Direção do Flamengo admite erro ao reintegrar os cinco jogadores
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De Vitor Birner
Não considero notícia a festa que cinco jogadores do Flamengo fizeram.
Tampouco me interessa quem foi nela ou se consumiram bebidas alcoólicas.
Era folga deles, têm o direito, mesmo se não for saudável, e tanto faz o que eu penso sobre o tema.
Tais questões são particulares, privadas, daqueles seres humanos.
Sei que a parte da sociedade com indivíduos preocupados em corrigir tudo a partir do outro, e não de si onde tem maior ingerência e possibilidades, que ama criticar e julgar, dar pitacos no que é alheio, em especial de estranhos, rende muitos cliques, mas aqui no blog não haverá 'furos' de reportagem assim.
Gramado
Se o Flamengo tivesse ganho os últimos jogos, não acho que a diretoria os puniria como fez.
O momento ruim do time, em campo, não se resume à festa dos jogadores.
Simples
No futebol moderno é indispensável treinar com a mesma intensidade exigida nos jogos dos torneios.
Assim, cria-se o padrão necessário para a agremiação ser competitiva.
O jogador que, por falta de cuidado consigo, é incapaz de manter esse ritmo, não deve ser escalado, relacionado e pode ser negociado, caso os dirigentes e treinador achem que não irá melhorar.
Ou seja: o desempenho, não o que faz na folga, deve ser a referência para não participar de quaisquer jogos.
Isso se chama avaliação profissional.
Medida
Não critico o afastamento dos atletas, caso o rendimento nos treinamentos seja fraco, insuficiente, e a perspectiva de melhora pequena para continuar investindo neles.
Se isso for construtivo para o elenco, aplaudo e elogio.
Populismo
Conceder entrevista coletiva e anunciar sanção formal é outra coisa.
Parece mais moralismo barato e conveniente para os cartolas, competentes na gestão financeira e, até o momento, no máximo medianos na administração do futebol do Rubro-Negro.
Não é esse tipo de resposta que as dezenas de milhões de torcedores da agremiação precisam.
Talvez satisfaçam momentaneamente a ira de parte deles, mas, no médio prazo, não altera absolutamente nada na opinião de quem torna o time da Gávea gigante.
Elevar o nível da gestão no futebol, com melhores escolhas na formação do elenco, é o que eles querem.
Pense
Seu patrão não deve se intrometer em suas folgas.
Não é profissional fazer isso, pois as relações entre funcionário e empresa são uma estrada de mão-dupla onde há limites para todos.
Diante disso tudo, a reintegração dos jogadores é uma assinatura do atestado de equívoco.
Uma partida de ausência dificilmente encerrará aquilo que a direção avalia como crucial para todos eles não atuarem com qualidade.
O comprometimento com a agremiação depende de uma outra maneira de pensar aquilo que garante dinheiro aos profissionais do esporte.
Não é uma questão infantil, como exigir a lição da escola pronta para permitir depois a brincadeira.
E se os contratos de concessão de direito de imagem não tiverem clausulas específicas proibindo que participem de tais episódios nas folgas, os jogadores podem entrar na justiça e questionar a multa imposta pelos dirigentes.