Proposta de Marcelo Oliveira se impôs contra a do Cuca; Galo mereceu ganhar
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De Vitor Birner
Palmeiras 0x1 Atlético
O Alviverde tenta impor grande velocidade no início dos jogos, em especial quando atua no Alliaz Parque.
Marcelo Oliveira, vaiado pelos torcedores, sabia disso e orientou o Atlético a tocar a bola no meio de campo.
Queria diminuir o ritmo, tornar o andamento mais moroso, impedir o oponente ficar no campo de frente e no entorno área, além de tentar o contra-ataque para conseguir o gol e ganhar.
Houve o duelo de estratégias antagônicas e dos melhores elencos do torneio.
O resultado mostra, na medida exata, qual proposta prevaleceu. A agremiação que almeja a liderança mereceu o resultado positivo.
Sobre os times
Cuca escalou Vagner na função de Fernando Prass e Erik na de Gabriel Jesus. Queria manter a mobilidade e a velocidade do sistema de criação.
Lucas Barrios e Alecsandro, por isso, iniciaram na reserva. Poderiam agregar força nos cruzamentos e fazer melhor o pivô, o que permitiria a quem atuou na meia tentar as tabelas com o centroavante trombando que jogaria de costas para os zagueiros.
Roger Guedes na direita, Dudu do outro lado e Cleiton Xavier, no meio, formaram o trio que atuou atrás do 'falso' centroavante.
O volante Tchê Tchê apoiou mais que o colega de posição Thiago Santos.
Os laterais Jean e Zé Roberto avançaram. O time tentou a marcação adiantada para impedir o Atlético de fazer a transição. Se mantivesse a bola no campo de frente, o Alviverde provavelmente conseguiria impor o ritmo que pretendia para facilitar a conquista do resultado positivo.
Em nenhum momento obteve êxito. Marcelo Oliveira posicionou Rafael Carioca e Leandro Donizette, os volantes, e Lucas Candido na mesma função.
Todos priorizaram o sistema de marcação. Quando o time não tinha a bola, Maicosuel, na direita, recuou para formar o quarteto no meio de campo.
Robinho fez o mesmo, mas apenas até a linha que divide o gramado.
Fred foi o centroavante.
Andamento que Marcelo Oliveira planejou
Em nenhum momento o Alviverde fez o ritmo de jogo ficar como Cuca idealizou. O Atlético ultrapassou o bloqueio feito pelos meias e atacantes do oponente e ficou com a bola no meio de campo.
Com os jogadores posicionados tal qual necessário, próximos uns dos outros, incluindo os laterais Carlos César e Fábio Santos, pois eram necessárias opções pelos lados para o time criar lacunas no sistema de marcação palmeirense, não teve nenhuma pressa para fazer o gol.
Demorou para finalizar. Conseguiu fazer isso com Robinho, após o zagueiro Vitor Hugo se equivocar no toque, e Vagner fez difícil intervenção.
Mesmo criando poucas oportunidades o Atlético manteve o jogo como queria.
O Palmeiras não conseguiu entrar na área para finalizar. Quando Cuca optou por jogadores rápidos e mais baixos, imaginou que seriam capazes de tabelar, ficarem na frente do goleiro para finalizar e terem grandes momentos para comemorar.
A agremiação de Marcelo Oliveira, com a frieza de quem possui jogadores experientes, cometeu poucos equívocos de marcação.
Manteve a proposta de futebol feita pelo treinador. Teve inteligência para criar a oportunidade, foi racional, aguardou a brecha como se soubesse que conseguiria ao menos uma grande e isso bastaria para fazer o gol e ganhar. A prioridade era impedir o Palmeiras de ditar o ritmo e trazer a torcida para 'dentro' do gramado.
Nisso, a atuação da agremiação de Marcelo Oliveira foi irretocável.
Impacto das mexidas e o gol
Thiago Santos se machucou. Matheus Salles entrou para exercer função igual do jogador de meio de campo que priorizou a parte defensiva e menos participou da criação.
No mesmo minuto da alteração, o Atlético, após elogiável lance no qual a bola foi tocada por Fábio Santos, Fred e Robinho, ficou em frente ao Vagner e Leandro Donizete comemorou.
O golaço reforçou a proposta do time e fez Cuca alterar a que implementou. O palmeirense colocou Lucas Barrios, tirou Cleiton Xavier que pouco fez, recuou Erik para aumentar a velocidade do trio e ter o centroavante na área capaz de fazer o pivô e aproveitar os cruzamentos.
A mexida não alterou absolutamente nada o andamento do jogo. O treinador observou isso, em seguida pôs Alecsandro, o Erik saiu,. Obviamente, o Alviverde após isso insistiu mais nos cruzamentos.
No Atlético, Marcelo Oliveira reforçou o contra-ataque ao trocar Maicosuel por Luan. O atleta que ficou ausente durante meses porque se machucou é o principal do elenco, além de ser fundamental para melhorar a a dinâmica coletiva.
Depois, com Lucas Pratto entrando na vaga de Fred aumentou a velocidade na frente e ganhou jogadores que participam mais do sistema de marcação. Ambas as mexidas, assim como a leitura de jogo do técnico, foram precisas.
Leandro Donizete se cansou e Yago foi ao gramado para manter pegada no meio de campo.
Em nenhum momento o Alviverde conseguiu ditar o ritmo do jogo.
Tentou no tradicional abafa o gol de empate, mas teve muita dificuldade para ganhar as disputas nos cruzamentos.
O Atlético foi competente nisso e noutros aspectos que geraram o placar que explica o que ambas as agremiações mostraram no gramado do Allianz Parque
Dessa vez ninguém irá reclamar
O resultado foi consequência apenas dos equívocos e acertos de quem foi ao gramado para chutar e cabecear. Creio que não houve torcidas indignadas com quem impôs as regras do jogo.
Ficha do jogo
Palmeiras – Vagner; Jean, Edu Dracena, Vitor Hugo e Zé Roberto; Thiago Santos (Matheus Sales) e Tchê Tchê; Róger Guedes, Cleiton Xavier (Lucas Barrios) e Dudu; Erik (Alecsandro)
Técnico: Cuca
Atlético – Victor; Carlos César, Leonardo Silva, Erazo e Fábio Santos; Leandro Donizete (Yago), Rafael Carioca e Lucas Cândido; Maicosuel (Luan), Fred (Lucas Pratto) e Robinho.
Técnico: Marcelo Oliveira
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ) Assistentes: Dibert Pedrosa Moisés e Luiz Claudio Regazone