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A compreensível traição de Bauza; clube deveria investir noutro estrangeiro

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De Vitor Birner

O treinador, em junho, afirmou que não sairia porque respeita os contratos, a não ser que a outra parte queira.

Se referia aos dirigentes do Morumbi, que poderiam lhe mostrar o bilhete azul, apenas como hipótese normal do futebol.

Realmente pretendia cumprir o acordo com a agremiação. Talvez, naquele momento de sondagem para substituir Ramon Diaz na seleção paraguaia, sequer cogitou o convite para dirigir a equipe do país no qual nasceu.

Quando me coloco na posição do treinador entendo como era difícil recusar.

A Argentina tem dos elencos mais talentosos do meio campo para frente, o povo e os periodistas reclamam do jejum de conquistas que dura 23 anos, Messi disse que não atua mais pelo time, tudo pode ser consertado com algumas conversas e acertos táticos, e o técnico que conseguir o óbvio entrará para a história como o redentor da nação com fortíssima cultura de futebol.

Subirá vários degraus na profissão, terá os próximos contratos valorizados e outros benefícios pelo êxito. Apenas as questões do jogo ofereciam oportunidade tão rara quanto grande.

Além dessas, Edgardo Bauza tem apego, afeto, pelo país onde cresceu, morou e mantém enormes raízes.

Sabe aquela fábula do bonde da oportunidade que para uma vez e quem não pega se lembra disso muitas vezes e durante anos?

Isso não aconteceu com o treinador.

Foi racional, preferiu entrar para tentar realizar o sonho próprio e o dos milhões de 'hermanos' ao invés de fazer o que citou brevemente em uma dos montes de entrevistas.

Ninguém capaz de respeitar as individualidades afirmará que se equivocou por aceitar a oferta dos fracos cartolas argentinos e sair da agremiação do Morumbi.

Poderia recusar porque a gestão, a política da AFA, tem sido nociva ao esporte no país.

Marcelo Bielsa, por isso, sequer topou fazer a reunião solicitada por Armando Pérez, que encabeçou as negociações para a escolha do técnico.

As personalidades distintas explicam as propostas de futebol que implementam e a postura nessa questão; o 'leproso' é idealista e a o 'canalla' pragmático.

Agremiação do Morumbi e treinador da seleção argentina, agora, devem cuidar do próprio futuro.

Os cartolas e os torcedores compreendendo o que motivou a ida, e o treinador ciente que muitos ficaram incomodados por ter saído.

Não há comparação

Juan Carlos Osório sempre afirmou que sairia do São Paulo se houvesse oferta de selecionado que pode chegar ao Mundial Teve que gerenciar montes de problemas criados pela gestão de Aidar

Houve empresário entrando nos treinamentos, a mensagem nada cordial por SMS, além de promessas não cumpridas de contratações e permanências de atletas no elenco.

Edgardo Bauza não teve que administrar nada disso. Sabia, quando contratado, que a herança de crise financeira dificultaria a chegada dos reforços.

Tinha ideia que o elenco seria limitado na questão técnica.

A direção conseguiu alguns jogadores que o treinador pretendia, fez o possível para atender mais solicitações, e pelo que sei houve respeito, de ambos os lados, no dia-a-dia dentro do CT da Barra Funda.

A contratação de Buffarini mostra. A avaliação do departamento de futebol é que o elenco necessita de centroavante, mas como o técnico pediu muito o versátil atleta, houve o esforço e o investimento para a chegada do atualmente lateral.

Deveria insistir com os rosarinos 

O inexperiente 'Chacho' Coudet seria a aposta mais inteligente para substituir Bauza.  O time pode caminhar à frente com a alteração.  No Central mostrou a competência para agregar virtudes à proposta coletiva de futebol implementada pelo colega.

Se conhecem, são ídolos na agremiação, e creio que o mais rodado cooperaria para abreviar a adaptação de quem recentemente iniciou como treinador.

Para quem não sabe, o atual técnico da agremiação 'santafesina' atuou meio de campo, principalmente na direita, e foi conhecido pela raça, liderança e conquistas de torneios.

A noção de como atuam os compatriotas facilita a escolha do melhor time possível com o atual elenco do Morumbi.

A contratação

O link abaixo é do post da semana anterior, quando Bauza se transformou no favorito.

Tem, na ordem, os treinadores da AFA quis, os entraves para os acertos, e mostra que o escolhido era apenas o nome de número cinco.

http://blogdobirner.blogosfera.uol.com.br/2016/07/27/jornal-hermano-afirma-que-bauza-agora-e-o-favorito-para-treinar-a-selecao/