de Felipe M. do elenco

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De Vitor Birner

Treinador tem apoio

Ninguém pode reclamar que Alexandre Mattos não oferece ao técnico as condições para montar o time competitivo.  Cuca poderia permanecer após conquistar o Brasileirão, recebeu oferta do clube, mas tinha motivos muito compreensíveis para colocar a labuta em 2° plano.

Resolvidos os problemas e disponível para ser contratado, rapidamente o dirigente acertou com o treinador e, na janela de transferências, investiu em reforços. Bruno Henrique e o Deyverson foram aprovados pelo e custaram cerca de 10 milhões de euros.

Ou seja; o técnico tem forte elenco, respaldo, e a maioria das solicitações são atendidas pelos cartolas.

A exclusão do volante reforça

Felipe M. foi a principal contratação do clube que investe muito em reforços. Escolhido para liderar o elenco, em especial nos grandes jogos, e elevar o padrão dentro dos gramados.

A estruturação do grupo de atletas planejado por Eduardo Baptista, naquele momento a quarta opção do clube atrás de Cuca, Mano Meneses e Roger, tinha como base a proposta de futebol que o técnico pretendia implementar. As características do veterano são as ideias para o sistema de marcação por zona do início da temporada.

O atleta rodado, acima da média no país, muito competitivo, desenvolveu leitura de jogo para orientar como os colegas dentro de campo podiam fechar as lacunas entre as linhas.

A saída do técnico e a opção pelo Cuca alteraram a construção do time.

O atual comandante conhece futebol. Poderia, se quisesse, aprimorar o que o antecessor implementava, mas preferiu investir na transformação grande da proposta de futebol.

Abriu mão de estruturas coletivas em desenvolvimento. Prepara o sistema de marcação de duelos individuais, o time atuando em direção ao gol com velocidade, e o tempo de permanência com bola não é dogma como foi para o técnico que sucedeu.

O raciocínio tem lógica. Quer a proposta de futebol similar ou igual a da conquista do torneio de pontos corridos. A direção manteve a maioria do elenco, isso podia abreviar a transição de propostas, mas o desempenho nos gramados continua abaixo das possibilidades do elenco.

O treinador imaginava o coletivo no estágio acima do atual e a direção esperava futebol melhor que no êxito do Brasileirão.

Cuca citou, recentemente, que tenta achar o time e o esquema tático. O clube tem 12 pontos menos que o Corinthians, desempenho vexatório diante do potencial de ambos os elencos.

A eliminação na Copa do Brasil e a disputa por vaga nas quartas de final da Libertadores, semana que vem no Allianz Parque, encerraram o prazo de acertos essenciais. Tem que organizar o time para atuar em nível melhor contra a zebra de Guaiaquil.

As características do volante sugerem dificuldades para se adaptar ao que o treinador implementa.

Discutiram em altos brados após a desclassificação no mata-mata nacional.

O técnico, parece, aproveitou para tirar do elenco quem vetaria, se tivesse iniciado a temporada no Palmeiras.

Poderia solicitar para a direção mais uma multa ao jogador, ou sequer relacionar o volante, tal qual na última rodada.

Havia etapas a cumprir antes de optar por encerrar a breve e frustrante permanência de Felipe M. na agremiação.

As flores tem espinhos

O respaldo que os cartolas garantem é para facilitar ao treinador a montagem do time. A 'dispensa' da maior contratação aumentou a grande responsabilidade de o técnico ganhar algum torneio em andamento.

O técnico sabe que admiro o que implementou na maioria dos times. Há 14 anos o elogio.

Mas, restando 4 meses para o encerramento da temporada, podia ter escalação e proposta de futebol mais bem estruturadas, e de agora em diante agregar repertório e aperfeiçoar o coletivo.

O desempenho do Alviverde merecidamente considerado favorito em qualquer competição no continente é o seguinte na temporada.

Nenhuma atuação convincente na Libertadores – seja com Eduardo ou Cuca – dificuldade contra times muito mais fracos tecnicamente, mal na maioria dos clássicos, e oscilações nos pontos corridos.

Continuo achando que melhorará. Tem estrutura, grana, técnico e jogadores competentes.

Mas me pergunto se a exclusão da maior contratação era tão relevante para fortalecer o coletivo.

A dinâmica dentro dos gramados, mais que o resultado, mostrará se Cuca iniciou a veloz construção do time que mostra futebol à altura do elenco. Os principais ganhos por abrir mão do atleta com tanta rodagem têm que ser a união e o  rápido entrosamento no elenco.

De agora em diante o time tem que 'começar' a jogar.  Se demorar, o afastamento terá sido inócuo e apenas tende a diminuir o valor da transferência.