Blog do Birner

Perdão pelo termo: final de Libertadores em jogo único é uma imbecilidade

birner

De Vitor Birner

As riquezas culturais

O futebol reflete o que acontece na sociedade da qual está inserido. É muita viagem crer que o esporte será uma ilha de acertos ou de equívocos em meio ao cenário completamente antagônico nas ruas.

Isso vale para todas as esferas do jogo, menos dentro de campo, onde há regras específicas necessárias para uma atividade lúdica, a competitividade mais intensa e muitas vezes desprovida da ética indispensável na rotina fora dos estádios, e por isso a influência do externo é menor.

Na Europa, há mais educação e formalidade nas arquibancadas. Na América do Sul, a emoção transborda no canto e no grito de quem vai apoiar a amada agremiação.

As federações nacionais europeias são mais organizadas que as da América do Sul.

A sabedoria que dispensa o inconsciente popular de colonizado e colonizador exige que ambos absorvam o que avaliam ser construtivo na ideias do outro. Além disso, é necessário entender o que, por muitas distinções, serve para apenas um dos continentes.

Complexo de colonizado e mais lucro

O cidadão do continente hegemônico tem mais grana para viajar. Há uma cultura de conhecer os países vizinhos. As distâncias são menores e o transporte melhor.

Tanto é que, desde a primeira edição da Liga dos Campeões iniciada em 55, o torneio é decidido em jogo único.

Calleri, ao ser entrevistado por Sorin na ESPN, foi brilhante ao explicar o que observou na Premier League: Afirmou que o público vai para ver o espetáculo e não apenas torcer e assistir às pessoas jogando futebol.

Se referiu ao entorno e ambiente criado no maior torneio nacional do planeta.

Encerrar o mando de jogo na final da competição com mais adrenalina e alma dentro dos gramados é uma porrada no queixo, seguida de abertura de contagem, do futebol. Mesmo se for mais rentável, será benefício para os cartolas em detrimento do que pertence aos torcedores.

Uma imitação barata, caricata, burocrática e elitista do que tem razão para existir apenas na Europa.

OBS; muito, muito, muito raramente optou por termo tal qual  que preferi na manchete. Dessa vez achei necessário para definir a iniciativa de alguns cartolas.