Blog do Birner

Messi mereceu; Neymar foi goleado pelo marketing de Cristiano Ronaldo

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De Vitor Birner

Não havia como tentar comparar o desempenho dele com o dos concorrentes.

Neymar jogou muito, mas no mesmo patamar do ganhador.

Se fosse o escolhido, a credibilidade do prêmio seria mais questionada por qualquer pessoa que conhece futebol  e assistiu às atuações de ambos ops carques, em especial nas retas finais dos principais torneios, durante o período em que foram avaliados.

O laurel para o hermano conta o que houve nos gramados.

Neymar x Cristiano 

A minha grande curiosidade  era saber quem ficaria em segundo lugar.

Neymar fez gols em todos os jogos do mata-mata na Liga dos Campeões, além de ter sido muito importante em outros fundamentos.

No tático, por exemplo, foi quem teve que recuar para formar o quarteto no meio de campo e atuar em frente ao Jordi Alba, na flutuação do 4-3-3 para o 4-4-2, quando os oponentes tinham a bola na meia.

Isso permitiu que Suárez e Messi atuassem adiantados.

Nenhum jogador consegue, hoje,  exercer ambas as funções em nível melhor que o demonstrado por ele.

Cristiano Ronaldo, com Ancelotti, tinha a mesma regalia do hermano, assim como Benzema a do uruguaio, e Bale a incumbência de realizar, do outro lado, na direita, o que o brasileiro fez no Barcelona.

A contribuição do atleta que nunca eleito o melhor do planeta foi, na parte coletiva, muito maior que a do português.

Além disso, o trio que atua na capital não conseguiu, de janeiro em diante, mostrar futebol no mesmo nível dos oponentes.

Mostrou qualidade, mereceu elogios, mas todos seus integrantes foram piores, se compararmos seus desempenhos nas respectivas incumbências, com os dos ganhadores dos torneios nacional e continental.

Marketing goleia o futebol

Havia apenas duas opções esportivas.

Ou Neymar em segundo lugar, ou em terceiro com minúscula margem de votos a menos que Cristiano Ronaldo.

Mas muitos eleitores privilegiaram os números frios e o 'tamanho' dos nomes em detrimento da dinâmica coletiva e atuações em momentos complicados, quando é mais difícil brilhar.

Isso explica os 27,76% do gajo contra os 7,86% do que nasceu Mogi das Cruzes.

E a razão de Messi ter sido escolhido por 41,33%, apesar de merecer algo próximo da unanimidade.

Subiu mais alguns degraus

Nunca, noutras edições do prêmio, houve tecnicamente a realista possibilidade de os dois craques que falam o mesmo idioma serem colocados em patamar sequer similar.

O nascido na outra terra de colonizadores sempre ficou, por méritos esportivos, muito acima.   

Caminhando e melhorando

Desde o início da carreira, Neymar não parou de evoluir.

Se mantiver o prazer de jogar futebol, treinar e ganhar, chegará ao topo.

Agregou virtudes desde a chegada na agremiação de Luis Enrique. Se posiciona melhor, tem maior noção de quando chutar em gol, driblar e trocar passes.

A tendência natural

A natureza que proporcionou a decadência física de Pelé, Maradona, Zidane, Puskas, Di Stefano… tende, se não pregar peças, a cooperar com o brasileiro na meta de ser o melhor do planeta.

Messi e Cristiano Ronaldo têm, respectivamente, cerca de 5 e 7 anos a mais que ele.

Nenhum outro jogador na faixa etária de Neymar, possui repertório com a bola, técnica, similar.