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Saiba por que o Corinthians goleou e o Vasco foi uma peneira

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De Vitor Birner

Vasco 2×5 Corinthians

O Corinthians, antes de ir para São Januário, tinha disputado 4 jogos, tomado um gol e comemorado cinco no torneio.

Saiu do Rio de Janeiro com o dobro à favor, o triplo contra, e alegre com a goleada. Foi uma atuação atípica dentro das propostas coletivas implementadas por Fábio Carille. É possível saber os porquês.

Agregou mais técnica

As ausências forçaram o treinador a alterar a formação. Perdeu intensidade e ganhou habilidade no meio de campo.

Tentou compensar em alguns setores porque imaginava a maior vulnerabilidade no sistema de marcação. O 4-2-3-1 teve om volante Paulo Roberto na lateral e Marquinhas Gabriel no trio, ambos do lado direito.  O improvisado pouco apoiou, pois não tem a capacidade do Fagner para avançar e recuar.

O meia tem a técnica necessária para ser titular, mas durante a temporada foi incapaz de se concentrar numa partida inteira e poderia se equivocar nas incumbências coletivas.  No jogo, tinha que fazer a parede em frente do colega e havia dúvidas de Carille sobre o desempenho.

Brilhou no 1°t e depois o lateral foi sobrecarregado em parte pela queda de rendimento do meia.

O trio teve o Clayson do lado em que Romero atua,  Jadson por dentro onde o torcedor se habituou a ver Rodriguinho,  e Marquinhos Gabriel completou a linha.  Maycon e Gabriel foram os volantes. . O revelado nas categorias de base normalmente apoia mais do que nesse jogo.

Deve ter sido a orientação do treinador, ciente das características dos atletas escalados, precavido por saber que esse time necessita aprimorar esse coletivo

Lentidão, displicência, físico e as lacunas

Milton Mendes tem  problemas para montar time coeso. As contratações reforçaram o elenco, mas são necessárias outras para o gigante oscilar pouco, alegrar a torcida e facilmente permanecer na elite.

Toda as zagas dom planeta necessitam proteção e modelo de jogo adequado.  Com Breno abaixo do potencial técnico e físico, e Paulão, a máxima do futebol ganha mais força. Alguns atletas do meio de campo se esqueceram e tornaram o time vulnerável

Yago Pikachu tinha que atuar diante do Gilberto; Douglas deveria fortalecer a direita. Na prática,  lateral-direito foi sobrecarregado pela mistura de falta de compreensão tática e ou preguiça de ambos para fecharem as lacunas no setor. .

Ambos se dedicaram muito mais com a bola e e em alguns momentos largaram a contribuição ao coletivo.

O treinador poderia optar pelo Nenê em vez do ala.  Guilherme Arana é o principal lateral na esquerda em atividade no país. Quem joga naquela região do campo precisa de 'pernas' para a disputa. Tem que recuar com iguais velocidade e intensidade as do oponente no apoio.

Corinthians inspirado diante de uma peneira

Repare no lance do 1° gol. Arana saiu do campo de trás sozinho, continuou no 'sprint' contra ninguém, recebeu a bola quase na linha de fundo e deu a assistência com enorme brecha para Marquinhos Gabriel comemorar.

Nem foi necessário o cruzamento. Tocou por baixo, rasteiro, para o colega na área finalizar. A construção do Alvinegro foi elogiável e compactação do Vasco inadmissível nos padrões atuais do futebol.

Impossível manter durante todo o jogo

Em seguida, o time de São Januário adiantou o sistema de marcação. Nessa proposta,  o time inteiro participou das tentativas de retomar a bola.

Conseguiu, em alguns momentos, impedir a transição do Corinthians à frente e ditou o ritmo. Mas é impossível manter intensidade necessária durante todo o jogo. Tomou mais um gol assim que houve a brecha n meio de campo.

Marquinhos Gabriel, com categoria, deu a assistência para Jô ganhar na velocidade do Paulão, driblar Martin Silva, finalizar com o gol vazio e comemorar.

Houve méritos na construção do líder e a recomposição lenta no sistema de marcação do clube que subiu da segundona.

A fácil retomada

Nenê entrou, Gilberto saiu, Pikachu foi para a lateral, e o sistema de marcação do Vasco ficou mais vulnerável.

O treinador tinha que aumentar a criatividade do time, pois necessitava gols, e foi para o discreto tudo ou nada.

O efeito foi radical. Em 4 minutos o o time igualou. Ambos os gols foram de Luís Fabiano, após cruzamentos.

Houve equívoco do sistema de marcação do Corinthians na falta e e do meio de campo que foi incapaz de manter a compactação.

Mas havia, do outro lado, a avenida na direita. Na primeira vez que o Corinthians foi à frente daquele lado, Cleyson pôs Maycon diante do goleiro e o volante finalizou para o gol.

Dali em diante,  o Corinthians tocou a bola, cadenciou o ritmo, e apenas quando o Vasco dificultou a transição e tentou cruzamentos houve alguma possibilidade para ceder de novo  empate.

Precisão simples de ser compreendida

Após o jogo, a precisão do Corinthians foi elogiada.

Finalizou 10 vezes e a metade foi gol. As estatísticas frias tem que ser esquecidas nessa matemática. O torcedor pode reparar em quais condições os atletas definiram os lances.

Todos foram dentro da área. Apenas no último houve alguém do Vasco mais ou menos próximo para dificultar a finalização.

Houve moleza para os artilheiros.

O que encerrou a goleada foi o mais elogiável. O lance durou 1 minuto e 4 segundos. O Alvinegro tocou de pé em pé, a bola foi por todos os setores do campo, antes de Clayton finalizar.

As agremiações

Essa formação tem que adquirir entrosamento para o Corinthians ser forte. Torna o sistema de marcação menos forte.

Por outro lado, se Carille necessitar, em algum momento, otimizar a criação,  pode ser uma alternativa.

Se Marquinhos Gabriel for mais regular com a bola e comprometido nos desarmes,  o treinador ganha o reforço que eleva o padrão e está no elenco.

Milton Mendes tem que ser muito hábil para tentar minimizar as oscilações.

O elenco dificulta a montagem de time capaz de criar e desarmar com regularidade. Ou abre mão de criatividade, ou de força no sistema de marcação. Então, o ideal é escolher qual privilegiar em cada partida e de acordo com a capacidade da outra agremiação.

Ficha do jogo

Vasco -Martín Silva; Gilberto (Nenê), Breno, Paulão e Henrique; Jean (Muriqui) e Douglas Luiz; Yago Pikachu, Matheus Pet e Kelvin (Manga Escobar); Luís Fabiano
Treinador: Mílton Mendes

Corinthians – Cássio; Paulo Roberto, Pedro Henrique, Pablo e Arana; Gabriel e Maycon; Marquinhos Gabriel (Clayton), Jadson (Giovanni Augusto) e Clayson (Pedrinho); Jô
Treinador: Fábio Carille

Árbitro: Wagner Reway (MT) Assistentes: Fabio Rodrigo Rubinho e Marcelo Grando