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São Paulo tem que se superar na semifinal; torcida precisa jogar com o time

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De Vitor Birner

Pés no chão

O São Paulo, poucos meses atrás nessa temporada, tinha o elenco rachado, a torcida contra o time a parte da diretoria com posicionamento igual.

A crise financeira muito grande, difícil de ser administrada, impedia grandes contratações.  Eram necessárias medidas certeiras dos gestores. Havia minúscula margem para os equívocos ao buscar jogadores.

A realidade esquecida por muitos é simples; a maioria da pessoas sequer acreditava que o time se classificaria às oitavas-de-final da Libertadores, mas houve alterações na relação de cartolas e jogadores, e todos começaram a correr na mesma direção dentro dos gramados.

O Nacional mostrou futebol superior ao do São Paulo nessa Libertadores.

A agremiação do Morumbi, hoje, tem o desempenho inferior ao das oitavas e quartas de final. Perdeu o pensador, além do atleta capaz de marcar em frente ao Bruno e chegar no ataque com dribles. Outros jogadores se machucaram a talvez atuem com ritmo de competição abaixo do que pretendia o treinador.

A tal da superação, de novo, tem que ser a palavra principal nas conversas pré-jogo. Nada melhorou desde a paralisação do torneio.

A ideia que não funcionou

Comissão técnica e diretoria de futebol tomaram a decisão, quando houve a interrupção da Libertadores, de o time manter a intensidade da Libertadores durante os jogos da competição nacional. Haveria apenas precauções para evitar que jogadores se machucassem.

Na prática, não conseguiram ambos. Houve perda de rendimento nas partidas contra clubes do país e de atletas para a semifinal.

Obviamente, fatores outros, como o ambiente do Morumbi na Libertadores, diversas ausências de jogadores e as exigências do mata-mata influenciaram.

A escolha na prática gerou o prejuízo para o momento mais importante da temporada.

Ninguém pode garantir que se realmente priorizasse o que mais quer, teria capacidade de elevar o padrão contra os colombianos e manter a dinâmica igual a que mostrou no mata-mata do torneio continental.

O Nacional fez o contrário. Optou por treinar após breve férias dos atletas. Pode ter perdido o ritmo de jogo. Bauza preferiu evitar isso ao tentar manter a competitividade.

Foi a maior preocupação do Bauza

A posse de bola foi, nas conversas internas, o dilema do treinador para a escolha de quem iniciará a semifinal.

Não tem o substituto de Ganso para isso, e tampouco o driblador como Kelvin, que tem alguma rodagem e na Libertadores conseguiu elogiável rendimento.

O esquema tático, se for mantido como acontece desde a estreia de Bauza, terá outras características.

Tem que jogar com inteligência

Não me refiro apenas ao time. A torcida necessita apoiar muito durante o jogo.

O Nacional, mesmo quando atuou diante do Central no Arroyito, tentou ficar com a bola e ganhar.

Vaias, reclamações, xingamento e a tradicional e nociva busca por responsável pelas dificuldades do time em campo é nociva para a conquista do resultado, e devem ser trocadas por paciência.

A prioridade hoje deve ser não tomar o gol.

Nesse tipo de jogo, em regra, as questões emocionais ganham força e podem interferir nas técnicas e táticas, ambas fundamentais para o fortalecimento do coletivo.

 Obviedade sobre a semifinal 

Não há favoritos. O São Paulo necessita se superar e o Nacional reafirmar que tem o melhor futebol da Libertadores.

Nenhum resultado, com exceção de goleadas, será normal.