Blog do Birner

Eliminação na Copa América foi positiva; tem que comemorar

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De Vitor Birner

O Brasil foi superior ao Peru no 1° t. O time que se classificou mandou no restante do jogo.

Quem ainda ama a camisa de futebol mais pesada no planeta não deve ficar triste. O pior que poderia acontecer seria a conquista do torneio.  Tiraria a atenção daquilo que necessita ser solucionado com os jogadores disponíveis.

Não há mais os craques no padrão dos gênios da nossa história ganhadora, mas os jogadores se esforçam e têm desempenho muito pior do que mostram nas agremiações. Dunga fracassa na implementação da tática e na urgência de entrosar o elenco.

Sequer teve competência para fazer a leitura de jogo simples sobre o que houve no gramado diante dos andinos.

Afirmou, na entrevista após o fiasco, que fez apenas uma alteração porque o time ''estava encaixado''. Na prática havia perdido o meio de campo, após o oponente adiantar a marcação.

Assim não como manter o treinador. Editou o que houve. Reclamou do gol com a mão que gerou a eliminação,  mas sequer mencionou o pênalti favorável aos andinos noutro lance e muito menos o equívoco favorável no cumprimento das regras diante do Equador.

O bilhete azul

O treinador, diante de tanta dificuldade para implementar estratégia de futebol funcional, a das radicais trocas de filosofia de jogo que mostram incapacidade para determinar o rumo da preparação, deveria ter a iniciativa de sair.

Como não parece disposto, a bola pinga na frente do gol para Marco Polo Del Nero, o cartola da vez a ocupar o cargo político com grande remuneração.

Tem que chutar, fazer o gol para alterar os rumos do selecionado, acertar a contratação de alguém competente, fazer aquilo para o qual ganha gordo salário.

Não enxergo outra possibilidade.

Nesse momento, o populismo barato da CBF, que inclui discursos sobre suposta modernidade, arenas, média com ex-atletas de sucesso nos gramados, e exclui as estratégias de manutenção do poder como o generoso apoio a parlamentares, joga a favor do futebol.

O conhecido idioma do bolso

A avaliação de como é implementada a filosofia de jogo não é a prioridade dos gestores. A maioria sequer é capaz de explicar o desenho tático e a dinâmica de futebol proposta pelos treinadores.

Os cartolas podem contratar o serviço dos especialistas. É ideal que façam no contraditoriamente amador e milionário sistema de gestão da empresa privada dona do produto que não criou e tampouco pagou para negociar, e que cobrem os resultados positivos.

Agora, mais que nunca, necessitam se mexer. Têm que fazer algo para não espantar os patrocinadores.

Será inédito empresas continuarem apoiando com fortunas a seleção de fracassos durante a crise econômica no país.

Lembro que, mesmo em administrações da CBF nocivas ao futebol, o Brasil teve time competitivo, forte, pois isso depende acima de tudo da qualidade dos jogadores e do treinador.

Dessa vez, nem a escolha do técnico a entidade parece ter acertado. A retirada dos investimentos em publicidade e o consequente enfraquecimento do modelo de gestão seria o maior benefício que as empresas poderiam oferecer ao nosso futebol.

Os indiferentes e os alegres

É mais fácil achar torcedores incomodados ou felizes com os resultados dos times, que alguém com piora de humor porque a seleção de Dunga foi eliminada.

Algumas pessoas simplesmente não se incomodam mais com o que acontece. Outras ficaram felizes. O resultado, para os mais críticos, comprova a qualidade dos gestores.

A indignação é anterior. No coxinhas x petralhas, o clássico popular embasado em agressões e pouco raciocínio construtivo, a camisa da seleção era avaliada pelos 'esquerdistas' como algo negativo e símbolo do patriotismo alienado e piegas.

A seleção necessita ser de todos

Conseguirá isso quando foi gerida como esporte em vez de apenas produto milionário e meio da manutenção de poder. A nova geração gosta mais do Barcelona. O elenco dos catalães tem os melhores jogadores daqui, do Uruguai e dos 'hermanos, e são o time de futebol mais forte do planeta.