Blog do Birner

Inter necessita novo treinador; o ideal seria ter outro presidente

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De Vitor Birner

Havia treinadores melhores

O Inter, quando trouxe Argel, atualmente invicto no Figueirense, tinha que saber como o treinador pensa o futebol.

E ao escolher Falcão, que investiria em alguém com perfil oposto ao do antecessor e ainda 'devedor' de grandes momentos como técnico.

Hoje, como solução para os próprios equívocos de gestão, os cartolas mostraram o bilhete azul ao melhor volante que acompanhei e maior ídolo da agremiação, pois os resultados são abaixo da crítica.

A velha história do futebol

Os cartolas cometem gafes mais que óbvias, equívocos primários e previsíveis, quando contratam atletas ou técnicos, depois trocam os funcionários e por isso muitas vezes aumentam as dívidas dos clubes.

Nunca renunciam por incompetência no exercício dos cargos. Os dirigentes fornecem mão de obra gratuita, mas, na prática, o custo de tais escolhas talvez seja maior que a remuneração de alguém capaz de fazer a labuta para qual os dirigentes foram eleitos.

Rescisões de técnicos, comissões de empresários dos jogadores comuns, reforços que não reforçam, ações trabalhistas, tudo onera o clube e diminui a capacidade para montar time mais qualificado às conquistas.

São centenas de milhões de reais para políticos administrarem e gastarem.

Pìfero tinha que mexer e renunciar    

O elenco do Inter é melhor que os resultados do time. A série de tropeços tem a ver com as escolhas do presente.

A correção de rumos era necessária e deveria ser mais ampla que simplesmente alteração de treinador. O próprio mandatário, se tiver amor pela agremiação, sabe que é possível gerir melhor o futebol. Deve ter alguém capaz de fazer o torcedor eleito presidente  mais feliz com os resultados dentro do gramado.

Nem questiono as contrações, pois algumas foram elogiáveis. Nico López é o mais promissor dos estrangeiros que chegaram na janela de transferências. Na Libertadores, qualquer pessoa amante do futebol observou o potencial do jogador.

Se trouxesse o jogador antes do torneio e por menos dinheiro teria feito algo especial ao invés de óbvio.

Sí se puede

A campanha no torneio de pontos corridos foi comprometida e restou a hipótese de ganhar a quase lotérica Copa do Brasil, que pode proporcionar, tal qual aconteceu noutras temporadas, ao clube rebaixado o sabor da conquista.

O Inter, pela qualidade do elenco se comparado aos dos concorrentes, não deve proporcionar tal desgosto ao torcedor e nem pode ser descartado no torneio que oferece apenas uma vaga na Libertadores.

Mesmo assim, é inquestionável que os equívocos de gestão superam os acertos.

O time tão grande necessita mais que torneio estadual.

Observe o grupo de atletas Grêmio. Roger não tem mais talento que o concorrente e gera regularmente futebol de qualidade melhor. Conseguirá enorme feito, se for campeão com o atual elenco.

A lógica das individualidades, do potencial, sugere que a Arena do Beira-Rio deveria ficar acima da que pertence ao Imortal Tricolor na pontuação dessa edição no torneio de pontos corridos.

Deixe alguém mais capaz optar

Por isso, o presidente do Internacional, se abdicasse do cargo,  faria algo positivo para o clube.

Como dificilmente acontecerá a saída – sequer deve compreender tecnicamente dinâmicas de futebol e consequentemente o que os treinadores podem proporcionar ao elenco – poderia solicitar a alguém mais capaz a escolha do próximo responsável por escalar e preparar o time para os jogos.

Tem, a favor, o desempenho atual. O futebol, dentro do gramado,  não ficará pior com a chegada de qualquer técnico.

O mercado 

Muito pobre de opções com rodagem e qualidade acima da média. Assim é o pacote dos treinadores no país.

Pífero deve ter cogitado o Luxa, apesar de nessa década ter sido um dos piores do país. Com certeza Celso Roth, campeão da Libertadores pela agremiação, provavelmente foi ao menos especulado nas conversas para saber em qual técnico investir.

Roth é como o Argel, todavia mais experiente, hoje em dia ainda melhor, e com rejeição tanto de colegas gaúchos quanto dos torcedores.

Há os mais novos.

Ávidos pelas oportunidades em clubes do tamanho do Inter, serão questionados por qualquer tropeço normal, além de terem que arrumar soluções imediatas ao time idealizado no inicio da temporada para priorizar a marcação, depois alterado com a meta de ser mais criativo, e que hoje é incapaz de fazer ambos porque essas mexidas filosóficas impediram o desenvolvimento da personalidade coletiva.

Os estrangeiros necessitam conhecer a cultura e os jogadores de nosso futebol. A maratona dos pontos corridos no calendário apertado tende a tornar mais lenta a adaptação. Tal ideia teria lógica se imediatamente fosse iniciado o planejamento para a próxima temporada.

Diego Aguirre, para incômodo de muitas, talvez fosse, agora, a melhor escolha.

Conhece elenco e o clube e pode abreviar a urgente melhora do futebol.

Se preferir o populismo, o cartola tem a possibilidade do Abelão. Deverá convencer o campeão do mundo a aceitar pegar o bone andando, o que o técnico em regra recusa, e gastar fortuna de salário para ter o funcionário conhecido pelo caráter elogiável e capacidade para fazer taticamente no máximo o arroz com feijão saboroso.