Blog do Birner

São Paulo ganha com golaço e reservas, que merecem titularidade, inspirados

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De Vitor Birner

São Paulo 4×2 Atlético MG

Houve momentos distintos no jogo do Morumbi.

Antes do intervalo, quando o time de Levir Culpi conseguiu ganhar o meio de campo, mas desperdiçou a marcação funcional na frente e a superioridade por causa dos toques e finalizações ruins.

Outro depois do intervalo, pois o São Paulo equilibrou as ações, aumentou a quantidade de passes na meia e o Atlético, em uma das várias inversões de bola nascidas na direita, fez o gol na assistência do zagueiro Tiago e chute com categoria e inteligência de Luan.

E o mais intenso, com futebol melhor,  após Milton Cruz corrigir parte dos erros de escalação.

Formações e andamento

Hudson, Thiago Mendes e Michel Bastos como volantes, os dois últimos com a obrigação de chegarem na meia; Ganso à frente do trio e muito perto de Alexandre Pato, atacante pelos lados, e do centroavante Luis Fabiano, além dos laterais Bruno e Carlinhos que apoiaram.

O treinador interino deveria iniciar com Alan Kardec como centroavante e Rogério entre os titulares, pois o futebol deles neste momento [não tenho ideia se manterão o padrão] implora pela obviedade.

Preferiu Luis Fabiano e mais um volante.

Hudson, que classificou a filosofia de jogo como ''uma mistura de Osorio com Muricy'', poderia ser o lateral direito ou ficar na reserva para o time atuar com Thiago Mendes e Michel Bastos como volantes, Rogério e Pato pelos lados do ataque e do meio de campo, Ganso entre eles, e o centroavante capaz de fazer as função de meia e participar com maior intensidade da marcação.

Teria mais opções no sistema ofensivo e defensivo, qualidade no meio de campo, volantes que podem resolver jogos, dribles em todos os setores do gramado, e o aumento da solidariedade coletiva.

Levir Culpi optou Luan, Giovanni Augusto e Dátolo na meia, Lucas Pratto em frente ao trio, Rafael Carioca e Leandro Donizete atrás deles, sendo que um deles poderia apoiar, mas com alguma cautela, pois os laterais Marcos Rocha e Patrick chegam no campo de ataque com frequência.

Luan ficou muito atento ao Carlinhos e Marcos Rocha fez o mesmo com Alexandre Pato.

Do outro lado, Patrick apoiou mais.

Quando a marcação 'alta' funcionou, isso aconteceu em grande parte do 1° tempo, os laterais foram à frente simultaneamente.

Dátolo articulou melhor os lances que Giovanni Augusto. Teve mais oportunidades porque chamou o jogo,  pois Luan entrou na área quando Lucas Pratto saiu dela, em especial à direita, para confundir o sistema defensivo, tal qual aconteceu em alguns lances.

O time não transformou a superioridade no gramado em resultado porque houve equívocos técnicos na hora de construir a oportunidade e de chutar em gol. Fez isso  após o intervalo, no momento em que havia mais equilíbrio e o São Paulo, apesar de pouco criativo, tinha maior frequência na meia.

Mexidas no time e nas funções dos jogadores

O treinador interino da agremiação do Morumbi, ciente da importância de pontuar e que nada tem a perder porque não permanecerá na função, decidiu fazer as alterações.

Rogério entrou no lugar de Alexandre Pato e Alan Kardec no de Bruno.

Hudson foi deslocado para a lateral, Alan Kardec colocado do lado direito do ataque e da meia, Rogério do outro, e Michel Bastos recuado para função de volante, mas com obrigação de junto do Thiago Mendes participar das tentativas de a agremiação fazer os gols.

Logo em seguida, Thiago Mendes carregou a bola no meio, tocou para Luis Fabiano chutar de frente para o goleiro, que fechou o ângulo antes de, no rebote, Alan Kardec igualar.

Fôlego e velocidade na frente

Levir Culpi, ao notar que o São Paulo foi para cima e haveria brechas para o contra-ataque, colocou Thiago Ribeiro e tirou Lucas Pratto, que se esforçou muito e não jogou futebol elogiável.

A mexida com embasamento no andamento do jogo, gerou, no lance seguinte, o gol de Dátolo, pois o reserva foi lançado e fez a assistência precisa.

Não os questiono

Houve reclamações de impedimento por causa das posições de Luis Fabiano e Thiago Ribeiro nesse lances.  Não foram simples de serem avaliados.

Acho, apesar de não ter plena convicção, que ambos acertaram e não merecem fortes críticas nem se houve equívocos.

O impacto de um golaço

O empate aconteceu na jogada para ser aplaudida pelos torcedores.

Thiago Mendes tocou para Michel Bastos, de longe, ajeitar com enorme categoria e finalizar por cima do goleiro, que ficou mais adiantado que o ideal.

No lance, vale citar, ambos os volantes avançaram juntos, dificultaram para quem deveria marcá-los, pois Rogério, Alan Kardec, Luis Fabiano e Ganso, à frente deles, chamavam a atenção dos defensores que provavelmente nem botaram fé que Michel Bastos faria aquele gol.

O Atlético MG, para manter a ilusória meta de ser campeão, tinha que ir para cima.

O São Paulo ganhou a possibilidade de investir no contra-ataque.

Reservas brilham e desequilibram

Era o que Rogério, que investe em dribles, inspirado, mais queria.

Desmontou o sistema de marcação com dribles, entortou Marcos Rocha e os volantes, criou oportunidades, fez a assistência para Alan Kardec de cabeça, com categoria, marcar o gol, e levou o pênalti, no final, que Luis Fabiano após outro desempenho aquém do necessário, chutou forte e no meio antes de comemorar.

As outras alterações  

Luan, muito cansado porque correu além da conta, havia sido substituído por Carlos, e Reinaldo entrou no lugar de Carlinhos no minuto seguinte ao que sua agremiação conseguiu ficar á frente no resultado.

Não é possível colocar na conta dessas alterações a superioridade do São Paulo após o golaço de Michel Bastos.

Ficha do jogo

São Paulo – Denis; Bruno (Alan Kardec), Rodrigo Caio, Lucão e Carlinhos (Reinaldo); Hudson, Thiago Mendes e Michel Bastos; Ganso, Pato (Rogério) e Luis Fabiano
Técnico: Milton Cruz

Atlético MG – Victor; Marcos Rocha, Tiago, Jemerson e Patric; Leandro Donizete e Rafael Carioca; , Luan (Carlos), Giovanni Augusto e Dátolo; Pratto (Thiago Ribeiro)
Técnico: Levir Culpi

Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (Fifa-RS) – Assistentes: Carlos Berkenbrock e Marcelo Bertanha Barison