Blog do Birner

Os pontos negativos e positivos no empate do São Paulo contra o Linense

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De Vitor Birner

Linense x São Paulo

Mais técnica, esforço e futebol ainda insuficiente.

Assim foi o time do treinador que ganhou duas Libertadores e não conseguiu, nos quase três meses no CT da Barra Funda, desempenho e resultados razoáveis.

Houve aspectos positivos, tal qual cito no post, e os que discordo, como a insistência com Hudson.

Não coloco na conta do volante o futebol ruim do time, mas perde oportunidades, falha no toque de bola e, quando os oponentes conseguem o gol, em regra não se posicionou onde era necessário, pois tem dificuldade de fazer cobertura e recompor o sistema de marcação.

O treinador tem opções para o lugar dele e de outros que rendem abaixo do que podem. A melhora na parte individual é crucial para, coletivamente, o time ser mais forte.

A agremiação do interior em alguns momentos conseguiu equilibrar o jogo, noutros foi inferior, mas taticamente fez de maneira mais consistente a proposta do técnico.

Em busca de mais gols

Edgardo Bauza colocou no gramado o time mais ofensivo, em início de jogo, desde quando é funcionário da agremiação do Morumbi.

Michel Bastos na direita, Daniel do outro lado e Ganso formaram 0 trio do 4-2-3-1, que o treinador raramente altera.

Carlinhos, mais capaz no apoio que nos desarmes, atuou na lateral, reforçando a ideia de aumentar a quantidade de oportunidades de gol.

Moacir Júnior e o ferrolho

O técnico do Linense queria muita marcação e velocidade, no contra-ataque, para pontuar diante do favorito.

Escalou 5 atletas no meio de campo;  os volantes Zé Antonio, Bileu e Leandro Brasília, mais Thiago Humberto e William Pottker pelos lados. Esses últimos e o centroavante Anderson Aquino eram acionados na correria quando o time posicionado atrás da linha que divide o gramado retomou a bola.

Não o bastante

O São Paulo teve a iniciativa, maior frequência na meia e dificuldades para criar as chances de gol.

Mesmo assim foi possível notar melhora na articulação dos lances. Como Michel Bastos atuou na direita e tende a jogar na diagonal naquela região do gramado, proporcionou o corredor para Bruno apoiar.

Michel Bastos e Ganso trocaram de lado em alguns momentos. no lance assim, o meia tocou para o lateral cruzar e Callleri, sozinho na área, desperdiçar a oportunidade ao finalizar de canela.

Aliás, não apenas nesse chute, mas nos toques, alguns tortos e fortes, a chamada tijolada, o 'hermano' se equivocou e foi um dos piores da agremiação no jogo.

Mantendo a própria média

Em seguida, o Linense teve o contra-ataque e Thiago Humberto, em frente ao Denis, não superou o goleiro.

O volante Hudson, como tem acontecido constantemente, sequer aparecer próximo ao lance para fazer a marcação.

Isso acontece muitos para quem atua na função dele e é pouquíssimo produtivo na criação. Em cobrança de escanteio, aos 25, o volante podia fazer o gol de cabeça, mas deve ficou com receio de acertar a trave além da bola, e desperdiçou a oportunidade.

Teve que alterar

Anderson Aquino e Thiago Humberto se machucaram. O treinador do Linense colocou o Ricardinho na função de centroavante e Fillipe Souto para reforçar a marcação no meio.

Isso permitiu que houvesse a flutuação, em alguns momentos, para o 4-4-2, pois o substituto marca melhor que o colega que teve de sair e facilitou para William Pottker formar a dupla de frente com o atacante que iniciou no banco de reservas.

'Revival' Cesar Vallejo no pênalti

O São Paulo, na direita, de novo teve a oportunidade.

Michel Bastos, de calcanhar, com muita categoria tocou ao Bruno e desmontou o sistema de marcação.

Zé Antonio por isso demorou para chegar na cobertura, tentou o carrinho, derrubou o lateral, e Michel Bastos foi chutar.

Deslocou o goleiro, cobrou forte no canto, e  como aconteceu contra a agremiação do Peru acertou o 'pé' da trave.

Foi realista

No intervalo, o jogador afirmou sobre o equívoco: ''Estou tentando reencontrar a paz comigo e com a torcida, e para isso preciso ser decisivo''.

Tive impressão que não fez média com ninguém.

Se esforçou, correu muito e não ficou parado, aguardando a bola chegar. Apareceu em ambos os lados e no meio do sistema de criação para fazer assistência ou finalizar em gol.

A melhora na dinâmica do time tem muito a ver com o que ele realizou. A insistência nisso, inclusive no empenho do jogador, tende a gerar o aumento de oportunidades de gol.

Outras do volante

No 2°t Ganso cruzou e Hudson, na pequena área, apenas com o goleiro à frente, cabeceou para o chão e desperdiçou mais uma oportunidade.

A marcação do Linense havia melhorado. Se tomasse o gol, teria que alterar o posicionamento e oferecer brechas ao São Paulo.

Zé Antonio, no minuto seguinte, se deslocou e foi à ala na direita marcado apenas por Carlinhos. Daniel ficou atentou ao lateral Rogerio tal qual o lance exigia.

Hudson deveria cooperar com o Carlinhos, mas provavelmente não teve a leitura do lance. Zé Antonio fez o cruzamento para Leandro Brasília, na área, finalizar em condição de fazer gol. Bruno poderia intervir e se equivocou no posicionamento.

Insistência de Edgardo Bauza

Aos 12, o treinador optou por Kelvin na direita, saída do Daniel, e a inversão de lado do Michel Bastos.

Teria sido mais construtivo se mantivesse a possibilidade do veterano tentar os lances na diagonal. Mesmo após a alteração  o jogador que iniciou, em muitos momentos foi,  no setor de Kelvin na direita.

Equívoco e acerto

Aos 25, Edgardo Bauza, ao notar o fraco rendimento de Calleri, pôs Alan Kardec.

Thiago Mendes, após 5 minutos da alteração, saiu e Lucas Fernandes entrou.

O jogo realmente exigia o meia no lugar do volante, mas não do Thiago Mendes. Hudson tinha que deixar o gramado. Era muito simples.

O golaço

Zé Antonio, aos 39, ganhou a bola de Michel Bastos, caminhou pouco e acertou chute sensacional no ângulo direito.

O são-paulino, de costas, tinha que arrumar solução no lance, mas o Hudson ficou longe de quem finalizou, como tem acontecido muito.

No final, Alan Kardec tabelou com Carlinhos, finalizou, e o goleiro Oliveira fez grande intervenção.

O chuveirinho

Nos acréscimos Ganso cobrou a falta na área, Maicon após a dividida ficou com a bola, chutou para o meio da pequena área e Kelvin conseguiu desviar e comemorar o empate.

A melhor

Torcedores de ambas as agremiações devem ter lamentado a igualdade. O Linense não ganhou por segundos e o São Paulo porque precisa se impor contra times com orçamentos muito menores e não fez isso com produtividade.

De positivo aos que almejam classificação à fase seguinte da Libertadores, torneio que os seguidores do clube gigante mais querem ganhar, foi o empenho dos jogadores.

Se não houve o futebol necessário, ao menos mostraram o esforço. Isso mais qualidade na execução dos fundamentos são parte do pacote necessário para superar o momento ruim e fortalecer o coletivo.

Resta saber se o elenco nas rodadas porvir manterá o padrão nos jogos porvir. .

Ficha do jogo

Linense – Oliveira; Paulo Henrique (Marcão), Adalberto, Jorge Luiz e Rogério; Bileu, Zé Antônio, Leandro Brasília e Thiago Humberto (Filipe Soutto) e William Pottker; Anderson Aquino (Ricardinho)
Técnico: Moacir Júnior

São Paulo – Denis; Bruno, Maicon, Rodrigo Caio e Carlinhos; Hudson e Thiago Mendes (Lucas Fernandes); Michel Bastos, Ganso e Daniel (Kelvin); Calleri (Alan Kardec)
Técnico: Edgardo Bauza

Árbitro: Vinícius Gonçalves Dias Araújo – Auxiliares: Miguel Cataneo Ribeiro da Costa e Rafael Tadeu Alves de Souza