Blog do Birner

Andrés quer dirigir o futebol do Corinthians; a política ferve no clube

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De Vitor Birner

Pedido de impeachment

Roberto de Andrade foi eleito como candidato da situação. Andrés Sanchez era do time da política do mandatário,

Nos últimos meses, o cartola e deputado fez sutil oposição ao então colega de chapa. A fragmentação interna é grande. A maior mostra disso é o pedido de impeachment oficialmente protocolado e ganhando força nos bastidores do Parque São Jorge.

Tal movimentação interna é fruto de disputa pelo poder, crise econômica, resultados negativos dentro dos gramados, além da suposta falsidade ideológica do atual presidente porque teria assinado algum documento antes ser escolhido pelos associados para o cargo.

Roberto de Andrade sabe que Andrés Sanchez aprovou a iniciativa dos oposicionistas.

O ex-presidente contribuiu para a agremiação ter as atuais dificuldades. A Arena em Itaquera foi negociada pelo hoje deputado. O pleito ganho pelo com maiores poderes, apesar de ter contratado Pato quando era diretor de futebol e dos ínfimos percentuais de dinheiro ao clube em algumas transferências, teve a influência e foi referendado pelo dirigente mais renomado da agremiação.

Apoio e gerência do futebol

Criar obstáculos e oferecer quem os tire da frente: Essa tradicional prática da política em nosso país é marca em muitos clubes.

Andrés Sanchez, nos bastidores, comentou que topava assumir o futebol. A quem o escutou, citou contratação que pretendia para reforçar o elenco.

Semana passada, após o Roberto de Andrade sair do hospital, o deputado comentou isso com o mandatário, que recusou mexer agora na diretoria.

A oferta deixava implícito que haveria apoio para o presidente se manter no cargo.

A movimentação de recolhimento da quantidade das assinaturas que tornam relevante o pedido de impeachment era sabida por conselheiros de ambos os lados, Andrés Sanchez tinha força e conhecimento para tentar evitar ou enfraquecer a empreitada, mas deixa tudo seguir. O presidente enxerga a 'omissão' como estratégia de quem negociou e criou a dívida da Arena em Itaquera que dificulta a atual gestão.

Jogo dos bastidores tende a esquentar

Roberto de Andrade sabe que necessita apoio político para tentar diminuir o ímpeto do conselho no pedido de impeachment. Seria muita ingenuidade achar que a apreciação da pauta será simplesmente embasada em questões técnicas, e que os integrantes do órgão nenhuma influência terão na formação de opiniões e votação dos associados,

O presidente deve negociar o suporte. No futebol, em regra, são cedidas diretorias, além da autonomia aos ocupantes como barganha para o mandatário conseguir ter força na gestão. Isso sugere que a recusa pode ser alterada.

A própria demissão de Oswaldo de Oliveira é avaliada como medida política. O mandatário garantiu a permanência do treinador e ontem, quando seus pares vazaram informações, no momento inicial a ideia era a de manter quem orientou o elenco na reta final do torneio de pontos corridos.

Hoje tem reunião no conselho deliberativo.

Além pauta oficial que será colocada na ata, haverá outros assuntos e negociações políticas sendo debatidas nos corredores da agremiação.

Creio que, se questionados, o ex e o atual dirigente afirmarão que nada houve de oferta e na situação tudo continua em paz.