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Atlético e Palmeiras empatam; Alviverde precisa crescer antes da final

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De Vitor Birner

Atlético PR 3×3 Palmeiras

O Palmeiras tem que melhorar seu desempenho porque prioriza a final contra o Santos.

O torcedor reclama dos resultados e do excesso de lançamentos longos, os chamados 'chutões' que diminuem a posse de bola na frente e forçam os cruzamentos, e que são a principal opção para o time fazer gol.

Por isso, a agremiação foi ao interior treinar, pois a comissão técnica queria manter o elenco plenamente concentrado na necessária evolução coletiva.

Aumentar a qualidade dos passes, seja na saída de bola para fazer a transição à frente ou manutenção dela na meia, é o 'x' da questão que depende da técnica individual e da proposta coletiva colocada em prática de maneira harmônica durante os jogos.    .

Fundamental

A fluência do sistema ofensivo, para quem se propõe a fazer mais que investir em cruzamento e contra-ataque, precisa de mobilidade dos atletas e de eles chegarem, na frente, com a maior quantidade possível de gente.

Isso gera mais opções de passe para o jogador que tem a bola e pode confundir a marcação.

Posicionamento

Os treinadores optaram pelo mesmo esquema de jogo.

O do Atlético PR, com Marcos Guilherme na direita, o lateral Sidcley improvisado do outro lado, Nikão entre eles e Walter, adiantado, como centroavante e o do Palmeias com Robinho, Dudu e Rafael Marques no trio de criação, e Cristaldo à frente deles.

Cristóvão Borges, aos 22, substituiu Roberto, que se machucou, por Hernández.

Superior

A apresentação do Alviverde, antes do intervalo, lembrou a da goleada contra a Chapecoense, tropeço diante do Vasco, e as etapas complementares, na Copa do Brasil, contra Internacional e Fluminense.

O Atlético PR fez o gol rapidamente, após Sidcley cruzar e Marcos Guilherme, marcado por Zé Roberto, se mexer e finalizar de frente para Fernando Prass.

O autor da assistência não tinha ninguém para dificultar. Walter, o centroavante, não ficou na área.

As trocas de funções, principalmente de Marcos Guilherme com o centroavante, confundiram o sistema defensivo algumas vezes.

Além disso, havia lacunas para a agremiação de Cristóvão Borges trocar passes.

Com um pouco mais de capricho, o meia faria outro depois de o centroavante tocar para ele e Jackson ficar mais longe que o correto para impedir a escolha do canto na hora do chute.

O Palmeiras não exigiu de Weverton nenhuma intervenção elogiável.

Melhorou e igualou

Gabriel Jesus retornou do intervalo no lugar de Rafael Marques.

O Alviverde não tinha criado nada porque insistia no lançamento longo, pelo alto, ao ataque, e devido à dificuldade de trocar passes na meia.

O atleta revelado no clube não tem as características para otimizar isso.

Não iria atrás para fazer a transição e tem que receber a bola no entorno da área para investir em dribles, velocidade e tentar assistências ou finalizações.

Isso não impediu o crescimento da agremiação.

A marcação na frente, que Rafael Marques sabe executar, foi mais eficaz e isso exigiu menos qualidade dos passes na defesa, pois o time conseguiu recuperar a bola algumas vezes após a linha que divide o gramado.

O gol do empate nasceu no lançamento de Robinho para Gabriel Jesus.

Ele ganhou do lateral-direito Eduardo, pelo alto, ajeitou com o braço, conseguiu o drible e a bola tocou no oponente antes de Robinho finalizar com precisão.

O lance devia ser invalidado.

O Atlético PR foi à frente após o resultado ficar igual, e o Palmeiras recuou para iniciar a marcação na linha que divide o gramado e investir no contra-ataque, pois havia mais brechas para isso, mas não conseguiu dar sequência nesses lances.

Alterações 

Arouca tem que pegar ritmo de jogo, porque a possibilidade de ser titular contra o Santos é enorme, e entrou no lugar de Amaral para correr por meia hora mais os acréscimos.

Cristóvão Borges, depois, optou por Ricardo Silva no de Cadu, provavelmente porque a dupla de zaga cometeu alguns equívocos  e, quase junto, Alecsandro substituiu o Cristaldo.

Reserva

O gol do Palmeiras aconteceu no escanteio, quando Jackson cabeceou no canto.

O jogador que entrara minutos antes perdeu, no lance individual, por cima, para o zagueiro, e complicou tanto seu time quanto o treinador.    

Funcionou

A necessidade de ganhar fez Cristovão Borges tirar o volante Barrientos para o atacante Ewandro ir ao gramado.

Assim que recebeu o passe, o atleta emprestado pelo São Paulo driblou, não havia cobertura e, de média distância, igualou o resultado ao finalizar no canto direito.

Logo após, perdeu outra oportunidade.

E em seguida fez 3×2 no lance que irritou os jogadores do Palmeiras.

O treinador que provavelmente seria alvo de críticas por causa da mexida na zaga, ganhou elogios graças aos gols de quem mandou para o gramado.

Opino

Palmeiras reclamou porque o Atlético cobrou a falta rapidamente, quando o sistema de marcação não havia se posicionado, e fez o gol.

Se Dewson Fernando Freitas da Silva chamou o lance para si, mostrou que era necessário aguardar a autorização, não deveria validar o gol.

Se não fez nenhum sinal, as críticas que recebeu, em campo, foram inócuas.

Fiquei com a impressão que não havia motivo para tanto e que houve falta de atenção dos jogadores.

Jackson, nos acréscimos, foi excluído do jogo depois de colocar o braço, não com força, no rosto de Ricardo Silva, que caiu, ou melhor, se atirou no gramado, e fez a tradicional pantomima para forçar o cartão.

O amarelo seria mais adequando no lance.

Curiosamente

O Palmeiras, com nove jogadores e segundos para igualar o resultado, no momento mais difícil, conseguiu seu melhor lance.

Trocou passes, com a bola na grama, entrou na área, obrigou Weverton a intervir, finalizou outra vez e Alecsandro quase embaixo da trave comemorou.

Desnecessário

Robinho, em seguida, foi excluído porque supostamente xingou quem deve fazer as regras do futebol serem cumpridas.

Conclusão

O torcedor do Atlético ficou insatisfeito porque a agremiação não ganhou apesar da condição muito favorável nos acréscimos.

E o do Palmeiras, com enorme expectativa para acompanhar a melhora na qualidade do futebol, não notou nenhuma evolução digna de proporcionar otimismo.

Aguardará isso até dia 25.

Se não houver a melhora, o peso do manto sagrado, imponderável do mata-mata, declínio do Santos ou uma noite atípica manterão o sonho de ganhar o título.

Não há nada utópico nisso, pois clássicos como esses não têm favoritos mesmo com todos sabendo quem joga o melhor futebol.

Ficha do jogo

Atlético PR – Weverton; Eduardo, Kadu (Ricardo Silva), Cleberson (Ewandro) e Roberto (Hernández); Otávio e Barrientos; Sidcley, Nikão e Marcos Guilherme; Walter
Técnico: Cristóvão Borges

Palmeiras – Fernando Prass; Lucas, Jackson, Vitor Hugo e Zé Roberto; Amaral (Arouca) e Matheus Sales; Robinho, Dudu e Rafael Marques (Gabriel Jesus); Cristaldo (Alecsandro)
Técnico: Marcelo Oliveira

Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva (Fifa-PA) Assistentes: Marcio Gleidson Correia Dias e Hélcio Araújo Neves